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domingo, 7 de junho de 2015

O Mobral e as Forças Armadas - Uma resposta

“A Instituição será maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos aqueles que não pensam, não questionam, não se importam, não se manifestam” (Gen Marco Antonio Felicio da Silva)
O artigo do advogado e sociólogo Sérgio Alves de Oliveira, sem qualquer dúvida, é uma peça de sarcasmo em relação à formação intelectual e funcional dos militares e de suas lideranças, tendo como fundamento o não atendimento do seu desejo de uma intervenção das FFAA na vida política da Nação, no presente momento.



Certamente, tem ele razão quanto ao momento de intenso descalabro moral, político, econômico e social pelo qual passa a Nação, traduzindo desgoverno e ilegitimidade da Presidente, esta já acusada de crime de responsabilidade. E com isso concordamos e sabemos que não o é do desconhecimento dos Chefes Militares, caso contrário, seria uma aberração, pois é do conhecimento da maior parte da população, a cada dia mais revoltada com os rumos do País, atingindo diretamente as FFAA pelas restrições orçamentárias de toda ordem e pelos constrangimentos de natureza ideológica.



O Dr. Sérgio, para construir a sua crítica negativa, volta aos idos dos anos 70 e 80 e ao então programa de alfabetização dos governos militares, o MOBRAL, mostrando-o como uma iniciativa de resultados negativos quando os índices do Ministério da Educação, ainda hoje, são a favor do referido programa (vide Internet). Afirma o MEC: “No começo da década de quarenta do século XX mais da metade dos brasileiros não sabiam ler ou escrever. O cenário continuou pelo menos até o início dos anos sessenta do mesmo século. Entre 1960 e 1970 o valor caiu para a taxa de 33%, período no qual o Mobral passou a atuar no hemisfério nacional de forma oficial. Entre as décadas de oitenta e noventa, o índice chegou aos 20%”.  



Irado, aponta o também Advogado uma visão completamente negativa das ações dos então governos militares, contrária à realidade, e numa “generalização brilhante”, afirma “que gastou-se muito e alfabetizou-se pouco, aliás, num  balanço negativo nada raro  em quase todas as iniciativas governamentais”. Continuando a destilar a sua ira e sarcasmo, confundindo alhos com bugalhos, diz que “a maior falha do Mobral, pela qual a sociedade brasileira está pagando hoje um alto preço, é que ele deixou de ser estendido ao meio militar, de modo a alfabetizar politicamente e preparar adequadamente aqueles que mais tarde assumiriam os comandos e outras altas posições hierárquicas nas Forças Armadas. 
Essa nefasta consequência se observa hoje na infeliz e errônea e interpretação que a maioria das altas hierarquias militares dá ao disposto no artigo 142 da Constituição Federal, que trata da INTERVENÇÃO MILITAR, em determinadas situações, fazendo coro, inclusive , com  muitos “juristas” profissionais, alguns até “figurões”, no  sentido da inviabilidade de uma iniciativa de moto próprio, pelos militares,  de proceder a INTERVENÇÃO. Vejo nisso só duas hipóteses para que ocorra: (1) má-fé, inclusive com “aluguel-de-caneta”, no  sentido  de transformar em parecer um interesse “por encomenda ”, ou ; (2) falta de MOBRAL, nos  termos antes mencionados."



Tais afirmações demonstram o desconhecimento total do Advogado da formação intelectual dos militares e de suas lideranças, por meio de diferentes cursos ao longo da carreira, e do pensamento dos mesmos quanto a uma atual intervenção, pois, nenhuma declaração oficial, deram Eles a esse respeito
Concordaria com o Advogado se a sua crítica se dirigisse ao silêncio dos cmts militares diante de aspectos inaceitáveis de natureza ideológica como ações de Política Externa, ditadas pelo Foro de São Paulo, ou mesmo de natureza criminosa como as declarações do agitador Stédile e de Lula ao ameaçarem a Sociedade Brasileira com possíveis violências do MST. Há aí um vácuo de poder que enfraquece a liderança militar, caso não ocupado por ela, coisa que o Ministro da Defesa, por formação, valores e por viés ideológico, jamais o fará.



Quanto ao entendimento do que reza o art. 142 da Constituição, sabem os comandantes militares exatamente o seu significado e da virgula lá colocada, pois, ali está a missão constitucional das FFAA, FFAA que jamais faltaram à Nação em seus momentos mais cruciais e de inflexão Histórica. Não será agora, caso necessário, que faltarão!



Esta, em face de todas as incertezas que vivemos, é a única certeza que temos pela confiança que depositamos nos atuais CHEFES MILITARES, originária da identidade de valores e de formação.


Por: Marco Antonio Felício da Silva é General de Divisão, na reserva.

Nota dos editores do Blog Prontidão Total:
Considerando a natureza extremamente complexa da matéria, passível das mais diversas interpretações (algumas contraditórias e de dificil e inconcluso combate) especialmente por envolver interpretação da Constituição Federal vigente e de legislação infraconstitucional - legislação que surgiu em complementação ao texto constitucional que cuida do assunto - conferindo ao debate espaço amplo para a subjetividade, assim, nos manifestamos:
- entendemos que a 'intervenção militar constitucional' é cabível, especialmente pelo atual estado de desgoverno colocar em risco até mesmo a existência do Brasil como NAÇÃO LIVRE e SOBERANA.
Mas, não temos nem o PODER nem a PRETENSÃO de julgar e sim de informar, sempre procurando esclarecer.

Assim, sugerimos a leitura dos seguintes textos:




As Forças Armadas podem intervir? Autor: Sérgio Alves de Oliveira e que foi causa do POST acima
 



Intervenção Militar Constitucional ... - qual o motivo de Lula e Stédile que ameaçam publicamente a ordem pública com seu “exército” esquerdista, ainda não terem sido intimados?



sexta-feira, 6 de março de 2015

VÁCUO DE PODER



General Marco Antonio Felicio da Silva

“A Instituição será maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos aqueles que não pensam, não questionam, não se importam, não se manifestam”.  
General Marco Antonio Felicio da Silva

A História mostra e a Ciência Política comprova que não existe vácuo de poder. Tão logo este apareça será ocupado, de imediato, por novas lideranças.

Fatos como os do “Petrolão” e as últimas pesquisas, influenciadas por desastrosa campanha eleitoral, permeada por notícias de corrupção, por mentiras e vãs promessas, maquiadas por um marketing criminoso a esconder os descalabros de seu governo, demonstram que Dilma Roussef, eleita por uma minoria
(38%) em relação à massa de votantes, tornou-se ilegítima como Presidente da República. Embora empossada legalmente, perdeu o necessário apoio político da maioria da população e é contestada mesmo em seu próprio partido.

Três meses após a posse de Dilma, a última pesquisa Datafolha (8/2/2015) mostra sua deterioração política. De 42% de ótimo/bom e 24% de ruim/péssimo, em dezembro de 2014, a avaliação do seu governo é, agora, de, respectivamente, 23% e 44%. É considerada por 47% como desonesta, por 54% como falsa e por 50% como indecisa.
Parecer do jurísta Ives Gandra aponta real possibilidade de Dilma ser submetida a processo de impeachment.
“Há, na verdade, um crime continuado da mesma gestora da coisa pública, quer como Presidente do Conselho da Petrobras, representando a União, principal acionista da maior sociedade de economia mista do Brasil, quer como Presidente da República, ao quedar-se inerte e manter os mesmos administradores da Empresa”.

O escândalo da Petrobras comprova o aparelhamento da Empresa pelo PT, o mesmo que ocorre nos três poderes da República e em empresas estatais, e o envolvimento de elementos da cúpula do referido partido, e de componentes de sua base, em corrupção desenfreada, traduzindo o desvio de bilhões de reais, “transformados” em doações de campanha, desde a primeira eleição de Dilma, e em fortunas pessoais. Um furto de 88 bilhões, até agora, informado em balanço da própria Petrobras.

Sem dúvida, politicamente, temos um vácuo de poder aberto pela rejeição popular da Presidente e do PT, sinônimo de corrupção, e que está sendo ocupado rapidamente pelo eleito Presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O PT ficou alijado da Mesa Diretora da Câmara e das principais relatorias e comissões temáticas. Cunha conduziu, contrariando o governo, a instalação da CPI da Petrobras e mantém o apoio da maioria dos deputados, tornando a Presidente fortemente pressionada por suas decisões. 

Na área econômica, o vácuo de poder que se abriu, está sendo ocupado pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo Presidente do BC, executando políticas contrárias as que Dilma e o PT praticavam e defendiam na campanha eleitoral. O diálogo necessário com o Congresso e empresários, interna e externamente, tendo em vista amenizar a grave crise que o País enfrenta, está sendo conduzido por eles.

Na área Militar, com a rejeição popular da Presidente e com o afastamento dos antigos comandantes das Forças, incapazes de qualquer oposição a afrontas e achincalhes às FFAA e às perseguições aos militares da Reserva, que combateram a subversão armada marxista em 64, apesar da plena vigência da Lei de Anistia, abre-se, também, um vácuo de poder

Assim, há oportunidade para surgir, de imediato, com atitudes e ações afirmativas de influência, antes que se estabeleça outra estrutura de poder, uma nova liderança militar. A que se afigura mais provável é a do Comandante do Exército, principalmente pelo papel que a Força desempenha e a confiabilidade que tem da população.

Tal oportunidade torna-se maior, pois, o novo Ministro da Defesa, sem grande expressão política, acusado publicamente de corrupção e ligado a envolvidos no ¨Petrolão¨, já demonstrou o seu caráter, eivado de viés ideológico, contribuindo para uma nova estória mentirosa, ao aprovar a substituição do nome do Presidente Médici, de uma escola, para homenagear um comunista, o terrorista Marighela, apresentando-o como defensor da ¨Democracia¨. Em seu discurso de posse, no MD, mostrou-se favorável ao trabalho pleno de ilegalidades e que mancha a memória de respeitáveis chefes militares, portanto, inaceitável, como o são as respectivas propostas, da famigerada “Comissão da Verdade”. A agravar, está claro que, militante do PT, aliado fiel de Lula e de Dilma, seus valores não se coadunam com aqueles cultuados na caserna.

Transcrito do TERNUMA – Terrorismo Nunca Mais