Tudo leva a crer que os militares que se instalaram no
governo com a vitória de Jair Bolsonaro, em outubro de 2018, estariam mais ajudando
a desfazer toda a grandiosa obra deixada pelos seus antigos “colegas” de farda, protagonistas da
“intervenção” de 1964, durante os seus 5
(cinco) governos consecutivos, de 1964 a 1985, ou seja, de Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazú
Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Quem se der ao trabalho de examinar com minúcias a “obra”
do atual governo, durante os seus 14 primeiros meses de trabalhos, certamente vai ser forçado a
concluir que o “modelo” de gestão desse governo se aproxima muito mais das
“obras”, ou “desmanches” dos governos que se sucederam aos militares, ou seja,
os de José Sarney, Fernando Collor/Itamar Franco, FHC, Lula da Silva, e Dilma Rousseff/Michel Temer, que
“mandaram” de 1985 a 2018, do que propriamente dos governos dos militares, de 1964 a 1985.
[ Para felicidade dos brasileiros o ilustre articulista já inicia seu artigo desfazendo uma premissa, quando diz que militares 'estariam'.
Se conclui, com o exame minucioso da questão, proposto pelo autor, que os militares, se tinham a intenção de desfazer algo do muito realizado no período 64 a 85, desistiram - pela simples razão que os governos de José Sarney a Dilma Rousseff cuidaram de desmanchar aquele legado.
A BEM DA VERDADE, excluímos do rol de demolidores Collor - não teve tempo para governar (conseguiram fazer com ele o que cogitavam fazer com o presidente Bolsonaro e que muitos já desistiram e outros rumam à desistência;
com Collor foi mais fácil tendo em conta a natureza das acusações que lhe foram imputadas, já com o capitão, acusações daquela natureza não prosperaram e nem prosperarão).
Impõe-se também excluir Itamar Franco da antipatriótica listagem, sendo ele deixado o PLANO REAL - apesar de FHC ter se apropriado de uma criação presidencial (ministros são coautores de um plano de governo, já que a execução sempre depende do apoio do presidente.)
Temer, começou com um bom plano de governo, mas, a oposição sistemática movida contra ele, tendo no comando o então da Chefe da PGR, Rodrigo Enganot, boicotou qualquer ato do seu governo.
O presidente Bolsonaro, além do boicote sistemático, citado na matéria pelo seu autor, tem que vencer a 'constituição cidadã', feita sob medida para impedir o progresso do Brasil, ao conceder direitos SEM deveres, ser detalhista e ao mesmo tempo confusa - facilitando à judicialização até do uso de banheiros públicos - e tornando a impunidade uma regra.]
Adotando a forma “política “de governar idêntica
à que funcionou de 1985 a 2018, e apesar do aproveitamento de quase “metade” do generalato para compor o novo governo, ao invés de optar pela forma “militar” de governar, como funcionou de 1964 a
1985, o governo de Jair Bolsonaro acabou
ficando totalmente refém ,“amarrado”, e mesmo “boicotado”, no sentido de bem governar, pelos outros Dois Poderes Constitucionais
(Legislativo e Judiciário/STF), ambos
norteados por um combate sem tréguas e
radical ao governo, que certamente assumiu bem intencionado.
Enquanto os militares governantes do Regime Militar tinham
a energia ,e a “autoridade” necessárias para fazer um bom governo, com essa atitude dotando
o país de uma infraestrutura de obras públicas
em nível compatível com a dos países
mais desenvolvidos do mundo , os que tomaram posse em janeiro de 2019, com a
vitória de Bolsonaro, mostraram-se absolutamente “frouxos” e “políticos ”
demais para superar o boicote dos seus
adversários . Isso tudo resultou numa inversão de valores de tal dimensão que conseguiram construir uma realidade na
qual os bandidos andam soltos pelas
ruas e o governo “preso”.
A grande bandeira dos governos do PT, por exemplo, foi
sempre o progresso “social” das classes menos favorecidas, quando tudo não
passou de uma descarada mentira ,com
manipulação de índices sociais enganosos. Os governos militares fizeram
muito mais pelos pobres do que os mentirosos da esquerda, que só
conseguiram “progresso social” para si mesmos, enchendo as suas “burras” com
dinheiro roubado do erário, portanto, do povo. Mas será que o Brasil se livrou mesmo da corrupção que era
rotina política de 1985 a 2018?
Além dos inúmeros focos de corrupção apontados pelas
diversas operações da Polícia e Ministério Público Federais, que segundo alguns
garantem, teria desviado do erário a exorbitante quantia de 10 trilhões de
reais, ”só” de 2003 a 2016,acabaram escapando
“ilesas” dessas operações as inúmeras PRIVATIZAÇÕES, que marcaram forte os Governos de FHC,de 1995 a 2003,e
continuaram muito ativas com o PT/MDB,
de 2003 a 2018,onde chegaram a privatizar a exploração dos maiores
aeroportos do país por valores
verdadeiramente “simbólicos”, ”vergonhosos”, tamanhas as suas subavaliações.
Imprescindível é
sublinhar que mediante as
“privatizações”, onde também “rolou” muita
corrupção, ninguém chegou a ser apontado ou responsabilizado pelas autoridades competentes. Tudo passou em
“brancas nuvens”.
Como em geral as pessoas não estão capacitadas para avaliar o patrimônio público nas estatais,ou seja, os “ativos” envolvidos, os
órgão públicos “interessados” nas
privatizações, muito espertamente, após colherem as autorizações necessárias do
Poder Legislativo, dentro da conhecida ” filosofia” do “toma lá-dá-cá”, contratam e “encomendam”
determinadas “avaliações”, que acabam
apontando valores muito inferiores ao real ,conforme o “encomendado”, subtraindo
desse valor ainda mais um “desconto” adicional, que na verdade nem
deverá ser levado em consideração pelos licitantes, só servindo para o “teatro”
de aparentar o pagamento de um “ágio”, ou
seja, de um “plus” acrescido ao valor mínimo do bem licitado ,restando oportunidade
ao respectivo órgão público de ,cinicamente, festejar e “soltar foguetes”
pela “vantagem” relativa ao “ágio” recebido.
Esse “teatrinho” é generalizado , em todas as
privatizações, sem qualquer exceção. Sempre
tem um “plus” pago sobre o preço mínimo ,mas que não é nenhum “plus” de
verdade, e sim um engodo “público”. Esses “cretinos” percebem que irão agradar
os seus desavisados eleitores por
venderem algum bem público “acima” do valor.
Em vista da disposição do Governo Bolsonaro, através do
trabalho do seu poderoso Ministro da
Economia, o banqueiro Paulo Guedes, estar “trabalhando” para privatizar o que
ainda resta de empresas da Administração Indireta da União, que certamente vai
superar o “volume”,a “soma”, de todas as outras realizadas anteriormente, nos
Governos de FHC e do PT/MDB, o Amaury Ribeiro Jr, autor de “Privataria Tucana”,
poderá deixar o gatilho preparado para um novo livro sobre “privataria” ,aproveitando o
anterior como “esboço”,só trocando os
nomes dos personagens e das empresas.
Os poderosos chineses, que acabaram se tornando os novos “imperialistas” mundiais, e que já
compraram grande parte da África, vêm aí “embalados” para adquirir as empresas brasileiras privatizandas, as
quais poderão ser adquiridas com “meia dúzia” dos seus “yuans”(supervalorizados).
O povo brasileiro, por sua maioria, politicamente
“idiotizada” ,nem vai se importar, e até irá aplaudir essa “entrega”, uma vez
que até hoje não teve garra, nem pulso, nem coragem ,para construir uma nação
forte e independente, tendo vivido quase toda a sua história como
verdadeiro escravo dos políticos
,uma escória disfarçada de “democrata”, e também de diversas potências estrangeiras. E
todos os políticos e partidos de oposição ao Governo Bolsonaro não terão qualquer moral para contestar
ou contrariar as privatizações
porvindouras, simplesmente porque no passado
fizeram a mesma coisa.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo