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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A ordem é produzir fumaça para esconder o que acontece - Blog do Noblat

Ricardo Noblat, jornalista

As veias abertas de um governo em agonia

O Brasil é o terceiro país com o maior número de casos, atrás apenas de Estados Unidos e Índia. E o segundo em número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos. Foram 483 nas últimas 24 horas, de um total de 203.140, com pouco mais de 8 milhões e 100 mil infectados.

Cortina de fumaça é expelida durante erupção do vulcão Sinabung, ao norte da ilha de Sumatra, na Tailândia Binsar Bakkara/AP/VEJA/VEJA/VEJA/VEJA
 
O vírus pisou no acelerador duas semanas após o início das festas de fim de ano. A tendência é que os números cresçam ainda. É por isso que os nervos do presidente e dos que o cercam estão à flor da pele. E, à falta de vacina, a ordem é produzir fumaça para desviar a atenção sobre o que acontece.
 
Recentemente, Bolsonaro disse a um grupo de devotos à entrada do Palácio da Alvorada que o Brasil está quebrado e que ele não pode fazer nada. Significa então: o país quebrou no colo dele. Porque antes não estava quebrado. [o presidente Bolsonaro recebeu do ex-presidente Temer um Brasil quebrado, arrasado (Dilma entregou para Michel Temer   um Brasil em frangalhos, Temer tentou consertar, mas fracassou - o ex-chefe da PGR, Rodrigo Enganot, o impediu de governar, mediante denúncias infundadas, absurdas) com 13.000.000 de desempregados, veio a pandemia e a situação piorou a covid-19 bagunçou todo planeta Terra. Não bastasse os malefícios da peste, o Poder Legislativo de forma sistemática boicotou projetos de lei apresentados pelo capitão, ao estilo "se é do Bolsonaro, não presta", devolveu MPs, atrasou outras.
O Poder Judiciário interferiu sistematicamente no Poder Executivo, revogando decretos, impedindo o presidente da República de exercer suas atribuições constitucionais, etc, etc. 
Felizmente, os inimigos do Brasil que por extensão são inimigos do presidente, começam a se convencer de que ruim com ele, pior sem ele. Nuvens promissoras começam a surgir.] No Congresso, ninguém o impediu de governar. Tampouco na justiça.

O que ele fez em dois anos? Nada, além de armar as pessoas como sempre defendeu, entregar a Amazônia aos cuidados dos desmatadores, a Educação a uma penca de ministros ineptos, a Cultura a quem tem horror a ela, e pôs nas Relações Exteriores um capacho, orientando-o a se curvar aos Estados Unidos. Não fez reforma alguma – herdou de Michel Temer a da Previdência, mas não se envolveu com ela. As privatizações de empresas estatais prometidas? Nenhuma. [ações judiciais, quase sempre movidas por sindicatos, acolhidas pela Justiça, suspenderam privatizações. Bolsonaro por força do juramento que proferiu ao assumir a Presidência da República da Federativa do Brasil tem que cumprir decisões da Justiça.] O auxílio emergencial de 600 reais foi invenção do Congresso. Se Bolsonaro tivesse sido atendido, o auxílio chegaria, no máximo, aos 300 reais. [o Congresso propôs R$ 500 e o presidente bateu o martelo em R$ 600,00].

Atravessou a pandemia desdenhando dela e exaltando os efeitos milagrosos de drogas comprovadamente ineficazes. A aposta inicial em uma única vacina foi mais um grave erro. Para completar, seu terceiro ministro da Saúde em menos de um ano sequer conhecia o SUS antes de assumir o cargo. Sabe que deverá substituí-lo em algum momento – mas qual? Antes, durante ou só depois da vacinação? Mas seu governo se aguenta de pé se a vacinação em massa fracassar ou demorar em excesso? Se não bastasse, sua referência no mundo está de saída do poder – e que maneira encontrou para sair…

Donald Trump cederá a cadeira a quem Bolsonaro publicamente desejou que fosse derrotado. O presidente do Brasil foi um dos últimos chefes de Estado, se não o último, a cumprimentar Joe Biden pela vitória. E o único a dar razão aos invasores do Congresso americano chamados por Biden de “terroristas”.

Convenhamos: para quem reconheceu não ter nascido para ser presidente, nunca teve um projeto para o país, não gosta de pegar no pesado e valoriza tão pouco a vida alheia, tudo isso é, e com razão, um grande tormento. Só não faz sentido ele querer se reeleger. Pode ser um sacrifício a mais que fará pelos filhos. É bom que se frise: o Brasil não está quebrado, Bolsonaro é que não tem conserto. De todo modo, vida longa a ele para que colha o que plantou. [para os parágrafos que não inserimos comentário, assim entendemos: 
o Brasil é uma NAÇÃO SOBERANA, LIVRE e INDEPENDENTE e JAIR BOLSONARO, seu presidente, NÃO PODE, NEM DEVE se curvar aos desejos do democrata eleito para presidir os Estados Unidos da América.
Quanto aos que insistem em atribuir ao capitão responsabilidades pelas mortes causadas pela pandemia repetimos o desafio: 
que apontem uma ÚNICA MORTE que tenha sido causada por ação ou omissão, diretas, do Presidente da República Federativa do Brasil.]

Blog do Noblat -  Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

 

domingo, 23 de fevereiro de 2020

A privataria bolsonariana


Tudo leva a crer que os militares que se instalaram no governo com a vitória de Jair Bolsonaro, em outubro de 2018, estariam mais ajudando a desfazer   toda a  grandiosa obra deixada pelos seus antigos  “colegas” de farda, protagonistas da “intervenção” de 1964, durante os  seus 5 (cinco) governos consecutivos, de 1964 a 1985, ou seja, de  Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazú Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.

Quem se der ao trabalho de examinar com minúcias a “obra” do atual governo, durante os seus 14 primeiros meses  de trabalhos, certamente vai ser forçado a concluir que o  “modelo” de gestão  desse governo se aproxima muito mais das “obras”, ou “desmanches” dos governos que se sucederam aos militares, ou seja, os de José Sarney, Fernando Collor/Itamar Franco, FHC, Lula  da Silva, e Dilma Rousseff/Michel Temer, que “mandaram” de 1985 a 2018, do que propriamente dos  governos dos militares, de 1964 a 1985.

[ Para felicidade dos brasileiros o ilustre articulista já inicia seu artigo desfazendo uma premissa, quando diz que militares 'estariam'.
Se conclui, com o  exame minucioso da questão, proposto pelo autor, que os militares,  se tinham a intenção de desfazer algo do muito realizado no período 64 a 85, desistiram - pela simples razão que os governos de José Sarney a Dilma Rousseff cuidaram de desmanchar aquele legado.
A BEM DA VERDADE, excluímos do rol de demolidores Collor - não teve tempo para governar (conseguiram fazer com ele o que cogitavam fazer com o presidente Bolsonaro e que muitos já desistiram e outros rumam à desistência;
com Collor foi mais fácil tendo em conta a natureza das acusações que lhe foram imputadas, já com o capitão,  acusações daquela natureza não prosperaram e nem prosperarão).

Impõe-se também excluir Itamar Franco da antipatriótica listagem, sendo ele deixado o PLANO REAL - apesar de FHC ter se apropriado de uma criação presidencial (ministros são coautores de um plano de governo, já que a execução sempre depende do apoio do presidente.) 

Temer, começou com um bom plano de governo, mas, a oposição sistemática movida contra ele, tendo no comando o então da Chefe da PGR, Rodrigo Enganot, boicotou qualquer ato do seu governo.

O presidente Bolsonaro, além do boicote sistemático, citado na matéria pelo seu autor, tem que vencer a 'constituição cidadã', feita sob medida para impedir o progresso do Brasil, ao conceder direitos SEM deveres, ser detalhista e ao mesmo tempo confusa - facilitando à judicialização até do uso de banheiros públicos - e tornando a impunidade uma regra.] 
Adotando a forma “política “de governar  idêntica  à que  funcionou  de 1985 a 2018, e apesar do aproveitamento de  quase “metade” do generalato  para compor o novo  governo, ao invés de optar pela forma “militar” de governar, como funcionou  de 1964 a 1985, o governo  de Jair Bolsonaro acabou ficando totalmente refém ,“amarrado”, e mesmo “boicotado”, no sentido de  bem governar,  pelos outros Dois Poderes Constitucionais (Legislativo  e Judiciário/STF), ambos norteados por um combate sem tréguas  e radical ao governo, que certamente assumiu bem intencionado.

Enquanto os militares governantes do Regime Militar tinham a energia ,e a “autoridade”  necessárias  para fazer um bom governo, com essa atitude dotando o  país de uma infraestrutura de obras públicas em nível compatível   com a dos países mais desenvolvidos do mundo , os que tomaram posse em janeiro de 2019, com a vitória de Bolsonaro, mostraram-se absolutamente “frouxos” e “políticos ” demais  para superar o boicote dos seus adversários . Isso tudo resultou numa inversão de valores de tal dimensão  que conseguiram construir uma realidade na qual  os bandidos andam soltos pelas ruas  e o governo “preso”.

A grande bandeira dos governos do PT, por exemplo, foi sempre o progresso “social” das classes menos favorecidas, quando tudo não passou de uma descarada mentira ,com  manipulação de índices sociais enganosos. Os governos militares fizeram muito mais pelos pobres do que os mentirosos da esquerda, que só conseguiram  “progresso social” para  si mesmos, enchendo as suas “burras” com dinheiro roubado do erário, portanto, do povo. Mas será que o Brasil se livrou mesmo da corrupção que era rotina política de 1985 a 2018?

Além dos inúmeros focos de corrupção apontados pelas diversas operações da Polícia e Ministério Público Federais, que segundo alguns garantem, teria desviado do erário a exorbitante quantia de 10 trilhões de reais, ”só” de 2003 a 2016,acabaram escapando  “ilesas” dessas operações as inúmeras  PRIVATIZAÇÕES, que marcaram  forte  os Governos de FHC,de 1995 a 2003,e continuaram muito ativas  com o PT/MDB, de 2003 a 2018,onde chegaram a privatizar a exploração  dos maiores   aeroportos  do país por valores verdadeiramente “simbólicos”, ”vergonhosos”, tamanhas  as suas subavaliações.
Imprescindível  é sublinhar que mediante  as “privatizações”, onde também “rolou” muita  corrupção, ninguém chegou a ser apontado ou responsabilizado  pelas autoridades competentes. Tudo passou em “brancas nuvens”.

Como em geral as pessoas não estão capacitadas para  avaliar o patrimônio público nas  estatais,ou seja, os “ativos” envolvidos, os órgão públicos  “interessados” nas privatizações, muito espertamente, após colherem as autorizações necessárias do Poder Legislativo, dentro da conhecida ” filosofia”  do “toma lá-dá-cá”, contratam e “encomendam” determinadas  “avaliações”, que  acabam  apontando valores muito inferiores ao real ,conforme o “encomendado”, subtraindo desse valor  ainda mais  um “desconto” adicional, que na verdade nem deverá ser levado em consideração pelos licitantes, só servindo para o “teatro” de aparentar  o pagamento de um “ágio”, ou seja, de um “plus” acrescido ao valor mínimo do bem licitado ,restando  oportunidade  ao respectivo órgão público de ,cinicamente, festejar e “soltar foguetes” pela “vantagem” relativa ao “ágio” recebido.     
                                                
Esse “teatrinho” é generalizado , em todas as privatizações, sem qualquer exceção. Sempre  tem um “plus” pago sobre o preço mínimo ,mas que não é nenhum “plus” de verdade, e sim um engodo “público”. Esses “cretinos” percebem que irão agradar os seus desavisados  eleitores por venderem algum bem público “acima” do valor.

Em vista da disposição do Governo Bolsonaro, através do trabalho do seu poderoso Ministro  da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, estar “trabalhando” para privatizar o que ainda resta de empresas da Administração Indireta da União, que certamente vai superar o “volume”,a “soma”, de todas as outras realizadas anteriormente, nos Governos de FHC e do PT/MDB, o Amaury Ribeiro Jr, autor de “Privataria Tucana”, poderá deixar o gatilho preparado para um  novo livro sobre “privataria” ,aproveitando o anterior como “esboço”,só  trocando os nomes dos personagens e das empresas.                                                                                                                                          
Os poderosos  chineses, que acabaram se tornando  os novos “imperialistas” mundiais, e que já compraram grande parte da África, vêm aí “embalados” para adquirir  as empresas brasileiras privatizandas, as quais  poderão ser adquiridas  com “meia dúzia” dos seus   “yuans”(supervalorizados).

O povo brasileiro, por sua maioria, politicamente “idiotizada” ,nem vai se importar, e até irá aplaudir essa “entrega”, uma vez que até hoje não teve garra, nem pulso, nem coragem ,para construir uma nação forte e independente, tendo vivido quase toda a sua história como verdadeiro   escravo dos  políticos  ,uma escória disfarçada de “democrata”, e  também de diversas potências estrangeiras. E todos os políticos e partidos de oposição  ao Governo Bolsonaro  não terão qualquer moral para  contestar  ou  contrariar as privatizações porvindouras, simplesmente porque no passado  fizeram a mesma coisa.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

NOVA “PRIVATARIA” À VISTA - Sérgio Alves de Oliveira


Ao que tudo indica, o único tipo de corrupção no serviço público  brasileiro que não deixa nenhum rastro se verifica  na  PRIVATIZAÇAO DE ESTATAIS. E parece não ser necessário nenhuma prova adicional  para confirmar essa realidade  que não seja  a simples comparação entre os  governos “tucanos”, de Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003 (2 mandatos), e os governos do PT/MDB, de 2003 a 2018.

[algumas vezes para nos livrarmos do PREJUÍZO + ATRASO, (mazelas contínuas)  temos que até aumentar um pouco o PREJUÍZO (uma única vez) e dele nos livrarmos e eliminando o atraso.
Imagine, o que a privatização nos propiciou em termos de facilidade de comunicações, disponibilidade de telefones fixos e celulares, Internet, etc.
Com a manutenção das ESTATAIS, (felizmente privatizadas) , será que estaríamos onde estamos?
A CRT teve a pouca sorte de cair na mão da OI - sob assessoria econômica do fenomenal Lulinha.]

É provável  que o “rombo” deixado pelo PT/MDB  nos cofres públicos  tenha sido  bem maior do que o  deixado pelo   PSDB.  Estima-se que os primeiros assaltaram o erário em cerca de 10 trilhões de reais que, em “trocadinhos”, significaria 10 mil bilhões de reais. Não é pouca “grana”. Esse valor supera  o PIB brasileiro.  

Mas parece que ninguém até hoje se interessou em fazer alguma estimativa da roubalheira “tucana” nas suas  privatizações. A Embratel, por exemplo, foi “torrada” por 1,6 bilhões, e  tinha mais que esse  valor somente em satélites  artificiais de telecomunicações. Por isso a Embratel foi mais “doada” do que “vendida”. E as outras tantas?       
                                                                                              
No mesmo  embalo da “privataria tucana” , a estatal gaúcha, Companhia Riograndense de Telecomunicações-CRT, foi “torrada” por menos de 1 bilhão de reais, e revendida ,pouco tempo depois, por 5 ou 6  vezes mais, num negócio entre “gringos”, sem que tenha havido  nenhum investimento  expressivo na “planta” telefônica privatizada. Hoje o que era a CRT está integrado à “OI”.

Os governos militares que tomaram o poder , a partir de 1964, organizaram e regulamentaram as empresas paraestatais de direito privado (empresas públicas,sociedades de economia mista ,e fundações),a fim de que elas atuassem em áreas do desenvolvimento  que eram necessárias,mas que não eram atrativas às empresas privadas,pela baixa lucratividade que ofereciam , e pelo  interesse social que objetivavam àcima de tudo.

O  “esqueleto” jurídico dessas organizações estatais surgiu com a edição do Decreto-Lei Nº 200,de 1967,que  tratou da  então “reforma administrativa”, dando plena autonomia a essas empresas ,para que elas  funcionassem como se empresas privadas fossem, tanto que enquadradas na categoria de empresas de “direito privado”. Essa inteligente medida deu-se em virtude da consciência  dos políticos e administradores públicos  da época  de que se fossem aplicadas a essas empresas as rotinas do serviço público da Administração Direta, absolutamente nada funcionaria direito. É por essa razão que essas empresas nem estavam sujeitas  inicialmente às normas das licitações públicas para obras, compras e serviços.

Mas bastou os militares entregarem o comando do governo aos políticos, em 1985,que logo eles se encarregam de aniquilar o “espírito”  das empresas estatais ,”aparelhando-as” com administradores incapacitados, corruptos,  “capachos” políticos, e  empreguismo  sem limites, retirando toda a autonomia das empresas estatais para transformá-las em meras (outras)  “repartições públicas”, inclusive sujeitando-as ao regime das licitações públicas, que sabidamente é a melhor forma  das empresas pagarem mais caro pelas obras, compras e serviços que adquirirem. Essa realidade pode ser verificada com muita facilidade, bastando comparar os “negócios” das empresas privadas com os das estatais.

Será que ninguém se deu por conta que praticamente toda a roubalheira,tanto da  “privataria tucana”, quanto  dos 10 trilhões “desviados” pelo PT/MDB, deram-se  à  luz do “moralizador” Regime das Licitações, e de outras leis  também “moralizadoras” ,que facilitaram tudo ?  E que só “pegaram” os corruptos do PT/MDB, ”livrando a cara” dos tucanos?

Na verdade os políticos construíram todo um clima, frize-se,  de uma situação que eles mesmos criaram,no sentido de receberem apoio incondicional da opinião pública para que se privatize “tudo”,que “existe”, e mesmo  o que “não existe”, ”incondicionalmente”. Tudo isso me “cheira” evidências  da perspectiva de  volta da roubalheira  pela via das “´privatizações”,que novamente seria “legalizada”, como antes  já o foi ,na “era tucana” , dentro dos “conformes” das leis que regulam as licitações públicas e venda de estatais.

Na verdade nada tenho contra privatizações. Até acredito  que as empresas funcionam melhor em mãos da iniciativa privada. Mas não posso concordar com a roubalheira nas privatizações.  E nada justifica a entrega de empresas estatais em “quase-doação”, mascarada  com os subterfúgios da SUBAVALIAÇÃO, seguida de  generosas  propinas de “agradecimento”.

Mas o PT/MDB também “avançou” no que não era seu, ou seja,no erário,não perdendo muito para o PSDB,na questão das suas “privatarias”,ao lado das “outras”. E maior prova que a roubalheira nas privatizações não deixa nenhum rastro,é que pelas suas privatarias ninguém,ninguém mesmo, do PT/MDB foi pego pelas diversas operações da Polícia Federal.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo




terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O ‘Zé com Zé’ de Bolsonaro com os liberais - José Casado - Governo privatista cria 638ª estatal

Sua principal decisão sobre privatizações foi... criar uma nova estatal 

Candidato, atravessou 2018 repetindo: “Vamos privatizar logo aquelas quase 50 criadas pelo PT, e ainda sobram 100.” Presidente, viu passar na janela do palácio 340 dias. Sua principal decisão sobre privatizações foi... criar uma nova estatal. É de Bolsonaro a 638ª empresa da União, a NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea S.A. É um novo gigante do setor público à beira-mar, com sede no Rio e duas mil pessoas a bordo da folha salarial.

A certidão de nascimento da NAV Brasil foi estampada dias atrás no Diário Oficial. Curiosamente, sem a assinatura do ministro da Economia.  É caso raro, talvez único, de criação de empresa controlada pela União sem aval do responsável pelo caixa do governo — no caso, Paulo Guedes, esteio da fração liberal no condomínio de poder presidido por Bolsonaro.

A NAV surge numa constelação federal composta por 46 estatais sob controle direto, 159 subsidiárias, 233 coligadas e 199 com participação acionária da União. Elas fazem de tudo, de petróleo a brincos eletrônicos (chips) para bois, porcos e ovelhas. Algumas levam década e meia desenhando coisas no papel, como o trem-bala Rio-São Paulo. Em setembro abrigavam 481,8 mil empregados. Esse é um ambiente essencialmente masculino: apenas 36% são mulheres, com acesso restrito a 21% dos postos de comando. [LEMBRETE: 637 já existiam, sendo que muitas foram criadas pelo perda total = pt;
- Bolsonaro é responsável apenas pela  NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea S.A, sendo o complicador é que quem prometeu privatizar criou uma.
Presidente Bolsonaro, para compensar ainda este ano presenteie o contribuindo brasileiro com a extinção de pelo menos uma - a VALEC.]

De cada dez sob controle direto do Estado, quatro sobrevivem somente com repasses do Tesouro. Custam R$ 54,7 milhões por dia, ou R$ 19,9 bilhões neste ano
 Isso equivale a 71% da dinheirama que a Petrobras efetivamente vai desembolsar, no próximo dia 27, em pagamento pelas áreas no pré-sal leiloadas no mês passado.
Governo vendeu, uma estatal comprou. No mercado financeiro esse tipo de negócio tem nome: “Zé com Zé”.

José Casado, colunista - O Globo


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Celso Daniel e Marielle Franco x O NOVO 7 x 1 BRASILEIRO

Celso Daniel e Marielle Franco

A versão de Bia Kicis sobre o caso de Marielle Franco é a seguinte:
“Com a denúncia de que Lula mandou matar Celso Daniel, a Orcrim sacou essa falsa acusação contra Jair Bolsonaro.
O fato de Lula, além de mega corrupto, alcoólatra, psicopata e ladrão, ser também um assassino frio e calculista, pode dificultar a sua soltura pelo STF.”

Nada pode dificultar a soltura de Lula pelo STF.


O NOVO 7 x 1 BRASILEIRO

O combate à corrupção pode não ser o único derrotado com decisão do STF. Os avanços econômicos serão ameaçados


Caro leitor,
Será um novo 7 x 1.
O placar parcial de 4 x 3 já indica que o Supremo Tribunal Federal deverá impedir as prisões de condenados em segunda instância.
Reportagem de Caio Junqueira, na Crusoé, explica por que a decisão do Supremo, a se confirmar, vai ser o novo 7 x 1 nacional.
O título: “É UM ESCÁRNIO!”




A apuração explica do que se trata:
…já é possível concluir que um dos mais importantes instrumentos de combate à corrupção do país será derrubado pela corte. Foi com a prisão imediata após o veredicto em segunda instância autorizada pelo mesmo STF em 2016 que a Operação Lava Jato pôde se tornar um dos maiores exemplos de combate à corrupção do mundo. Corruptos e corruptores poderosos passaram a ir para a cadeia. Outros, por temer a possibilidade, concordaram em fazer delações premiadas sem as quais talvez jamais o país conheceria as profundezas de esquemas bilionários montados para saquear dinheiro público. Muitos desses esquemas estavam blindados graças, exatamente, à cultura de impunidade patrocinada pelo Judiciário. Com dinheiro em mãos, os envolvidos podiam contratar os criminalistas mais caros do país que, com acesso direto às cortes superiores, conseguiam adiar condenações indefinidamente. Com o novo entendimento do Supremo (…), o velho status muito provavelmente será retomado…
Se a mudança de jurisprudência se confirmar no STF, 38 condenados pela Lava Jato que cumprem pena em regime aberto, fechado ou usam tornozeleira eletrônica ganharão liberdade, sem nenhum constrangimento.
Irão para a rua: Eduardo Cunha, José Dirceu e, e claro, Lula.
Lula, Lula, Lula…
O Brasil parece fadado a voltar ao passado.
Mais um 7x 1.
E o derrotado pode não ser apenas o combate à corrupção.
O passado do Brasil ameaça ainda os avanços econômicos recentes — e os que estão em construção pelo atual governo.
Isso pode incluir reforma da Previdência, privatizações, responsabilidade fiscal, redução do estado etc.
Veja o que o repórter Caio Junqueira apurou sobre os movimentos de bastidores do condenado por corrupção e lavagem de dinheiro que deverá ganhar as ruas e palanques novamente:
Ciente de que está prestes a deixar a prisão, o ex-presidente já traça as diretrizes para liderar a oposição a partir de sua saída. Em recente conversa com correligionários, disse que pretende comandar o campo político adversário do presidente Jair Bolsonaro tendo por foco o desemprego e a política econômica liberal que, segundo ele, ameaça “a soberania nacional”…
É o mesmo discurso carcomido e atrasado, mas que, infelizmente, ainda deve encontrar eco em parte da sociedade.
A reportagem é leitura obrigatória.
Lula na rua já é bem mais do que uma hipótese remota agora.
É quase uma certeza.
É o passado rondando um país para arrastá-lo… para o passado novamente, claro.

Em O Antagonista, você tem mais informações
 

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Expectativa melhora. De novo - Carlos Alberto Sardenberg


Coluna publicada em O Globo - Economia 25 de julho de 2019

É inegável que as expectativas melhoraram. E não constituem falso otimismo. Há coisas importantes acontecendo na economia real.  Os juros estão caindo. A taxa básica, a Selic, calibrada pelo Banco Central, deve chegar ao final deste ano na casa dos 5%, que será a mais baixa de era do Real. Mais do que isso, marcará um momento em que os juros brasileiros começam a se normalizar e entrar em sintonia com o mundo. Parece que ficam para trás os tempos em que o Brasil era cronicamente o campeão dos juros altos.
[se deixarem o presidente Bolsonaro governar e ele só se manifestar através do porta-voz, evitando entrevistas de improviso - muitas verdadeiras armadilhas que ele sempre cai - e  o 'primeiro-ministro' Maia não esquecer que a campanha para presidente só começa em 2022 e que ele não tem chance (já estará no lucro se for reeleito deputado), o Brasil tem conserto e reencontra o desenvolvimento, o pleno emprego e o inicio do fim da miséria.

O incidente dos 'paraíbas' já foi superado, o povo do Nordeste já entendeu que Bolsonaro apenas foi espontâneo e ele saberá conter sua espontaneidade - muitas vezes bem intencionada, mas, inconveniente.]

A inflação persistentemente baixa há anos e a previsão de que continuará assim sustentam essa perspectiva. Além da enorme capacidade ociosa e da lerdeza da recuperação, há outro fator que praticamente obriga o BC a derrubar a Selic: o andamento das reformas.  Coloquei no plural – reformas – porque a aprovação da previdenciária, robusta e com sólida votação, sugere que outras podem caminhar no Congresso, especialmente a tributária. A reforma da previdência encaminha o equilíbrio das contas públicas. A simplificação dos impostos elimina um dos maiores entraves à atividade empresarial. Junto com o cenário de juros baixos, tudo isso sugere boa perspectiva de aceleração da retomada da economia.

E ainda tem a ajuda das privatizações, que avançam em ritmo até surpreendente num país com cultura tão estatizante. Ocorre que desta vez a equipe econômica é genuinamente privatizante. Isso faz diferença. Nos processos de privatização do passado, a maioria era feita por necessidade. Não havia mais como sustentar certas estatais ou tocar obras públicas, de modo que privatizar aparecia como um mal necessário.  Resultava, como especialmente nos governos Lula e Dilma, em privatizações de má vontade. Algo assim: você leva a estrada, mas não pode ter lucro com ela. Ou, você leva a empresa, mas o governo está de olho.

Diferente do que faz a equipe econômica atual, que não tem dúvidas sobre a superioridade do setor privado sobre o público nas atividades de produção e distribuição de mercadorias e serviços. Há quanto tempo se debate sobre privatização da Petrobras e subsidiárias? Pois o governo conseguiu desestatizar a BR Distribuidora em seis meses. Em cima disso, entra para o consumo o dinheiro liberado do FGTS.  [temos grande receio com o uso do FGTS para provocar bolhas de desenvolvimento - R$ 500 é pouco, nas apenas parece, mas para a conta da qual foi sacado se recupere (grande parte das contas do FGTS importa em depósitos mensais em torno de R$ 80), seja reposto o total sacado leva em torno de seis meses e o FGTS perca sua função original.] É por isso que o risco Brasil está em queda (medido pelo CDS, Credit Default Swap) espécie de seguro contra calotes. O investidor internacional está exigindo menos juros para comprar papéis do governo brasileiro. Equivale a mais confiança no pagamento. E os juros no mercado futuro já caíram, indicando boas condições para investimentos e consumo.

Resumindo, estamos de novo com a expectativa de alguma retomada no segundo semestre a uma volta do crescimento para 2020. E digo de novo porque isso já aconteceu três vezes nos últimos três anos. O que, então, frustrou as expectativas? Instabilidade e crises políticas. E qual o risco hoje? A mesma coisa. Tome-se a reforma da previdência, aprovada no primeiro turno na Câmara dos Deputados. Faltam: um turno na Câmara e dois no Senado.

Comenta-se: do modo que foi aprovada no primeiro turno, está na cara que agora vai. Mas o presidente Bolsonaro perdeu votos nordestinos – com a história dos paraíbas – e criou um clima arriscado no Senado com a decisão de nomear seu filho Eduardo embaixador nos EUA.  Não é que a reforma esteja perdida – continua mais provável que seja aprovada – mas no mínimo ficou um pouco mais cara. A sorte é que o Congresso, especialmente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assume uma postura de maior responsabilidade com os problemas econômicos. Mas boa parte dos deputados e senadores está fazendo isso não por virtude, mas por necessidade – não querem ser responsabilizados por outra crise. Ora, se acharem um outro candidato a criador de crises – já sabem onde – os votos podem mudar. Ou seja, o risco está no governo Bolsonaro, excluídos Guedes, Moro e o pessoal da privatização.

Carlos Alberto Sardenberg - jornalista e comentarista econômico