O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando
Oliveira, afirma que a principal diretriz de sua gestão será a
fiscalização das estradas, atribuição que, segundo ele, perdeu
importância em relação a outras áreas, como o combate às drogas e ao
roubo de cargas, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A gente está corrigindo rumos em trazer a gente para a segurança
viária. Eu acho que a Polícia Rodoviária Federal é rodoviária federal
não à toa. A gente nasce para fazer a segurança das estradas e, muito
mais, a proteção de vidas”, disse em entrevista à Folha.[outra autoridade do atual governo que não consegue esquecer o presidente Bolsonaro.]
A gestão petista ainda não mexeu na portaria que autorizou agentes
rodoviários a atuar fora das rodovias federais e a participar de ações
em favelas, por exemplo. Foi com esse arcabouço legal que a PRF integrou as operações na Vila
Cruzeiro (RJ), com 23 mortos, em Varginha (MG), com 26 mortos, e em
Itaguaí (RJ), com 12 mortos, entre outras.[parágrafo que mostra claramente que a Folha também não conseguiu esquecer o governo Bolsonaro - as mortes que destaca, são consequência lamentável, da audácia de bandidos que enfrentam a polícia.]
Quais são as prioridades de sua gestão?
É trazer a
PRF de volta ao que ela sempre foi: a polícia cidadã, uma polícia que
faz boas entregas para a sociedade. O primeiro passo para esse caminho é
voltar a dar à segurança viária a importância que ela tem para a
instituição.
Isso significa aumentar o número de radares nas estradas?
Na
deflagração da operação Carnaval, a gente já recomendou o aumento da
fiscalização do excesso de velocidade, combatendo também a alcoolemia na
direção. A gente sabe que nenhuma polícia é onipresente, então a gente
precisa de um procedimento de reeducação ou de educação do condutor para
que caiam efetivamente os índices de acidente, de letalidade do
trânsito.
A gente quer aumentar para fazer o controle de excesso de velocidade porque é um dos índices grandes de acidentes e de acidentes graves.
Uma mudança implementada pelo governo passado é a
obrigatoriedade de divulgação pela PRF dos pontos onde estão os radares
móveis. Haverá mudança?
A ideia não é pegar ninguém de
surpresa. É reduzir acidentes. A gente não tem intenção de fazer multa, a
gente tem intenção de reduzir acidentes.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública avalia o programa
de câmeras em uniformes dos policiais. O que o senhor pensa sobre o
tema?
Eu sou favorável porque eu trabalhei em estradas por
mais de 10 anos e se eu tivesse trabalhando com uma câmera corporal eu
me sentiria mais seguro.
Antônio Fernando Oliveira, 52 – É policial rodoviário federal há 29 anos. Foi Superintendente da PRF no Maranhão.
Qual era diretriz da gestão passada da PRF em relação a questões como garimpo ilegal e extração ilegal de madeira?
Como
eu não estava na direção, eu não sei exatamente o que foi determinado
daqui. Eu posso fazer uma avaliação, de forma mais geral, como política
pública de segurança. A gente sabe que no governo passado o maior foco
era no combate à criminalidade e menos nos crimes ambientais, menos no
combate ao garimpo ilegal. E aí a gente sabe que não era esse o foco da
política pública do governo passado.
Houve ênfase na questão das drogas. Ênfase na questão das drogas e ênfase no combate aos crimes específicos como roubo e furto de carga que terminou gerando aquela operação no morro que você citou, porque o início daquela operação foi justamente o combate ao roubo de carga.
O senhor entende como uma política bem-sucedida?
Tanto
que eu não entendo que eu acho que a gente está corrigindo rumos em
trazer a gente para segurança viária. Eu acho que a Polícia Rodoviária
Federal é rodoviária federal não à toa. A gente nasce para fazer a
segurança das estradas e, muito mais, a proteção de vidas. Esse é o meu
ímpeto desde que eu vesti essa farda pela primeira vez: é proteger a
vida, muito mais do que qualquer outra coisa.
Haverá reajuste de salário dos policiais?
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