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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Janaina Paschoal pede que Bolsonaro pare de ouvir filhos e Olavo - RODRIGO CONSTANTINO


Em nota publicada nas redes sociais, a deputada Janaina Paschoal atacou FHC e aqueles que já falam em impeachment de Bolsonaro após menos de 5 meses de governo, e também aproveitou para pedir união aos que votaram no presidente, apelando para que ele pare de ouvir Olavo e seus filhos, que costumam gerar mais cizânia do que união
 
Eis o texto na íntegra:
"Muito curioso, quando eu pedi o impeachment de Dilma Roussef, com base em crimes graves, fartamente demonstrados, FHC saiu em defesa da ex-Presidente, diminuiu minha denúncia, mesmo confessando não ter lido… depois, serviu como testemunha de defesa de Lula em vários processos. Agora, no nascedouro do governo Bolsonaro, ele diz aos sindicalistas, que o impeachment pode ser inevitável. E ainda tem quem diga que FHC era o líder da oposição ao PT!? FHC é o mais letrado dos petistas!
Acreditem, as manifestações de ontem não têm nada a ver com cortes na educação, nem com reforma da previdência. Os infiltrados usariam qualquer desculpa para criar o factoide da insatisfação, com o fim de derrubar Bolsonaro. Peço, encarecidamente, àqueles que ajudaram a elegê-lo que parem de brigar entre si. É isso que eles querem. É assim que se fortalecem. Parem de brigar internamente! A briga com os verdadeiros opositores (que estão unidos) está só começando!
Afastem as teorias da conspiração da mente… Não houve um único grupo (ou pessoa) responsável pela vitória de Bolsonaro. Houve um povo cansado que se uniu e abraçou nossa única alternativa naquele momento. Caiam na real!  
Peço a Bolsonaro que pare de ouvir Olavo. Ele tem uma obra incrível, mas a obra não se confunde com o autor. Peço a Bolsonaro que pare de ouvir os próprios filhos. Siga amando seus filhos, mas os afaste, por favor.
Muitos querem derrubar Bolsonaro, mas não somos nós! Nós enfrentamos todos os riscos para dar uma chance ao país. Bolsonaro, reflita! Eu nunca menti para o Sr! O Sr sabe!"
Enquanto isso, o próprio Carlos Bolsonaro tuitou falando em possível queda do pai:
A questão que surge é: a postura de Carlos e sua militância virtual ajuda ou atrapalha o governo de seu pai? Eis o ponto. Muitos vêm alertando que esse clima de guerra propagado pelo próprio bolsonarismo vai dificultar o governo de Bolsonaro, e aumentar o grupo dos que falam em impeachment.
Os bolsonaristas, com alguma razão, dirão que é um golpe do establishment contra as mudanças propostas pelo presidente com o apoio do “povo”. Mas os críticos honestos poderão argumentar que era previsível ou mesmo inevitável esse resultado se a estratégia escolhida fosse o confronto direto com o Congresso.
Contar apenas com a “pressão popular” (na verdade, militância virtual) para vencer a própria democracia, com todas as suas imperfeições e com esse centrão fisiológico, mas eleito, era um sonho ingênuo e perigoso, pois populista e autoritário. Renan Santos, do MBL, gravou um vídeo com boa análise sobre essa guerra de Bolsonaro, apontando para o eventual fracasso dessa tática dos “templários”:
 
A GUERRA DE BOLSONARO | Por Renan Santos
Diante das derrotas do governo na Câmara, William Waack gravou um comentário sobre esse embate, sem analisar o mérito, mas concluindo que dificilmente Bolsonaro sairá vencedor dessa batalha:
O que fará Bolsonaro com a Câmara dos Deputados? William Waack comenta

Legislativo impõe nova e significativa derrota política ao Executivo, que se mostra desorganizado e desarticulado na Camara dos Deputados. De que maneira Jair Bolsonaro irá lidar com os deputados para tentar levar adiante o que considera importante?

O resumo da ópera (bufa) é que os bolsonaristas, ainda que com boas intenções, acharam ser possível dobrar o Congresso “podre” com a pressão “popular” (militância virtual), desprezando não só o fato de que deputados e senadores da “velha política” foram eleitos de forma legítima e representam parcela do povo, como a força do Parlamento. Queriam uma espécie de déspota esclarecido, mas isso não vai vingar – nem deveria. As mudanças em nosso país serão graduais, reformistas, não por meio de uma revolução “redentora”.
Em suma, a campanha jacobina do próprio bolsonarismo foi criando resistências não só no centrão fisiológico e no establishment, como nos círculos liberais e conservadores, já que muitos ficaram assustados com o grau de autoritarismo e intolerância dos bolsonaristas, em especial dos próprios filhos do presidente e de seu guru. Quem tem alimentado a narrativa de impeachament, portanto, é justamente a turma que acha que está salvando o presidente e o Brasil. Quem planta vento colhe tempestade, e quem alimenta corvos terá os olhos arrancados. Não foi por falta de aviso…


 
 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Filhos não entenderam o que fez Bolsonaro vencer e ainda estão em campanha


Por que Bolsonaro foi eleito? São vários fatores, claro. Entre eles, o antipetismo, a facada de Adélio, a Lava-Jato, a economia, a indignação popular contra o establishment, o desejo de mudança na parte cultural, o liberalismo econômico de Paulo Guedes, o cansaço com o partidarismo da imprensa etc. Cada um votou por uma razão, e o somatório de causas explica a vitória.  Mas a ala ideológica do governo, liderada pelos filhos Eduardo e Carlos, juram que foi Olavo de Carvalho quem garantiu a vitória do pai. Eles menosprezam todos os outros fatores, e acreditam que quase 58 milhões votaram em Bolsonaro porque desejam reverter a “guerra cultural” contra o “globalismo”.

Com mapa de fundo tão equivocado, os filhos do presidente depositam no guru um poder que, na prática, ele nunca teve. Serve para alimentar o ego do filósofo, e para reforçar uma narrativa de constante combate contra terríveis forças do mal. Essa mentalidade tribal atende aos interesses de quem vive em campanha, não de quem precisa governar um país. Infelizmente, o próprio presidente é muito influenciado pelos filhos e pelo guru. Passou um pito recentemente em Olavo de Carvalho, mas não é capaz de efetivamente desautorizar os filhos, que, logo depois, dedicaram inúmeras postagens contra o vice-presidente Mourão. Carlos está prestes a completar 40 horas de ataques ininterruptos ao vice do pai, e seu irmão endossou o coro: “função de vice não é dar opinião!”

Mourão foi eleito junto com Bolsonaro numa chapa,
assim como Dilma e Temer (e muitos bolsonaristas alegaram exatamente isso quando os petistas disseram que não elegeram Temer). Não nego que Mourão tem feito declarações que podem ser consideradas antagônicas à agenda do governo, mas em parte seu papel tem sido o de moderação e contemporização num ambiente de batalha constante.  Para os filhos do presidente, isso é ato de traição. O próprio Bolsonaro, em áudio vazado, disse que Mourão terá uma “surpresinha” em 2022. Olavo de Carvalho declarou guerra aberta ao vice, tratado como um pústula traidor. O clima é de bagunça geral, e a postura dos filhos de Bolsonaro tem tudo a ver com isso.

A pesquisa CNI/Ibope mostra que Bolsonaro tem aprovação baixa, de apenas 35%, enquanto aqueles que consideram seu governo ruim ou péssimo já chegam a 27%. É a economia, estúpido! “Templários” podem brincar de revolução no Twitter ou passar o dia atacando o vice-presidente escolhido por Bolsonaro e eleito pelo povo na mesma chapa, mas o povo, aquele real, quer mesmo é emprego!

O projeto de Eduardo e Carlos, porém, parece ser outro. Mais preocupados com o clã do que com o país, a narrativa, produzida pelo guru e disseminada pela militância, é a de que Bolsonaro é um “mártir” em meio a traidores. O presidente seria “amado pelo povo”, mas todos tentam boicotar seu governo. É um discurso claramente personalista e populista, até mesmo fascista. Congresso não presta, Judiciário não presta, militares não prestam, o vice não presta: só o presidente, adorado pelo povo, presta!

Essa tática de constante combate, que já foi chamada de “presidencialismo de colisão”, em vez de presidencialismo de coalizão, tem sido prejudicial ao extremo para o governo. Mas eis um corolário dessa mentalidade: toda crítica, por mais construtiva que seja, será tratada como ataque de inimigo. Essa turma só aceita bajuladores, aqueles que abaixam a cabeça e dizem “amém” para tudo.

Quem vê a coisa degringolar diante dos seus olhos e quer ajudar o governo a dar certo acaba tratado como inimigo ou traidor também
. O governo não precisa de oposição da esquerda ou da imprensa: ele cria suas próprias intrigas e confusões. Mas quem demonstra receio, quem teme que essa conduta vá atrapalhar as reformas, recebe pedradas. É a eterna campanha, e dane-se o governo!

O próprio Eduardo Bolsonaro, rebatendo um texto meu que foi publicado pelo cantor Roger Moreira, demonstra como ainda vive preso na mentalidade de campanha eleitoral:



O pior é que essa ala baderneira nacional-populista, seguidora de Olavo e Bannon, está quase conseguindo fazer com que isso seja desejável. A insatisfação com a postura dos filhos do presidente é crescente nos bastidores da direita, entre liberais e conservadores. Cada vez restam apenas os bajuladores incondicionais ao lado deles, aqueles conhecidos como “minions”. Alguns já chegam a questionar se não seria melhor mesmo um tucano – até um tucano! – ou Mourão como presidente. É o custo de se eleger um “meme” ambulante.

Repito: Bolsonaro venceu por várias razões, e a militância virtual aguerrida é uma delas, mas nem de perto a única. E o que serve para vencer eleição não necessariamente é o que serve para governar uma nação. Agora Bolsonaro é governo, está no poder, e o PT foi derrotado. A prioridade é outra. A pauta é outra. Mas os filhos do presidente parecem não ter se dado conta disso. E pior: o próprio presidente às vezes demonstra o mesmo.
O bolsonarismo precisa de inimigos terríveis como ameaça constante, e de pensamento binário de torcida de futebol: está comigo ou contra mim! Nesse processo, não há espaço para liberais e conservadores que detestam o PT e também os tucanos, que reconhecem o viés esquerdista da mídia, que desejam uma guinada à direita, mas que nem por isso fazem vista grossa para a postura autoritária e reacionária do nacional-populismo.

É por isso que pessoas como eu, com longa trajetória de combate ao petismo e à social-democracia tucana, que sempre condenou a imprensa “progressista”, que deseja uma guinada conservadora nos costumes, acabam sendo vistas como “comunistas” pela ala jacobina. É tudo ou nada! Eduardo pode “casar” com uma figura como Steve Bannon, que Trump colocou para escanteio, pode paparicar governos autoritários da Europa, e ninguém deve criticar, pois isso significaria a volta do PT ao poder.

Eduardo pode não querer escutar meus conselhos. Tem todo direito de preferir escutar aqueles de Olavo e Bannon que, para ele, foram responsáveis pela vitória do seu pai. Mas depois não poderá reclamar se o governo naufragar. Bannon pode até ter sido importante para a vitória de Trump, mas o presidente soube avaliar a diferença entre campanha e governo, e por isso Bannon foi chutado da Casa Branca. É essa lição preciosa que Bolsonaro precisa aprender com Trump.


Gazeta do Povo - Rodrigo Constantino

SAIBA MAIS, como consertar os filhos do Bolsonaro e se livrar do Olavo, clicando aqui