[ Detran-DF mente = MENTIRA: quando afirma em nota oficial que 'o atual parque semafórico das vias urbanas ter sido instalado há mais de 50 anos', haja vista que até o final da década de 70 NÃO EXISTIA SINALIZAÇÃO POR SEMÁFOROS EM BRASÍLIA.]
O Ministério Público do DF e Territórios e a Polícia Civil cumprem sete mandados de busca e apreensão para apurar supostas irregularidades em licitação para a modernização do sistema de semáforos
A contratação de serviço de manutenção e modernização do sistema de
semáforos pelo Departamento de Trânsito (Detran) tornou-se alvo de ação
do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da
Polícia Civil. As supostas irregularidades
cometidas no processo levaram à queda do ex-diretor-geral do órgão
Fabrício Moura e motivaram a apuração. Deflagrada nesta quarta-feira
(22/5), a Operação Blitzkrieg — o nome faz referência a uma tática
militar que consiste em usar forças móveis em ataques rápidos e de
surpresa — cumpriu sete mandados de busca e apreensão no Distrito
Federal, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília, em repartições do
Detran e nas residências de servidores públicos investigados.
Entre os alvos está Fabrício. Também são suspeitos o irmão dele, Felipe Moura; a ex-diretora adjunta do Detran Ana Cláudia Gnone de Oliveira; e o ex-diretor de Engenharia Dawton Roberto Batista Gaia, exonerado do cargo na terça-feira. As buscas foram realizadas no gabinete da direção-geral, na direção de Engenharia e na casa dos supostos envolvidos. Na sede do Detran, agentes da Polícia Civil e promotores chegaram ao prédio no início da manhã de ontem. Por volta das 10h, a Polícia Civil deixou o local levando um malote. Smartphones, computadores, mídias e documentos também foram apreendidos.A ação é comandada, na Polícia Civil, pela Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes Contra a Administração Pública (Dicap/Cecor), e, no MPDFT, pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).
Nova licitação
A investigação
começou depois de o MPDFT receber denúncia embasada por documentos
internos do Detran. A suspeita foi levantada quando a autarquia cancelou
pregão pronto — que deveria ser realizado até 8 de março — e optou por
uma nova contratação emergencial com a empresa Sitran para serviço de
manutenção e modernização do sistema de semáforos.
Paralelamente,
o Detran começou a tocar outro processo licitatório, mais amplo do que o
inicial. A licitação cancelada pelo governo de Ibaneis Rocha havia sido
aprovada pelo Tribunal de Contas do DF em dezembro de 2018, depois de
diversos ajustes e de contestação de pregões anteriores. O órgão aprovou
o termo de referência e autorizou a despesa em 28 de dezembro. E a
minuta foi aprovada pela área jurídica do departamento em janeiro deste
ano, sob a nova gestão. O valor da licitação aprovada
pela Corte era de R$ 7 milhões. Com as mudanças, o novo pregão
alcançaria o valor de R$ 120 milhões, segundo estimativas de servidores
do órgão. A direção do Detran, porém, não confirmou o custo final da
nova concorrência, que será realizada pela Secretaria de Segurança
Pública.
De acordo com a denúncia, apesar do edital
aprovado pelo TCDF, o então diretor do Detran, Fabrício Moura, optou
pelo contrato emergencial com a Sitran, contrariando a orientação de
assessores e servidores do órgão. O corpo técnico do departamento
contestava a escolha por outro contrato do tipo com a empresa. Com
isso, o Ministério Público questionou o departamento sobre a abertura
de um contrato emergencial, sem licitação, se havia processo de
concorrência pública pronto para publicação.
Pediu também cópia do processo que levou à celebração do Contrato Emergencial nº 1/2019. Entre os documentos entregues ao MPDFT estão áudios de supostas conversas relacionadas à nova — e mais cara — licitação. De acordo com o órgão, as buscas de ontem visavam à obtenção de provas que subsidiarão as investigações em andamento.
Pediu também cópia do processo que levou à celebração do Contrato Emergencial nº 1/2019. Entre os documentos entregues ao MPDFT estão áudios de supostas conversas relacionadas à nova — e mais cara — licitação. De acordo com o órgão, as buscas de ontem visavam à obtenção de provas que subsidiarão as investigações em andamento.
Em nota, o Detran esclareceu, à época em que as denúncias começaram
a circular, "que a necessidade de realização de licitação para os
semáforos se dá em virtude de o atual parque semafórico das vias urbanas
ter sido instalado há mais de 50 anos, apresentando instabilidades,
principalmente em períodos de chuva".[ MENTIRA: quando afirma em nota oficial que 'o atual parque semafórico das vias urbanas
ter sido instalado há mais de 50 anos', haja vista que até o final da década de 70 NÃO EXISTIA SINALIZAÇÃO POR SEMÁFOROS EM BRASÍLIA.] Segundo a autarquia, "a licitação
anterior tratava somente da manutenção dos equipamentos existentes e não
contemplava a aquisição de novas tecnologias. Por essa razão, o
planejamento da nova gestão é substituir todo o parque tecnológico
semafórico do Distrito Federal como forma de garantir mais segurança e
mobilidade à população".
Ibaneis cobra rigidez
Ibaneis cobra rigidez
Nesta
quarta-feira (22/5), o Detran informou, em nota, que acompanha a
operação conduzida pelo MPDFT e pela Polícia Civil. "A atual
direção-geral do Detran está à disposição para colaborar com a
investigação", explica o texto. "A determinação do governador Ibaneis
Rocha é de realizar uma apuração total dos fatos; por isso, a atual
direção do Detran convidou um delegado da Polícia Federal para assumir a
Corregedoria do órgão", completa.
O chefe do
Executivo local comentou a operação em agenda pública nesta quarta-feira
(22/5). Ibaneis afirmou que os fatos devem ser apurados, e que o MP e a
Polícia Civil cumprem o "trabalho deles". O governador reiterou, no
entanto, a confiança no ex-diretor do órgão Fabrício Moura. "O Fabrício é
uma pessoa que ainda detém a minha confiança. Se fez algum procedimento
errado, talvez seja por infantilidade, porque não tinha costume com o
cargo. [por ser muito jovem, pela infantilidade - que não justifica um erro de mais de CEM MILHÕES DE REAIS - o Fabricio também esqueceu que até o final da década de 70, não existia sinalização por semáforos no Distrito Federal.] Foi buscar ali amparo, pelo que eu ouvi das conversas, com o
irmão, que é um profissional que parece que conhece a matéria. A
apuração tem de ser feita até para tranquilizá-lo e sua família",
justificou.
Correio Braziliense