O presidente do Banco do Brasil, Aldemir
Bendine, vai assumir o comando da Petrobras no lugar de Graça Foster. O conselho de administração da
estatal está reunido em São Paulo para bater o martelo sobre a escolha. O
governo prometeu ao executivo autonomia para formar a nova diretoria empresa.
Com isso, ele deve levar para a estatal Ivan Monteiro para assumir a diretoria
financeira.
O
anúncio oficial, no entanto, só deve ser feito após o fechamento do mercado,
por volta das 17h30m. O mercado financeiro reagiu mal à
escolha de Bendine para assumir a estatal. As ações da Petrobras já caíram 7%. O conselho de administração da estatal está reunido
em São Paulo para oficializar a indicação. O desempenho da estatal puxa para
baixo a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O
índice de referência Ibovespa recua 1,57%, aos 48.461 pontos.
Bendine foi alçado ao
Banco do Brasil em 2009 pelo então presidente Lula, de quem é próximo. Funcionário de
carreira, antes de assumir o comando do Banco do Brasil ele foi vice-presidente
de Cartões e Novos Negócios de Varejo da instituição. Bendine era também
apontado como o próximo presidente do BNDES no lugar de Luciano Coutinho. Em
novembro de 2014 ele foi convidado para assumir o cargo pela própria presidente
Dilma Rousseff. Com a ida de Bendine para a Petrobras, Alexandre Abreu, que é
vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, assumirá a presidência do órgão.
CENTRO
DE POLÊMICAS
O novo presidente da Petrobras, no entanto, foi alvo de pelo menos três polêmicas no
fim do ano passado. Ele foi acusado de favorecimento à socialite Val Marchiori por meio de empréstimos concedidos
pelo BB e pelo BNDES. Além das denúncias sobre a socialite, o ex-motorista de Bendine relatou ao Ministério Público
Federal ter feito diversos pagamentos em
dinheiro vivo a mando do chefe. Em agosto do ano passado, o novo presidente da Petrobras arcou ainda com uma multa de R$ 122 mil à Receita Federal
após autuação por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados
na sua prestação de contas ao Fisco.
Ele entrou no
radar do Fisco depois da denúncia da compra de um apartamento no
interior de São Paulo, por R$ 150 mil, pagamento feito em espécie. [por tão excelente currículo, resta indiscutível que o senhor Aldemir
Bendine reúne todos os requisitos para presidir a Petrobrás, servindo ao
desgoverno Dilma Rousseff.] Após o escândalo ele
chegou a colocar o cargo à disposição. O anúncio oficial de sua saída, porém, que só viria
depois da escolha do novo ministro da Fazenda, acabou sendo adiada. Joaquim
Levy substituiu Guido Mantega e o executivo continuou na presidência do banco,
mas estava afastado de várias atividades da instituição, já numa transição
interna para a sua saída.
PREOCUPAÇÃO
COM A LAVA-JATO
Na
quinta-feira, durante reuniões entre a presidente Dilma
Rousseff e ministros, a preocupação era
o futuro das investigações da Operação Lava-Jato. Esse tema entrou no processo de escolha do novo presidente da
Petrobras. Uma ala do governo passou a defender que o
sucessor de Graça Foster não atendesse
apenas ao mercado, mas que fosse também leal ao PT o suficiente para manter
uma certa blindagem à presidente e ao partido.
O anúncio do novo nome veio depois que cinco dos sete
diretores atuais e Graça Foster deixam os seus cargos. A renúncia da equipe foi
comunicada na última quarta-feira pela estatal ao mercado em fato relevante
enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além de Graça, renunciam o
diretor de Exploração e Produção, José Formigli, o da área Financeira, Almir
Barbassa, o de Abastecimento, José Carlos Cosenza, o de Gás e Energia, Alcides
Santoro, e o de Engenharia, José Figueiredo.
O
diretor Corporativo, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras e ex-presidente do Partido dos
Trabalhadores (PT), permanece no cargo, assim como o novo diretor de Governança, João Adalberto Elek. Dutra
está afastado em licença médica.
Fonte: G 1