Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Argélia e Etiópia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Argélia e Etiópia. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Prenda-me se for capaz

As articulações do PT e de Lula para escapar do desfecho trágico da prisão incluem (seriamente) o asilo diplomático em países camaradas. Por que a manobra – mais uma afronta à Justiça – pode constituir um tiro no pé


Líderes políticos, poderosos ou não, em decadência ou não, costumam ser rodeados por dois grupos distintos de auxiliares: os que lhe falam verdades difíceis de serem ditas e aqueles que, de suas bocas, só escapam sinfonias para os ouvidos do interlocutor – ou seja, os que só pronunciam palavras aveludadas, aquelas que seu líder mais gostaria de ouvir. O senador Jorge Viana (AC) se enquadra nesse segundo time. Viana virou uma espécie de grilo falante de Lula para assuntos de desacato à Justiça e tentativas de driblar a lei. Há dois anos, foi dele a sugestão, registrada em escuta telefônica com autorização judicial, para que Lula afrontasse publicamente o juiz Sergio Moro de modo a virar um “preso político”. Como o diálogo se tornou público, Lula não levou a ideia adiante, nem Moro caiu nessa. Agora, é da lavra de Viana outra indecente manobra que, nos últimos dias, ganhou fôlego no seio do PT. É semelhante à primeira na essência: para escapar da prisão, hoje iminente, Lula buscaria o asilo diplomático em países camaradas.


 De lá, discursaria ao seu séquito como “exilado político”, até retornar ao Brasil em momento de mais calmaria – ou depois de costurar um acordão político-jurídico que o livrasse definitivamente da cadeia. Embora tenha dito, recentemente, que “a palavra fugir não existe” em sua vida, Lula gostou do que ouviu – como não. E passou a considerar seriamente a hipótese. A proposta de Viana foi recepcionada no partido como cafezinho quente e açucarado em sala de espera. Tanto que logo ganhou adeptos no petismo: o ex-ministro José Dirceu, também condenado em segunda instância, mas que ainda segue livre, foi um dos que endossaram a “saída pelo asilo”, à revelia da lei. Na última semana, passou a propagar a tese, que se espalhou no PT como rastilho de pólvora.



Entre as nações dispostas a receber Lula, estariam a Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba, além de países do continente africano onde o petista poderia fixar residência como Argélia e Etiópia. Este último, destino para onde o ex-presidente tinha até viagem marcada. Lá daria uma palestra sobre corrupção, tema que, a julgar pelas recentes decisões judiciais, ele domina como poucos. Mas capitulou, depois que o juiz Ricardo Leite cassou-lhe o passaporte – já devolvido. Face à impossibilidade de se dirigir aos etíopes pessoalmente, Lula gravou um vídeo em que dourou a narrativa persecutória – o suficiente para angariar apoios e receber convites de hospitalidade. 



Em sua argumentação em favor da idéia do asilo, Viana lapida a articulação. Argumenta que, se um país aceitar conceder refúgio ao ex-presidente, não há possibilidade de extradição, pois reconheceria que a situação não é somente jurídica, mas política. A vantagem para Lula seria a possibilidade de, solto, seguir na toada de entrevistas e de alguma forma se manifestando sobre o processo. Se decidisse partir para Venezuela, Bolívia ou Equador, Lula não precisaria ir de avião nem muito menos de passaporte. Bastaria pegar um carro que chegaria ao destino livremente, beneficiado pela longa área de fronteira que circunda o território brasileiro. Para convencer a chancelaria vizinha a lhe conceder o asilo, Lula teria de justificar sua fuga. Um bom argumento, na visão dos petistas entusiastas da tese, seria declarar ser vítima de perseguição política, discurso que o partido vem usando desde que se ventilou o nome dele em denúncias de corrupção. Apesar de a maioria dos nossos vizinhos ter acordo de extradição com as autoridades brasileiras, o processo que o levaria ao caminho de volta não seria rápido, o que daria para ele continuar dando as cartas e capitaneando a militância, mesmo que de longe.



Os articuladores



O mentor da tese de que Lula deve driblar a lei para escapar da prisão e buscar asilo diplomático numa embaixada amiga é o senador Jorge Viana (PT-AC), mas a hipótese já havia sido aventada pelo ex-ministro Ciro Gomes, candidato a presidente pelo PDT. O ex-ministro José Dirceu também endossa a ideia


Para Jorge Viana, se um país aceitar conceder refúgio a lula, não há possibilidade de extradição, “pois reconheceria que a situação é política”


“A gente vai lá, sequestra o Lula e entrega numa embaixada. Isso eu topo fazer” Ciro Gomes, ex-ministro de Lula



Passaporte devolvido



Por enquanto, não há registro de que o ex-presidente tenha feito um movimento mais brusco nesse sentido. Segundo o Itamaraty, não existe, por ora, nenhum comunicado dessas nações sobre um pedido de asilo a Lula. O Itamaraty é categórico: apesar de não ser obrigatório, os países da América do Sul costumam manter uma relação diplomática entre si. Para uma fonte ouvida pela ISTOÉ, uma omissão dessa natureza pode abalar a diplomacia com o Brasil. Dependendo do desfecho, até mesmo suspender acordos entre as duas nações, por um gesto unilateral do governo brasileiro. Procuradas pela reportagem, as embaixadas desses países negaram peremptoriamente que tenha recebido qualquer contato, muito menos nesses termos. Os embaixadores se negaram a tecer qualquer comentário adicional. O estratagema, por ousado e ilegal, pode realmente constituir um tirambaço no pé, caso seja levado adiante por Lula e o PT. ISTOÉ apurou com a alta cúpula da Polícia Federal que, desde a decisão do TRF-4, agentes federais já monitoram os passos de Lula. Especialmente depois que seu passaporte foi devolvido na semana passada, por decisão da Justiça.


Embora a saída apontada pelo senador Jorge Viana também tenha sido sugerida por Ciro Gomes em 2016, qual seja, um plano de fuga, a medida desesperada ganhou força com a atual situação de Lula, que ficou muito longe do cenário que o PT previa. Primeiro, esperava que o julgamento no TRF-4 acontecesse em março, o que daria mais tempo a Lula para consolidar seu discurso de candidato. Em vez disso, houve precipitação do julgamento para janeiro. Depois, o partido e a defesa dele acreditavam que haveria uma divergência entre os desembargadores, o que daria maior possibilidade de recurso. Mas foi uma derrota acachapante por 3 a 0. As condições jurídicas estão colocadas. Resta, agora, apenas o cumprimento da lei. Se Lula optar pela fuga ou asilo, que seja com o beneplácito das autoridades brasileiras, ao País não haverá mais como descer na escala da degradação institucional.


Uma das estratégias de Lula e dos petistas entusiastas da tese do asilo seria ele se declarar vítima de perseguição

IstoÉ -  Ary Filgueira e Rudolfo Lago 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Fuga providencial

Passou a circular com maior frequência em rodas de políticos e conversas do poder a ideia de asilo diplomático do hepta réu Lula da Silva. Uma alternativa, digamos, tanto crível de ocorrer como amplamente apoiada por cabeças coroadas da base petista. O próprio Lula nega. Tratou de dissuadir de imediato as especulações a respeito alegando questão de princípios. “A palavra fugir não existe na minha vida”, disse. Seria decerto uma surpresa qualquer pretenso foragido assumir antecipadamente que planeja o intento.


Afinal, o êxito de uma operação dessa natureza depende diretamente do sigilo. Lula buscar abrigo em algumas das embaixadas ou mesmo nos países que lhe são ideologicamente simpáticos e que já manifestaram claro apoio a sua causa não é, de fato, algo a ser descartado. Ao contrário. A intenção já foi por vezes ventilada e abertamente manifestada por aliados. Intramuros do Partido há quem diga que essa passou a ser a única opção que resta. Lula viu apertar o cerco da Justiça em torno dele. Sabe que novas condenações, ainda mais robustas, estão a caminho. Não encontrou, como imaginava, uma resposta ruidosa das ruas a seu favor. Está aos poucos caindo em si. 

Revoltado e ao mesmo tempo irascível, disparando palavrões a torto e a direito, tem dado sinais de que não aceita o sombrio destino que os tribunais lhe reservam. [lembramos ao Lula que existe sempre a solução 'Getúlio Vargas' - desde que ele tenha coragem para tanto.
Quanto a ele declarar que a palavra fugir não existe na vida dele é mais uma bazófia.
Lula é traidor nato: 
- traía os metalúrgicos quando nas assembleias realidades durante as greves insuflava os trabalhadores a permanecerem em greve, irem para o confronto;  no final da tarde, após a prorrogação da greve, ia encontrar os patrões na FIESP e informava tudo em longas conversas regadas a uma bom whisky; 
- Lula era informante do delegado Romeu Tuma, chefe do DOPS, durante o Governo Militar - seu codinome como alcaguete era 'boi';
- e tem várias outras traições perpetradas por Lula, mas, as duas citadas já bastam como exemplo.
Até furar greve de fome, Lula furou.]  
 
Segundo interlocutores, a experiência passada na cadeia décadas atrás deixaram nele marcas profundas e um temor de passar novamente pela mesma experiência. Tudo isso junto, somada a perspectiva de encontrar lá fora eco maior a sua pretensa causa de se apresentar como perseguido e vítima de golpe, traz muito atrativo para a saída de um exílio voluntário. Informalmente, várias autoridades de nações vizinhas têm mandado sinais ao ex-presidente de que o receberão de braços abertos, se assim for seu desejo. O leque de opções nesse sentido é grande: além das previsíveis Venezuela, Cuba e Bolívia, surgiu no horizonte a chance de Lula vir a fixar residência, temporária ou não, no continente africano, em localidades como Argélia e Etiópia. Nesse último caso, o líder petista tinha até viagem pré-marcada, recentemente, para lá aonde daria uma palestra sobre o momentoso tema da “corrupção”. Como especialista na matéria, a fala do ex-presidente era aguardada com grande expectativa. A Justiça resolveu cassar o seu passaporte e ele teve de cancelar o compromisso. Gravou um vídeo falando novamente em perseguição e angariou a simpatia do mandatário local. A tal ponto que dias depois chegou a alguns de seus assessores a informação de que a Etiópia não hesitaria em lhe dar guarida. 

Pelo sim ou pela não, o surpreendente é a polícia e a Justiça brasileira ainda não terem tomado precauções para evitar essa potencial fuga. Não há qualquer esquema preventivo, salvo alguma orientação que tenha sido tratada reservadamente. De maneira oficial, Lula mantém por enquanto seu direito de ir e vir. Recebeu de volta o passaporte apreendido e sem um mandado oficial de juízes para conduzi-lo ao cumprimento de pena, conta com o beneplácito da dúvida pró-réu. É torcer para que ele não receba alerta prévio e privilegiado de deliberação de sua sentença – como já ocorreu anteriormente quando ficou sabendo um dia antes que seria conduzido de forma coercitiva à delegacia. No País dos poderosos, as chances dadas aos integrantes da patota para escaparem de condenações são grandes. Lamentavelmente. Autoridades fazem de conta que acreditam piamente na postura de vestal injustiçada encarnada por Lula quando ele diz que jamais fugirá. Enquanto isso, ninguém com um mínimo de discernimento aposta um vintém furado nas aleivosias costumeiramente lançadas por esse chefão da quadrilha. Suprema ironia.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três