Passou a circular com maior frequência em rodas de políticos e conversas
do poder a ideia de asilo diplomático do hepta réu Lula da Silva. Uma
alternativa, digamos, tanto crível de ocorrer como amplamente apoiada
por cabeças coroadas da base petista. O próprio Lula nega. Tratou de
dissuadir de imediato as especulações a respeito alegando questão de
princípios. “A palavra fugir não existe na minha vida”, disse. Seria
decerto uma surpresa qualquer pretenso foragido assumir antecipadamente
que planeja o intento.
Afinal, o êxito de uma operação dessa natureza
depende diretamente do sigilo. Lula buscar abrigo em algumas das
embaixadas ou mesmo nos países que lhe são ideologicamente simpáticos e
que já manifestaram claro apoio a sua causa não é, de fato, algo a ser
descartado. Ao contrário. A intenção já foi por vezes ventilada e
abertamente manifestada por aliados. Intramuros do Partido há quem diga
que essa passou a ser a única opção que resta. Lula viu apertar o cerco
da Justiça em torno dele. Sabe que novas condenações, ainda mais
robustas, estão a caminho. Não encontrou, como imaginava, uma resposta
ruidosa das ruas a seu favor. Está aos poucos caindo em si.
Revoltado e
ao mesmo tempo irascível, disparando palavrões a torto e a direito, tem
dado sinais de que não aceita o sombrio destino que os tribunais lhe
reservam. [lembramos ao Lula que existe sempre a solução 'Getúlio Vargas' - desde que ele tenha coragem para tanto.
Quanto a ele declarar que a palavra fugir não existe na vida dele é mais uma bazófia.
Lula é traidor nato:
- traía os metalúrgicos quando nas assembleias realidades durante as greves insuflava os trabalhadores a permanecerem em greve, irem para o confronto; no final da tarde, após a prorrogação da greve, ia encontrar os patrões na FIESP e informava tudo em longas conversas regadas a uma bom whisky;
- Lula era informante do delegado Romeu Tuma, chefe do DOPS, durante o Governo Militar - seu codinome como alcaguete era 'boi';
- e tem várias outras traições perpetradas por Lula, mas, as duas citadas já bastam como exemplo.
Até furar greve de fome, Lula furou.]
Segundo interlocutores, a experiência passada na cadeia
décadas atrás deixaram nele marcas profundas e um temor de passar
novamente pela mesma experiência. Tudo isso junto, somada a perspectiva
de encontrar lá fora eco maior a sua pretensa causa de se apresentar
como perseguido e vítima de golpe, traz muito atrativo para a saída de
um exílio voluntário. Informalmente, várias autoridades de nações
vizinhas têm mandado sinais ao ex-presidente de que o receberão de
braços abertos, se assim for seu desejo. O leque de opções nesse sentido
é grande: além das previsíveis Venezuela, Cuba e Bolívia, surgiu no
horizonte a chance de Lula vir a fixar residência, temporária ou não, no
continente africano, em localidades como Argélia e Etiópia. Nesse
último caso, o líder petista tinha até viagem pré-marcada, recentemente,
para lá aonde daria uma palestra sobre o momentoso tema da “corrupção”.
Como especialista na matéria, a fala do ex-presidente era aguardada com
grande expectativa. A Justiça resolveu cassar o seu passaporte e ele
teve de cancelar o compromisso. Gravou um vídeo falando novamente em
perseguição e angariou a simpatia do mandatário local. A tal ponto que
dias depois chegou a alguns de seus assessores a informação de que a
Etiópia não hesitaria em lhe dar guarida.
Pelo sim ou pela não, o
surpreendente é a polícia e a Justiça brasileira ainda não terem tomado
precauções para evitar essa potencial fuga. Não há qualquer esquema
preventivo, salvo alguma orientação que tenha sido tratada
reservadamente. De maneira oficial, Lula mantém por enquanto seu direito
de ir e vir. Recebeu de volta o passaporte apreendido e sem um mandado
oficial de juízes para conduzi-lo ao cumprimento de pena, conta com o
beneplácito da dúvida pró-réu. É torcer para que ele não receba alerta
prévio e privilegiado de deliberação de sua sentença – como já ocorreu
anteriormente quando ficou sabendo um dia antes que seria conduzido de
forma coercitiva à delegacia. No País dos poderosos, as chances dadas
aos integrantes da patota para escaparem de condenações são grandes.
Lamentavelmente. Autoridades fazem de conta que acreditam piamente na
postura de vestal injustiçada encarnada por Lula quando ele diz que
jamais fugirá. Enquanto isso, ninguém com um mínimo de discernimento
aposta um vintém furado nas aleivosias costumeiramente lançadas por esse
chefão da quadrilha. Suprema ironia.
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