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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Livre mercado - O que é o “Manifesto Capitalista”, elogiado por Elon Musk

Ideias

Entre 2000 e 2022, o índice de pobreza extrema passou de 29,1% para 8,4% da população mundial, número que atesta de forma inegável a vitória do capitalismo sobre as alternativas comunistas, que só produziram mortes e miséria (quem duvidar, é só olhar para Cuba, Venezuela e Coreia do Norte). Mesmo assim, cada vez mais jovens se deixam seduzir pelo canto da sereia do socialismo, inclusive em países desenvolvidos.

Por isso o historiador sueco Johan Norberg está lançando o livro 'Manifesto Capitalista — por que o Livre Mercado Global vai Salvar o Mundo’, que já foi elogiado até pelo bilionário Elon Musk: “Este livro é uma explicação excelente de como o capitalismo não é apenas bem-sucedido, mas moralmente correto". O livro ainda não foi lançado no Brasil, mas o editor Gabriel de Arruda Castro adianta os melhores momentos para você:

Arranha-céus no distrito financeiro de Madri, na Espanha
Arranha-céus no distrito financeiro de Madri, na Espanha: liberdade econômica produz riqueza| Foto: Kiko Huesca/EFE


Duas décadas atrás, o historiador Sueco Johan Norberg fez sucesso com um livro que apresentava o capitalismo como superior a todas as alternativas. 'Em Defesa do Capitalismo Global' demonstrou como o avanço do livre mercado e do comércio internacional levou o mundo a um período de progresso sem precedentes.

Agora, Norberg volta à carga com o seu recém-lançado 'Manifesto Capitalista — por que o Livre Mercado Global vai Salvar o Mundo', ainda sem tradução em português.

A obra recebeu elogios do bilionário Elon Musk, fundador da Tesla e dono do X (antigo Twitter). “Este livro é uma explicação excelente de como o capitalismo não é apenas bem-sucedido, mas moralmente correto", ele escreveu em 23 de outubro.

Livre iniciativa
O título do livro é uma referência ao 'Manifesto Comunista', de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado em 1848. Nele, os autores pregam uma revolução violenta e dizem que "os proletários nada têm a perder a não ser suas correntes."

O livro de Norberg mostra que, há muito, boa parte dos trabalhadores deixou as correntes sem que fosse preciso fazer uma revolução armada.


Por que o capitalismo venceu
O “manifesto” no título da obra de Norberg é na verdade uma reapresentação dos argumentos clássicos a favor do capitalismo. Justamente por se basear em dados empíricos e não em uma ideologia que pretende reunir adeptos, o texto não aparece na forma panfletária ilustrada por Marx e Engels.

Mas é possível produzir um resumo baseado nos argumentos centrais do livro.

    1. O capitalismo é, de longe, o melhor sistema econômico para combater a miséria.
    2.  A explosão na geração de riquezas nos 200 anos tornou o mundo mais saudável, mais pacífico e mais educado.
    3. O dinheiro traz felicidade – as pessoas são mais felizes nos países capitalistas.
    4. O governo não deve financiar o setor privado.
    5. O mundo seria pior sem os super-ricos.
    6. O socialismo não funciona porque a centralização destrói a eficiência econômica.
    7. A preservação do meio-ambiente depende da inovação gerada pelo capitalismo.

O livro também inclui um capítulo dedicado a responder às objeções da direita antiliberal segundo a qual o capitalismo, embora eficiente economicamente, leva à degradação social e ao abandono da virtude. Esse tipo de argumento se tornou mais frequente na última década. "O mercado vai sempre atingir o resultado econômico mais eficiente, mas algumas vezes o resultado econômico mais eficiente vai contra o bem comum e o interesse nacional", disse o senador republicano Marco Rubio em 2019.

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Gabriel de Arruda Castro, colunista - Ideias - Gazeta do Povo 

 

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Vem aí o programa “Mais charutos”? - Percival Puggina

         Estava imaginando o que passou pela cabeça de um cidadão cubano quando tomou conhecimento da lista de convênios que Lula e sua comitiva assinaram com o governo de seu país na recente visita a Havana, espécie de Jerusalém do comunismo decrépito.

 

Há alguns anos, época em que muito debati com representantes dos partidos de esquerda, em especial membros de um muito ativo movimento de solidariedade a Cuba, ouvi deles que no Brasil existem miseráveis ainda mais miseráveis do que em Cuba.  
Eu os contestava dizendo que ninguém desconhecia a pobreza existente aqui, mas era preciso observar uma diferença essencial entre a situação nos dois países. 
Aqui, os pobres convivem com carências alimentares por falta de meios para adquirir alimentos; 
em Cuba, mesmo que o povo dispusesse dos meios, não teria o que adquirir porque a economia comunista, como se sabe, é improdutiva.
 
Esse é um dos motivos, dentre muitos outros, para que ninguém caia na balela de que o comunismo é bom para “acabar com a pobreza”.  [acabar com a pobreza, de forma direta, discordamos; mas, acabar com os pobres, os comunistas possuem  programas de fome PROGRAMADA,  tipo grande marcha de Mao, o holodomor e outros que são extremamente eficientes em reduzir em milhões o número de pores na região 'premiada'.]
O que aconteceu com o setor açucareiro dá excelente exemplo. 
No final dos anos 1960, a URSS se dispôs a comprar 13 milhões de toneladas anuais de açúcar cubano, a partir da safra 1969/1970. 
O país produzia entre três e quatro milhões de toneladas, com tendência decrescente. Muitas atividades da ilha foram suspensas e comunistas do mundo todo foram trabalhar naqueles canaviais. Conseguiram sete milhões de toneladas.
 
Trinta anos mais tarde, quando fui a Cuba pela segunda vez, a safra 2002/2003 fora tão escassa que Cuba importava açúcar! 
 Depois, a produção andou pela casa dos dois milhões de toneladas e no ano passado bateu em meio milhão. 
A história do açúcar é a história da balança comercial e do consequente déficit cambial cubano. 
Daí o pagamento não em dólares, mas em charutos ou “outras moedas” ...[leia, também do ilustre Percival: vai um charuto aí, doutor.] Daí também o motivo pelo qual, se você excluir estrangeiros residentes, turistas, membros da elite partidária e militar, a carência é generalizada.

Imagine então um cidadão cubano sendo informado pelos órgãos de divulgação do estado de que seu país firmara acordo com o Brasil sobre trocas de tecnologia e de cooperação técnica em agricultura, pecuária, agroindústria, soberania e segurança alimentar e nutricional, mudas, bioinsumos e fertilizantes, agricultura de conservação, agricultura urbana e periurbana; produtos alimentares prioritários para consumo humano e animal, reprodução de espécies agroalimentares prioritárias; uso eficiente da água, cadastro e gestão da terra e abastecimento agroalimentar. E mais biotecnologia, bioeconomia, biorrefinarias, biofabricação, energias renováveis, ciências agrárias, clima, sustentabilidade, redes de ensino e pesquisa (*).

Não sei se está previsto, mas se em tudo isso e em outros convênios também firmados, não ligados à produção de alimentos, o Brasil enviar cheque, pode escrever aí: vem charuto.

Condensado de matéria da Agência Brasil – EBC, íntegra em https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-09/brasil-assina-acordos-de-cooperacao-em-varios-setores-com-cuba .

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

"A grandeza do Brasil" - Correio Braziliense

Para o jornalista, "estamos entre as maiores economias do mundo, produtores espetaculares do combustível mais nobre, o alimento que energiza pessoas. E nosso potencial é maior ainda em energia limpa, minerais, água potável e terra"

Ao abrir a Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou contra o conflito na Ucrânia e criticou os membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm poder de veto e fazem guerras. O Brasil quer ser membro permanente — já que também foi nação vitoriosa na II Guerra.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que falou depois, concordou com Lula, pregando a necessidade de mais vozes no Conselho de Segurança. [mais vozes,  para falar bobagens? Biden, emite com folga, as falas negativas que o petista que preside o Brasil expeliria se o Brasil se tornasse membro permanente do CS-ONU.]  Hoje os presidentes Lula e Biden se encontram, em Nova York. Foi uma presença forte do Brasil, diante de representantes dos 193 países membros das Nações Unidas. É desejo do Brasil ter um protagonismo mais significativo nas questões mundiais. Mas teria o país um poder nacional para sustentar uma posição maior, mais decisiva?

Não parece que estejamos em situação de grandeza política para isso. O chefe de Estado, que deveria ser um estadista, é mais afeito às questões menores da política, assuntos provincianos, pessoais. 
O Brasil se apresenta grande na ONU, mas fica com aspecto de propaganda. Na prática, conforma-se com o objetivo de ser uma liderança regional. 
Não fossem os desastres econômicos dos regimes argentino e venezuelano, certamente teríamos séria concorrência no campeonato regional de poder e influência.
 
Misturamos política com comércio exterior. Ter a China como principal parceiro comercial não exige que elogiemos o regime autoritário comunista chinês
Nossas relações internacionais misturam diplomacia com ideologia e, hoje, estamos colados na Venezuela, Argentina, Cuba, Nicarágua, China e Rússia — só para citar alguns países que, por coincidência, não são exatamente democracias.

Além disso, nossa tentativa de liderança mistura o estilo de clientelismo usado dentro do país com política de boa vizinhança de oferecer créditos de um banco estatal nacional, como se ele fosse uma agência internacional de desenvolvimento. É a projeção do fisiologismo interno para atrair países na ilusão de liderança regional.

Para complicar as questões diplomáticas, nosso chefe de Estado faz declarações tomando partido na guerra Rússia-Ucrânia. Despreza decisões do Tribunal Penal Internacional, chama os países-membros do Tratado de Roma de bagrinhos, provoca o aliado histórico americano e permite que aportem no Rio navios de guerra do Irã
Agora, na ONU, desagradou de novo os EUA ao defender Cuba e o Hamas.

Como a Índia
A Índia, que tem a maior população do mundo, desde sua independência em 1947 tem mantido neutralidade, com a qual cruzou a Guerra Fria.
Hoje, China, Rússia e EUA parecem ensaiar uma segunda Guerra Fria. 
O atual governo brasileiro poderia imitar a Índia, mas dá todos os sinais de que já escolheu ficar coadjuvante de um lado. 
O poder nacional, além do poder político, se compõe do poder econômico, social e militar.

No econômico, estamos entre as maiores economias do mundo, produtores espetaculares do combustível mais nobre, o alimento que energiza pessoas. E nosso potencial é maior ainda em energia limpa, minerais, água potável e terra para produzir alimento, que pode ainda ser multiplicada, a despeito da ideologia anti-agro.
Mas nosso poder militar é fraco, em disparidade com a riqueza que precisa ser defendida.
E nosso poder social é medíocre, com ensino em geral precário e formação política e de cidadania não compatíveis com o primeiro dos fatores de riqueza: a natureza.
 
E Lula, na ONU, ainda criticou o nacionalismo. 
Seu ex-ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, tem criticado a mediocridade. 
Com ela, não pode haver grandeza.
 
 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
 
 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Comunismo ou Deus - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo 

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Lula, que passou quase dois meses dos nove de governo fora do Brasil, viajando com sua mulher deslumbrada e torrando o dinheiro público em hospedagens caríssimas, esteve em Cuba para evento de ditaduras e simpatizantes. Lá, resgatou toda a cantilena típica de DCE condenando os embargos americanos pela miséria causada pelo socialismo do seu falecido companheiro Fidel Castro.

O sujeito mais cínico do planeta é aquele que assinou cartinha
"pela democracia" para condenar Bolsonaro e apoiar, ainda que indiretamente, seu único adversário viável, que fundou o Foro de SP com o ditador comunista da ilha caribenha. Lula idolatra o regime nefasto que escravizou milhões de cubanos desde sempre, e foi lá uma vez mais culpar os Estados Unidos pelo inferno socialista.

Seria o caso, então, de resgatar relatos de como era viver no "paraíso" dos petistas. Li vários livros sobre o assunto, mas recomendo, em especial, Contra Toda Esperança, de Armando Valadares, que passou 22 anos no "Gulag das Américas", um preso político de Fidel submetido ao tratamento mais desumano possível.

Valladares nunca sucumbiu, pois tinha Deus como guia. Ele mesmo relata: "Era só chamar o comissário político e dizer que queria ir embora, para que tudo mudasse no mesmo instante. Mas isso significava rendição incondicional. No entanto, salvaria minha mãe, me salvaria e tudo seria mais agradável. Mas, depois, poderia escapar da minha consciência, do meu próprio juiz, do ser íntimo que me reprovaria sempre por ter agido de maneira contrária às minhas ideias e critérios, mesmo tendo sido sobrepujado pela dor e a angústia?"

Ele responde: "Novamente recorri a Deus e me confiei a Ele, à sua infinita sabedoria, pedindo-Lhe que me escutasse. E, como sempre, me escutou". Foi em sua fé cristã que Valladares encontrou forças para resistir à tentação, para não se curvar diante do Diabo, ali encarnado na figura do seu algoz, do ditador comunista amigo de Lula.

A juíza brasileira Ludmila Lins Grilo, que foi aposentada compulsoriamente pelo sistema que apoia Lula e o ajuda a levar nosso país na direção de Cuba, escreveu: "Alexandre de Moraes ordenou a queda de 2 sites usados pela empresa da qual sou sócia e professora. Podem tirar minhas fontes de renda, meu cargo, minha liberdade, e até minha vida, mas JAMAIS A MINHA DIGNIDADE. Eu só tenho Um a Quem agradar, e a Ele toda honra e toda glória".

Sua fibra também vem de sua fé em Deus. Não é algo incomum. Pessoas desprovidas dessa fé costumam sucumbir mais rápido, ceder em nome do "pragmatismo" e contemporizar com o inimigo. Não é por acaso que os revolucionários comunistas odeiam o Cristianismo, ainda que tentem destruí-lo de dentro, aparelhando as igrejas e enfiando marxismo no lugar de Jesus Cristo.

São vários relatos de dissidentes fuzilados no paredón cubano a mando de Che Guevara e Fidel que estufaram o peito e gritaram sua crença em Deus no momento final de suas vidas corajosas. O melhor resumo que existe para o fenômeno do comunismo assassino prosperar foi feito pelo dramaturgo Alexander Soljenítsin, autor de Arquipélago Gulag, o relato sombrio do inferno soviético: Há mais de meio século, quando eu ainda era criança, lembro-me de ter ouvido várias pessoas mais velhas oferecerem a seguinte explicação para os grandes desastres que aconteceram na Rússia: ‘Os homens se esqueceram de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu.’

Desde então, passei quase 50 anos trabalhando na história de nossa revolução; no processo, li centenas de livros, coletei centenas de testemunhos pessoais e já contribuí com oito volumes meus para o esforço de limpar os escombros deixados por aquela agitação. Mas se me pedissem hoje para formular o mais concisamente possível a causa principal da revolução ruinosa que devorou cerca de 60 milhões de pessoas de nosso povo, não poderia ser mais preciso do que repetir: ‘Os homens se esqueceram de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu.’

O comunismo é incompatível com a fé em Deus. Por isso que quando um comunista como Flavio Dino "brinca" que é ateu, graças a Deus, sabemos se tratar de puro escárnio, de deboche, mas um deboche que tenta mascarar essa realidade: quem tem Deus no coração jamais vira defensor de comunista, pois sabe que o comunismo representa a destruição de Deus.

Temos a guerra política, que ocorre no dia a dia, e a guerra cultural, que se trava em esferas mais profundas e influencia a política. Mas, acima de ambas, não resta dúvida de que lutamos uma guerra espiritual. Não há qualquer exagero em utilizar linguagem religiosa para explicar o que acontece no Brasil de hoje.

Gente sem qualquer resquício de Deus em seu coração resolveu declarar guerra mortal a tudo que é Bom, Belo e Verdadeiro
E o líder dessa turma está de volta à cena do crime, como diria Alckmin. Reduzir o perigo do lulismo comunista ao aspecto da corrupção é fazer o jogo do Diabo. 
A corrupção que assusta muito mais é aquela da alma...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Lula errou em Cuba e deve errar em Nova York

O presidente insiste em defender quem o atrapalha e a atacar quem pode ajudá-lo

Lula está em sua 15ª. viagem internacional. Desta vez por um bom motivo: vai discursar na sessão inaugural da ONU, que o Brasil tradicionalmente abre há muitos anos.

No caminho de Nova York, Lula parou em Cuba. 
Disse que o embargo americano é “ilegal”. Ilegal na lei de quem, cara pálida?  
Cuba confiscou bens americanos e emprestou seu território para que os russos instalassem mísseis nucleares voltados contra os EUA. 
Em mais de uma oportunidade, Fidel disse que se tivesse as senhas, teria disparado os mísseis, e que queria varrer os EUA do mapa. (É curioso que um país que quer destruir o outro reclame de que outro não quer fazer comércio.)
 
Lula defende Cuba não apenas por cacoete, por suas relações com os Castro e por sua visão geopolítica terceiromundista
Neste caso, é também uma explicação prévia para o fracasso que terá na missão de recuperar os R$ 3 bilhões que o Brasil emprestou para ao país durante os governos Lula e Dilma. 
Diante da penúria econômica cubana, o máximo que conseguirá é trocar o calote que já tomamos por um calote que ainda tomaremos.

A linha adotada por Lula é equivocada, mas não surpreende. Surpreendente é a cara de pau em dizer que a ditadura cubana “tem sido defensora de uma governança global mais justa”. Francamente.

Depois de desancar os EUA, reclamou da “dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”. Nisso, Lula não está errado, o problema é que não faz proposta concreta. E sem proposta concreta, o discurso vira papo de palanque, destinado a justificar a exploração de petróleo na foz do Amazonas.

Lula só discursa na ONU amanhã — mas já se sabe o que ele deve dizer. Deve dizer que “o Brasil voltou”. 
Que o Brasil está comprometido com o combate ao aquecimento global. Que é preciso um grupo de trabalho para negociar a paz (dando a entender que o Brasil deve ser o coordenador desse grupo). 
E deve criticar ricos em geral e EUA em particular. 
 
Mas não vai fazer proposta sobre aquecimento, nem falar de explorar petróleo na foz do Amazonas
Não vai reconhecer que, tendo apoiado o invasor e posto a culpa no invadido, não está em condições de mediar a paz. 
Não vai mencionar o Tribunal Penal Internacional, o qual recentemente atacou e do qual falou em se retirar (para poder receber o invasor Putin). 
 
Entre outros encontros bilaterais, Lula deve se encontrar com Biden e com Zelensky. 
Biden é um dos maiores responsáveis pela não adesão dos militares ao golpe que tiraria Lula do poder, mas Lula não para de atacá-lo. 
Quanto a Zelensky, presidente da Ucrânia, já o causou de ser culpado pela guerra.

Vamos torcer para que Lula faça um discurso que não seja terceiro-mundista demais, e que consiga tirar a má impressão de Biden, Zelensky e Europa.

Ricardo Rangel - Coluna Revista VEJA


sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O STF podia fazer algo em favor do Brasil e proibir Lula de sair do país – e falar o que não deve - J R Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

Ficou na moda, na Justiça brasileira de hoje, apreender passaportes e proibir acusados de viajarem para o exterior. 
Não tem servido para grande coisa, mas talvez os tribunais superiores e supremos de Brasília pudessem aproveitar o embalo para fazer algo concreto em favor do país: proibir o presidente Lula de sair do Brasil, pelo menos até o fim deste ano.
 
Eles não decidem sobre tudo e sobre todos? 
Obrigam as pessoas a pagarem de novo o imposto sindical.  
Estabelecem quantas gramas de maconha o sujeito pode carregar consigo. Condenam a dezessete anos de cadeia réus que, pela lei, não podem ser julgados por eles. Então: já que tudo serve, bem que os ministros poderiam confinar o presidente dentro dos limites do território nacional.

    O problema é que as coisas que o presidente diz estão colocando o país que ele representa num papel cada vez mais ridículo na frente do mundo.

Não é só para segurar um pouco o que ele, a mulher e o seu cortejo estão gastando com o cruzeiro de volta ao mundo que fazem há oito meses, non stop, com o dinheiro do pagador de impostos. 
Já torraram, nesse período, entre 25 e 30 milhões de reais, em treze viagens ao exterior; acabam de voltar da Índia, e já estão indo para Cuba. Mas a vantagem principal não estaria aí. Lula deveria ser proibido de sair do Brasil para se interromper a sangria desatada de declarações cretinas que ele começa a fazer assim que põe o pé fora do país.
 
O problema não é que isso faz mal para o próprio Lula – o prejuízo, aí, é só dele. O problema é que as coisas que o presidente diz estão colocando o país que ele representa num papel cada vez mais ridículo na frente do mundo. 
É verdade que pouca coisa do que ele diz chega ao conhecimento do público mundial; suas viagens são assunto só para jornalista brasileiro ou, talvez, para uma parte da mídia local. 
Mas o protocolo diplomático exige que Lula apareça ao lado de presidentes, reis e outros peixes graúdos, para os quais não consegue dizer nada de útil, ou compreensível – e que faça declarações públicas. 
Aí é um desastre serial. Nesta última viagem à Índia ele conseguir ir além dos seus piores momentos.

    Lula deveria ser proibido de sair do Brasil para se interromper a sangria desatada de declarações cretinas.

Lula, num único surto, disse que o ditador russo Vladimir Putin, que tem contra si um mandato internacional de prisão por crimes de guerra, não será preso se vier ao Brasil. Aqui vale “a lei brasileira”, disse ele, e o seu governo é que decide as coisas; prender Putin, como manda a lei internacional, seria “desrespeitar o Brasil”. 
Alguém lhe avisou, então, que ele não podia dizer uma coisa dessas. 
O Brasil assinou e prometeu cumprir o tratado que criou o Tribunal Penal Internacional, este que expediu a ordem de prisão contra Putin; aliás, o Brasil teve uma brasileira entre os juízes da corte, uma magistrada brasileira, que foi nomeada para o cargo pelo próprio Lula em sua primeira encarnação na Presidência.

Diante do desastre, e como sempre faz, Lula ignorou o que disse e falou o contrário logo depois – não é o seu governo que resolve isso, mas “o Judiciário”. Também como acontece sempre, decidiu falar mais do assunto sobre o qual não entende nada; poderia ter ficado quieto, mas quis se exibir. É claro que ficou muito pior.

Lula confessou, num tom de quem estava mostrando valentia, que “nem sabia desse tribunal”, e que vai “pensar direitinho no assunto”. 
Por que não pensou antes? Sua ameaça velada, e tola, é sair do tratado. Falou como quem diz: “Me aguardem”. É mesmo?  
E como ele pode discutir “investimentos”, ou a “crise do clima”, se faz demonstrações públicas de ignorância desse tamanho? [o constrangimento que o petista impõe ao Brasil, só não é maior pelo fato de que nos dois mandatos anteriores a ignorância e inconveniência do 'estadista de araque' já se tornou conhecida. Ele é tido hoje como uma figura folclórica e fosse o Brasil um império ele teria lugar garantido na corte.]

Para completar, disse que “não entende” por que os Estados Unidos ou a China não assinaram o tratado do TPI. Por que não pergunta para eles? Lula terminou sua aula de geopolítica dizendo que quem assinou o tratado foram os “bagrinhos”. 

Não só reduziu o Brasil à condição de “bagrinho”, mas informou ao mundo que os 123 países que assinaram são de segunda categoria. Entre eles estão a Alemanha, a Inglaterra, a França e o Japão.  
Não seria preciso passar por este vexame. 
Bastaria que Lula entregasse o seu passaporte.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

J.R. Guzzo,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES