O presidente Michel Temer recorreu a prescrições legais, expressas nos
códigos de processo Penal e Civil, para arguir a suspeição de Rodrigo
Janot, procurador-geral da República. Segundo a petição encaminhada ao
STF, Janot perdeu a isenção para continuar à frente da investigação. E
aponta motivos fartos e explícitos.
Esta Folha prestou, observo, um serviço ao Estado de Direito ao publicar, na segunda passada, a entrevista em que o procurador-geral,
como um Cesare Beccaria da presunção de culpa ou um Arrelia do direito
achado no picadeiro, anuncia ter flechas contra Temer guardadas na
aljava. Trata-se de uma ameaça, tomada por alguns como zelo de justiça. O jornal "O Globo", por exemplo, classificou de "ataque" a iniciativa do
presidente de pedir a suspeição do Guilherme Tell do Planalto Central.
Desde quando a apresentação de uma petição ao poder público, um dos
pilares do regime democrático, é um "ataque"? A "Primeira Emenda" da
Constituição dos EUA não passaria pelo crivo severo de "O Globo". Na
Carta americana, o direito a petições está em pé de igualdade com a
liberdade religiosa, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.
Procuradores, claro!, saíram em defesa do "Lírico de Joesley", aquele
mesmo que ousou denunciar, com pedido de prisão, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) por obstrução da investigação. O que o mineiro fez para
merecer imputação tão grave? Debateu com seus pares o conteúdo de um
projeto que mudava a lei que pune abuso de autoridade. É um espanto! Oh, leitores, ouso, sim, invadir com a minha mundanidade o território do
sagrado! Na sentença, a meu ver capenga, em que condenou Lula, o juiz
Sérgio Moro sustenta haver motivos para decretar a prisão preventiva do
ex-presidente. Este seria um deles: o petista teria tentado intimidar o
juiz (Moro falava de si mesmo...), procuradores e jornalistas. De que
modo? "Com a propositura de ações de indenização por crimes contra a
honra."
Moro, como "O Globo", não gosta da "Primeira Emenda". Começa a exibir fissuras o monólito da conspiração dos puros que uniu,
por algum tempo, setores do MPF, da Justiça e da Polícia Federal. Esta
passou a ser criticada sem mesura por procuradores, incluindo Janot.
Inquéritos que apuram o conteúdo de delações já homologadas não têm
conseguido chegar às provas. E não porque sejam "diabólicas". Ocorre
que, com frequência, policiais federais estão constatando que o suposto
crime cometido não passa de uma peça ruim de ficção, produzida por
prosadores e roteiristas amadores.
Tenho as minhas preferências políticas e as minhas convicções, como toda
gente. Se, no entanto, numa democracia, um liberal não cobrar a
neutralidade obsessiva de homens de Estado –vale dizer: o estrito
cumprimento das leis –, então quem o fará? Certamente não serão os
fascistas de esquerda ou de direita, gostem de Lula ou de Bolsonaro.
Então cobro eu. E não indago quem se beneficia da minha contradita.
Assim como a entrevista de Janot à Folha é, no mínimo,
incompatível com o decoro que se exige de um procurador-geral, a
concedida a "O Estado de S. Paulo", no domingo passado, por Carlos
Eduardo Thompson Flores Lenz é um despropósito. O homem teceu loas à
sentença de Moro: "É tecnicamente irrepreensível, fez exame minucioso e
irretocável da prova dos autos e vai entrar para a história do Brasil".
Flores Lenz, é fato, não integra a turma do Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4) que vai julgar o recurso de Lula. Mas ele o preside!
Sim, é preciso quebrar ovos para fazer uma omelete, como Stálin NUNCA
disse. Mas não é preciso rasgar as leis e o decoro para fazer justiça.
PS: Em audiência no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um
Jean Willys que não ousa dizer seu nome, uma vez que cospe por outros
meios, sugeriu que atuo em consonância com a Abin. Ele se esquece de que
fui o espionado, não o que espionou. É curioso esse rapaz se fingir de
um animal da "nova política". Ele continua o dinossauro de sempre do
PSOL. Afirmou que sou "mais governista do que Temer". Não, senador! Mais
do que governista, eu sou é inimigo de barítonos do golpe que se fingem
de sopranos da democracia.
Fonte: Folha de S. Paulo - Coluna do Reinaldo Azevedo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Procurador-geral da República e presidente do TRF-4 precisam ser mais reverentes ao espírito das leis
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