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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Bolsonaro não cometeu crime ao acessar áudios de portaria, diz Aras

“O fato de um condômino ter o eventual acesso à cópia dos áudios da portaria do local onde reside consiste em mero exercício de direito", escreveu o PGR

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que não cabe a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para apurar se o presidente Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) cometeram crime de obstrução de Justiça ao acessar os áudios no condomínio onde o presidente mantém uma casa no âmbito das investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes.

No dia do assassinato de Marielle, o suspeito de ter matado a vereadora, Élcio Queiroz, foi ao condomínio e, segundo depoimento do porteiro Alberto Mateus, teria ido à casa de Bolsonaro. À polícia, o porteiro contou que, enquanto Queiroz esperava na cancela, ele acionou o interfone e foi atendido por “seu Jair”, que autorizou a entrada. Anotou o endereço no livro de registro, como é de praxe, e abriu a cancela. Ao observar pelas câmeras de segurança que o carro não seguiu para o número 58, mas para o 65, falou pela segunda vez com “seu Jair”, que, sempre de acordo com o depoimento do porteiro, disse que sabia do desvio. No dia 20 de novembro, o porteiro voltou atrás e afirmou que se enganou ao envolver o nome do presidente Jair Bolsonaro no caso.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu que a Procuradoria se manifestasse sobre o pedido da Associação Brasileira de Imprensa para que o presidente fosse investigado. Aras escreveu que “a noticiante não trouxe aos autos indícios mínimos da ocorrência de ilícito criminal”.
“O fato de um condômino ter o eventual acesso à cópia dos áudios da portaria do local onde reside consiste em mero exercício de direito, na medida em que possui o domínio ou posse – embora não exclusivamente – sobre os bens de uso comum”, afirmou o procurador-geral.

No mês passado, VEJA localizou o porteiro às 17 horas de segunda-feira, 4, quando ele apareceu na porta de casa, um sobrado amplo e sem pintura, de shorts, chinelo e camiseta do Flamengo. Assim que a reportagem se identificou, o sorriso despreocupado com que o porteiro se aproximou sumiu. “Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada”, disse, virando as costas e fechando a porta. Ele mora na Gardênia Azul, bairro dominado por milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Veja - Publicado em  30 novembro 2019

 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O piano de cauda – Justiça injusta



Que semana confusa! Notícias não faltaram. Difícil escolher quais mencionar...


Do Blog do Noblat

Você prestou atenção nas palavras de Lula no inacreditável encontro petista com o objetivo insidioso de salvar a Petrobras:  “A nossa companheira Dilma Rousseff tem que deixar o negócio da Petrobrás para a Petrobrás, a corrupção para o ministro da Justiça ou para a Polícia Federal. A Dilma tem que levantar a cabeça e dizer eu ganhei as eleições.”?
Ganhar as eleições, para Lula, é um passaporte para tudo, é o mesmo que uma escritura de posse. Importante, nessa defesa de fancaria, era enfatizar para a companheira Dilma que ela precisa tomar verdadeiramente posse e segurar quentinha a cadeira até 2018.

O dono do partido que fez da Petrobras um celeiro de malfeitos, arregimentou companheiros para, segundo disse, defender e salvar a empresa! Defender de quem? Salvar de quem? Da Imprensa. E onde ele disse isso: na sede da Associação Brasileira de Imprensa!

(...)

O que será que leva dona Dilma a tardar tanto na escolha do 11º ministro do STF? Será que é para impedir novos julgamentos como o do mensalão? Os ministros do STF se ressentem da falta do 'ministro do desempate', vital para o bom funcionamento da corte. (Por falar no STF, eu só queria entender porque Renato Duque está em liberdade baseado no pressuposto de que ele não parece querer sair do país e Kátia Rabello está presa. Ela tem dois filhos e nada indica que queira se afastar deles para sempre... Justiça injusta!).


Deixei para o fim a notícia mais incrível da semana. O juiz da 3ª Vara Federal do Rio, que tomou a si o cuidado de zelar pelos carros de Eike Batista, cuidou também de achar um teto para o piano de cauda da família do réu. Pensei que ele fosse ser sumariamente expulso da magistratura, indiciado, julgado e condenado!  Mas qual! Nem tão cedo ele vai tocar piano numa delegacia...



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Lula, o cínico mistificador de sempre

De volta ao palco, Lula - o mistificador de sempre 


O mistificador número 1 do país reapareceu em público – mais precisamente na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, ontem à noite.

Lula fez o que mais gosta: falar sem ser contestado para, em seguida, colher os aplausos e louvaminhas dos admiradores que o escutam em estado de graça.  O pretexto para o encontro foi a defesa da Petrobras. Lula se disse pronto para ir às ruas em defesa da Petrobras, da reforma política e da democracia.  Como de hábito, falou muito, valeu-se dos lugares comuns que sempre pontilharam sua oratória, e abusou da credulidade de um auditório disposto a acreditar em tudo o que ele diria.

Enganou, iludiu, burlou. Lembra-se de quando ele citava a mãe analfabeta? Dessa vez citou mãe e pai:  - Sou filho de uma mulher analfabeta. de um pai analfabeto. E o mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida e ninguém vai me fazer baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também. [Lula, não esqueça que nas prisões os criminosos andam de cabeça baixa e mãos para trás - e que é simples questão de tempo você ser um deles.]

Quais os que querem guerra? Ele não os apontou. Como no auge do escândalo do mensalão em meados de 2005, quando se disse traído, mas não disse por quem.
Valeu-se do truque manjado de afirmar uma mentira para depois responsabilizar os adversários por ela. Assim: - No caso da Petrobras, se parte do pressuposto de que tem que acabar com ela e criminalizar a política.

Quem quer acabar com a Petrobras? Lula não disse quem. Quem quer criminalizar a política? Também não disse.

Foi ele que em 2006 nomeou diretores da Petrobras que passaram a desviar dinheiro para o Caixa 2 dos partidos e também para os bolsos de políticos. Como pode querer culpar os outros?  Por fim,  sacou da velha carta descolorida pelo tempo e pelo uso:
- Estamos vendo no Brasil a criminalização da ascensão social de uma camada da população brasileira. A elite não se conforma com a ascensão dos mais pobres.
Blablablá...

Lula terá coragem de se arriscar a uma derrota na eleição presidencial de 2018? Ou ele estará certo em apostar nos seus poderes de prestidigitador? E, porta, na ignorância alheia? [eleitor de Lula e ignorância alheia são sinônimos.]
 
Façam suas apostas.

Fonte: Ricardo Noblat - Blog do Noblat