Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
AOeste, o deputado federal comentou as ofensas que escuta sobre seu pai no Congresso e sobre a CPMI do 8 de janeiro
'O deputado fez uma piada com a facada do meu pai, inclusive, disse que
'sangrou foi pouco', contou Eduardo Bolsonaro - Foto: Foto: Divulgação
É noite da quarta-feira 19 na Câmara dos Deputados.Esta reportagem
vai em direção ao gabinete 579, localizado no Anexo III da Casa. Esse é o
endereço do deputado federalEduardo Bolsonaro
(PL-SP), 30 anos, terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, no
Congresso. O local está repleto de fotos do ex-chefe do Executivo — uma
delas é quase do tamanho de uma das paredes do gabinete.
Naquele dia, Eduardo brigou com o colega de Parlamento Dionilso
Marcon (PT-RS), pois o deputado ofendeu o ex-presidente. Na ocasião,
Marcon ironizou a facada que Bolsonaro sofreu em 2018. Eduardo partiu
para cima do parlamentar, mas foi contido.
“Ele fez uma piada com a facada do meu pai, inclusive, disse que
‘sangrou foi pouco’. Não tem como escutar isso e não reagir”, disse o
político a Oeste. “Não fazemos piada com o assassinato
da vereadora Marielle Franco. Condenamos o assassinato dela. A esquerda,
não. Eles são ph.D. em reescrever a história.”
Além disso, durante a conversa, Eduardo Bolsonaro criticou a prisão do ex-ministro Anderson Torres, endossou o apoio àComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, comentou as imagens vazadas do Palácio do Planalto e muito mais. Confira os principais trechos:
O senhor acredita que a prisão do Anderson Torres é injusta?
Sim. A prisão preventiva só pode acontecer em quatro modalidades: risco à ordem pública, à ordem financeira, de fuga e quando o indivíduo
atrapalha a investigação. Torres não se encaixa em nenhum desses casos. O
que fundamentou a prisão dele foi a omissão nos casos do 8 de janeiro.
Se a lei for isonômica, ela acaba com uma série de arbitrariedades do
Estado. Se todos são iguais perante a lei, não pode haver escravidão e
perseguição. Precisa haver o processo legal e outras garantias
fundamentais. Isso não está sendo respeitado no caso do Torres. Se
todos, de fato, somos iguais, por que o Anderson Torres está preso e o
ministro da Justiça, Flávio Dino — que recebeu um ofício da Polícia
Federal (PF) avisando sobre a possibilidade dos atos de vandalismo —
está solto? Dino tirou o time dele de campo mesmo sabendo
antecipadamente sobre os atos.
Todos os que estão presos por conta dos
atos do dia 8 têm uma possibilidade maior de ser soltos com a instalação
da CPMI do 8 de janeiro.
A CPMI vai expor as ilegalidades e as
injustiças que aconteceram nesses casos.
O apoio do governo à CPMI pode atrapalhar as investigações?
Eles vão tentar desvirtuar a CPMI para quebrar o sigilo de quem não
tem nada a ver com a história.
Perseguindo as pessoas, eles desestimulam
a oposição.
Muita gente vai ter receio de sair às ruas para se
manifestar, pois viram a população que foi presa por ficar apenas em
frente ao quartel-general. Foram mais de mil prisões em flagrante feitas
na base do “copia e cola”. Temos que ficar bem atentos nessa CPMI, pois
a esquerda vai fazer de tudo para nos atrapalhar..
Em 17 de abril, durante uma sessão plenária do STF, o
ministro Moraes associou o senhor e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ),
seu irmão, aos atos do 8 de janeiro. Como o senhor recebe isso?
Moraes é um caso raro no Brasil. Ele é quem investiga, acusa e julga.
Nem no período medieval tínhamos algo parecido com isso.
Se o ministro
nos acusa, a ele cabe o ônus da prova. Como incentivei os atos de
vandalismo? Não há vídeos, lives ou banners. E ainda
que tivesse. Às vezes penso que meu pai é superpoderoso, pois, ao
depender do que ele fale, as coisas acontecem. Ele poderia falar“Não
haja mais mortes no Brasil”e os homicídios zerarem.
Estou querendo
demonstrar que não existe uma ligação direta com aquilo que se fala e,
nesse caso — com o que não se fala —, pois o Bolsonaro não deu nenhuma
ordem e, inclusive, foi muito criticado pela própria base. Quando estava
na faculdade, quase não ouvíamos falar de ministros do STF.
Normalmente, o ministro fala apenas dentro dos autos.
Laudo obtido pelo GLOBO atesta que áudio não sofreu qualquer edição, e
que Ronnie Lessa autorizou a entrada do outro acusado no condomínio
Laudo da Polícia Civil obtido pelo GLOBOconcluiu que a voz do
porteiro que efetivamente liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no
condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora
Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes,não é a do
funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores
da Delegacia de Homicídios (DH). O documento, assinado por seis
peritos, também atesta que o áudio da portaria não sofreu qualquer tipo
de edição e que a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio
foi o policial reformado Ronnie Lessa. Tanto Élcio quanto Lessa estão
presos sob a acusação de terem cometido o crime.
Em
depoimento, no ano passado, um dos porteiros disse que Bolsonaro havia
liberado a entrada de Élcio no condomínio. Depois, ele voltou atrás.
Agora, a perícia no áudio da portaria, iniciada em 13 de janeiro deste
ano, confirmou que foi um outro funcionário que interfonou para Lessa,
morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro. O crime aconteceu em 14 de
março de 2018, por volta das 21h15. A gravação foi feita no mesmo dia,
às 17h07m42s, portanto, quatro horas antes da execução.
Nos
depoimentos que prestou nos dias 7 e 9 de outubro do ano passado, o
porteiro pivô do caso relatou que “Seu Jair”, referindo-se a Bolsonaro,
havia autorizado a entrada de Élcio no dia do assassinato. Ele também
contou à polícia que o ex-PM havia pedido para ir à casa número 58, onde
vivia o então deputado federal e atual presidente da República.
Bolsonaro, no entanto, se encontrava em Brasília no dia, como mostrou a
TV Globo.
MP também fez análise
Antes de o laudo
da Polícia Civil ser produzido, o Ministério Público (MP) do Rio, num
exame na gravação feito pelo próprio órgão, no dia 30 de outubro, já
afirmava que a autorização para a entrada de Élcio no Vivendas da Barra
fora dada por Lessa, e não por Bolsonaro. Em 4 de novembro, o colunista
Lauro Jardim publicou que a Polícia Civil já sabia que o porteiro que
prestara depoimento não era o mesmo que liberara a entrada de Élcio.
Isso agora foi confirmado pela perícia.
Há outra diferença importante entre os dois exames técnicos. A
gravação do sistema de comunicação do Vivendas da Barra analisada pelo
MP foi cedida pelo síndico. Já a análise da Polícia Civil se deu sobre
material apreendido na portaria do local pelos agentes após o caso vir à
tona. O porteiro pivô do caso já havia recuado, após a divulgação
da análise do MP. Em depoimento à Polícia Federal, em 19 de novembro,
ele disse que cometeu um erro ao anotar na planilha do condomínio que
Élcio pretendia visitar a casa 58, número da residência de Bolsonaro, em
vez de casa 65, onde Lessa vivia. O porteiro alegou que se equivocou. O
resultado do laudo reforça suspeitas de investigadores de que o
porteiro que citou Bolsonaro pode ter agido a mando de terceiros. [hipótese absurda, já que o mais idiota dos homo sapiens - até a 'engarrafadora de vento' - sequer pensariam em usar tal manobra, pelo simples motivo de que estando Bolsonaro, então deputado federal, em Brasília, teria a atestar de forma incontestável sua presença no DF - como ocorreu, apesar de desnecessário - a Câmara dos Deputados.]
(.....)
Quatro estavam de plantão
Quando
a gravação foi feita, havia quatro porteiros de serviço no turno da
tarde no condomínio, inclusive o que citou Bolsonaro. As vozes dos
quatro foram comparadas com o áudio analisado pela perícia do ICCE. O
ponto crucial da perícia se dá em uma conversa rápida, de poucos
segundos, entre os interlocutores identificados como VM1 (voz masculina
1) e VM2 (voz masculina 2). Os peritos apontam “limitações na quantidade
de material examinado”, mas afirmam que, a partir de análises acústica e
biométrica, qualidades que são observadas para identificar as vozes
durante o exame, o áudio questionado “possui características
convergentes com a fala padrão coletada pelo porteiro Z, mais do que
qualquer dos outros porteiros analisados”. Trata-se de outro porteiro de
plantão e não aquele que mencionou o presidente em depoimento.
(.....)
A fala do porteiro que liberou a
entrada de Élcio no condomínio dura seis segundos. De acordo com a
transcrição da gravação, a pessoa que fala com Lessa segue o
procedimento estabelecido pelas normas do condomínio para o acesso de
visitantes. O porteiro (identificado como VM1) disca para a casa do
morador — no caso, Lessa —, que atende:
VM2 (voz masculina 2): “Pronto.”
VM1 (voz masculina 1): “Portaria, boa-tarde.”
VM2: “Boa-tarde.”
VM1: “É o senhor Elson (Élcio).”
VM2: “Tá, pode liberar aí.”
VM1: “Tá okay.”
VM2: “Valeu”. O
laudo explica que o dono da voz masculina 2, Lessa, não se identifica.
No entanto, os peritos analisam que, quando ele fala a expressão
“pronto”, percebe-se rispidez no trato com o porteiro. O tempo da fala
do acusado do assassinato de Marielle dura apenas três segundos e,
segundo o exame, “não permite uma avaliação mais abrangente de suas
características fonológicas e linguísticas”, como é feita com a voz do
porteiro.
[atualizando: apesar do valor exagerado dado ao diálogo, a única serventia dele é reforçar que o porteiro que depôs dizendo ter sido a autorização dada pelo então deputado Bolsonaro - em posterior depoimento, voltou atrás, - ou estava mentindo ou é enrolado.
Lessa e Élcio estão presos por outros crimes - contrabando de fuzis, já que as suspeitas contra eles no tocante à morte da vereadora não são suficientes para sustentar uma prisão preventiva.]
“O fato de um condômino ter
o eventual acesso à cópia dos áudios da portaria do local onde reside
consiste em mero exercício de direito", escreveu o PGR
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que não cabe a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para apurar se o presidente Jair Bolsonaroe o vereadorCarlos Bolsonaro
(PSC-RJ) cometeram crime de obstrução de Justiça ao acessar os áudios
no condomínio onde o presidente mantém uma casa no âmbito das
investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes.
No dia do assassinato de Marielle, o suspeito de ter matado a
vereadora, Élcio Queiroz, foi ao condomínio e, segundo depoimento do
porteiro Alberto Mateus, teria ido à casa de Bolsonaro. À polícia,
o porteiro contou que, enquanto Queiroz esperava na cancela, ele
acionou o interfone e foi atendido por “seu Jair”, que autorizou a
entrada. Anotou o endereço no livro de registro, como é de praxe, e
abriu a cancela. Ao observar pelas câmeras de segurança que o carro não
seguiu para o número 58, mas para o 65, falou pela segunda vez com “seu
Jair”, que, sempre de acordo com o depoimento do porteiro, disse que
sabia do desvio. No dia 20 de novembro, o porteirovoltou atrás e afirmou que se enganou ao envolver o nome do presidente Jair Bolsonaro no caso.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu
que a Procuradoria se manifestasse sobre o pedido da Associação
Brasileira de Imprensa para que o presidente fosse investigado. Aras
escreveu que “a noticiante não trouxe aos autos indícios mínimos da
ocorrência de ilícito criminal”. “O fato de um condômino ter o eventual acesso à cópia dos
áudios da portaria do local onde reside consiste em mero exercício de
direito, na medida em que possui o domínio ou posse – embora não
exclusivamente – sobre os bens de uso comum”, afirmou o
procurador-geral.
No mês passado,VEJA localizou o porteiro
às 17 horas de segunda-feira, 4, quando ele apareceu na porta de casa,
um sobrado amplo e sem pintura, de shorts, chinelo e camiseta do
Flamengo. Assim que a reportagem se identificou, o sorriso despreocupado
com que o porteiro se aproximou sumiu. “Eu não estou podendo falar
nada. Não posso falar nada”, disse, virando as costas e fechando a
porta. Ele mora na Gardênia Azul, bairro dominado por milícias na Zona
Oeste do Rio de Janeiro.
Depois de implicar o
presidente em depoimentos à polícia, logo desmentidos, Alberto Jorge
Mateus não voltou ao trabalho e vive como 'um animal acuado'
SOB HOLOFOTE – “Seu Alberto”: o condomínio preferiu afastá-lo do serviço até a poeira baixar (Reginaldo Teixeira/.)
O porteiro mais comentado do Brasil finalmente tem nome e endereço.
Ele se chama Alberto Jorge Ferreira Mateus e mora na Gardênia Azul,
bairro fincado em área dominada por milícias na Zona Oeste do Rio de
Janeiro. VEJA o localizou às 17 horas de segunda-feira 4, quando ele
apareceu na porta de casa, um sobrado amplo e sem pintura, de shorts,
chinelo e camiseta do Flamengo. Assim que a reportagem se identificou, o
sorriso despreocupado com que o porteiro se aproximou sumiu. “Eu não
estou podendo falar nada. Não posso falar nada”, disse, virando as
costas e fechando a porta.
Alberto Mateus ficou famoso, ainda sem nome
nem endereço, na última semana de outubro, quando o Jornal Nacional
divulgou os dois depoimentos dele à Polícia Civil do Rio de Janeiro
afirmando que no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e de
seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado, um dos
acusados pelo crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, parou na
cancela do condomínio em que ele trabalha, o Vivendas da Barra, e lhe
disse que ia visitar a casa 58, onde vivia seu mais famoso morador: o
então deputado federal Jair Bolsonaro, candidato à Presidência. A versão
cairia por terra em menos de 24 horas. Ele mentira.
Na rua da Gardênia Azul onde Alberto Mateus mora com a mulher há 32
anos e onde criou o casal de filhos, ninguém dá palpite sobre o motivo
que o teria levado para o olho de um furacão envolvendo o presidente da
República. Moradores e comerciantes do local, uma via calma de mão dupla
por onde circulam motos e carros em péssimo estado, demoraram a saber
que aquele sujeito calvo, alto, magro e discreto, que não frequenta
bares nem festas e nos fins de semana é visto sempre a caminho da
igreja, com uma Bíblia nas mãos, era porteiro do condomínio
Vivendas da Barra. Um cunhado, que não quis se identificar, conta que
boa parte da família só descobriu na reta final da eleição do ano
passado, quando o porteiro foi filmado por uma equipe de TV na entrada
onde o público se aglomerava. “A gente brincou que ele estava famoso. O
Beto é do tipo que sai cedo para trabalhar e não comenta nada”, disse.
(...)
O dono da casa 65 é o também ex-PM Ronnie Lessa, o outro acusado de
matar Marielle(Queiroz teria dirigido o carro e ele, puxado o gatilho).
O encontro da dupla, quatro horas antes do crime, é peça crucial na
reconstituição do caso. Ao envolver “seu Jair” no enredo, ainda mais em
um dia em que o deputado estava comprovadamente em Brasília — como o
próprio Jornal Nacional apontou —, o porteiro identificado por
VEJA criou uma enorme confusão, por motivo até agora não esclarecido, já
que não voltou a ser convocado pela polícia para dar explicações.
Aparentemente tranquilo nos dias seguintes aos seus depoimentos,
prestados em 7 e 9 de outubro, durante seu período de férias, ele foi
ficando nervoso à medida que a repercussão crescia. Deveria ter voltado
ao posto em 1º de novembro, mas, diante da divulgação do depoimento três
dias antes, o condomínio optou por prorrogar a licença e mantê-lo
afastado do local até a poeira baixar. Cinco dias depois, no domingo 27,
Alberto Mateus foi visto na praia, ajudando a mulher, que tem uma
barraca onde vende cervejas e refrigerantes a 2 quilômetros do Vivendas.
“Ele comentou o caso com a gente muito por alto. Acho que não tinha
dimensão do que estava acontecendo”, disse a VEJA o dono de uma barraca
próxima, que não quis se identificar. Hoje, segundo familiares, o
porteiro está “feito um animal acuado”.
(...)
"A coisa toda aconteceu há
tempos, e são muitas casas e visitantes o dia inteiro.” Izaias contou
que, ao saber do depoimento do colega, tentou falar com ele por
aplicativo de mensagem, para obter “a informação verdadeira”, mas não
recebeu resposta. “Todos aqui no condomínio ficaram surpresos por ele
ter ligado o presidente a um crime gravíssimo. Pode ser que estejam
usando o Alberto para denegrir a imagem de Bolsonaro”, arriscou Izaias,
que ostenta orgulhoso uma foto ao lado do capitão em suas redes sociais.
No condomínio francamente bolsonarista, o próprio Alberto não escondia
sua simpatia pelo presidente. A casa 65 que Lessa alugava no Vivendas da Barra está vazia e
fechada. Os aparelhos de ar condicionado foram removidos. A associação
com a morte da vereadora e do motorista preocupa os moradores do
condomínio, que temem ver os imóveis desvalorizados. “O lugar ficou
malvisto, associado à milícia”, disse um proprietário. Mesmo assim, em
um ato de solidariedade para com um funcionário antigo, solícito e
considerado de confiança, foi convocada uma assembleia extraordinária
para discutir a proposta de que as 135 casas se cotizem para pagar um
advogado para o porteiro Alberto Mateus. Com reportagem de Jana Sampaio
Em VEJA, matéria completa
Publicado em VEJA, edição nº 2660 de 13 de novembro de 2019,
“Bolsonaro está convencido de que Witzel lidera uma
conspiração para inviabilizar sua reeleição a qualquer preço. O
governador pretenderia incriminá-lo no caso Marielle”
[tudo indica que a TV Globo, caiu em uma FAKE NEWS. Nada sabemos de jornalismo, mas, tudo indica que a ansiedade por um 'furo' pode comprometer o processo de apurar a veracidade do 'furo'.]
Não convidem para a mesma solenidade Jair Bolsonaro e o governador
fluminense Wilson Witzel (PSC). A relação entre os dois desandou de vez
depois da divulgação, pela TV Globo, do depoimento do porteiro do
Condomínio Vivendas da Barra — onde mora o principal suspeito de matar a
vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o sargento da
PM reformado Ronnie Lessa —, onde o presidente e seu filho Carlos têm
casa. O porteiro contou à polícia que, horas antes do assassinato, em 14
de março de 2018, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou
no condomínio e disse que iria para a casa de Bolsonaro. E que alguém na
casa dele, a de número 58, liberou a entrada. Ocorre que, naquele dia,
na mesma hora, o então deputado federal estava em Brasília, e os
registros da portaria mostram que Élcio, na verdade, interfonou para
Lessa.
Bolsonaro acusa o governador de ter vazado o depoimento para
prejudicá-lo: “Dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio
de Janeiro. O governador Witzel chegou perto de mim e falou o seguinte:
‘o processo está no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da
Marielle.’ ‘O que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu
nome.’ Quer dizer: Witzel sabia do processo que estava em segredo de
Justiça. Comentou comigo”, afirmou o presidente. “No meu entendimento, o
senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia
Civil para tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com
essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora
Marielle”, completou o presidente da República.
Witzel nega envolvimento no caso: “Jamais vazei qualquer tipo de
informação, seja como magistrado, seja como governador. Eu lamento que o
presidente tenha, num momento, talvez, de descontrole emocional, no
momento em que ele está numa viagem, não está, talvez, no seu estado
normal, tenha feito acusações contra a minha atividade como governador”.
E completa: “Não manipulo o Ministério Público, não manipulo a Polícia
Civil. Isso é absolutamente inadequado, contrário às instituições
democráticas. A Polícia Civil, no meu governo, tem independência. O MP
tem e sempre terá independência e, infelizmente, eu recebi com muita
tristeza essas levianas acusações.”
Não procede Em vídeo gravado quando ainda estava na Arábia Saudita, Bolsonaro
criticou a Globo e ameaçou não renovar a concessão da emissora, em 2022,
se o processo não estiver “enxuto”. A emissora reagiu com o argumento
de que apenas cumpriu seu dever de informar. Ontem, a procuradora Simone
Sibilio, do Grupo de Combate ao Crime Organizado, disse que o áudio
obtido na investigação “comprova que no dia do crime, por volta das
17h07, Élcio entra no condomínio de Ronnie Lessa e pede autorização para
entrar”, mas não foi como havia dito o porteiro: “A pessoa que está na
cabine [porteiro] liga para casa 65, e isso está comprovado pelas
gravações. E a pessoa que atende na casa 65 é Ronnie Lessa. Com base na
pessoa que atende, precisava comprovar: essa voz é de quem? O Ministério
Público, com base na voz de Lessa obtida no depoimento, fez um
confronto com a voz da cabine – e o confronto deu positivo. Portanto há
prova pericial de que quem atende e quem autoriza a entrada de Élcio de
Queiroz é Ronnie Lessa.”
Bolsonaro está convencido de que Witzel lidera uma conspiração para
inviabilizar sua reeleição a qualquer preço. O governador fluminense,
para o presidente da República, pretenderia incriminá-lo nos
assassinatos de Marielle e Anderson com objetivo de desestabilizar seu
governo e inviabilizar sua reeleição. Witzel articula sua candidatura à
Presidência em 2022, e isso está incomodando Bolsonaro, muito mais do
que outros adversários, por causa do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor
parlamentar de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O caso é
investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense
Caso Marielle - Possível destino de
inquérito, corte adota cautela com depoimento que envolve presidente da
República nas investigações da morte da vereadora
Dentro do Supremo Tribunal Federal, os ministros ainda avaliam com cautela a possibilidade de a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco
(PSOL-RJ) e seu motorista Anderson Gomes ser transferida para a corte
em razão da citação ao nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que tem
foro privilegiado, em um depoimento colhido pela Polícia Civil.
A avaliação decantada entre os ministros é que, por ora, faltam
elementos que demonstrem qualquer envolvimento do presidente no crime a
justificar a transferência do inquérito. Também favorece Bolsonaro
o fato de o crime ter acontecido antes de ele assumir a presidência: a
jurisprudência da corte indica que a prerrogativa de foro só vale para
atos cometidos durante o mandato.
O ministro Marco Aurélio vê com naturalidade o deslocamento do
inquérito a partir da “simples sinalização” de uma autoridade com foro
ter participado de um crime. “Por enquanto, é tudo muito embrionário. A
pessoa [o suspeito Élcio Queiroz] teria chegado à portaria e disse que iria à casa dele [de Bolsonaro], mas foi a uma outra [do também suspeito Ronnie Lessa].Aí não se tem nada que o envolva”, afirma. Mesmo com fatos anteriores ao mandato, o ministro entende que é
possível a abertura de inquérito — mas ressalta que este entendimento
não é majoritário. “Pode haver inquérito para não se perder as provas
porque há provas que, com a passagem do tempo, são perdidas. Eu entendo
assim, mas a maioria entende que não”. [é público e notório que o ministro Marco Aurélio gosta de posições polêmicas - sempre perde mas tem a vantagem de ficar mais evidência que os ganhadores.]
De acordo com reportagem do Jornal Nacional,
da TV Globo, o ex-policial militar Élcio Queiroz anunciou na portaria
que iria para casa de Bolsonaro, mas dirigiu-se para a do ex-PM Ronnie
Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos. Em depoimento, um porteiro
relatou ter ligado para a casa 58, de Bolsonaro e que uma pessoa que ele
identificou como sendo o “seu Jair” liberou a entrada. Quando o
suspeito foi até a casa 66, onde mora Ronnie Lessa, o porteiro telefonou
novamente para a casa 58, e o mesmo “seu Jair” teria dito que sabia
para onde ele estava indo.
Conforme a reportagem, no dia da visita, no entanto, Bolsonaro estava
em Brasília e não em sua casa no Rio de Janeiro. O então deputado
federal registrou a presença em duas votações na Câmara. Lessa é acusado
pela polícia de ser o autor dos disparos que mataram Marielle o seu
motorista, Anderson Gomes; e Queiroz é suspeito de ser o motorista do
carro que levava o matador. Os dois foram presos no dia 12 de março
deste ano. [os dois estão presos por suposto envolvimento em outros delitos.] O advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que o
depoimento do porteiro é “mentiroso” e que isso é passível de
“investigação por falso testemunho”.
Aras remete pedido de Moro ao Ministério Público do Rio
A princípio, STF fica de fora "tendo em vista a ausência de possíveis investigados com foro privilegiado"
O Procurador-Geral da República Augusto Aras acaba de
encaminhar despacho para a Procuradoria da República no Rio de Janeiro
para adoção de medidas necessárias à instauração de inquérito policial
destinado à apuração de “ilícitos narrados” por Sergio Morosobre o depoimento prestado pelo porteiro do condomínio do presidente Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca.
Pedido de acesso foi feito pelo MP-RJ, mas MPF deu parecer favorável à empresa
A
Google
Brasil está no centro de polêmica envolvendo o Ministério Público do Rio (MP-RJ) e o Ministério Público Federal (MFP) no Caso
Marielle. Após ser obrigada pelo Tribunal de Justiça do Rio a fornecer, a pedido
do MP-RJ, a lista de pessoas que pesquisaram na ferramenta de buscas o
nome “Marielle Franco”, entre 10 e 14 de março do ano passado, a Google
recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (
STJ
) para reverter a decisão. Em parecer sobre o recurso, o MPF ficou do
lado da empresa e alegou que o pedido do MP-RJ“atenta contra direitos e
garantias de indivíduos não relacionados ao crime”.
[o descaso do MP-RJ com o ordenamento legal, manifestado no caso Flávio Bolsonaro - inclusive pedindo à UIF, por e-mail, informações sobre movimentações atípicas, após decisão do Supremo, em plena vigência, proibir o Coaf, atual UIF, de fornecer tais informações sem prévia autorização judicial - se repete agora contrariando até o bom senso.
- além da evidente violação aos "direitos e
garantias de indivíduos não relacionados ao crime", - bem reconhecida em parecer do MPF - é totalmente sem noção, por saltar aos olhos que os assassinos da vereadora, por mais descuidados que fossem, jamais iriam fazer pesquisa no Google, ou em qualquer outra fonte, sobre possível vítima, às vésperas de assassiná-la.]
[nada contra a 'inteligência artificial', só que será preciso uma capacidade imensa de criar situações que possam tornar dados colhidos a mais de 18 meses da data do crime em provas.
Outra curiosidade é que em um momento de 'descuido mental' é possível alguém ver fundamento em que um assassino pesquise sobre sua futura vítima, ou tópicos que possam se relacionar à vítima, no dia do crime ou dois ou três dias antes - mas, considerar suspeito pesquisar o nome de uma rua tradicional da cidade do Rio, é forçar demais. Mas, considerando que todas as investigações sobre a morte da vereadora e do seu motorista são sempre baseadas: em suspeitas, supostamente, possivelmente, índicios, testemunha-chave, tudo se torna possível.
Aliás, a própria pretensão de federalizar as investigações, nos parece que apresentada pela ex-chefe da PGR, é um evidente desrespeito aos milhares de mortos, assassinados e cuja autoria permanece desconhecida. Repetimos mais uma vez: uma VIDA HUMANA tem o valor de QUALQUER OUTRA VIDA HUMANA.] A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram
assassinados, no Estácio, em 14 de março do ano passado. Para reforçar a
prova contra os dois acusados — o sargento reformado da PM Ronnie Lessa
e o ex-soldado Élcio Queiroz — e buscar outros envolvidos, o MP-RJ
pediu à Justiça que quebrasse o sigilo para saber, nos cinco dias que
antecederam o crime, os nomes de quem pesquisou no Google, além de
“Marielle Franco”, as palavras-chave “vereadora Marielle”, “agenda
Marielle”, “agenda vereadora Marielle”, “Casa das Pretas”, “Rua dos
Inválidos 122” e “Rua dos Inválidos”.
Até o momento, a principal prova contra Ronnie Lessa foi obtida por
intermédio da quebra do sigilo telemático. Os investigadores conseguiram
mostrar que o acusado monitorou pelo menos um encontro privado da
vítima, com seu ex-marido Eduardo Alves, pouco antes de ser morta. Os
promotores que atuam no processo acreditam que a lista de usuários
poderá fornecer provas decisivas para o caso, razão pela qual o
posicionamento do MPF causou mal-estar no MP-RJ.
Ao recorrer ao STJ, a Google alegou que o pedido“não contém mínima
individualização de pessoas nem imputação de conduta ilícita aos
afetados, de maneira a configurar autêntica ordem exploratória, com
repercussão negativa desarrazoada para terceiros alheios às
investigações”. A tese foi acolhida pelo subprocurador-geral da
República Marcelo Muscogliati, que pediu ao STJ que atenda ao recurso da
empresa. Procurada, a Google informou que protege “vigorosamente a
privacidade dos usuários”e que busca apoiar o trabalho das autoridades
investigativas.
Horas antes de se tornar, oficialmente, ex-procuradora-geral da República, Dodge pede federalização do
caso Marielle e denuncia Brazão
Procuradora-geral
da República anunciou medidas ao encerrar seus dois anos de gestão à frente da
PGR
A procuradora-geral da República Raquel Dodge apresentou denúncia
contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ)
Domingos Brazão sob acusação de atuar para obstruir as investigações do
assassinato da vereadora Marielle Franco. Dodge também solicitou duas
outras medidas sobre o caso: a abertura de um inquérito no Superior
Tribunal de Justiça (STJ) para apurar se Brazão foi o mandante do
assassinato e a federalização das investigações, que pode tirar o caso
da Polícia Civil do Rio e levá-lo definitivamente para a Polícia
Federal.
“Esta denúncia completa aquilo que era necessário, quando, em outubro de
2018, requisitei investigação à Polícia Federal. Havia indícios de que a
investigação processada no âmbito estadual não estava seguindo a
verdadeira linha apuratória ”
[enquanto pede a federalização de homicídios, crimes comuns e cuja investigação é de alçada da Polícia Civil estadual, a procuradora-geral retarda a tramitação de denúncias da Lava Jato.]
Caberá agora ao STJ decidir se aceita a denúncia, a abertura de inquérito e a federalização —cada uma separadamente.
A denúncia apresentada por Dodge acusa de atuarem na obstrução das
investigações o conselheiro Brazão, um assessor seu no TCE-RJ chamado
Gilberto Ribeiro da Costa, o policial federal Hélio Khristian, o
policial militar e miliciano Rodrigo Ferreira e a advogada Camila
Moreira.