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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

EUA: rede de ensino é processada por tratar menina como menino sem a permissão dos pais

Gazeta do Povo - Educação

Mary Margaret Olohan - The Daily Signal

Hoje vamos fazer mais um alerta sobre o ativismo LGBT e a infância.

[Senhor Pais: Recomendamos enfaticamente a leitura do artigo adiante e alertamos que a linguagem neutra é um dos instrumentos para implantar a política de opção sexual precoce em nossas crianças; Nossa alerta é consequência de já existir decisão do STF, ainda que monocrática, restabelecendo o uso do dialeto não binário em escolas públicas e privadas de Rondônia. Entendemos que tal decisão é um passo que poderá prejudicar em muito nossas crianças. Confiram aqui.]

Desta vez envolve uma rede pública de ensino nos EUA, que começou a tratar uma menina de 12 anos com nome e pronomes masculinos, sem o consentimento dos pais.

 Uma rede de ensino público no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, está sendo processada por ter começado a tratar uma menina de 12 anos com nome e pronomes masculinos, sem o consentimento dos pais.

Depois de assistir a aulas e mais aulas sobre identidade de gênero, a menina afirmou que era um menino. Os pais a levaram a um terapeuta, que fez um diagnóstico rápido e a incentivou ainda mais a “admitir” que era menino. Com o “diagnóstico”, a escola se negou a obedecer aos pais e passou a tratar a menina com o nome e pronomes masculinos.

Preocupados pela possibilidade de ser um sentimento momentâneo da filha, com decisões permanentes que poderiam prejudicar a vida dela, os pais a trocaram de escola e de terapia. Resultado? Eles estavam certos: a menina percebeu que não era um menino e nem queria ser, voltou atrás, agradeceu os pais e está feliz. A rede de escolas foi processada e a ação seguiu para ajudar outros pais com o mesmo problema.

Essa história, que se repete em diversas instituições de ensino dos EUA, não está longe de se dar no Brasil.

Com a desculpa de ensinar o legítimo respeito a pessoas de perfil LGBT, grupos ativistas, com argumentações falsas, tentam convencer as crianças a mudar de sexo de forma precoce o que é perigoso para a saúde mental e física, com danos irreversíveis.   Estudos, como o do American College of Pediatricians, mostram como a maior parte das crianças e jovens que apresentam disforia de gênero muda de ideia pouco tempo depois.

Esses grupos ativistas também tentam apresentar os pais que não concordam com a transição abrupta de gênero das crianças como inimigos, influenciando seus filhos contra eles.
Os autores do processo, o Instituto pela Lei e Liberdade (Wisconsin Institute for Law and Liberty) e a Aliança em Defesa da Liberdade (Alliance Defending Freedom), alegam que o distrito escolar Kettle Moraine violou os direitos dos pais, protegidos pela Constituição dos Estados Unidos, levando uma aluna de 12 anos a tomar uma decisão para a qual não estava preparada.

Em entrevista ao Daily Signal, uma das advogadas do caso, Kate Anderson, da Aliança em Defesa da Liberdade, afirmou que práticas semelhantes têm sido vistas em outras redes de ensino do país, e citou, além de Wisconsin, os estados de Virgínia e Washington. “Os pais têm o direito de orientar a educação de seus filhos e, para isso, eles só querem informações sobre o que está acontecendo com seus filhos na escola”, disse Anderson. “E essas políticas são tão perigosas porque estão permitindo que as escolas incentivem os alunos a começar a transição para um gênero que não está de acordo com seu sexo biológico, sem informar os pais e, em muitos casos, inclusive mentindo para os pais de propósito, sobre o que o aluno está fazendo na escola”.  “Quando as escolas escondem dos pais informações básicas sobre os cuidados de saúde de seus filhos, isso os impede de fazer o que é melhor para seus filhos que é o que, constitucionalmente, eles têm todo o direito de fazer, orientar a sua educação”, acrescentou ela.

Militante trans diz que crianças não têm gênero e que pais não devem “impor” padrões

Antes de iniciar o processo, os advogados enviaram em maio uma carta ao distrito escolar. No texto, eles relatam a história da menina de 12 anos, que começou a apresentar “disforia de gênero de forma abrupta”, bem como “ansiedade e depressão significativas” em dezembro de 2020. Seus pais “a retiraram temporariamente da instituição de ensino para permitir que ela frequentasse um centro de saúde mental onde pudesse ser ajudada sobre o que estava passando”, dizia a carta.

“Mas, em vez de ajudá-la a resolver suas questões sobre seu gênero, o centro rapidamente 'afirmou' que ela era realmente um menino trans e a encorajou a fazer a transição para uma identidade masculina”, continuaram os advogados. “No início de janeiro, ela disse aos pais e aos funcionários da escola que queria adotar um nome e pronomes masculinos quando voltasse para a escola.”

Os pais da menina decidiram que “a transição imediata não seria do interesse de sua filha”, dizia a carta, aconselhando que ela procurasse entender a causa de seus sentimentos antes de dar um passo tão significativo. Eles também pediram aos funcionários da escola que continuassem usando seu nome legal e pronomes femininos.  “Mas o distrito escolar se recusou a honrar o pedido”, escreveram os advogados, e os pais “foram informados de que, de acordo com a política do distrito escolar, os funcionários da escola seriam obrigados a se dirigir à filha usando um nome e pronomes masculinos, se ela quisesse”.

Os pais, então, afastaram a filha da escola, do centro de saúde mental e do terapeuta que a estava atendendo para evitar que a afirmação diária de uma identidade masculina pudesse prejudicar sua filha”.

A carta continuou: 
“As preocupações foram logo confirmadas. Depois de deixar o centro e sair da escola, o comportamento de sua filha começou a mudar. Algumas semanas depois, ela disse à mãe que ‘a terapia afirmativa realmente me confundiu’. Ela explicou que os terapeutas do centro não a questionaram ou ajudaram a entender seus sentimentos, mas apenas lhe disseram que agora que ela sabia que seria realmente menino, quanto mais cedo fizesse a transição, melhor, porque seria mais fácil na juventude. Eles também disseram que ela estava certa em ficar com raiva de sua mãe por não permitir que ela ‘fosse quem ela era’ imediatamente. Ela agora percebe que isso era errado e realmente alimentou a raiva de sua mãe. Ela voltou a se identificar pelo nome de nascimento e pronomes femininos e se matriculou em uma escola diferente.”

“Nosso objetivo é garantir que o que aconteceu [com a estudante] nunca mais ocorra novamente”, dizia a carta. O distrito escolar, porém, ignorou o texto, disse a Aliança em Defesa da Liberdade em um comunicado à imprensa, não deixando aos pais outra opção a não ser processar seus dirigentes. O processo questiona a política escolar que permite que alunos menores de idade mudem seus nomes e pronomes na escola sem o consentimento dos pais. “As escolas não podem ignorar os pais quando se trata de decisões sobre seus filhos”, disse Luke Berg, do Instituto para a Lei e Liberdade de Wisconsin, em um comunicado. “As decisões dos alunos sobre quais nomes e pronomes de gênero eles preferem não são exceção. As escolas devem se submeter aos pais sobre o que é melhor para os alunos”.

The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

Transcrito Educação - Gazeta do Povo - Mary Margaret Olohan

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Ativismo LGBT chega aos grupos de escoteiros e propõe ações até para “lobinhos” - Gazeta do Povo

Jocelaine Santos

Militância identitária

Pais criticam ativismo LGBT em atividades de grupos de escoteiros

Uma cartilha sobre visibilidade lésbica não é um material que comumente seria associado ao movimento escoteiro, conhecido mundialmente por incentivar a prática de boas ações, usar uniformes e fazer atividades ao ar livre. Mas no Brasil esse tipo de material tem se tornado mais comum. Pais e associados da União dos Escoteiros do Brasil, maior organização de apoio à prática do escotismo no país, reclamam que a entidade tem adotado uma pauta de militância identitária alheia aos ensinamentos tradicionais do escotismo. Para esses pais, a entidade estaria se desvirtuando nos últimos tempos, e sofrendo influências políticas e partidárias para inclusão de temáticas como a identidade de gênero.

Nas redes sociais, é possível encontrar mostras do engajamento do movimento com questões relacionadas a gênero e feminismo. A página do Facebook “Mundo Melhor - Escoteiros do Brasil”, por exemplo, fez uma série de postagens alusivas ao mês do orgulho LGBT, lembrado em junho. Apenas em 2021, até agora, foram 18 postagens relacionados ao tema, número maior do que qualquer outro assunto. Há explicações sobre o significado da bandeira LGBT, lista de pessoas famosas com essa orientação sexual, símbolos de gênero, bandeira do orgulho transgênero, visibilidade lésbica, entre outros.

Para alguns pais de membros do movimento escoteiro, a insistência nessa temática tem causado desconforto. Uma mãe - que não quis ser identificada - mostra receio em manter sua filha no escotismo. Minha filha tem 13 anos. Estou muito preocupada. Se o escotismo não seguir nossa ética e proporcionar um ambiente diferente do que estamos vendo em vários outros lugares, vamos buscar outra atividade para ela”, afirmou à reportagem.

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“Inclusão” nos escoteiros

A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) admite que a temática LGBT faz parte dos temas estimulados pelo grupo. Por meio da assessoria de imprensa, a UEB explicou que em 2016, quando entrou em vigor o Planejamento Estratégico dos Escoteiros do Brasil 2016-2021, a diversidade e a inclusão passaram a ser valores institucionais, bem como um objetivo estratégico do movimento.

Em 2019, a Organização Mundial do Movimento Escoteiro lançou as Diretrizes para Diversidades e Inclusão. No documento, a entidade afirma que todas as associações escoteiras nacionais devem trabalhar no sentido de "garantir que o escotismo seja verdadeiramente aberto e acessível a todos, refletindo melhor a composição de nossas comunidades e das diferentes sociedades nos países onde existimos". Nesse mesmo ano, os Escoteiros do Brasil se tornaram signatários do programa HeforShe da ONU, voltado à igualdade de gênero.

“É possível afirmar que os Escoteiros do Brasil, enquanto instituição educacional, são plurais e acompanham há mais de 10 anos a construção acerca do tema diversidades e inclusão no Movimento Escoteiro. Por definição, entende-se que para construir um mundo melhor, é necessário trabalhar esses assuntos de forma saudável e educativa”,
ressaltou a UEB. A entidade disse ainda que busca demonstrar, por meio de ações e projetos, a importância do respeito mútuo, independente de credo, classe, cor, orientação sexual, gênero e cultura.

Há, inclusive, uma espécie de manual explicando como os materiais sobre diversidade e educação sexual devem ser trabalhados nos grupos de escoteiros. Por meio de perguntas e respostas, o material traz justificativas sobre a inclusão da temática LGBT no movimento e também como lidar na prática com a questão. O material orienta, por exemplo, que jovens homossexuais devem continuar a dividir barracas com colegas do mesmo sexo, já os transexuais passam a dormir junto com colegas do sexo com o qual "se identificam".

Dessa forma, ao exemplificar o caso hipotético de um jovem biologicamente do sexo masculino que agora se apresenta como uma adolescente transexual, o manual diz: "a regra 142 do POR [Princípios, Organização e Regras] afirma que a divisão de barracas de membros juvenis se dá de acordo com o sexo e a jovem não é mais um menino".

Também há orientações sobre como ligar com bullying contra membros LGBTs dentro dos grupos, qual pronome e nome usar ao se referir a transexuais, entre outros temas. Imagens de uma publicação que orienta como usar os materiais sobre diversidade e educação sexual disponibilizados pelos grupos escoteiros. Imagens de uma publicação que orienta como usar os materiais sobre diversidade e educação sexual disponibilizados pelos grupos escoteiros.

Cartilha e ações para "lobinhos"
Um dos materiais feitos e distribuídos sobre essa temática foi idealizado por um grupo de escoteiros do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma cartilha com 19 páginas chamada “Visibilidade Lésbica – Essa luta é de todos nós” e que traz em suas primeiras páginas a explicação de que foi elaborada por várias “mãos”, “todos(as) unidos(as) e engajados(as) pela pauta feminista e LGBT+”. O material apresenta ainda o histórico sobre a visibilidade lésbica, relatos de ativistas e mulheres lésbicas, além de atividades para serem feitas em grupo.

Uma delas é um jogo online, de perguntas e respostas, que deve ser respondido de acordo com a cartilha. O participante é perguntado, por exemplo, se afirmações como “Lésbica é uma mulher que odeia ou se desiludiu com homens” ou "Lésbicas não podem ter filhos" são verdadeiras ou falsas. Outra atividade sugere que os escoteiros assistam ao vídeo “Como é ser lésbica?”, disponível no YouTube, e façam um debate a respeito. Depois, os jovens devem pensar em algum projeto para ser feito em suas comunidades a respeito da visibilidade lésbica.

Para os “lobinhos”, ramo dos escoteiros que engloba crianças entre 6 anos e meio e 10 anos, a atividade proposta é um “caça-palavras”, onde os pequenos devem buscar termos que formam a frase “Consideramos justa toda forma de amor” e/ou “Espalhe o vírus do amor até ele curar o preconceito”. As crianças também são orientadas a fazer desenhos sobre o significado de cada frase. Ao final da atividade, o adulto que monitora a ação é convidado a reforçar a mensagem de que todas as formas de amor são válidas e dignas de respeito. Para isso, são sugeridas perguntas que devem ser feitas para guiar a reflexão das crianças, como “o que você acha que é uma família?”, “vocês já viram uma família com duas mães?” ou “quem você acha de pode demonstrar amor?”.

De acordo com a UEB, a cartilha foi uma iniciativa da equipe regional de Diversidades do RS com o objetivo de “embasar o debate para aqueles jovens e adultos que buscaram aprofundar sobre o tema”. A entidade lembra que a aplicação e uso da cartilha não é obrigatória e que as atividades de reflexão nela propostas são realizadas de acordo com a faixa etária de cada jovem.

O entendimento da UEB é de que ações como essa não seriam nenhum tipo de ativismo, uma vez que há materiais e propostas de atividades sobre diversas temáticas, como religião, saúde, vida em sociedade, história e meio ambiente. “Nosso movimento contempla diversos públicos, não obstante a diversidade existente no Movimento Escoteiro, há algo mais forte que nos une: nossos valores e nossa promessa de cumprir nossos deveres perante Deus, a Pátria e ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião”, diz a UEB.

Deus e outros princípios dos escoteiros

Outra polêmica envolve mudanças em relação aos princípios do movimento escoteiro. O primeiro princípio era “Deveres para com Deus” (adesão a princípios espirituais e vivência ou busca da religião que os expresse, respeitando as demais) e agora passou a ser definido como “Compromisso com o aprimoramento da sua espiritualidade, seja ela inspirada em Deus ou em outras convicções”. A alteração foi decidida em uma assembleia online realizada em setembro e que é questionada por alguns membros.

Por definição, os princípios expressam os valores do movimento escoteiro e são fundamentais para direcionar ações do grupo. Eles são um marco de referência ética que representa o ideal escoteiro e orienta a conduta de seus membros. Também houve mudança em relação ao segundo princípio. Antes era descrito como “Deveres para com o próximo” (lealdade ao nosso País, em harmonia com a promoção da paz, compreensão e cooperação local, nacional e internacional, exercitadas pela Fraternidade Escoteira. Participação no desenvolvimento da sociedade com reconhecimento e respeito à dignidade do ser humano e ao equilíbrio do meio ambiente) e agora foi reduzido a “Compromisso de cooperação com os outros e de respeito com a natureza, para a construção de um mundo melhor”. Ou seja, houve a exclusão das referências às virtudes e aos valores cívicos.

De acordo com um participante da assembleia, o processo não foi transparente. Segundo ele, o movimento discutiu uma determinada proposta de mudança durante dois anos. Na votação em assembleia, essa proposta acabou rejeitada, mas outra foi apresentada na última hora e acabou aprovada - sem ter sido discutida anteriormente.

A UEB nega as acusações e diz que decisão foi legal e democrática, pois foi aprovada por dois terços dos integrantes da assembleia. “A atualização do programa educativo [do qual os princípios fazem parte] teve como objetivo principal garantir que toda criança, jovem ou adulto, pertencente ao Movimento Escoteiro ou não, se sentisse incluído”, justificou a UEB.

Histórico do escotismo
Em síntese, o escotismo é um método educativo sintetizado pelo general britânico Robert Baden-Powell. Voltado inicialmente para despertar o interesse dos jovens pela exploração e atividade militar, Baden-Powel usou sua grande experiência em incursões militares na Índia e África entre povos nativos para dar forma ao escotismo. Em 1907, ele promoveu o primeiro “acampamento escoteiro”, com jovens de 12 a 17 anos, e ensinou técnicas como observação, segurança, orientação em meio à natureza. A partir disso, ele passou a escrever uma obra chamada “Escotismo para rapazes”, que deu origem ao movimento.

A ideia era buscar o desenvolvimento integral dos jovens, a partir de um sistema de valores baseados em princípios bem delimitados, e a prática de atividades ao ar livre e trabalho em equipe. Embora seja mais atuante em outros países, o movimento está presente no Brasil desde 1910. Em 1914, foi fundada a Associação Brasileira de Escoteiros e, em 1924, a União dos Escoteiros do Brasil, que está em atividade até hoje.

Atualmente, o movimento está presente em 216 países, congregando cerca de 30 milhões de participantes. No Brasil, estima-se que envolva cerca de 100 mil jovens. [Baden-Powell quando fundo0u o MOVIMENTO ESCOTEIRO não imaginava que iria se transformar nisso que é o escotismo de agora.]

Vida e Cidadania - Gazeta do Povo