O objetivo de Aras, ao selecionar o general Roberto Severo, é fazer um levantamento de ações dos antecessores dele à frente da PGR
Aras nomeou general como assessor para abrir ''caixa preta'' do MPF
O recém-empossado procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras,
selecionou um militar para fazer parte da nova equipe. Escolhido para a
função de Assessor Especial para Assuntos Estratégicos, o general Roberto Severo
assume com a missão de “abrir a caixa-preta do órgão”. O objetivo de
Aras é fazer um levantamento de ações dos antecessores dele à frente da
PGR. Severo teve uma breve passagem como secretário-executivo da
Secretaria-Geral da Presidência da República, quando ela era chefiada
por Floriano Peixoto, entre maio e exonerado e junho deste ano. Antes
disso, foi chefe de gabinete do ex-ministro Eliseu Padilha na Casa
Civil. Além dele, Aras bateu o martelo sobre outros nomes para compor a
equipe. O procurador Aílton Benedito, que tem grande apoio entre
simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, vai ocupar a
Secretaria de Direitos Humanos do Ministério Público Federal. Benedito
chegou a ser indicado por Bolsonaro para a Comissão Sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos. No entanto, teve o nome barrado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF).
De perfil conservador, o procurador era parte da estratégia do presidente para mudar a visão histórica da ditadura militar de 1964, e mostrar que militantes de esquerda não lutavam por democracia, mas por outro tipo de regime totalitário.
Essa é a indicação mais polêmica até agora. O nome de Benedito já era
dado como certo para compor a equipe de Aras. A surpresa veio do cargo
atribuído a ele. A Secretaria de Direitos Humanos tem funções parecidas
com a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Por meio do
Twitter, ele confirmou que passa a integrar a cúpula do órgão. “Aceitei o
convite de Augusto Aras para chefiar a Secretaria de Direitos Humanos
da PGR. Balizas fundamentais: direitos à vida, à liberdade, à igualdade,
à propriedade, à segurança. Artigo 5º da Constituição”, escreveu.
Benedito lembrou que sua nomeação não provoca mudanças na Procuradoria
dos Direitos do Cidadão, que também tem como atribuição promover a
dignidade da pessoa humana. “A Secretaria de Direitos Humanos da PGR,
que passarei a chefiar, não tem nenhuma relação com a Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidadão, a qual é dirigida pela
subprocuradora-geral da República Deborah Duprat, até maio de 2020”,
esclareceu.
Política - Correio Braziliense