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quarta-feira, 13 de junho de 2018

Dias de terror, perto do Pão de Açúcar

Bairro tranquilo do Rio, Urca vive dias de terror

Considerada uma das localidades mais tranquilas da cidade, sobretudo pela presença de diversas instituições militares, a Urca, bairro de classe média alta na zona sul do Rio, viveu momentos de terror nos últimos cinco dias a despeito da intervenção federal. Nesta terça-feira, 12, em mais um desdobramento decorrente da guerra entre facções criminosas, a polícia prendeu três traficantes flagrados com armas e munições deixadas para trás durante o confronto de sexta-feira, que interrompeu, pela primeira vez por causa de violência, a circulação de um dos cartões-postais da cidade, o bondinho do Pão de Açúcar.

Sede de várias instituições militares, como a Escola Superior de Guerra, o Instituto Militar de Engenharia e de um quartel do Exército, a Urca tem uma única entrada e saída pelo asfalto e é considerado um dos bairros mais seguros do Rio, com raras ocorrências policiais significativas. Seus moradores entre eles o cantor Roberto Carlos – são de classe média alta. Por causa da segurança, trata-se de um dos últimos bairros do Rio a ter ainda tanto casas quanto prédios.

De janeiro a maio deste ano, o laboratório de dados de violência armada Fogo Cruzado registrou 2,3 mil tiroteios e/ou disparo de arma em toda a cidade. Na Urca, foram apenas dois eventos e, mesmo assim, na entrada do bairro. Na Praça Seca, na zona oeste, o recordista do período, foram 169 registros.

Mas na sexta-feira passada, dia 8, os moradores da Urca vivenciaram outra realidade, comumente enfrentada nas comunidades e nos bairros mais pobres. Traficantes que atuam nos morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme, tentaram fugir da polícia pela mata que liga essas duas comunidades ao morro da Urca. Houve um intenso tiroteio entre policiais e criminosos.  O bondinho do Pão de Açúcar parou pela primeira vez por causa da violência desde que foi inaugurado, em 1912. Turistas e visitantes ficaram presos no alto do Pão de Açúcar por cerca de duas horas. “Estou aqui há 16 anos e nunca tinha visto nada igual. Foi muito tiro”, afirmou um vendedor de pipocas da Praia Vermelha, que preferiu não se identificar. “Aqui sempre foi a única praia do Rio que nunca teve arrastão, nunca teve assalto, nunca teve nada disso por conta dos militares.”

O restaurante do Círculo Militar, ao pé do morro, que tem uma das vistas mais deslumbrantes do Rio, estava lotado na hora do tiroteio. “Os turistas ficaram apavorados com a quantidade de tiros, nunca tinham visto nada igual”, relatou uma funcionária do local, que também não quis ser identificada. “Hoje está assim, vazio, acho que as pessoas estão com medo de vir.”

Apesar do intenso tiroteio, naquele dia foi reportado apenas que um policial havia se ferido com estilhaços de granada, mas ninguém teria morrido. No domingo, no entanto, parentes de supostos traficantes que estavam desaparecidos fizeram uma caminhada de aproximadamente duas horas por trilhas na mata até chegar à Urca, refazendo o trajeto percorrido pelos fugitivos na sexta-feira.

Eles conseguiram localizar visualmente seis corpos em pedras, à beira-mar, numa região de difícil acesso. Um sétimo corpo foi achado à tarde, na mata. Os parentes dos mortos chamaram os bombeiros e disseram que a polícia teria executado os homens e jogado seus corpos no mar. [o que ocorreu ou deixou de ocorrer não interessa; apenas se lamenta que tenha sido apenas seis corpos, melhor seria para as PESSOAS DE BEM se fossem 60.]
 
Investigação
A PM informou apenas que os corpos serão submetidos à perícia. A Polícia Civil, que investiga o caso, disse que só vai se pronunciar oficialmente quando o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ficar pronto. O Gabinete da Intervenção não quis se manifestar.
“Mais uma vez estamos diante de uma ação policial recoberta de mistérios, o que contribuiu para que haja uma suspeição”, afirmou a cientista social Sílvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania e do Observatório da Intervenção Federal. [enquanto cientista social, sociólogo e outros 'especialistas' se manifestarem sobre Segurança Pública a bandidagem vai continuar dando as cartas;
Segurança Pública é assunto de polícia, que deve receber todo o apoio e autonomia para fazer o que for necessário. 
Com certeza os tais especialistas vão exigir que a prove que não matou os bandidos, nenhum deles, especialistas, vão exigir que os familiares do mortos provem que seus parentes estavam fazendo turismo.
Como já é hábito a polícia sempre tem provar o NÃO FATO.
Felizmente, Bolsonaro vem aí e o assunto bandidos, crimes, vai ser tratado por quem de direito: a POLÍCIA.] “A ação policial pode ter tido uso legítimo e necessário da força, mas, em vez de mostrar as evidências, a polícia nada diz. E, se houve confronto e mortes, por que os corpos foram atirados lá de cima?”  [percebam que estão exigindo que a polícia apresente evidências da necessidade do uso da força;
 será que os que exigem isso, não estão satisfeitos com a evidência incontestável representada por mais de 50 policiais militares e dois civis, mortos só este ano?]

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


quinta-feira, 7 de junho de 2018

Violência em estágio de emergência nacional

Número de homicídios ultrapassa barreira e pressiona o poder público a enfim executar o projeto consensual do enfrentamento compartilhado da criminalidade

O fato de a divulgação do Atlas da Violência 2018, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorrer enquanto se espalham atos de violência pelo país, alguns com aspectos de terrorismo, ilustra a gravidade das informações da pesquisa.  Uma onda de ataques de incendiários a ônibus em Minas Gerais e no Rio Grande do Norte reforça antiga constatação de que a criminalidade se expandia territorialmente, uma tendência que se firma. Ao mesmo tempo, os tiroteios com armas pesadas passam a ser parte do cotidiano do carioca, more ele em qualquer região da cidade.

Nos últimos dias, têm ocorrido no Leme, um dos pontos extremos do cartão-postal da Praia de Copacabana. As duas comunidades do local, Babilônia e Chapéu Mangueira, que passaram a ser frequentadas por turistas no período de bonança permitido pelas UPPs, são QGs de quadrilhas rivais que não poupam munição.

A situação crítica da segurança pública no Rio de Janeiro e outros estados se reflete em dados como o de 62.517 mortes violentas contabilizadas no país em 2016, fazendo com que a barreira das 30 mortes por grupos de 100 mil habitantes fosse ultrapassada pela primeira vez — o indicador atingiu 30,3. Ou três vezes o limite máximo de 10 assassinatos por 100 mil, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como fronteira a partir da qual a violência é considerada endêmica.

Os dados e os fatos não surpreendem, mas assustam, porque há décadas especialistas apontavam para este cenário de grupos criminosos atuando em escala nacional e com ramificações do outro lado da fronteira nacional, por onde entram armas e drogas. O poder público assistiu passivamente. Não causa estranheza que os mais elevados índices de crescimento da violência estejam no Norte e Nordeste. Entre 2006 e 2016, os homicídios deram um salto de 119% no Tocantins; 93,2% no Acre; 71,9% no Amazonas; 256,9% no Rio Grande do Norte; 121% no Maranhão, e por aí segue. O drama fica mais grave a partir dos dados de assassinatos de jovens de 15 a 29 anos: em 2016, foram 33.590 ou 53,7% do total. Além do óbvio aspecto trágico, há o lado demográfico do necessário rejuvenescimento da força de trabalho.

Tanto quanto o número em si, preocupa a desenvoltura com que a criminalidade atua. No Rio, por exemplo, os homicídios, no período, caíram, 23,4%, mas as demonstrações de força de quadrilhas no estado, principalmente na capital, são assustadoras.  Espera-se que este cenário ruinoso leve, enfim, a que os políticos de fato executem o projeto consensual de integração das forças de segurança, em todos os níveis, inclusive as federais, para enfrentar organizações mais bem estruturadas do que muita polícia. Está em questão a defesa do estado democrático de direito.