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sexta-feira, 1 de abril de 2022

A briga na família de Chico Anysio em torno de uma dívida de R$ 7 milhões - VEJA

 Dez anos depois de sua morte, o patrimônio do humorista não chega a pagar os gastos acumulados. Segundo os filhos, a culpa é da viúva, Malgarette

ACUSAÇÕES - Malga e Chico nos bons tempos: a ação movida pelos filhos do humorista pede esclarecimentos sobre a movimentação financeira enquanto ela foi inventariante – Marcio Nunes/TV Globo
 

Um dos grandes nomes da história do humor no país, criador de mais de 200 personagens ao longo de 65 anos de carreira, Chico Anysio morreu em março de 2012, aos 80 anos, deixando viúva e oito filhos com diferentes mulheres — os quais, seguindo o roteiro infeliz, mas tão comum nesses casos, agora travam uma batalha na Justiça. O que está em jogo não é a fortuna do humorista, que virou pó. A questão agora é como pagar a vultosa dívida que se acumulou em uma década de má gestão do patrimônio. Os filhos e Malgarette Dall Agnol de Oliveira Paula, a Malga, última mulher de Chico, repartiriam bens avaliados em 4 milhões de reais. Em vez disso, estão tendo de administrar uma dívida de 7 milhões de reais, boa parte em impostos atrasados.

Desse total, 1,4 milhão de reais em IPTU e condomínio não pagos são responsabilidade direta de Malga, que exerceu a função de inventariante por cinco anos e é acusada de lesar os demais herdeiros. A fatura, porém, pode ser bem maior. “Não sabemos precisar o montante que desapareceu do espólio porque não houve prestação de contas. Só isso já configura apropriação indébita — para não falar em furto”, afirma o advogado Roberto Edward Halbouti, representante de cinco dos herdeiros. “Não recebi nada, nem um centavo, rebate Malga.

Em meio aos disparos da artilharia familiar, VEJA teve acesso com exclusividade a duas ações ajuizadas na 2ª Vara de Família da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde está o inventário. Em uma delas, de 2018, os filhos pedem que a madrasta preste esclarecimento de tudo o que foi (ou deveria ter ido) para a conta do inventário e de como usou os bens — três lojas no shopping Barra Garden e um apartamento de quatro quartos no Condomínio Península, na Zona Oeste carioca — entre 2012 e 2017, quando geriu o patrimônio. O documento lista uma série de irregularidades. 

Malga teria alugado tanto as lojas quanto o apartamento (no qual morou com Chico Anysio e do qual possui 50%) sem depositar o dinheiro recebido na conta judicial. Também levantou “o valor de 168 075,23 reais em 31 de maio de 2012 (pouco depois da abertura do inventário) para quitar dívidas médicas e trabalhistas” — parte dele depositado pela TV Globo — e nunca pagou ninguém. Oito profissionais de saúde que atenderam o artista no Hospital Samaritano, onde ele morreu de falência de múltiplos órgãos, recorrem à Justiça para receber os honorários que, em valores atuais, somam meio milhão de reais. E mais: a defesa dos herdeiros diz que Malga foi procurada por oficiais de Justiça em dois endereços no Rio, dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul e escapou deles em todas as ocasiões.

Refugiada na casa dos pais, no Sul do país, ela falou com VEJA por telefone e alegou que isso não aconteceu. “Eu nem sei por que um oficial de Justiça viria atrás de mim. Não é só falar com meus advogados?”, questiona.  Malga se diz esgotada pelo enrosco familiar. “Eu não os agrido. Já eles disseram que sou mentirosa e até roubei. Não tenho mais saúde mental, passei por duas internações psiquiátricas”, diz a viúva de 52 anos, quatorze deles casada com Chico Anysio. Além da ação referente ao período em que ela foi inventariante — cargo do qual foi destituída e substituída por um dos filhos do humorista, o ator Bruno Mazzeo —, os herdeiros movem um segundo processo em que pedem, desde 2020, a reintegração de posse do apartamento da Barra que Malga havia alugado a terceiros. No momento, o imóvel está fechado, com móveis sendo devorados por cupins e seis carros, entre eles um Honda blindado, enferrujando na garagem. Como a herança de um ícone da TV que, segundo a própria viúva, tinha salário de 600 000 reais chegou a esse ponto? Malga, sexta mulher no humorista, afirma que nunca deixou dívidas, que foi “roubada” por um advogado e que os enteados sabem disso.Malga

(...)

O próprio inventário sofreu reviravoltas. O testamento deixado por Chico Anysio foi anulado em 2019 por não constar o nome do filho Lug de Paula, o Seu Boneco — a Justiça brasileira não permite que um herdeiro necessário seja alijado. Malga sustenta que o desejo do marido era que ela ficasse com os bens materiais e os filhos, com o seu patrimônio intelectual, o que eles não aceitam. 

A relação entre as duas partes azedou ainda mais quando Malga, que oferece na internet cursos de como se tornar uma “influenciadora vegana”, falou em um pod­cast especializado no tema e destilou comentários sobre os enteados. “Alguns foram mais radicais e não quiseram sentar para conversar. Um deles (Cícero Chaves) morreu enquanto eu estava em coma (ela teve Covid-19 no ano passado). Olha que ironia. Ele tinha 39 anos e ficou brigando comigo durante quase dez anos para ter algo que não irá receber”, comentou. Em seu Instagram, outro irmão, o ator Nizo Neto, se mostrou horrorizado: “Essa declaração, usando o nome do meu falecido irmão, foi realmente um golpe baixo”. Procurado, Nizo disse que “não tinha nada mais a falar”. Os advogados de Malga, Carlos Sanseverino e Denise Giardino, não responderam às perguntas da reportagem. Enquanto a briga pelo inventário e pela posse dos bens segue na Justiça, a dívida — bem maior do que tudo o que está em litígio — cresce sem parar. Sem dúvida, é uma história sem nenhuma graça.

Publicado em VEJA, edição nº 2783,  de 6 de abril de 2022 

VEJA - BRASIL - MATÉRIA COMPLETA 

 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Quanto mais grosserias, maior é o apoio a Moro - Escolinha do Professor Raimundo é entretenimento, o que se viu na CCJ da Câmara foi vergonha nacional

Quando perguntar ofende

Quanto mais grosserias são dirigidas a Moro, maior a base de apoio a ele


É um desrespeito à criação de e à nova versão comandada pelo filho dele, Bruno Mazzeo, a comparação ao programa Escolinha do Professor Raimundo feita pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Felipe Francischini, à sessão que ouviu o ministro Sergio Moro nesta terça-feira 2.

Escolinha é entretenimento, o que se viu na CCJ foi vergonha nacional. Ninguém ali esperava que Moro esclarecesse ou explicasse mais do que já havia dito no Senado sobre os diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil. A ideia de detratores e defensores do ministro era apenas detratar ou defender. E fizeram isso da pior maneira possível: aos desaforos, palavrões e vulgaridades a mancheias.

Para Moro, afora a perda de tempo e de mais um dia de trabalho, foi um ganho. Ganhou na manutenção da fleuma em comparação ao destempero geral, teve a oportunidade de dizer umas verdades a gente cuja cobrança por condutas éticas é no mínimo questionável e saiu ileso no tocante a esclarecimentos devidos a respeito da natureza dos diálogos com procuradores.

Já os deputados perderam ao promover um espetáculo mambembe, inútil para o desdobramento do caso em si e, sobretudo, deletério para um Congresso que busca sua recuperação junto à opinião pública sendo mais ativo, autônomo e sensível às demandas da sociedade. 

Blog da Dora Kramer -  Revista Veja

terça-feira, 22 de maio de 2018

Órfãos do PT aderem a manifesto pró-Boulos

Agora vai! Paulo Betti, Letícia Sabatella e Gregório Duvivier estão com Boulos! As massas estão em marcha rumo à revolução!

[os artistas  decidiram oficializar a morte política de Lula e sepultar o cadáver, já putrefato; melhor assim, poupa que outros sujem as mãos.

Só o presidiário Lula, a ré Gleisi Hoffmann - que também preside o PT e ainda é senadora - e, por conveniência, a defesa do petista condenado é que não perceberam que Lula já era, politicamente a 'jararaca' está morta, teve o corpo partido em pedaços que foram queimados.]

Texto a ser lançado hoje leva assinatura de figuras associadas ao ex-presidente Lula, como Frei Betto e Paulo Betti 

Nomes tradicionalmente associados ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva figuram em manifesto de apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Presidência da República, que será lançado nesta terça (22). Entre eles, os atores Paulo Betti e Letícia Sabatella, o religioso Frei Betto e a urbanista Raquel Rolnik. O documento "Vamos com Guilherme Boulos e Sônia Guajajara" tem cerca de 500 assinaturas e será lido pelo cantora Maria Gadú. 


O escritor Gregório Duvivier, a atriz Sônia Braga e a cartunista Laerte Coutinho endossam o texto, no qual a pré-candidatura de Boulos é descrita "como arejada, construída de baixo pra cima, em aliança inédita entre partidos e movimentos sociais".  Segundo o documento, é preciso interromper a destruição de direitos. "Estamos diante de um momento que revela o esgotamento dos poderes da República. Basta ver o presidente, a elite econômica e financeira que arquiteta as contrarreformas e os golpes, a interferência seletiva do Poder Judiciário na própria disputa eleitoral. Defender direitos elementares soa como radicalismo, exigir outra política econômica e outra democracia é antissistêmico. Mas, para essa pré-candidatura, radical é a injusta realidade a que a maior parte do povo está sujeita”, diz o manifesto. 

O documento não explicita apenas o desembarque de apoiadores do PT, mas de Marina Silva (Rede). Antigos eleitores dela, como o ator Wagner Moura, a empresária Paula Lavigne e o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro estão entre os signatários.
Os atores Érico Brás, Bruno Mazzeo e Alinne Moraes também estão entre apoiadores da candidatura do coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além do sociólogo Chico Oliveira e do poeta Ferrez.

A lista inclui ainda colaboradores na redação de programas de governo. Crítico da Lava Jato e presença em atos em defesa de Lula, o advogado Pedro Estevam Serrano terá participação na pré-campanha. Assessor especial do primeiro governo Lula, Frei Betto participará do grupo dedicado aos programas sociais. A economista Laura Carvalho —  colunista da Folha — deverá coordenar a área econômica. O manifesto conta com apoio de militantes do movimento negro, líderes religiosos e parlamentares europeus.

A secundarista Ana Júlia Ribeiro que em 2016, atraiu a atenção de Lula ao discursar em favor da ocupação de escolas no Paraná, também assina o documento. [moça de futuro; quer começar sua estúpida revolução fechando escolas.]   No mesmo ato, será lançada, na Casa do Baixo Augusta, uma plataforma para arrecadação de recursos para pré-campanha e discussão de propostas de governo. Será apresentada também uma ferramenta de mobilização, permitindo a criação de grupos.

Folha de S. Paulo  

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Blog Reinaldo Azevedo