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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Abaixo a ditadura, pô!


Estamos em 1969, o governo militar havia editado o Ato Institucional número 5, no que foi um endurecimento do regime e uma escalada da repressão. [sem o Ato Institucional nº 5, AI-5, o Brasil seria hoje uma 'cubona + venezuelona = a miséria, o desemprego, todos os malefícios seriam maiores e certamente não estaríamos lendo este texto - tanto pela censura que os regimes comunistas implantam quanto por falta de meios para veicular a matéria.
Foi o AI-r que propiciou os meios para a derrota definitiva da corja comunista - faltou realizar uma neutralização mais completa, mas sempre é possível a correção do que não foi bem realizado no passado.] Em São Paulo, na esquina de rua Itambé com avenida Higienópolis, havia um casarão protegido por muros altos e compridos. Tela ideal para as pichações a que se dedicavam os movimentos estudantis alojados na Faculdade de Filosofia, ali ao lado, na rua Maria Antonia.
 
Assim, numa manhã, o muro apareceu com letras enormes: Abaixo a ditadura. Logo no dia seguinte, porém, as paredes estavam branquinhas de novo. Mais um dia e, lá estava, Abaixo a Ditadura, slogan da época, posto durante a noite. Mais um dia, e o muro amanhece lavado e pintado. Na quinta manhã dessa disputa, os pichadores perdiam a paciência, mas não o humor. Escreveram: Abaixo a ditadura, pô! Lembrei do slogan nos últimos dias, quando ouvintes do meu programa na CBN enviaram e-mails defendendo a ditadura militar dos anos 60 e 70 e pedindo a sua volta. Reagiam ao noticiário sobre documentos da CIA que mostravam que os presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo não apenas sabiam como autorizavam a execução de "subversivos perigosos".
 
Confesso que me surpreendi com essa reação. Pensava que a ideia de ditadura militar estava sepultada na nossa história, sendo defendida, talvez, por pequenos grupos desavisados. Parece que é mais gente do que isso.  O que exige o comentário, aqui reproduzindo e ampliando o que disse na CBN.
 
Os que defendem a ditadura militar recorrem a quatro argumentos.
 O primeiro sustenta que o regime dos anos 60 e 70 foi muito eficiente na promoção do desenvolvimento econômico. O exemplo é o período de 1968 a 73, quando o país cresceu a mais de 10% ao ano.
 
Verdade que cresceu, mas esse foi um momento de prosperidade mundial. Havia crescimento em boa parte do mundo e liquidez abundante, capitais externos para investimentos e empréstimos a juros baixos. O regime militar pegou essa onda. E pegou mal, porque quando a situação externa piorou, com a crise do petróleo e dos juros internacionais, o país estava despreparado. Caiu na inflação, na recessão e na moratória de uma dívida externa insustentável.
 
A  queda foi pesada. Quando os militares se retiraram, em 1985, o Brasil estava assim: inflação de quase 200%; dívida pública equivalente a 30% do PIB, vindo de apenas 5% no início dos anos 70; dívida externa 20 vezes maior que a de 1970. Além disso, muitos obras faraônicas deixadas pelo caminho, como a Transamazônica e a Ferrovia do Aço ("loucura de botar sujeito na cadeia", segundo comentário de Eugenio Gudin), estatais endividadas.
 
Eficiência?
No segundo argumento, os defensores da ditadura dizem que pelo menos não havia corrupção. Errado de novo. Havia. Apenas não podia ser descoberta. Mas o pessoal de dentro sabia. O que levou Mario Henrique Simonsen, ministro de Geisel e Figueiredo, a  deixar uma de suas frases históricas: "Às vezes, é melhor pagar a comissão e não fazer a obra; sai mais barato". [Infelizmente,  havia corrupção antes do Governo Militar, continuou ocorrendo durante aquele Governo (ainda que em escala bem menor do que antes e mínima se comparada com a posterior, que começou com a Nova República e cresceu em escala exponencial durante os malditos governos Lula e Dilma.]
 
Argumentam ainda os saudosos da ditadura que o regime botava ordem na casa. Com censura à imprensa, restrição severa sobre o Judiciário e o Congresso, aniquilação de opositores e eleições controladas. [Fácil comprovar que durante o Governo Militar a ORDEM existia.
Para ficar só em um exemplo, basta comparar a criminalidade proporcional daquela época e a de agora e verificar que a criminalidade no Brasil - após o inicio da tal Nova República, e mais ainda durante os governos petistas - passou a crescer no mesmo ritmo da corrupção dos malfadados governo Lula e Dilma.]

Finalmente, quarto argumento, dizem que é melhor uma ditadura militar do que uma ditadura comunista. E voltam assim à tragédia política dos anos 60 e 70: a direita justificava a sua ditadura como meio de evitar a instalação de um regime à cubana por aqui. A esquerda revolucionária, que de fato treinava em Cuba, atacava a ditadura militar esperando que sua derrubada levasse não à democracia que chamavam de burguesa mas ao socialismo da ilha, que também aniquilava seus opositores. [ nenhuma ditadura é o regime ideal mas a comunista é dezenas de vezes pior que uma ditadura não comunista.
Apenas um exemplo rebate qualquer tentativa de equiparar uma ditadura comunista a uma ditadura de direita ou militar:

Comunismo e esquerda mataram mais de 100.000.000 de inocentes; só na Rússia foram 20.000.000, na China 65.000.000, Cambodja 2.000.000 e por aí vai.
 
Uma ditadura muito criticada foi o IIIº Reich sob o qual pesa a acusação de ter matado 6.000.000 de judeus - convenhamos que é menos de 1/16 dos mortos pelo comunismo.
 
E as mortes pelo comunismo eram extremamente cruéis, sendo em sua maioria causadas pela mistura de fome, trabalhos forçados e frio siberiano.] 
 
Foi uma triste história. Mas prevaleceram os verdadeiros democratas, liderados por Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Franco Montoro. Parecia que a lição estava aprendida. E aí aparecem, de um lado,  os defensores do regime militar, dizendo que nossa democracia é fraca para conter as esquerdas e os corruptos. No outro, as esquerdas, dizendo que a democracia é ilegítima, que é contra os pobres e pune Lula e seu pessoal não porque são corruptos, mas porque são do povo. É de se lamentar. Dos dois lados, um desprezo pela democracia, pelo Judiciário, pela imprensa livre.  Por isso é preciso repetir: Abaixo a ditadura, pô! Mas acrescentando o que os jovens daquele momento não escreveram: E viva a democracia.
 
 
[uma comparação isenta, imparcial, não deixa e nunca deixará dúvidas que os argumentos da direita, dos defensores do regime militar e da sua volta se sustentam por si mesmo;
já os da esquerda  implodem logo que expostos -  vejamos um: dizem que Lula e seus comparsas são punidos porque são do povo - ótimo, que alguém mostre, prove, que Lula e sua gang deram um centavo que seja, do muito que roubaram, para o povo.] 


 
 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Programa de proteção ao emprego tem custo pouco crível


O esforço do governo para conter o desemprego é importante. Mas isso não pode acontecer a qualquer preço. No caso do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), apresentado na segunda-feira, o custo estimado pelo governo é de R$ 112,5 mi ao ano. Na apresentação, os detalhes técnicos ficaram de lado, o que torna esse valor pouco crível.

A avaliação sobre a qualidade de uma política depende do custo dela. É essa parte do PPE que precisa ser mais bem explicada.  Quando o desemprego é grande, a economia entra em um ciclo vicioso e a recessão se aprofunda. Sem emprego, a pessoa não tem renda e deixa de consumir. A atividade, dessa forma, não se recupera e os postos de trabalho continuam fechados. É importante interromper esse processo.  Pelo PPE, as empresas podem cortar até 30% do salário de um empregado que o governo reduz a perda pela metade. Os cofres públicos pagarão até 15% do salário. A regra vale para todos os trabalhadores formalizados que recebem até R$ 6.000. Pela estimativa do governo, um programa dessa magnitude custará R$ 112,5 mi em um ano. É pouco crível, mesmo que o cálculo leve em conta a economia que o governo terá com o seguro-desemprego e o FGTS porque menos trabalhadores serão demitidos.

O programa levanta uma série de contradições do governo. Em meio a um ajuste fiscal, é criado um gasto não previsto no Orçamento.  É preciso definir a prioridade. O PPE atenderá aos empregados formais que ganham até R$ 6.000. Mas os trabalhadores mais pobres estão enfrentando restrições. Pela dificuldade em equilibrar as despesas, os pagamentos de abonos salariais têm sido adiados para 2016; esses benefícios são pagos para quem recebe até dois salários mínimos. Os trabalhadores informais, quase 30% do mercado de trabalho e que também precisam de proteção, não são atendidos pelo PPE.

Falta um rumo. O governo que agora sugere diminuir o custo das empresas com empregados é o mesmo que tenta, no Congresso, aumentar os impostos da folha salarial.  De fato, é preciso pensar em uma medida para frear esse ciclo de demissões. O aumento do desemprego assusta. No início de 2015, a projeção era de corte de 200 mil vagas no ano; agora, as previsões já se aproximam de 1 milhão. Mas os efeitos colaterais do PPE têm que ficar mais claros.

Durante a apresentação do programa, as questões técnicas não foram aprofundadas. O governo preferiu o discurso. Há uma briga política neste momento. Mas uma medida econômica deveria ser apresentada junto com os cálculos que a embasaram. O PPE foi lançado como uma arma política.  A tentativa de melhorar a foto pode acabar piorando as contas públicas. É o contrário do que o país precisa nesse momento. 



Fonte: Coluna da Miriam Leitão – O Globo