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sexta-feira, 25 de março de 2016

Berzoini e o tríplex de Lula

Bancoop mudou projeto para garantir vista para o mar ao tríplex de Lula. Ricardo Berzoini representava o ex-presidente


Os privilégios recebidos pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá vão além de reformas pagas pela OAS. O projeto inicial do condomínio Mar Cantábrico - renomeado Solaris foi alterado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para se ajustar a exigências de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia. É o que apontam documentos enviados pelo Ministério Público paulista à força-tarefa da Lava Jato. ISTO É teve acesso a dois deles. O primeiro é o depoimento do corretor Temoteo Mariano. 

Por anos, ele intermediou a aquisição de terrenos para a cooperativa. Em 2003, participou da compra da área em que foram erguidas as duas torres do condomínio Solaris. Temoteo afirmou, diante dos promotores em fevereiro, que o empreendimento fora alterado pela Bancoop para garantir o desejo de Lula de ter uma cobertura de frente para o mar. Mudanças que trouxeram prejuízos a cooperados e contaram com a participação do ministro e ex-dirigente da cooperativa, Ricardo Berzoini.
 
No depoimento, Temoteo afirma ter sido “o primeiro a comprar um imóvel naquele empreendimento”, em 2003. Adquiriu um apartamento de frente para o mar no 10º andar da torre hoje chamada Salinas. Mas desfez o negócio em poucos meses, após a Bancoop adotar uma medida controversa. Mudou a localização dos quatro apartamentos de cada pavimento para beneficiar o líder petista. “O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, através de Ricardo Berzoini, era um dos aspirantes a uma unidade no prédio defronte ao mar”, afirma. 
 
“Desde o início do empreendimento Mar Cantábrico já havia a prévia solicitação do ex-presidente por uma cobertura. Ocorre que as unidades defronte para a praia já estavam vendidas.”, diz. Nada que o companheirismo da cooperativa ligada ao PT não pudesse resolver. A Bancoop modificou “a numeração dos apartamentos constantes do projeto original, ou seja, quem comprou as unidades finais 1 e 2 passou a ter a vista traseira e quem comprou as unidades finais 3 e 4, passou a ter a vista frontal para a praia. O tríplex que, para os investigadores, pertence a Lula é o 164A.

Outro ex-proprietário confirmou a inversão das unidades ao MP. Em 3 fevereiro, o corretor José Roberto Maifrino, que trabalhou para a Bancoop, disse ter exigido a devolução das oito parcelas pagas após descobrir que seu apartamento de final 2 não teria vista para o mar. Procurou Carlos Della Libera, da empresa Dellpar, para entender a razão da mudança. A firma, diz, desenvolvia empreendimentos com a Bancoop. A resposta veio sem rodeios. Carlos Della Libera disse que “Tomas (Edson Botelho Fraga, ex-diretor da Bancoop) mandou avisar que era para mudar de empreendimento, porque questões internas da BANCOOP sinalizavam a necessidade de mudança de posição dos apartamentos”, afirma. 

A mudança privilegiava, além de Lula, outros integrantes da cúpula da cooperativa. Nos depoimentos, Temoteo e José Roberto revelam que a Bancoop fez outra alteração na planta. Não existiam tríplex, como o de Lula, no projeto do condomínio Mar Cantábrico - renomeado Solaris. Os maiores apartamentos eram duplex. “Com a construtora antiga, que não era a ARCHTECH, nem a OAS, havia a previsão de duplex e não tríplex”, afirmou Temoteo ao MP. Autoridades desconfiam que o acréscimo de um andar nos apartamentos da cobertura foram feitos para atender, entre outros, à família Lula. “São afirmações importantes, eles conhecem a história do empreendimento desde os primórdios”, diz o promotor paulista Cássio Conserino. 
 
“Estas e outras oitivas, além de documentos, revelam que o favorecimento ao casal é bem anterior ao Petrolão”, complementa. Para Conserino, os relatos obtidos nestes e em outros depoimentos jogam pá de cal na versão do ex-presidente de que ele teria comprado, apenas uma cota de outra unidade em 2005. A defesa de Lula diz que ele e Marisa não optaram por ficar com esta unidade nem por receber o dinheiro de volta quando a Bancoop transferiu o empreendimento inacabado à OAS em 2009. Outros proprietários foram obrigados a decidir em 30 dias sob o risco de perder o dinheiro. Em 2014, Lula, Marisa e um filho do casal foram vistos no tríplex. A primeira-dama acompanhou a reforma do imóvel, que custou mais de R$ 700 mil e foi paga pela OAS. 
 
O MP-SP pediu a prisão preventiva do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá na quarta-feira 9. Lula teria cometido os crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A Justiça, no entanto, enviou a denúncia ao juiz federal Sergio Moro, que cuida da Lava Jato. Na terça-feira 22, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a investigação fosse remetida ao STF. No meio jurídico, no entanto, é dado como certo que as investigações sobre o tríplex voltarão aos domínios de Sergio Moro.
 
Fonte: Pedro Marcondes de Moura - Revista Isto É
 
 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Lula debocha do programa Minha Casa Minha Vida



'É um tríplex Minha casa, Minha vida', diz Lula sobre imóvel no Guarujá
Em depoimento marcado por forte tensão, ex-presidente compara apartamento de 215 metros no Guarujá, que afirma não lhe pertencer, a unidades populares do programa do governo federal

O ex-presidente Lula disse à Polícia Federal que o tríplex 164/A do Condomínio Solaris – antigo Condomínio Mar Cantábrico -, no Guarujá, com 215 metros quadrados de área ‘era pequeno’. O relato de Lula ocorreu no dia 4 de março, no Aeroporto de Congonhas, em meio a um clima de forte tensão.

Em um trecho do depoimento, o petista comparou o imóvel na praia das Astúrias às unidades habitacionais do programa do governo federal tocado pela Caixa. A PF e o Ministério Público Federal suspeitam que Lula é o verdadeiro proprietário do apartamento no Guarujá – empreendimento iniciado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e que acabou incorporado pela OAS, de Léo Pinheiro, amigo de Lula. O ex-presidente afirma que não é dono do tríplex.

Ele relatou à PF que ao visitar pela primeira vez o imóvel disse a seu amigo Léo Pinheiro, o empreiteiro da OAS condenado na Operação Lava Jato, que ‘o prédio era inadequado porque além de ser pequeno, um tríplex de 215 metros é um tríplex ‘Minha Casa, Minha Vida, era pequeno’.

O delegado da PF que ouviu Lula, conduzido coercitivamente para depor na Operação Aletheia, perguntou se ‘isso é bom ou é ruim’.
Lula disse. “Era muito pequeno, os quartos, era a escada muito, muito… Eu falei ‘Léo, é inadequado, para um velho como eu, é inadequado’. O Léo falou ‘Eu vou tentar pensar um projeto pra cá’. Quando a Marisa voltou lá não tinha sido feito nada ainda. Aí eu falei pra Marisa: ‘Olhe, vou tomar a decisão de não fazer, eu não quero.’ Uma das razões é porque eu cheguei à conclusão que seria inútil pra mim um apartamento na praia, eu só poderia frequentar a praia dia de Finados, se tivesse chovendo. Então eu tomei a decisão de não ficar com o apartamento.”

O ex-presidente reafirmou à PF sua versão de que não é o verdadeiro proprietário do tríplex do Solaris. A PF e o Ministério Público trabalham com outra linha de investigação, que aponta o petista como o dono do imóvel. Os investigadores suspeitam que a OAS também bancou a instalação da cozinha de alto padrão do imóvel e a colocação de elevador privativo – equipamento que custou R$ 62,5 mil.

A investigação mostra que Lula e Marisa foram ao apartamento depois de concluída a obra no tríplex. Léo Pinheiro teria ido junto com o casal ao apartamento que, formalmente, está registrado em nome da OAS – empreiteira que assumiu pelo menos quinze empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). O delegado da PF perguntou a Lula. “Essa unidade era 164/A, que o senhor visitou?”
Era, era”, respondeu Lula.
“O sr. visitou o imóvel?”, perguntou o delegado.
“Visitei, eu estive lá”, disse Lula.
“Foi em todos os cômodos?”
“Fui.”
“Tinha elevador no imóvel?”
“Não.”
“Tinha móveis nos quartos?”
“Nada.”
“Tinha cozinha montada?”
“Não, nada, nada.”
Lula disse que foi ‘uma outra vez’ no apartamento.
“Com quem?”, perguntou o delegado.