Em meio à greve, que é locaute, destaca-se a figura singular de um
empresário, que, consultem o Google, vive escoltando o deputado Jair
Bolsonaro. Trata-se de Emílio Dalçóquio, cuja família, e ele também, é
dona da transportadora Dalçóquio, uma das maiores do país, com sede em
Santa Catarina. Em vídeo que circula na Internet, ele aparece falando
sobre um palanque. E diz com todas as letras:
“Se houver caminhões da Dalçóquio por aí, pode meter fogo”.
Logo, os caminhões da Dalçóquio “não estão por aí”. Parece haver a clara confissão de locaute.
Oficialmente,
ele é apenas sócio da empresa, que pertence à família. Estaria afastado
da direção. O grupo emitiu uma nota, leio no NSC Total,
que é estranha. Diz que a posição de Emilio é de “cunho único e
exclusivamente pessoal”. No entanto, a empresa afirma entender e apoiar
“o momento de União Nacional, na busca de uma nova política de preços
dos combustíveis, dentre outros pleitos mais, o que se faz necessário,
dada a realidade deste destacável setor da economia”. A transportadora
diz ainda atender “o chamamento das autoridades públicas, objetivando o
abastecimento dos órgãos vitais para a sociedade em geral”.
Como?
Atender o chamamento das autoridades? Para os “órgãos vitais”? A
Dalçóquio disputa mercado, certo?, não atende a chamamento. Parece que
na nota em que nega vínculos com Emílio, está a confissão algo enviesada
de… locaute.
Ou o governo faz valer a lei ou vira um fantoche. E é nisso que querem transformá-lo.
Blog do Reinaldo Azevedo