Guilherme Fiuza
Nem tente negar o parágrafo acima. Será perda de tempo. O tribunal circense de Renan Calheiros venceu. Naturalmente, com a ajuda da imprensa marrom — que hoje é a maioria esmagadora. E isso não é papo de gueto, não é ladainha desses perseguidos profissionais que vivem se lamuriando para demarcar seu lote — igualzinho àqueles de quem se queixam. Este signatário sempre se recusou a criticar genericamente a imprensa. Ela é o oxigênio da liberdade. Era.
A seita do lockdown mental nunca teve uma ajuda tão valiosa
Vamos falar de um Brasil de audiência que consagrou a arapuca do Omar. Se é abjeto, desprezível e sórdido, por que vocês só falam disso? Ah, porque é abjeto, desprezível e sórdido. É mesmo? Então a armadilha deu certo. Os de boa-fé caíram como patinhos. O truque era colocar essa pegadinha no centro da política nacional. E deu certo. Graças aos picaretas e aos indignados.
Vamos repetir: essa constatação é irrefutável. A maioria dos brasileiros que têm propósitos sérios para o seu país só fala desse circo. Contando ninguém acredita. Ah, mas é para deplorar… E daí? Deplorando, xingando, discutindo, dando audiência vocês estão consagrando essa porcaria como o fato dominante da nação. Nem Rodrigo Maia, o rei da roda presa, teve uma conjuntura tão favorável para sentar em cima da agenda de reformas.
A seita do lockdown mental nunca teve uma ajuda tão valiosa no seu plano neurótico de deixar tudo parado:
Não fiquem achando que isso é um problema para o Bolsonaro. Para ele (eleitoralmente) está ótimo. Ninguém pode ter uma campanha melhor do que ser diariamente atacado por Renan Calheiros. O mais esperto dos marqueteiros não sacaria uma estratégia dessas. Quem se arrebenta com um país hipnotizado por uma CPI circense é ele, o país.
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Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste