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Mostrando postagens com marcador Leandro Narloch. Mostrar todas as postagens
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domingo, 13 de março de 2016

Mito: “impeachment é golpe”

Não é de hoje que presidentes apelam para a ideia de golpe ao se defenderem do processo de impeachment. 

A surpresa é ver jornalistas de grandes portais reproduzindo essa bobagem

Não. Impeachment é impeachment. Golpe é golpe.

Golpistas fecham o Congresso e perseguem deputados. O impeachment é decidido pelos deputados. Golpistas atropelam a Constituição. O impeachment é previsto na Constituição e está sendo conduzido com o aval do STF, a nossa suprema corte.

Golpistas costumam reprimir protestos de rua. O impeachment de Dilma, como o de Collor, se fundamenta em protestos de rua. “Mas Dilma foi eleita democraticamente”. Fernando Collor também. Bill Clinton também. Para um sujeito sofrer um processo de impeachment, precisa ocupar um cargo público, o que geralmente ocorre depois de ter sido eleito democraticamente, oras.

Golpes resultam na posse de generais, líderes que não passaram pelo processo eleitoral. Se o impeachment de Dilma sair, quem assumirá será o seu vice, em quem votaram muitos petistas para quem “impeachment é golpe”.  “O impeachment desrespeita a vontade popular”, dizem. Mas peraí: deputados e senadores que decidirão o futuro de Dilma também foram eleitos democraticamente – e costumam ser chamados de “representantes da vontade popular”. Está aí justamente uma das dificuldades de afastar a presidente. Os cidadãos que elegeram Dilma, como é de se esperar, também votaram num bom número de deputados que a defendem. Essa dificuldade é parte do jogo democrático.

O PT e os jornalistas que prestam uma informal assessoria de imprensa ao governo também se colocam do lado da democracia e da ordem institucional. O jornalista Mario Magalhães, por exemplo, parece ter se inspirado num comunicado oficial do partido ao afirmar, em sua página do UOL, que “a deposição de Dilma representaria um mastodôntico retrocesso institucional”.

Não, a deposição de Dilma preservaria as instituições ameaçadas pela aliança entre políticos e grandes empresas. Se o governo Dilma sair impune e se todas as acusações de fraude eleitoral, propinas e pedaladas fiscais virarem pizza, daí, sim, teremos um “mastodôntico retrocesso institucional”. O próximo presidente terá mais liberdade para esculhambar as contas públicas se o governo atual não sofrer punições.

Não é de hoje que os presidentes apelam para a ideia de golpe ao se defenderem do processo de impeachment. Fernando Collor fez igual. A surpresa é ver jornalistas de grandes portais reproduzindo essa bobagem.

Fonte: Leandro Narloch  @lnarloch


 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Lula na Polícia Federal



É muito claro que o que está impedindo a volta da prosperidade no Brasil é a presença do PT no poder.

Leandro Narloch errou ao escrever no seu blog na Veja que o juiz Sérgio Moro errou ao determinar a condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento no âmbito do inquérito da Operação Lava Jato. Discordo da sua tese. Desde o início das investigações tudo apontava como sendo Lula o chefe da organização criminosa que operava desde a Presidência da República. Se algo estava errado era o simples fato de Lula até então não ter sido molestado pelos policiais. Outros atores, por muito menos, tiveram a prisão preventiva decretada.

Entendo não haver motivos para sua prisão preventiva, todavia, até porque não tem a possibilidade de fazer delação premiada, pois é o Chefe. Não tem a quem dedar. O espetáculo midiático e a chicana jurídica que Lula patrocinou ao ser convocado para depor no âmbito da Procuradoria do Estado de São Paulo deixou claro que ele se julga acima da lei e além do Código Penal. Os investigadores aproveitaram a comoção causada pela divulgação da delação premiada do senador Delcídio Amaral para fazer o que precisava ser feito.

Lula desmoronou. Sua fala apoplética depois de sair da Polícia Federal mostrou que ele acusou o golpe. Fez apelo direto aos seus sequazes dos movimentos sociais, repisando as tiradas populistas de sempre. Lula conseguiu novamente assustar a classe média, desabituada aos rompantes verbais que eram típicos até 2002. É o Lula furioso contra tudo e contra todos que sempre foi. É claro que essa fala só lhe reduziu o número de adeptos, nada agregou.

Lula e o PT tentaram mostrar que a operação policial é resultado de uma suposta conspiração das elites contra eles, o que é falso. Estamos diante apenas dos ritos judiciais preliminares a um julgamento que, pela abundância de provas, poderá resultar em uma condenação. Veja-se que Lula defendeu os empreiteiros que lhe foram generosos e não teve nenhuma palavra para condenar ou desautorizar aqueles que fizeram delação premiada. Quer fazer com que o público creia que tudo está dentro da normalidade e que nada de errado poderia emanar de suas ações, mesmo aquelas envolvendo óbvias e vultosas falcatruas.

Ao se comparar a uma jararaca ferida na cauda, mas com a capacidade de ação resguardada, Lula foi muito feliz com a imagem. De fato, ele é como uma serpente venenosa que ameaça e pode devorar o Brasil. A situação é tão paradoxal que o mercado, sentindo a iminente queda do governo do PT e a provável prisão dos seus líderes, reagiu racionalmente, promovendo a valorização do real ante ao dólar e a elevação dos índices da Bolsa de Valores. É muito claro que o que está impedindo a volta da prosperidade no Brasil é a presença do PT no poder. Sua remoção será mais do que uma higienização no trato da coisa pública, será a restauração da confiança perdida, condição para a retomada dos investimentos.

Podemos dizer que a forma da condução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato está correta. Levar Lula “sob vara” para depor era uma necessidade para demonstrar que ninguém está acima da Justiça e das leis. Quem fala grosso é a polícia, que tem o dever de dobrar os arrogantes e insubordinados. O timing foi perfeito. É preciso elogiar o trabalho realizado. Leandro Narloch e quem concorda com ele estão errados.
Hoje o Brasil amanheceu melhor.

Fonte: www.nivaldocordeiro.net