Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador jararaca. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador jararaca. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de março de 2021

A macabra proeza de Bolsonaro [abre caminho para o retorno de Lula???] - O Estado de S. Paulo

Notas & Informações

Bolsonaro está conseguindo fazer o que parecia impossível. Ao ignorar suas responsabilidades, está abrindo caminho para o retorno político de Lula

[lembrete: aquela candidata da "rede" e aquele "cearense" de Pindamonhangaba, sempre retornam  e participam de cada eleição presidencial = escalados para perder... e perdem.]

Jair Bolsonaro está conseguindo fazer o que parecia impossível. Ao ignorar suas responsabilidades e debochar continuamente dos problemas do País e da saúde dos brasileiros, está abrindo caminho para o retorno político do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, seja por meio de algum preposto, seja pessoalmente, agora que o ministro Edson Fachin anulou todas as condenações do demiurgo de Garanhuns – e na hipótese de que o Supremo mantenha essa nefasta sentença. Bolsonaro, por palavras e omissões, ajudou a recriar o monstrengo que já atormentou em demasia este país. [Presidente Bolsonaro: óbvio que o Estadão nesta matéria aproveita para apontar o senhor como responsável por muitas mazelas - acusação altamente discutível. Mas, infelizmente, ao acusá-lo de participação na recriação do monstrengo petista, está proferindo uma  verdade das verdadeiras.
Só resta ao senhor cuidar para sepultar politicamente o monstrengo nas eleições de 2022 - tratando-o como a jararaca que ele disse ser. Lembra?]

O assunto é da maior gravidade, pois traz de volta ao cenário político um grande perigo para o País. Aquele que foi eleito por ser o mais antipetista dos candidatos não apenas descumpre suas promessas de campanha, como está produzindo a perfeita antítese das expectativas do seu eleitorado: o ressurgimento do fantasma do lulopetismo.Não se trata de mera hipótese ou recurso retórico. Recente pesquisa de opinião feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) constatou que, nas atuais circunstâncias, o líder político com maior potencial de voto é o sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Nada mais nada menos que metade dos entrevistados revelou a possibilidade de votar em Lula.

É desolador constatar que o mais famoso ficha-suja do País, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, voltou a ser, para metade do eleitorado, uma opção possível de voto. Tal resultado não se refere obviamente a nenhum mérito do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que, como se sabe, tem nos últimos tempos se dedicado especialmente às suas pendências com a Justiça penal.

A pesquisa revela o que o governo de Jair Bolsonaro tem sido capaz de despertar no ânimo dos brasileiros. Tal é o descalabro da atual administração federal que metade da população já não vê como impossível votar naquele cujo governo produziu os maiores escândalos de corrupção da história do País. Pode parecer ironia, mas Jair Bolsonaro está fazendo com que parte considerável da população se esqueça dos males e prejuízos causados pelo mensalão e petrolão e já não exclua do horizonte o voto em Lula – ou no seu preposto. Aquele que prometeu eliminar o lulopetismo é quem está agora lhe dando uma inesperada e perigosa sobrevida.[calma... o que está impedindo a consolidação, com preferência bem acima dos 50%, do presidente Bolsonaro é a pandemia - peste maldita e cujos efeitos são por sí só sinistros, diabólicos, apavorantes, devastadores, ainda mais que são maximizados pela midia militante. O fim da pandemia, que, gostem ou não está próximo, retirará essa nuvem sombria que tanto tem atrapalhado o governo do capitão.] 

Há quem pense que, por estar inelegível em razão da condenação criminal, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva não representaria perigo ao País. Não seria, assim, preciso preocupar-se com o líder petista. Nada mais distante da realidade. Mesmo quando esteve impedido de se eleger, Lula foi capaz de produzir sérios estragos por meio de seus testas de ferro. Basta pensar no governo de Dilma Rousseff e nas eleições de 2018. Fernando Haddad chegou ao segundo turno por obra e graça daquele que, na ocasião, estava na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.

Não há como amenizar a gravidade da situação criada pelo presidente Jair Bolsonaro. É um tremendo retrocesso para o País o fato de que parcela relevante da população, estupefata com os contínuos desastres produzidos pelo atual governo federal, volte a considerar o PT como um voto possível. É como se o despautério do tempo presente levasse a esquecer ou, ao menos, a relevar o aparelhamento político-ideológico da máquina estatal, os desvios da Petrobrás, a interferência na autonomia do Congresso, a omissão nas reformas, o abuso do poder político, os privilégios às corporações.

Em 2018, muitos eleitores votaram em Jair Bolsonaro convictos de que era a melhor opção para o País. 
Outros deram o seu voto ao ex-capitão do Exército pensando que era o único jeito de derrotar o sr. Luiz Inácio Lula da Silva. 
Sabiam que, apesar de constar na cédula o nome de Fernando Haddad, o verdadeiro candidato do PT quem iria de fato mandar caso a chapa fosse eleita – era Lula. Agora, há uma situação inteiramente inversa. Em vez de ser o ex-prefeito petista de São Paulo, é o próprio Bolsonaro que faz Lula sonhar em ter viabilidade política.

A situação esdrúxula expõe um novo engano. Quem continua apoiando Jair Bolsonaro achando que, assim, ao menos impede um mal maior – a volta do PT ao poder – pode, na verdade, estar contribuindo exatamente para aquilo que tanto rejeita. Não se vence a irresponsabilidade petista com outra irresponsabilidade.[alerta: destruiremos o 'perda total', e sepultaremos politicamente o criminoso petista,  mas para isso temos que ser sempre e sempre mais BOLSONARO.]

Notas & Informações  - Opinião - O Estado de S. Paulo


sábado, 9 de novembro de 2019

Festa e fúria no solo do Brasil - Míriam Leitão



O bonito da democracia é que ela nunca está terminada, como a vida, na linda definição de Guimarães Rosa. Os petistas que choraram de tristeza no dia 7 de abril de 2018 ontem choravam de alegria com a saída de Lula da prisão, depois de longos 580 dias. Os antipetistas que gritaram “mito” para o atual presidente tiveram ontem um dia de fúria. Mas não há só dois lados na política. E o correr da vida é que vai definir a dimensão dos acontecimentos intensos desta semana.

[o BRASIL das PESSOAS DE BEM, deseja um Lula radical, com sangue nos olhos, acusador, implacável,  jararaca,  venenoso - em conduta típica de um CONDENADO, temporariamente, em liberdade e deve sempre ser lembrado que a liberdade, temporária, do petista NÃO ANULOU OS CRIMES QUE ELE COMETEU.

comentário decorrente da falta do notório saber jurídico:  
A suprema decisão se aplicou à esfera penal, a Lei de Ficha Limpa não foi modificada e Lula teve sua condenação confirmada por órgão colegiado]

A expectativa é exatamente qual será o caminho que Lula vai escolher. A parte enraivecida da militância quer que ele continue naquele tom da fala inicial, atacando “o lado podre da Justiça, o lado podre do Ministério Público, o lado podre da Polícia Federal e o lado podre da Receita Federal” que, segundo ele, “trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, criminalizar o Lula.” O desabafo era previsível. Mas, em uma conversa longa que tive com um dos políticos petistas esta semana ouvi frequentemente a expressão “frente ampla”. Haverá, como sempre, os raivosos e os que vão sugerir que ele amplie o diálogo para além do partido. Hoje parece preponderante a ala radical, que é representada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Ao mesmo tempo, Lula, que já se definiu como “uma metamorfose ambulante”, pode ir pelo caminho que indicou ao afirmar:
— Eu saio daqui sem ódio. Aos 74 anos meu coração só tem espaço para amor porque é o amor que vai vencer neste país — afirmou, depois de dizer que correrá o Brasil.

A operação Lava-Jato produziu tantos eventos concretos, tanto dinheiro de volta para os cofres públicos, tantas confissões, que seria preciso fechar os olhos completamente para achar que não houve uma epidemia de corrupção nos governos petistas.
Por outro lado, a partir do momento em que o juiz Sergio Moro, que o condenou, foi para o governo Bolsonaro, ele derrubou o muro que deveria separar o judiciário da política, ainda mais quando decisões judiciais interferem tão diretamente no xadrez da política. Lula responde a vários processos, mas o que o levou à prisão foi por ser supostamente dono de um apartamento no qual nunca morou. Este fato e tudo o que veio depois enfraquecem a confiança na sentença, até porque ela parece excessiva: nove anos, na primeira instância, que foi elevada para 12 anos na segunda. [(sic)]

O fato de ele ter saído após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dá a ele uma força maior. Se ele tivesse sido libertado após o pedido do MP para que se observasse a progressão da pena, o quadro seria outro. Pareceria concessão dos mesmos que o acusaram. Isso sem falar no risco do constrangimento de uma tornozeleira. Ele saiu mais forte. Mas a história não está terminada. [não pode ser olvidado que o condenado petista saiu por força de uma decisão do plenário do Supremo, integrado por onze ministros, proferida por seis ministros - cinco ministros confirmaram a constitucionalidade do entendimento de que criminoso condenado em segunda instância deve ser preso imediatamente após a confirmação da sentença em segundo grau.] 

Lula falou algumas vezes ontem que Fernando Haddad foi roubado na eleição. Não há qualquer evidência disso. Mas, quando ele compara o ministro da educação que Haddad foi e o atual, fica difícil não concordar com ele. O problema do governo Bolsonaro é que algumas pessoas são mais do que ruins para os cargos que exercem, chegam a ser bizarras. É o caso do atual ocupante do Ministério da Educação. [fosse o Poder Judiciário do Brasil cioso de sua preservação, Lula teria sido preso ontem mesmo, visto que ao dizer que Haddad foi roubado, acusou toda a Justiça Eleitoral.
Percebam que Lula tem acusado o Poder Judiciário várias vezes e sempre procurando manchar a imagem de um dos Poderes da República = Lula já chamou o Supremo Tribunal Federal de corte acovardada e agora insinua claramente que a Justiça Eleitoral foi conivente com uma eleição 'roubada'.]
Lula escolheu definir Bolsonaro como “mentiroso”. E diante das muitas fake news, uma delas esta semana sobre três empresas saindo da Argentina, fica difícil discordar dele.

Um Lula radical facilitará a polarização que ajudará Bolsonaro. Ele ganhou a eleição em parte encarnando o antiLula. Um Lula que tente construir pontes terá mais força. O ex-presidente saiu da prisão depois de ter mostrado uma resiliência impressionante. Nestes 580 dias perdeu irmão, amigos e um neto. Viu seu partido perder a eleição seguindo a estratégia que ele definiu, que eclipsou o próprio candidato. Foi acompanhado por uma militância fiel, mas aprisionou o partido em seu destino. O PT não conseguiu ter uma cara, um projeto que não fosse esperar pela saída de seu líder.

A longa discussão no STF mostra que a questão de quando começar o cumprimento da pena divide o país e o próprio Supremo. Os votos sustentaram argumentos opostos diante da mesma lei. O presidente Dias Toffoli deu um voto de minerva jogando o assunto para o Congresso.  Uma das mais belas frases de “Grande Sertão Veredas” é que “o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas — mas que elas estão sempre mudando. Afinam e desafinam”. Democracia é assim.

Blog da Míriam Leitão, jornalista  - Coluna no GLOBO  - com Alvaro Gribel, de São Paulo

sábado, 1 de setembro de 2018

BRASIL SEM Lula - PARABÉNS aos Brasileiros -Uma situação maravilhosa, na verdade, a MARAVILHA das MARAVILHAS - PARABÉNS TSE

Com candidatura de Lula barrada no TSE, reação do PT será crucial para transferir votos a Haddad 

[acionado o botão da caixa de descarga - O Brasil está livre do Lula e do PT.

apesar do esforço do ministro Fachin, o 180º, Lula perdeu, o Brasil ficou livre do risco de ter um presidente com gabinete instalado em um presídio.] 

Agora, começa a nova etapa da estratégia lulista.  A propaganda de rádio e TV, da qual o ex-presidente está afastado a partir do julgamento do TSE, é imprescindível [o PT = partido dos traidores = partido dos trouxas = perda total, diz algo inédito: que vai recorrer.]

PT diz que tribunal cometeu 'violência' contra Lula e anuncia que vai recorrer 

Última imagem do autointitulado 'jararaca' 
 
Partido divulgou nota ainda antes do fim do julgamento do indeferimento da candidatura [nem o PT acreditava nos argumentos da competente defesa do presidiário Lula.]

[oportuno dizer que em nenhum momento a candidatura Lula ofereceu risco ao Brasil = mesmo fosse candidato Lula iria perder; resultado da urna é diferente do apresentado por pesquisa encomendada - o presidiário sequer ficaria  entre os cinco primeiros.
O IMPORTANTE dele ter sido derrotado no TSE é a confirmação de sua condição de um individuo politicamente morto = um criminoso, um condenado, um inelegível.
A condenação de Lula representa sua morte política e a aceleração do processo de desmonte do PT, do PERDA TOTAL.]

 Leia mais em O Globo

 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O que será do PT? Radical, desconectada da realidade e sem rumo, a legenda tende a ser reprovada nas urnas

Espelho do seu principal líder, o partido vira sinônimo de corrupção, perde o protagonismo na esquerda, desidrata e vê o futuro repetir o passado. Radical, desconectada da realidade e sem rumo, a legenda tende a ser reprovada nas urnas

Lula /Condenado
A fragorosa derrota de Lula no julgamento de quarta-feira 24 por três votos a zero com o agravamento da pena foi acachapante não só para a icônica liderança, que num passado não tão longínquo arrastou multidões e se tornou um dos presidentes mais populares da história do Brasil hoje sabemos a que custo e a partir de quais métodos. O infortúnio de Lula levou de roldão o partido idealizado e criado por ele para, pretensamente, conferir voz aos trabalhadores, mas que acabou por sucumbir às mais abomináveis práticas políticas, às quais um dia prometeu eliminar da vida pública. Não só não exterminou como as aprofundou.

É impossível dissociar Lula do PT. Um é o espelho do outro. Por isso, devastado por denúncias de corrupção e com sua principal liderança inelegível, nos termos da lei eleitoral, e na iminência de parar na cadeia, o PT definha e enxerga um cenário que se descortina sombrio no horizonte. Senão vejamos. Prestes a completar 38 anos, o partido, que nasceu sob o signo da ética e virou sinônimo de corrupção, deixou de ser o principal protagonista da esquerda, perdeu a primazia das ruas e, hoje, carece de um rumo. Na verdade, a sigla jamais será a mesma. 

Se o PT que alcançou o poder, e para chegar lá aderiu ao pragmatismo pernicioso das alianças a qualquer custo, já era bem distinto daquele que desabrochou do sindicalismo e dos movimentos eclesiais de base, o filhote do pós-Lula se revela ainda pior. Principalmente se prevalecerem lideranças mais radicais, encabeçadas pela senadora e presidente nacional da legenda, [também ré em processo penal.] Gleisi Hoffmann, que, partindo de premissas equivocadas, prega o enfrentamento à Justiça e ao ordenamento jurídico a todo custo. Outro grupo, que inclui os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra, adota uma visão realista e admite que o PT precisa se reinventar e fazer uma autocrítica se quiser sobreviver. Mas a corrente que poderia representar uma lufada de renovação aparenta ser minoritária.

“O PT precisa se reinventar se não quiser desaparecer. É a única saída para não se tornar nanico” David Fleischer, cientista político

Irrelevância
A situação, como se nota, é crítica e o PT vê seu capital político virar pó. Além da batalha judicial para salvar a pele de Lula, o primeiro ex-presidente a ser condenado por corrupção, o PT tem tudo para sair das urnas em 2018 como um partido irrelevante. Em 2014, no rastro da reeleição de Dilma Rousseff, o PT conseguiu eleger cinco governadores, 57 deputados federais, a segunda maior bancada da Câmara, e onze senadores. Como perdeu Marta Suplicy para o PMDB e Delcídio Amaral foi cassado, restaram-lhe nove senadores. Mas sete se aproximam do fim dos oito anos de mandato. As chances de a legenda repetir o mesmo desempenho nas eleições de 7 de outubro? Zero. Até os cômodos reformados do tríplex no Guarujá pela OAS sabem que o PT vai encolher, aconteça o que acontecer com Lula. A dúvida é: o que vai sobrar do partido?

Segundo o mapeamento de David Fleischer, cientista político e professor da Universidade de Brasília, o partido sofrerá uma drástica redução no número de deputados federais, senadores e governadores. “Em 2016, o PT elegeu menos da metade de prefeitos que em 2012. Isso vai se repetir neste ano. A bancada na Câmara deve cair para cerca de 30 deputados”, disse. Se reunia 530 prefeituras antes da eleição de 2016, a legenda hoje comanda apenas 212 municípios, uma redução de 60%. De acordo com Fleischer, um novo fiasco nas eleições deste ano ligará o sinal de alerta na legenda: “Há petistas mais sensatos, como Tarso Genro, que estão preocupados com o destino do PT. Essas pessoas querem reformular o partido, expulsar os bichos sujos, mudar estatuto, bandeira, sigla. Só que eles são minoria”.

De fato, Tarso Genro, que desistiu de concorrer a um novo mandato de governador do Rio Grande do Sul, já está sentindo os tremores do desastre eleitoral. “Estamos vivendo um período em que proximamente se esgotará a hegemonia absoluta do PT, com sua liderança na esquerda”, admite o ex- ministro da Justiça de Lula. Para Genro, “o PT só voltará ao cenário nacional com força política renovada, se compartilhar sua hegemonia com outras forças à sua esquerda”. David Fleischer concorda com Genro, mas vislumbra um destino bem mais sombrio do que a simples perda da hegemonia. “O PT precisa se reinventar se não quiser desaparecer da política brasileira. É a única saída para não se tornar um partido nanico”, avaliou. 

Tanto a hecatombe é inevitável que muita gente já abandona o barco, sob as mais variadas alegações. No sábado 21, por exemplo, em ato público na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, os dirigentes da União da Juventude Brasileira anunciaram seu desligamento do PT. Decidiram mudar de malas e bagagens para o PSB. Em setembro, houve uma debandada de cerca de 300 militantes no Mato Grosso do Sul, igualmente descontentes com os rumos do partido. No Rio de Janeiro, a dissidência também salta aos olhos. Petistas que participaram da fundação do PT se transferiram o PSOL, legenda que passou a atrair a maior parte da juventude de esquerda. Sangrando com as seguidas denúncias do Ministério Público Federal, o PT é rejeitado por moças e rapazes que defendem mudanças de fundo na economia e na política. Para eles, o sonho petista pertence ao passado. Ficou no retrovisor.
O reflexo será sentido nas eleições de outubro. Na corrida ao Senado, diante da possibilidade de alguns parlamentares abrirem mão da reeleição, como é o caso da senadora Gleisi Hoffmann (PR), a própria legenda reconhece que haverá um sensível encolhimento. De nove para cinco senadores na melhor das hipóteses. Nos estados, o PT sonha em manter a quantidade de governadores. São cinco. Devem sobrar no máximo dois.

Por isso, mesmo a par do resultado no julgamento do TRF-4, o diretório nacional do partido vai insistir na candidatura de Lula como estratégia, mesmo que ela não vá para frente. “Ele ajuda nos palanques regionais. Por isso, o partido vai esticar ao máximo, porque sabe que terá mais problemas nos estados sem a presença do ex-presidente”, afirmou o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo. Ele cita o exemplo da Bahia, em que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), está liderando as pesquisas ao governo. Segundo Hidalgo, o atual chefe do Executivo local, o petista Rui Costa, terá enorme dificuldade para se reeleger sem a figura de Lula ao lado. “A condição do PT atualmente é diferente de anos atrás, quando ainda tinha um discurso forte do ‘contra tudo e contra todos’. Agora, para sobreviver, o partido terá que rediscutir procedimentos e parcerias”, acrescentou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.[o ideal é torcer para que Lula sobreviva até meados de setembro, ocasião excelente para que seja confirmada de forma indiscutível, irrevogável, sua inelegibilidade;
melhor ainda, se na mesma época ocorrer seu encarceramento em caráter definitivo pela sentença confirmada dia 24 e mais uma ou duas condenações.
A corja lulopetista implodirá geral, até nas pequenas cidades, já que não terão mais a ilusão da presença do Lula.
Todos comprovarão que a serpente humana, autodenominada jararaca foi morta, partida em pedacinhos e a cabeça jogada ao fogo.]
 
“O PT atualmente é diferente de anos atrás. Para sobreviver, terá de rediscutir procedimentos e parcerias” Carlos Lupi, presidente do PDT

Sem meias palavras, o PT deixou de ser hegemônico. Agora, partidos que antes caminhavam de braços dados com Lula estão lançando candidatos próprios. O que fica é a imagem de um PT muito menor do que já foi. O partido deixou o centro do palco. Se Lula está visivelmente desgastado e envelhecido, sua criatura também. Se antes enchiam praças e estádios, o PT hoje consegue reunir apenas os militantes gatos-pingados que vivem das glórias do passado. Poucos são os que respondem às convocações. Para disfarçar as aparências e negar as evidências do esvaziamento, houve, na semana passada, quem recorresse a fotos antigas como se fossem registros de mobilizações atuais. A foto estava amarelada, desbotada de velha. O PT também é uma foto que perdeu o brilho.

IstoÉ

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Que belo par: a nova fiscal da República e a jararaca

Gleisi e Lula tocam afinados

Depois de declarar que a única solução legal e aceitável para o caso de Lula é sua absolvição pela Justiça uma vez que inexistem provas de que roubou ou deixou roubar, a senadora [e ré] Gleisi Hoffmann (PR), a ativíssima presidente do PT e nova fiscal dos poderes da República, emitiu mais dois graves comunicados em menos de 12 horas.
Gleisi Hoffmann e Lula (Ricardo Stuckert/PT)
 
No primeiro, censurou o delegado da Polícia Federal que indiciou Fernando Haddad (PT) por uso de dinheiro sujo na campanha para prefeito de São Paulo em 2012. “Factoides como este demonstram a partidarização de setores do sistema policial e judicial”, bateu Hoffmann sem piedade e no melhor estilo “deixa que eu chuto”.

No segundo comunicado, ela qualificou de tentativa de “tumultuar o ambiente em torno do julgamento do recurso da defesa de Lula” a ida a Brasília para uma reunião com a ministra Cármen Lúcia do desembargador Carlos Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4a. Região.  Lula sabia o que estava fazendo quando impôs ao PT o nome de Hoffmann para presidir o partido. Com ela ali, reforçou a opção preferencial de sua defesa pelo confronto com a Justiça. Espancando-a, imagina desacreditar suas decisões. [só que a ré Gleisi Hoffmann não está sendo muito eficiente - divulgou um ato pró defesa de Lula e os que compareceram não conseguiram encher  a sala de uma casa - veja matéria e fotos aqui.] Para Lula, pouco importa que Hoffmann esteja tão encrencada na Justiça quanto ele.

Dada às circunstâncias, e na ausência de dona Marisa Letícia, Hoffmann virou o melhor par para Lula na sua versão jararaca. Se sobreviver, ele saberá trocar de pele de acordo com as estações. [perguntinha: onde andam ficam Paulo Bernardo, também réu, e Rosemary Noronha, também ré?]

Blog do Ricardo Noblat - Revista VEJA

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Galinha dos ovos de ouro

As MPs são ‘relevantes e urgentes’ para o País ou para corruptores e corruptos?

Entre as suas várias modalidades de “doações”, a benemérita Odebrecht usava uma bastante direta e objetiva: servia para comprar emendas ou a própria redação de Medidas Provisórias, que são editadas pelos governos e votadas pelo Congresso Nacional. 

As chamadas MPs se transformaram numa espetacular fonte de renda para os políticos brasileiros e isso não tem obrigatoriamente a ver com eleição.  Instrumentos à disposição do presidente da República para casos de “relevância e urgência”, elas produzem efeitos imediatos por até 120 dias, mas só viram efetivamente leis depois de aprovadas pelos deputados e senadores. Se não votadas em 45 dias, trancam a pauta da Câmara e do Senado, deixando os governos preocupados, senão apavorados.

As MPs brilham na Operação Zelotes da Polícia Federal, que investiga a compra de decisões do órgão revisor da Receita Federal e o pagamento de propinas no Executivo e no Legislativo para medidas que favorecessem, entre outros, o setor automotivo. O ex-presidente Lula e seu filho Luís Claudio, por exemplo, foram indiciados nessa operação.  Agora, não é nenhuma surpresa que as MPs voltem a brilhar nas delações da Odebrecht, das quais nada, nem partidos, nem políticos, escapa. Um dos delatores, Cláudio Melo, cita inclusive as três MPs pelas quais a empresa dava mundos e fundos para líderes importantes do Congresso, principalmente, mas não só, do PMDB.

Isso é desmoralizante, desanimador, irritante, enojante, porque a sociedade brasileira já não sabe mais se as medidas editadas pelos sucessivos governos eram de fato “relevantes e urgentes” para o País e seus cidadãos, ou se eram convenientes para grandes corruptores e uma galinha dos ovos de ouro para corruptos.  Além de compra de MPs e projetos, o meio bilhão de reais da Odebrecht (na soma até agora…) tinha variadas serventias: doação de campanha em caixa 1 para candidatos alinhados com o pensamento e os interesses da empresa, o que era legal; doações em caixa 2, que é crime eleitoral; compra de decisões do Executivo federal, estadual e municipal; compra de votos nos legislativos; um troca-troca infernal entre desvios em obras públicas, licitações e propinas; e, enfim, mesadas para manter sob cabresto os diferentes Poderes.

O que Emílio e Marcelo Odebrecht, além de seus executivos, vêm ensinando sobre esse universo de corrupção pode ser estendido, mundo afora, para as empreiteiras, como OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão. E também para os mais variados setores, de produção de carnes (já na Operação Carne Fraca) a bancos (uma Lava Jato à parte).  Chegamos ao fundo do poço? Não! Os depoimentos transmitidos pela TV são só parte das cerca de mil horas de gravações e só de uma empresa e precisamos lembrar que as delações premiadas até aqui são praticamente de empreiteiros, executivos, doleiros, diretores da Petrobrás. Dos políticos, só Delcídio Amaral, que foi aceito, e Pedro Corrêa, que não. O céu é o limite.

A força-tarefa da Lava Jato não parece interessada na delação de um Eduardo Cunha em troca de amenizar sua pena, mas certamente está se coçando pelo que têm a dizer João Santana e Mônica Moura e, particularmente, Antonio Palocci. Além de jararacas, jacarés e crocodilos, virão muitas outras cobras e lagartos.  Nem todo juiz é um Sérgio Moro, nem toda primeira instância é igual às de Curitiba, DF e Rio, mas a tendência é que a Lava Jato produza muitas Lavajatozinhas. Aliás, nem sempre no diminutivo. No Rio, o insaciável Sérgio Cabral e sua quadrilha não devem nada, em valores ou falta de pudor, ao que já vimos na investigação-mãe. E, para quem acha que já viu tudo, grandes revelações ainda surgirão.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Eliane Cantanhêde 


sábado, 4 de março de 2017

A vez da “Jararaca”

O PT tenta ir para o tudo ou nada. Na base do “salvem Lula” a qualquer preço. No QG da sigla, nas conversas de filiados, principalmente entre os simpatizantes ideológicos atávicos – mesmo na corriola de algumas cabeças coroadas da chamada elite pensante – dar sobrevida à “Jararaca” significa colocá-la novamente no poder, de volta à presidência da República, para acabar com essa “perseguição odiosa e sem sentido algum” contra os líderes da agremiação. O comandante da operação salvamento e presidente do Partido, Rui Falcão, sonha que só assim os compadres correligionários Dirceu, Vaccari e Palocci conseguem a liberdade.

Para aprontar de novo, imagina-se! A ação do PT pró-Lula começa a ser urdida nos gabinetes para ganhar, em breve, as ruas e programas de TV. Existe até um “plano econômico” sendo alinhavado às pressas para tirar o País da crise. Crise que o próprio partido criou, diga-se de passagem. Não é brincadeira! O “salvador da pátria”, perseguido e injuriado por seus adversários, na versão edulcorada que faz de si mesmo, busca se safar pela via da reeleição. A lendária artimanha do PT de converter e distorcer fatos a seu favor, de abusar de chavões para vitimar os aliados, de convencer a população de que tudo não passa de grande armação e injustiça, entrou em vigor. Um manifesto com a assinatura de 400 artistas e participantes de movimentos sociais pede o lançamento imediato de Lula.

E ele mesmo se convenceu disso. É a corrida contra o tempo, sem dúvida. Ou contra a ameaça crescente da prisão, mais do que esperada, do cacique petista. A situação mostra-se esdrúxula. Um réu em cinco processos (a caminho do sexto), acusado de liderar uma quadrilha criminosa, de atentar contra o patrimônio público, prepara a sua candidatura para tentar virar, novamente, mandatário do País. Agora imagine o cenário no qual o personagem em questão, Lula, que se autoproclama a alma mais honesta do mundo – tal qual Jesus Cristo, nas palavras dele próprio eventualmente saia vitorioso numa futura eleição e a seguir seja, no trâmite moroso do Judiciário, condenado pela série infindável de crimes que lhe pesam sobre as costas? Nesse quadro surreal, melhor seria fechar o Brasil para balanço. A mera hipótese de tê-lo com chances de disputa é, por demais, grotesca. Amontoam-se investigações e provas que, na condição de um cidadão comum, já teria levado Lula às grades há tempos. [não podemos olvidar que a improvável, trágica, demoníaca, volta do estrupício 'coisa ruim Lula da Silva', teria como únicos responsáveis o eleitorado estúpido do Brasil que por duas vezes elegeu o filho da serpente e para completar o desastre também elegeu e reelegeu Dilma.

O retorno de qualquer uma das duas coisas citadas, ainda que como vereador de qualquer município com mil eleitores, já seria motivo mais que suficiente para fechar o Brasil para balanço com a entrega das chaves ao ISIS.]

Vários dos que lá estão, em virtude dos desdobramentos da Lava Jato, foram parar ali por muito menos. Lula esculhamba com o Judiciário, tenta desacreditar o juiz Sérgio Moro, usa e abusa de artifícios legais para protelar os processos e segue impávido na sua cruzada política. Pelos prazos médios de julgamento, pela quantidade e profundidade das ações, pelo arco de provas e indícios apresentados, ele pode ficar inelegível apenas durante a campanha de 2018, lá pelos idos de julho do ano que vem, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que valida condenação em segunda instância. 

Ninguém deseja tamanha balbúrdia na corrida sucessória.  O País não aguenta mais. Passa do tempo e da hora dessas investigações contra o ex-presidente ganharem celeridade. A pergunta que todo mundo faz e não encontra resposta concreta é: exatamente o que está faltando para uma sentença definitiva ou para várias, diante dos laudatórios documentos, indícios e testemunhos contra Lula? Embora ele tente agir como se nada de errado exista para atrapalhar seu caminho, poucos discordam – até intramuros do Partido – que nas barras da Justiça chegou a hora da “Jararaca” prestar contas.

Fonte: Editorial - IstoÉ - José Carlos Marques



domingo, 19 de fevereiro de 2017

A jararaca está viva e engordou - cada povo tem o presidente que seus eleitores estúpidos escolher e, infelizmente, a escolha nojenta prejudica os que pensam

Lula cresceu em todas as simulações e ganha com folga de todos os candidatos

O primeiro aviso veio em dezembro, com uma pesquisa do Datafolha. Lula tinha 25% das preferências dos eleitores para o primeiro turno da eleição presidencial de 2018. À época havia um consolo, num segundo turno, ele perdia para Marina Silva. Agora saiu a pesquisa da CNT/MDA. Lula cresceu em todas as simulações e ganha com folga de todos os candidatos, em todos os turnos. Salvo Jair Bolsonaro, todos os seus adversários caíram. Com 6,5% na resposta espontânea, Bolsonaro tem mais preferências que Aécio Neves, Marina, Temer, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes somados. E Lula, com 16,6% janta todos, inclusive o paleozoico Bolsonaro. [felizmente, Lula tem um percentual irrisório, já que míseros 16,6% e isto é o limite do jararaca.
Mesmo que consiga não ser encarcerado - hipótese improvável e que não elide ser condenado várias vezes - não chegará daqui a quase dois anos sequer aos míseros 205.
Também não pode ser olvidado a hipótese de manipulação de pesquisas, visando manter a serpente viva.]

Na resposta espontânea mais da metade dos entrevistados declararam-se indecisos, o que reduz o peso dessas percentagens. Na pesquisa induzida, quando o entrevistado deve escolher um nome numa lista de seis, Lula repetiu o desempenho. Foi de 24,8% para 30,5%. Todos os outros mandarins caíram, salvo Bolsonaro, que saltou de 6,5% para 11,3%.

Não se pode ir longe nas projeções de uma pesquisa realizada a mais de um ano de distância das eleições, mas alguns resultados da CNT/MDA são fotografias do presente. Apesar da exposição que seus cargos lhes dão, Michel Temer, Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão derretendo. Derrubaram-se também Ciro Gomes com seu estilo tonitroante e Marina Silva com seu plácido absenteísmo. As artes do Planalto levaram para 62% o índice de desaprovação de um governo que vive num mundo de trapalhadas, fantasias e marquetagens.

A jararaca engordou e dificilmente o risco Lula será liquidado pela Lava-Jato. Primeiro porque não será fácil torná-lo inelegível, com uma condenação de segunda instância, antes do pleito do ano que vem. Mesmo que isso aconteça, Lula poderá tirar um poste da manga. Joaquim Barbosa, por exemplo.  [poste, triste classificação para alguém que alguns eleitores sem noção chegaram a considerar com chances de ser presidenciável com luz própria.] A jararaca está viva, engordou e arma o bote. Quem o viu no velório da mulher pode ter percebido uma emoção verdadeira, dentro da qual havia instantes úteis a uma retórica eleitoral.

(...) 
 
Os papéis de Teori
O ministro Teori Zavascki tinha o hábito de tomar pequenas notas, nas quais comentava a dura vida que levava. Quem viu alguns desses papéis garante que as relações do ministro com o procurador-geral, Rodrigo Janot, não iam bem.

Teori estava insatisfeito com a lentidão da Procuradoria (chegou a mostrar isso numa rara entrevista) e dispunha-se a chutar o balde no fim deste mês, caso Janot não colocasse a papelada em dia. Teori reclamou também da má qualidade de denúncias que o procurador lhe mandou. A primeira relacionada com o senador Renan Calheiros estava vazia. A de Delcídio do Amaral tinha um ponto cego.

Silêncio do marujo
Morreu o almirante da reserva Sérgio Doherty. Foi-se embora em silêncio e em silêncio viveu. Levou consigo grandes histórias. Ele foi um dos responsáveis pela desarticulação das conspirações de militares indisciplinados contra a eleição e a posse de Tancredo Neves, em 1985.

Doherty não falou, mas o repórter Etevaldo Dias, com quem ele conversava, lembra-se de tudo. A preguiça patrulheira da Comissão da Verdade listou Doherty entre as 377 pessoas envolvidas com a repressão política durante a ditadura. Doherty caiu na rede porque chefiou o Centro de Informações da Marinha de abril de 1984 a março de 1987. (Em abril de 1984, cinco anos depois da promulgação da anistia, o Brasil já não tinha presos políticos, e, de março de 1985 a março de 1987, o país tinha um governo civil.)

Fala, Cavendish
Fernando Cavendish, o outrora poderoso dono da empreiteira Delta, barão das obras superfaturadas de Sérgio Cabral, está com um problema de subfaturamento de memória.
Até agora botou pouca carne no feijão nas suas negociações com o Ministério Público. Se Cabral contar o que sabe, a colaboração do amigo Cavendish valerá muito menos.

Ler MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A jararaca está viva

Temer despencou no Datafolha, e Lula foi de 17% para 25% em quatro simulações de um primeiro turno 

[a forma segura, infalível, de acabar de vez com uma jararaca é após matá-la, partir em diversos pedaços.]
 
Os números da pesquisa Datafolha foram claros. Em julho, 31% dos entrevistados achavam que o governo de Michel Temer era ruim ou péssimo. No início de dezembro, antes que se conhecesse o conteúdo da primeira colaboração da Odebrecht, eram 51%. Tudo bem, ele recebeu uma herança maldita, mas enquanto o PT paga sua conta com a Lava-Jato há mais de um ano, o PMDB de Renan Calheiros, Romero Jucá, Moreira Franco e Eliseu Padilha só agora começou a receber a visita dos cobradores. Quem sabe, um dia a economia começa a respirar, a Lava-Jato sai da ribalta e São Jorge ajuda. Prometendo uma “Ponte para o futuro”, Temer oferecia esperança, pedindo confiança. A ponte virou pinguela e, como diz Fernando Henrique Cardoso, é a que temos.

A mesma pesquisa informou que, entre março e dezembro, Lula pulou de 17% para 25%, nas preferências para um primeiro turno na próxima eleição presidencial, com variações desprezíveis dependendo do cenário. Atrás dele vem Marina Silva, com cerca de 15%, em queda em todos os cenários. Numa previsão de segundo turno, Marina derrota Lula e todos os outros. Nessas simulações, “Nosso Guia” (expressão cunhada pelo então chanceler Celso Amorim) derrota todos os outros, salvo Marina. A cruz de Lula é sua rejeição (44%), empatado com Temer (45%).

Pesquisa de opinião em 2016 para uma eleição que está marcada para 2018 vale pouco mais que um horóscopo, mas o sinal que vem do Datafolha é claro: o caminho de “todos os outros” será pedregoso. Marina Silva prevalece num segundo turno, contra Lula, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra. Lula só perde para ela. Como ele mesmo disse, “a jararaca está viva”.

Não só viva, como tonificada por um governo que anuncia uma reforma da Previdência que mais se parece com um rebanho de bodes. Se isso fosse pouco, falta-lhe a humildade de reconhecer que a prometida (e indefinida) reforma trabalhista foi um balão de ensaio para enternecer o andar de cima, que acabou enfurecendo o de baixo.

A jararaca poderá morrer com uma sentença judicial, mas o acordão do Supremo Tribunal que manteve Renan Calheiros na presidência do Senado foi um presente para o comissariado. Só o tempo e os autos dirão se as culpas de Lula são suficientes para torná-lo inelegível. Para quem se esgoelou na Avenida Paulista gritando “Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro”, as notícias são ruins.

Os brasileiros olham com desdém para a política argentina e desprezam os vizinhos encantados pelo fenômeno do peronismo. Afinal, Juan Perón foi um general larápio deposto em 1955 que voltou ao poder, caquético, em 1973 e morreu em 1974, deixando o governo para sua mulher, Isabelita, uma senhora que conheceu num cabaré panamenho. 

O peronismo sobreviveu a dois golpes e, na sua última encarnação, chamou-se kirchnerisno. Quando Perón foi deposto em 1952, os militares fizeram uma exposição das joias e vestidos de sua mulher, Evita, morta pouco antes. Coisa para classificar o luxo do casal Sérgio Cabral como “periferia chic”. Vestidos? Christian Dior e Balenciaga. Joias? Uma tiara de brilhantes.

São muitas as teorias para explicar a resistência do peronismo. Seu oxigênio é a demofobia do andar de cima argentino. É uma gente finíssima, deu a duquesa de York à Inglaterra e a rainha Maxima à Holanda, só não entende um povo que vê em Evita uma princesa.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo



terça-feira, 29 de novembro de 2016

O mordomo e a jararaca - a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A reputação do seu partido é péssima, Michel Temer. E para o Brasil você é o mordomo. Adivinhe quem será culpado? 

Além da novidade, ainda um tanto estranha, de mostrar um presidente da República falando português, a entrevista de Michel Temer no Roda viva trouxe um alerta, feito pelo próprio presidente. Temer disse que a prisão de Lula traria instabilidade ao país. É quase isso: a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A patrulha petista espalhou, antes do impeachment, que após a queda da companheira presidenta, mulher honrada, a Lava Jato seria engavetada. Corta para dois meses e meio depois do impeachment: deputados de oposição – ou seja, a mesma patrulha – apoiam a instituição do crime de responsabilidade para juízes e procuradores. Em outras palavras: quem quer engavetar a Lava Jato – antes, durante e depois do impeachment – são os petistas e seus genéricos. E por que isso?

Porque a quadrilha que arrancou as calças do Brasil é petista. E, por mais que a Lava Jato alcance outros políticos, os mais ameaçados por ela são e continuarão sendo os aloprados do Lula, além do próprio. Onde estão todos esses bilhões voadores que a força-tarefa revelou (até agora) como produto do petrolão? Estão com você, caro leitor? Se não estão, estariam nos cofres do Tesouro Nacional? Ou custodiados no Judiciário? Nada disso: estão nos caixas subterrâneos dos progressistas tarja preta. E só pararão de brotar em vaquinhas milagrosas, de irrigar movimentos boçais de ocupação e de bancar advogados milionários quando estiverem todos presos – especialmente o chefe.

Enquanto Lula não for preso, o Brasil será mais instável por dois motivos: pela sobrevivência da lenda e pela utilização dela para 2018. Com a floresta de crimes atribuídos a ele, o ex-presidente só não será preso se um grande e invisível acordo político evitar isso. A declaração de Temer ao Roda viva deixa essa pista no ar. É até compreensível que o atual presidente tente reger o armistício, dialogando inclusive com os anjinhos de rapina. É papel do presidente. Mas, se passar do ponto, vai ser devorado pela jararaca.

Se Sergio Moro puser o filho do Brasil atrás das grades, já sabemos que será uma injustiça, um ato fascista contra um homem inocente, que virará preso político – e inflamará os movimentos de rua da resistência democrática de aluguel. Mas isso passa – por mais forrado que esteja o cofre da revolução. Os canastrões da falsa esquerda e seus inocentes úteis são capazes de tudo – mas também são, acima de tudo, covardes. Com o país melhorando sem os parasitas nos postos-chave do Estado, o povo perderá a paciência para a lenda e vai tocar a vida, deixando os revolucionários a sós com o seu ridículo. Aí eles próprios, que na verdade não têm causa ideológica alguma, botarão a viola no saco e vão parasitar em outra freguesia.

Se Lula não for preso, ganhará oxigênio para coordenar a ressurreição dos companheiros em 2018 não necessariamente com uma candidatura dele à Presidência. Os genéricos estão por aí mesmo, facilmente identificáveis entre os que posaram de gladiadores contra o golpe, ou que enfiaram suas cabeças no buraco do tatu quando deveriam se manifestar sobre o impeachment. Se a Lava Jato não for até o fim, não tenha dúvida, caro leitor, de que a jararaca terá veneno suficiente para 2018. E a lenda sempre poderá ser ressuscitada numa Marina Silva (aquela da “democracia de alta intensidade”), num Ciro Gomes (o indignado profissional) ou outro candidato a requentar as fantasias de esquerda.

Lulinha se mandou para o Uruguai, que a esta altura é bem mais seguro para ele. Se a Lava Jato fizer o que tem de ser feito, o pai poderá escapulir pela mesma rota – e ficar por lá dando uma de João Goulart. Se o Brasil engoliu até a comparação de Dilma com Getúlio Vargas, engole qualquer coisa. Mas quem quer trabalhar e não brincar de mitologia fajuta ignorará solenemente esse exílio de picaretas – que poderá ter o reforço da própria Dilma, se ela enfim perder os direitos políticos no TSE, pois é claro que o PT sempre roubou única e exclusivamente para o PT.

Portanto, preste atenção, caro Michel Temer, ao estender a mão para a jararaca. A reputação do seu partido é péssima e para o Brasil você é o mordomo. Na dúvida, ao fim da história, adivinhe quem será o culpado?

Fonte: Guilherme Fiuza  - Época


sábado, 5 de novembro de 2016

Lula pode criar um grave problema internacional para o Brasil

O círculo mais próximo de Lula, conforme VEJA divulgou em março passado, já debateu a ideia de levar a família do ex-presidente para a Itália

[a Itália não concede asilo a criminosos - o exemplo mais recente é o do Henrique Pizzolato, que foi extraditado e cumpre pena no Brasil.
Marisa Letícia, filhos e Lula, respondem a processos e caso fujam para a Itália - algo dificil de ocorrer, já que estão sendo monitorados - serão extraditados e logo que cheguem ao Brasil encarcerados.
São todos criminosos.
o Brasil concedeu asilo politico a dois terroristas italianos, Achiles Lollo e o Battisti, o que é mais um motivo para a Itália negar asilo a qualquer bandido brasileiros.]  
 
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, se mostrou recentemente preocupado com um suposto plano de asilo de Lula para safar-se das investigações da Operação Lava Jato. Durante cerca de cinquenta minutos, o ministro fez uma análise pormenorizada de uma estratégia de fuga do ex-­pre­sidente. Ao recorrer à ONU, Lula estaria criando as condições para pedir asilo a algum país amigo — uma incursão que, se bem-sucedida, poderia se transformar num desastre diplomático para o governo. [Lula recorreu a ONU em uma tentativa desesperada de se manter visível, só que seu apelo não recebeu grande consideração.
Lula é um bandido e a própria ONU agradece ter se livrado do risco que correu que foi o do Brasil petista ter assento permanente no Conselho de Segurança - risco definitivamente eliminado.]

O círculo mais próximo de Lula, conforme VEJA divulgou em março passado, já debateu a ideia de levar a família do ex-presidente para a Itália, uma vez que Marisa e os filhos têm passaporte italiano. Na avaliação que Serra fez a Temer, Lula ainda dispõe de capacidade de fazer barulho no exterior, caso resolva assumir o papel de asilado político. [Lula está mais desmoralizado no exterior do que no Brasil, embora sempre valha o ditado: a cobra só está morta quando além de ter a cabeça esmagada está cortada em pedaços -  aliás, ditado lembrado por Lula, quando se considerava uma jararaca, só que agora ele é uma reles minhoca.
De qualquer forma, quanto mais rápido Lula e familiares forem encarcerados melhor para o Brasil.]
 
Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.

 

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Perdão para o ovo da serpente

O Brasil chocou o ovo da serpente (ou da jararaca) durante décadas. O filhote, enfim, nasceu forte e esfomeado e devorou a economia popular. Os brasileiros demoraram a admitir o estrago que seu monstrinho de estimação estava lhe causando, e, quando isso finalmente se tornou inevitável, veio a reação: o país encarou a cobra venenosa, disse “ai, ai, ai” e a colocou de castigo. Acredita que assim ela vai passar a se comportar direitinho.

A literatura antiofídica da Lava Jato indica que em 2005, exatamente quando Lula pedia perdão aos brasileiros pelo mensalão, o mesmo Lula tratava da compra escandalosa da refinaria de Pasadena. É compreensível. Gente boa só consegue se arrepender de um roubo de cada vez. E eis que 11 anos depois, preso e condenado pelo petrolão, José Dirceu é perdoado pelo mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi firme em sua decisão contra o quadrilheiro petista: “Ai, ai, ai, não faça mais isso”.

Quadrilheiro, não. O mesmo ministro do Supremo que acaba de perdoar o companheiro Dirceu, Luís Roberto Barroso, fez sua estreia espetacular na Corte máxima decretando que a quadrilha do mensalão não era uma quadrilha. Ou seja: Dirceu, Delúbio, Valério e companhia, que agiram sistematicamente em conluio para fraudar os cofres públicos e enriquecer o PT, utilizando métodos, álibis e laranjas comuns por vários anos, não formavam uma quadrilha. Quadrilha é aquilo que baila em volta da fogueira nas festas juninas.

Foi também o mesmo companheiro Barroso quem operou o rito do impeachment da companheira presidenta, usando sua mira laser do Supremo para mostrar ao Congresso o que ele tinha de fazer. Assim prevaleceu a formação da comissão especial como o PT queria, o que infelizmente não adiantou nada, porque as instituições brasileiras começaram a ficar com vergonha de proteger governo bandido – e tanto o Legislativo quanto o Judiciário referendaram a legitimidade do impeachment.

Aí uma turma ficou gritando contra o golpe – os mesmos de sempre, que se escondem na mística progressista para viver de símbolos retrógrados. Perdoar a quadrilha é uma ótima forma de continuar chocando os ovos das serpentes simpáticas e revolucionárias.Então, já que é para chocar, vamos chocar: enquanto era julgado pelo mensalão, Dirceu, o perdoado, cometia os crimes do petrolão; posteriormente, já tendo sido preso por esses novos crimes, as investigações da Lava Jato mostraram que as propinas do esquema engendrado por ele continuavam jorrando nas contas dos guerreiros do povo brasileiro. É mesmo de morrer de pena. [sem esquecer que enquanto recebia R$ 29.000.000,00 de propina, os babacas petistas, os militontos, faziam vaquinha - alguns vendendo até a alimentação da mulher e filhos e outros vendendo até a mulher - para ajudar o multimilionário 'guerrilheiro de festim' a pagar a multa a qual foi condenado.

Petista é mesmo sinônimo de otário.]

O perdão concedido pelo STF a José Dirceu está em perfeita consonância com a moral vigente no país, ou pelo menos com a moral dominante. O Brasil perdoou Lula quando ele pediu para ser perdoado, em 2005, e no ano seguinte lhe deu a reeleição – com as revelações do mensalão estalando nas manchetes. Comiseração é isso aí, o resto é brincadeira. Lula entendeu muito bem o recado da nação e pisou fundo. O Brasil é sócio do que se passou nos dez anos seguintes – e continua, na prática, perdoando Lula.

O ex-presidente acaba de se tornar réu pela terceira vez. Agora é por tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht, usando o BNDES e irrigando a conta de um sobrinho. Quando esta mesma revista ÉPOCA revelou a referida investigação contra Lula, foi xingada por ele em praça pública. Ou seja: o filho do Brasil faz o que faz e continua livre para atacar gravemente a imprensa e subir em palanques para perpetuar seu grupo político no seio do Estado brasileiro. E o país ainda tolera o coro dos hipócritas que acusam os investigadores de fascismo. Essa tolerância é pior do que o pior dos crimes do PT.

É claro que os reis da mistificação vão dizer que a frase acima é uma pregação da intolerância, portanto do autoritarismo, portanto da força bruta contra os democratas, etc. etc. Eles são bons nisso. Quando milhões de pessoas saíram às ruas de verde e amarelo pelo impeachment, essa inteligência de João Santana espalhou que era um absurdo protestar contra a corrupção com a camisa da CBF... Um covarde é capaz de qualquer coisa. E um país que confunde intolerância com impunidade é capaz de aceitar o perdão mais hediondo. À solta, a serpente agradece.


Fonte: Revista Época - Guilherme Fiuza
 

domingo, 18 de setembro de 2016

Pura mitologia - Lula zombou do Ministério Público


Lula zombou do Ministério Público sem que isso sirva para ajudá-lo na Justiça. Mas deu motivos aos interessados em atrapalhar as investigações que, não por acaso, lhe deram toda razão.

João Santana captou de forma certeira a essência de Luiz Inácio da Silva quando contou como explorou para efeito de propaganda política a dupla personalidade do personagem: o fortão e o fraquinho. Ambos viventes do mesmo corpo entram em cena de acordo com a necessidade. O forte atua para intimidar e se vangloriar; o fraco para fazer-se de mártir. O primeiro encarna o humilde que virou poderoso contra tudo e contra todos e o segundo faz o papel de vítima das elites, alvo de preconceito de classe, um injustiçado, mas resistente benfeitor dos pobres. Santana revelou o truque ao público há dez anos e até hoje ainda há quem se deixe iludir por essa artimanha.

E não se fala aqui do fiel depositário dos benefícios sociais, que não os vê como direito, mas como concessão paternal. Fala-se das camadas mais informadas, cientes de todos os fatos e atos que revelaram a mentira da bandeira do PT pela ética na política. Caíram no conto quando da condução coercitiva de Lula para depor na Polícia Federal e voltaram a morder a isca quando da denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato, na semana passada.

Por ocasião da coercitiva, ato que já havia sido aplicado a vários investigados na operação, Lula encenou o fortão: agressivo, avisou que haviam tentado abater “jararaca”, mas não conseguiram matá-la.  Atingiu o objetivo de inocular desconfiança na atitude dos investigadores que, por essa versão, teriam cometido abusos, exagerado, montado um “circo”. Pois de lá para cá surgiram novos indícios, novas revelações contidas nos depoimentos das delações premiadas, que justificavam o ato. Lula deveria sim ser tratado como vários outros investigados também conduzidos da mesma forma a prestar esclarecimento sem que houvesse reação contra o “absurdo”.

A diferença é que o ex-presidente é o que resta ao PT e, nessa condição, precisa alimentar o mito do intocável. Naquela ocasião, recorreu ao fortão que mete medo. Nessa recente, subiu ao palco o fraquinho que produz necessidade de expiação de culpa e resgate da “dívida social”. Ambos cultivam terreno fértil à semeadura da enganação.

A contundente, adjetivada e detalhada exposição das razões pelas quais foi apresentada a denúncia contra Lula propiciou a propagação da ideia de que os procuradores extrapolaram, produziram um show e nada comprovaram que pudesse corroborar a convicção de que o ex-presidente esteve no topo do esquema de corrupção que sem seu conhecimento não teria como funcionar naquela dimensão.  Fizeram isso de maneira transparente, apresentando as evidências até agora recolhidas, respondendo depois às perguntas dos jornalistas. Obviamente não revelaram tudo. Quando o Ministério Público divulga resultados de investigações é porque detém muito mais informações para respaldar as afirmações.

Já Lula fez as coisas de forma nebulosa. Pronunciou-se sem abordar o mérito das acusações, protegido pelos aplausos da militância reunida no Diretório Nacional do PT. Deu a satisfação que quis, fugindo daquelas que seria instado a dar caso tivesse aberto espaço aos questionamentos da imprensa. O ex-presidente acusou o golpe recebido com a denúncia. Disse que não estava “entendendo” o que se passava, mas compreendia perfeitamente o que daqui em diante pode lhe acontecer. Fosse de fato inexistente a substância do material na posse do MP, ele teria rebatido ponto a ponto sem o auxílio de recursos histriônicos nem teria precisado sustentar sua diatribe aos procuradores numa mentira: “Não temos provas, mas temos convicção”, a frase de impacto que nunca foi dita.

Lula zombou do Ministério Público sem que isso sirva para ajudá-lo na Justiça.
Mas deu motivos aos interessados em atrapalhar as investigações que, não por acaso, lhe deram toda razão.


Fonte: Dora Kramer - O Estado de São Paulo


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lula se acovarda, muda o tom de "jararaca", e chora ao se defender de denúncias do MPF



Ex-presidente afirmou ser vítima de uma mentira e se colocou a disposição para prestar quantos depoimentos forem necessários 

A jararaca que estava viva na última vez em que se pronunciou, após ser conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal, mudou o tom do discurso, mas o conteúdo é o mesmo. Um dia depois de ser denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e de ser chamado de “grande comandante do esquema de corrupção da Petrobras”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser vítima de uma mentira e se colocou à disposição para prestar quantos depoimentos forem necessários. “Inventaram que eu tinha coisas que não tenho. Se não têm como provar, peçam desculpas. Provem, que vou a pé para ser preso”, exigiu.

Lula afirmou que tinha sido orientado por seus advogados a tomar cuidado com as palavras. Tomou e, em alguns momentos, até chorou, quando afirmou, por exemplo, que “conquistou o direito de andar de cabeça erguida no país”. O petista repetiu que não é dono do sítio em Atibaia, do tríplex no Guarujá e ironizou o MP ao dizer que, se eles quiserem levar o acervo dele para colocar em algum lugar, podem levar. “Presidente ganha presente que nem sabe o que é. Não quero relógio de ouro. Tenho um Citizen de R$ 800 para que o ladrão não leve com meu braço junto”.

O ex-presidente optou pelo discurso político. Fez um histórico de sua trajetória desde os tempos de militante sindical, passando pela fundação do PT, as sucessivas derrotas até conseguir eleger-se presidente em 2002. Disse que as elites ficaram com ódio pela inclusão social que seu governo promoveu, sem golpe, sem dar tiros.

Só citou Dilma ao falar sobre o impeachment ou pelo feito de eleger e reeleger aquela mulher que eles achavam ser um poste. O show estava montando para Lula aparecer. "Me conheço,sei de onde vim. Sei quem quer que eu saia e que eu volte”. Lembrou que foi constituinte em 1988, quando o Ministério Público foi criado e pediu à ala série do MP que não permita que “uma dúzia de pessoas estraguem a história da instituição. “Conheço gente que sonha em conquistar 5 minutos de glória aparecendo a carinha na televisão. Para isso, inventam uma mentira e têm que ficar repetindo sempre”.

Lula deixou em aberto o próprio futuro. Disseque o que está em jogo é uma tentativa de extirpar o PT, mas que isso não vai funcionar. “Estou com 71 anos, me preparando fisicamente para viver mais 20. Por convicção, o país que quero construir ainda está longe do ideal. Não tenho tempo para parar”. E provocou os adversário. “Não se preocupem só com o Lula. tem um monte de gente mais novo que eu, como essa meninada que proibiu o Alckmin de fechar as escolas em são Paulo, que está vindo para a rua reivindicar democracia”, concluiu.

Fonte: Correio Braziliense