Daniel Moraes Bittar, de
42 anos, foi preso em flagrante no entorno do Distrito Federal; policiais
encontraram aparelho de tortura, clorofórmio e pornografia na casa do
investigado
Daniel Moraes Bittar foi preso pela Polícia Militar
do Distrito Federal Reprodução/Redes Sociais
Preso por suspeita de sequestro e estupro de uma
adolescente de 12 anos no entorno do Distrito Federal, Daniel Moraes Bittar chorou diante da câmera
do celular de um policial, nesta quarta-feira. [com certeza irá chora bem mais,
quando for disciplinado por colegas de cela - é apenas questão de tempo alguém
'esquecer' a cela aberta.]
O vídeo foi feito no momento em que os agentes capturavam o analista de
TI, de 42 anos, em flagrante.
Na ocasião, o investigado admite que a criança
estava em seu apartamento. Câmeras de segurança registraram quando ele
entrou no imóvel carregando a vítima dentro de uma mala.
Policial: — A menina está na sua casa?
Bittar: — É.
Policial: — Fazendo o que na sua casa?
Bittar: — Ela está só lá, eu ainda não fiz nada com
ela.
Policial: — E o que você iria fazer com ela?
Bittar: — Eu não sei, eu estava conversando só. Por
enquanto eu só conversei.
Analista de TI é preso por sequestrar e estuprar
menina de 12 anos no DF
Encontrada pela polícia no apartamento de um analista de TI, na região
da Asa Norte, em Brasília, a adolescente de 12 anos
caminhava para a escola quando foi abordada por duas pessoas em um carro preto,
por volta das 12h30 da última quarta-feira. O homem, identificado
como Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, e sua cúmplice,
Geisy Souza, de 22, agarram a menina e a colocaram no veículo. Após
a notificação de desaparecimento e investigações da polícia, os dois foram
presos, e a menina libertada.
Em 2016, Bittar publicou outra mensagem contra o crime que ele
próprio cometeu: "homens contra a cultura do estupro".
Publicações em apoio à causa LGBTQIA+
e à campanha do
presidente Lula também, podem ser encontradas no seu perfil.
Depois de ser colocada à força no carro dirigido
por Daniel, no Jardim Ingá, em Luziânia, no estado de Goiás, a adolescente diz ter sido levada para uma mata. Segundo a vítima,
Geisy colocou um pano com produto químico — clorofórmio, de acordo com a
polícia — em seu rosto, para dopá-la antes de ser levada até a casa do
suspeito, onde chegou desacordada, dentro de uma mala e com os pés algemados. Gesiely
de Sousa Vieira, conhecida como Geisy, é mãe de dois filhos. Segundo a polícia,
ela foi cúmplice do crime e ajudou Bittar a raptar a criança de 12 anos, a
dopando com clorofórmio. Segundo a PCDF, Bittar costumava enviar dinheiro a
ela, em troca de fotos nuas.
A polícia foi notificada do desaparecimento da adolescente no início da
tarde de quarta-feira, e chegou até o apartamento do criminoso por volta das
23h30 do mesmo dia. O trabalho de investigação começou com o deslocamento de
agentes para o local onde ela foi vista pela última vez, próximo à escola onde
estuda, com a informação de que ela teria entrado no tal “carro preto”.
Lá, os policiais descobriram, por meio de testemunhas, que um casal teria agarrado a adolescente e a colocado no
veículo. Os investigadores solicitaram, então, imagens de câmeras de
segurança das redondezas. Nas gravações, conseguiram
identificar a numeração da placa do carro. Assim, chegaram à identidade
do proprietário e, posteriormente, ao endereço dele.
A menina foi localizada por policiais do Grupo Tático Operacional do 3º
Batalhão em cima da cama de Daniel, ainda
com os pés algemados, e apresentava várias escoriações pelo corpo. Aos agentes, ela contou que ele usou uma faca para rendê-la.
Além de Daniel,
a mulher apontada como cúmplice do crime também foi presa por agentes da Polícia Militar de Goiás, em Luziânia, nesta quinta-feira. Além disso,
máquinas de choque, câmeras, objetos sexuais e material pornográfico estão entre os itens apreendidos pela polícia no apartamento do analista de TI. Uma estufa usada para produção de maconha e um galão com clorofórmio também foram encontrados no imóvel.
'Sugar daddy'
O analista de TI Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, preso por sequestrar e
estuprar uma adolescente de 12 anos no Distrito Federal, mantinha relação de “sugar daddy” com Geisy Souza, apontada como sua cúmplice no crime e presa nesta
quinta-feira.
Na relação, ele ofereceria dinheiro em troca de encontros com ela. Nesta
sexta-feira, a prisão em flagrante dos dois foi convertida em preventiva.
A mulher detida por suspeita de ser cúmplice de Daniel disse à polícia
que foi coagida a ajudar o homem. Identificada nas redes sociais como Geisy
Souza, de 22 anos, foi presa no Entorno do Distrito Federal e foi levada para a
2ª DP, em Brasília.— Ela diz que também foi ameaçada, que também foi vítima,
mas totalmente infundadas as alegações dela. Se fosse vítima, no momento que
foi liberada, deveria ter entrado em contato com a polícia informando que outra
pessoa era mantida refém — disse o tenente coronel Arantes, da Polícia
Militar de Goiás, que participou da operação.
A identidade da suspeita foi confirmada ao GLOBO por fontes envolvidas
nas investigações. Ainda segundo as autoridades, Geisy
Souza e Daniel Bittar se conheciam há dois anos. Nas redes sociais, ela
se descreve como blogueira e anuncia uma conta em um site de conteúdos adultos.
A mulher não tem passagens policiais.
Integra da matéria - Brasil - O Globo