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sábado, 23 de setembro de 2017

Traficante envolvido em guerra na Rocinha se entrega à Polícia Federal

Edson Antônio da Silva Fraga, o Dançarino, seria ligada a Rogério 157


Um traficante que seria envolvido com o grupo ligado a Rogério 157, que domina a Rocinha, se entregou na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, na noite da sexta-feira. Edson Antônio da Silva Fraga, o Dançarino era procurado pela polícia. Ele será encaminhado à 11ª DP (Rocinha).

No mesmo dia, o delegado titular da 11ª DP, Antônio Ricardo Lima Nunes, afirmou que a polícia recebeu informações de que criminosos estariam "dispostos a se entregar". Ele pediu que todos se entreguem na delegacia, e garantiu "tratamento digno" e "direitos constitucionais garantidos.

Na noite da sexta, o delegado enviou ao plantão judiciário um pedido de mandado de busca e apreensão em pontos específicos da Rocinha. Se expedido pela Justiça, os policiais poderão entrar em casas na comunidade. Ainda segundo o titular da unidade, o traficante Rogério 157 ainda permanece na Rocinha, mas estaria acuado. Ricardo Lima também confirmou que 27 integrantes da quadrilha ligada ao traficante já foram identificados. - Ele está acuado. Chegamos muito perto dele hoje. Ele ainda está na parte alta da comunidade.

Até o início da manhã, ao menos cinco suspeitos foram detidos e levados para a 11ª DP (Rocinha). Também foram levados para a delegacia seis fuzis apreendidos, cinco deles encontrados pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), que também acharam munições ainda não contabilizadas, rádios transmissores, granadas e cadernos de anotações.  Apesar da ocupação da Rocinha com o apoio das Forças Armadas, foi registrado um novo tiroteio na madrugada deste sábado. A autoestrada Lagoa-Barra e os túneis Zuzu Angel e Rafael Mascarenhas (Acústico) chegaram a ficar cerca de 1 hora fechados.

Fonte: O Globo

 

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Google será peça-chave para apurar suposto e-mail de Dilma

De acordo com delação de Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, Dilma e ela se comunicaram por meio de rascunhos salvos em uma conta Gmail 

Informações guardadas pelo Google poderão ajudar investigadores da Operação Lava Jato a esclarecer se a ex-presidente Dilma Rousseff utilizou de fato uma conta de e-mail para avisar o casal João Santana e Mônica Moura, marqueteiros do PT, sobre avanços operação. Para isso, a Justiça terá que pedir a quebra do sigilo do endereço eletrônico.
A empresa possui dados de IPs (identidade das máquinas) que acessaram as contas, incluindo dia e horário, o que poderia ajudar na identificação dos usuários, de acordo com informações da edição desta quarta-feira do jornal Folha de S. Paulo.

Há também a possibilidade de o caso ser solucionado por uma perícia nos computadores do Palácio do Alvorada e da petista, além de outros aparelhos eletrônicos como tablets e celulares – para isso seria necessário mandado de busca e apreensão.  Mesmo que apagados, dados podem ser recuperados nas máquinas, sendo possível a reconstituição ao menos parcial das ações que envolvem o e-mail. O Google tem cumprido decisões judiciais após embates e pedidos – no entanto, a empresa tem utilizado como critério pedidos que sejam restritos a pessoas investigadas, para não expor outros cidadãos.

No final de 2014, o juiz Sergio Moro chegou a multar a empresa por não atender a suas determinações –à época, a companhia argumentava que seria necessário acordo de cooperação com os EUA. Na ocasião, a empresa se recusou a interceptar e-mails de quatro contas suspeitas de conter informações sobre negócios da doleira Nelma Kodama.

Questionado sobre o assunto, o Google afirmou em nota que recebe “regularmente pedidos de autoridades e ordens judiciais em relação a dados de usuários”. Segundo um relatório de transparência atualizado pela empresa, entre junho e dezembro de 2016 foram feitas 1.010 solicitações, das quais 60% foram cumpridas.

Delação de Monica Moura
Monica disse em delação premiada que, em um encontro no fim de 2014, Dilma teria dito que era necessária uma forma segura de comunicação para repassar informações a ela.
As duas teriam criado e-mail do Gmaila delatora afirma que isso aconteceu na Biblioteca do Alvorada. Elas se falavam, ainda de acordo com versão de Mônica, por mensagens criadas e armazenadas na pasta de rascunho, mas nunca enviadas.

Fonte: Revista VEJA
 

 

sábado, 5 de março de 2016

O dia de Lula: os bastidores do depoimento

Com “cara de quem não dormiu”, ex-presidente já tinha tomado café da manhã e abriu a porta para os federais

Quando a Polícia Federal bateu à porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta sexta-feira, o petista já os aguardava. Três seguranças e um assessor de Lula estavam de plantão desde a noite do dia anterior, em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP). Os policiais entraram com quatro carros na garagem do prédio e de lá interfonaram para falar com Lula. Foram atendidos por um empregado, que pediu para que eles aguardassem um pouco. Enquanto isso, o porteiro ligou para o síndico, que desceu imediatamente e levou os agentes da garagem até o apartamento de Lula, que foi quem abriu a porta. O petista já havia tomado café da manhã e estava pronto para sair de casa.

Vestindo um terno azul marinho bem escuro e calça jeans, Lula entrou em um carro descaracterizado da Polícia Federal e seguiu para o Aeroporto de Congonhas, onde depôs por três horas e 40 minutos. No final, foi oferecido um cafezinho a ele. No trajeto de ida, ele ficou calado e aparentava estar abatido, "com cara de quem não dormiu a noite inteira", segundo relatos de agentes. Ele não levou telefone celular.

Assim que acabou o depoimento, Lula foi até a uma sala de embarque destinada a autoridades e recebeu cumprimentos de aliados e amigos, entre eles o ministro-chefe da Secretaria do Governo, Ricardo Berzoini; e dos deputados petistas José Mentor (PT), Paulo Teixeira (PT) e Vicente Cândido (PT). Além do secretário de transportes do município de São Paulo, Jilmar Tato e do ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PCdoB). Esse último chegou cedo e praticamente comandou as ações de manifestação de apoio a Lula.

Ao conversar com os seus assessores, na sala VIP destinada a autoridades que embarcam em Congonhas, Lula ficou sabendo da grande concentração de militantes que gritavam palavras de ordem em frente ao prédio anexo ao aeroporto. O ex-presidente ensaiou fazer uma saída triunfal pela porta da frente. Alguns assessores chegaram a ir lá fora fazer o L com o dedo indicador e polegar, marca registrada do petista, mas perceberam que também havia gente hostilizando o petista. Com a alta temperatura na rua, os aliados decidiram que seria melhor Lula sair pelas portas dos fundos. Na saída, o petista aparentava cansaço e estava bem mais abatido do que quando entrou no carro particular que o conduziu.

Ao cumprir mandado de busca e apreensão no Instituto Lula, no bairro de Ipiranga, os policiais também perceberam que já eram aguardados pelo porteiro, apelidado de "Baianinho" que facilitou acesso. No entanto, os auditores da Receita Federal encontraram bem menos do que imaginavam, o que reforça a suspeita de que houve vazamento de informações da operação Lava-Jato. Segundo relatos de Baianinho, ele já esperava há dias que os agentes chegariam ao Instituto. Tanto que não havia nenhum armário trancado à chave, um cofre estava vazio e as notas fiscais da entidade entre 2010 e 2015 não estavam mais nos arquivos do instituto.

 Fonte: Revista VEJA