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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O monstro do cerrado: quem é o homem suspeito de 54 estupros em Goiás - VEJA

Wellington Ribeiro da Silva é investigado por abusos sexuais, inclusive de uma bebê, uma criança de 12 anos e mulheres na frente do pai, marido ou namorado


Em 2 de agosto deste ano, a Polícia Civil de Goiás montou uma força-­tarefa para caçar um estuprador na região de Aparecida de Goiânia. Em dez anos, 47 mulheres haviam relatado ter sido atacadas por um homem moreno claro, de mais ou menos 1,75 metro e barrigudo. As características dos crimes se repetiam: a bordo de uma moto, ele anunciava o assalto com uma pistola, obrigava a vítima a subir na garupa e a levava a um terreno baldio, onde praticava o estupro. A polícia não sabia seu nome, nem como era sua feição, pois ele sempre estava de capacete. Com essas informações, quarenta agentes saíram às ruas atrás de um sujeito que se enquadrasse nesse perfil. No dia 12 de setembro, eles chegaram a Wellington Ribeiro da Silva, de 52 anos.

Já na abordagem surgiram as primeiras suspeitas. Silva demorou a revelar o nome verdadeiro — mostrou o RG de uma pessoa chamada José, e seus vizinhos o conheciam como Sérgio. Ao vasculhar a casa dele, a polícia encontrou uma arma de brinquedo, três capacetes e uma moto preta roubada. No exame de corpo de delito, ele teve a saliva recolhida para fazer o teste de DNA— o material genético bateu com o do esperma encontrado em 22 vítimas. A Polícia Civil atribui a ele outros 32 estupros. Depois que a sua foto foi divulgada, sete mulheres foram à delegacia dizer que haviam sido vítimas dele. Silva admite ter cometido seis estupros e nega os demais.

Em interrogatório gravado em vídeo, obtido por VEJA, o delegado pergunta a Silva como se davam os estupros. De forma curta e fria, ele responde: “de quatro”. Questionado sobre o que dizia às vítimas, declarou que só prometia mantê-las vivas. “Elas perguntavam se eu ia matá-las. Eu falava que não”, disse. Afirmou ainda que se sustentava vendendo os celulares roubados das vítimas. “Ele é um psicopata. É muito frio e não demonstra ter nenhum arrependimento. É um monstro mesmo”, avalia a delegada Ana Paula Machado, responsável pela força-­tarefa. Laudo da Polícia Civil atestou que Silva é “plenamente capaz de responder por seus atos”. Ele tem cinco filhos de mulheres diferentes. A mais nova, de 3 anos, eravidrada no pai”, conforme disse a sua esposa na delegacia — ali, ela descobriu que o nome dele não era Sérgio e entrou em choque ao saber do histórico de crimes.

Um dos abusos que Silva confessou foi o de uma menina de 12 anos. Ela estava com os pais numa igreja evangélica para celebrar a virada do ano de 2018 para 2019. A temperatura caiu, e a menina foi pegar uma blusa em casa. No caminho, teve a infelicidade de trombar com Silva, que a abordou e a estuprou — imagens de câmeras mostram os dois na moto. Também há denúncias de que ele obrigou mãe e filha a fazer sexo com ele na frente do marido/pai e que abusou de duas adolescentes na frente dos namorados.

Como é que esse monstro ficou tanto tempo impune? Em 2011, Silva foi preso em Goiânia pela acusação de estuprar uma mulher e sua filha, que tinha apenas 5 meses. Na ocasião, descobriu-se que era foragido da Justiça de Mato Grosso. Ali, ele foi condenado a 47 anos de prisão por um episódio conhecido como “a chacina do Monte Líbano”. Uma mulher de 39 anos, com quem Silva tinha relacionamento, e seus dois filhos, de 10 anos e 3 anos, foram encontrados degolados em uma casa. Segundo o Ministério Público, ele matou a mulher após descobrir que ela o delatava à polícia — na época, Silva chefiava uma quadrilha de assaltantes e assassinos. Ficou preso por dois anos, até que fugiu, em 2013. “Coincidentemente, nesse período há uma lacuna de ocorrências de estupro em Goiás. E os casos voltam a aparecer em 2014”, afirma a delegada Ana Paula Machado.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o país atingiu o recorde de abusos sexuais em 2018, com 66 041 ocorrências. Um dado na pesquisa, porém, destoa do modus operandi de Silva (escolher mulheres aleatoriamente na rua): a maioria dos agressores (76%) conhecia as vítimas. Se forem comprovadas todas as denúncias, Silva pode entrar para a lista dos maiores estupradores do mundo. A relação inclui bandidos como o ex-policial americano Joseph James DeAngelo, preso pelo FBI em 2018, acusado de violentar mais de cinquenta mulheres e matar doze nas décadas de 70 e 80. No Brasil, um caso bastante famoso foi o de Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, condenado pelo estupro de nove mulheres e por sete assassinatos no Parque do Estado, Zona Sul de São Paulo, nos anos 90. Na época, sua história espalhou medo pelo grande número de vítimas, mas o monstro de Goiás mostra que o horror pode sempre se superar.


Publicado em VEJA, edição nº 2655 de 6 de outubro de 2019,

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

BOLSONARO para Presidente e RONALDO CAIADO para Vice ou vice-versa = Brasil sai ganhando



Olavo: censura no Facebook, apoio a Bolsonaro e assassinato de reputações

Desde que manifestei, não digo sequer uma adesão formal, mas alguma simpatia pela candidatura Jair Bolsonaro à presidência da República, coisas estranhas começaram a acontecer no Facebook: Desde logo, tornou-se mais intenso e visível o procedimento-padrão da quadrilha de difamadores e caluniadores que não me deixam em paz desde os tempos do Orkut: tão logo alguém publique qualquer acusação contra mim, juntam-se em bandos para dar-lhe apoio coletivo, negando aos meus amigos, alunos e leitores o direito de retrucar individualmente ou em grupo, que de imediato lhes vale o rótulo de “fanáticos idólatras”, “teleguiados” e outros semelhantes.
 
Quando denunciei o ardil em termos que não deixavam margem a dúvidas quanto à regularidade e constância do procedimento, minha página no Facebook foi imediatamente bloqueada, sob o pretexto claramente artificioso de uma foto publicada um ano atrás. A foto, fazendo gozação com a crise econômica, mostrava duas moças (vestidas) com um cartaz à beira da estrada: “Pague uma e coma duas.” Coisa realmente de uma obscenidade fora do comum, capaz de escandalizar o Maníaco do Parque, o Champinha e a comunidade pedófila internacional, talvez até uns ministros do governo. 

Como então eu passasse a usar a conta da minha esposa, Roxane, para enviar mensagens à minha Fan-Page e não ficar totalmente desprovido de meios de defesa, a resposta não demorou: desde logo, um adepto – não sei se militante -- do MBL, Cassiano Tirapani, começou a me caluniar da maneira mais torpe. Além de repetir os chavões já bem conhecidos (“chefe de seita”, etc.), ele me acusava também de coletar informações sobre a vida íntima dos meus alunos para mantê-los sob controle mediante ameaça de chantagem.

Desmascarado o jogo sujo, graças à intervenção dos próprios alunos do Curso Online de Filosofia que na página mesma do sr. Tirapani desmentiam a acusação, a conta da Roxane foi bloqueada também, sob a desculpa de que era “inadequado” xingar o caluniador em vez de tratá-lo com o respeito devido a criatura tão nobre e santa. 
É inútil esbravejar contra o Facebook. Os bloqueios acontecem automaticamente quando a empresa recebe denúncias em massa. A responsabilidade do fechamento incumbe, com toda a evidência, à militância organizada em torno do sr. Tirapani, erguido por essa mimosa comunidade à condição de bola da vez – a enésima encarnação do líder salvador, do santo guerreiro incumbido de eliminar o dragão da maldade, o execrável Olavo de Carvalho.

O próprio sr. Tirapani parece ter-se persuadido da missão sublime à qual os céus o convocaram, como se vê pela sua foto em trajes heróicos de cavaleiro andante, que ele mesmo publicou na sua página com exibicionismo histriônico digno de um folião em concurso de fantasias.  O papel que o destino lhe reservou, no entanto, parece um pouco diferente.



              Tirapani um esquerdista fazendo a defesa fanática de um maldito pedófilo


Esquerdista até 2013, segundo ele mesmo confessa, converteu-se depois não só à direita, mas ao “olavismo” mais extremado e devoto, desfilando numa passeata com o cartaz “Olavo tem razão”, e, mal assentada a poeira de tão radical transformação interior, embarcando logo em seguida na onda do anti-olavismo mais odiento e caluniador.

Se ele foi sincero nessas trocas de camiseta, a velocidade mesma com que elas se sucederam e o entusiasmo belicoso com que ele aderiu ao pró e ao contra já bastariam para evidenciar que se trata de uma personalidade instável, imatura e indigna de confiança.
 
Porém um exame da foto em que ele posa de olavista devoto na passeata de março de 2015 mostra-o na atitude exagerada e teatral de alguém que não expressa um sentimento genuíno, mas desempenha um papel premeditado. Muito provavelmente o seu olavismo temporário nada mais foi que uma encenação destinada a encobrir antecipadamente com um verniz de confiabilidade os futuros ataques caluniosos que ele já planejava desferir contra mim. Neste caso, não se trata de uma personalidade neurótica e vacilante, mas de uma personalidade psicopática, amoral, fria e calculista.  


Qualquer que seja o caso, a esta altura a existência de uma campanha organizada de assassinato de reputação voltada contra a minha pessoa já se mostra como um fato patente e inegável.

Que essa campanha tenha se intensificado após as minhas expressões de simpatia ao deputado Jair Bolsonaro parece indicar uma fonte política bem definida – o que não impede que um ou outro desafeto individual vindo de outras épocas e de índole ideológica diversa – colhido entre anti-semitas, russófilos, tradicionalistas fanáticos etc. --, preste à campanha umas ajudinhas ocasionais, sem ter a menor idéia de a quem serve com isso.

Por: Olavo de Carvalho - Mídia Sem Máscara -
28 de janeiro de 2016