Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Rede mobiliza conversas em família e já é objeto de reuniões escolares, onde a ideia é evitar que a garotada vire alvo de marginais
Visto em tempos passados como uma bolha segura, o quarto dos filhos requer agora, nesta era de muita navegação na internet, cuidados redobrados.
O motivo reside nas várias telas que se abrem no computador ou no celular, descortinando infinitas portas para o mundo exterior — com tudo o que há de bom, mas também de preocupante, no voo virtual. De todas as redes, a que mais tem causado inquietação a pais de crianças e adolescentes mundo afora é o Discord, criado nos Estados Unidos em 2015 para agilizar a comunicação em tempo real entre gamers.
Mais recentemente, tornou-se onipresente na vida da ala jovem, com seus 150 milhões de usuários, incluindo uma multidão de brasileiros, que entram ali para engatar em chats e participar de comunidades alimentadas por recursos multimídia.
Uma parte é fisgada no TikTok e no Twitter, onde recebe convites para ingressar nas chamadas “panelinhas”, salas de bate-papo de acesso exclusivo. E é aí que mora o perigo, já que nesses espaços aparentemente inofensivos grassa um leque de crimes que se valem da falta de filtros e da inocência das pessoas.
(...)
O assunto ganhou tamanha envergadura que motivou uma força-tarefa Brasil afora sob o comando da Polícia Federalem parceria com os estados, e acompanhada pelo Ministério da Justiça. Em 13 de julho, integrantes da pasta se reuniram em Brasília com executivos americanos do Discord, que se comprometeram a tomar medidas práticas. Os representantes da empresa afirmaram, na ocasião, que 65 000 contas brasileiras haviam sido fechadas desde o início do ano por violarem políticas de segurança. A PF tem mantido contato permanente com órgãos dos Estados Unidos que vêm reportando crimes na plataforma, como o FBI, que dissecou o modus operandi das engrenagens criminosas nessa vasta nuvem. A iniciativa já rendeu quinze prisões entre Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina. Há uma sabida subnotificação no número de casos, uma vez que a vergonha freia as vítimas. Mesmo assim, em São Paulo, cerca de cinquenta delas relataram ao Ministério Público estadual terem penado no Discord. “Provavelmente, muito mais gente sofreu ali”, afirma o promotor Danilo Pugliesi.
Não há, evidentemente, redes totalmente blindadas, mas os especialistas
Não por acaso, o americano Jack Teixeira, um ex-militar de 21 anos, encontrou no Discord a brecha perfeita para vazar uma batelada de documentos secretos sobre a guerra da Ucrânia pertencentes ao Pentágono, onde trabalhava. A impunidade, felizmente, não durou para sempre: hoje ele está preso. As denúncias, porém, continuam a aparecer. De acordo com o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos Estados Unidos, os crimes no Discord escalaram 474% de 2021 a 2022, abrangendo até sequestro.
O maior de todos os grupos já registrado no Brasil, com 7 000 membros, era conhecido como System X, capitaneado por um tal Pedro da Rocha, o King, de 19 anos. Preso no início do mês no Rio, ele atingiu meninas como A.S., 13 anos, desde os 9 no Discord, onde jogava e papeava. Até hoje visivelmente mexida ao reviver o pesadelo, a garota relata a VEJA que Pedro a abordou dizendo ter um punhado de dados sobre ela e sua família e que, se não o obedecesse, ele os disseminaria. “Não o conhecia, mas, quando a gente começou a conversar, gostei dele”, relembra a vítima, que, como todas, mantém o anonimato. “Não sei como obteve meus dados, tinha até endereço, e disse que divulgaria tudo se não mandasse uma foto nua. Eu tinha medo, então mandava”, diz. E assim ficou atada a um ciclo vicioso — caso se recusasse a abastecer o rapaz com imagens íntimas, as anteriores ganhariam os holofotes.
(...)
Para tentar evitar mais casos, o Discord anunciou a criação de uma nova ferramenta justamente para vigiar a navegação dos filhos no detalhe — é possível saber quando e com quem eles interagem. “Temo ser excessiva no controle, mas crianças não estão preparadas para operar on-line de forma irrestrita”, enfatiza a psicóloga carioca Ana Paula Cordeiro, 42 anos, mãe de João, 13, a quem supervisiona nas redes. O debate desembarcou nas escolas, que assistiram à maciça migração para o Discord nos tempos de pandemia, e contam que a adesão só cresce. Em São Paulo, o Porto Seguro, como outros colégios, tocou no vespeiro em reuniões de professores. “Resolvemos entrar em contato com os alunos para investigar se estavam enfrentando problemas no aplicativo”, diz Joice Leite, diretora de tecnologias educacionais. Não detectaram vítimas. No também paulista Dante Alighieri, uma palestra já dada aos pais iluminou o passo a passo para que crianças e adolescentes não mergulhem no sinistro submundo do Discord. “É urgente discutir como tornar a plataforma um lugar seguro para a garotada”, afirma a coordenadora Valdenice de Cerqueira. Não há outra maneira de espantar o perigo que mora na tela ao lado.
Publicado em VEJA, edição nº 2851, de 26 de julho de 2023,
Covid-19 foi declarada pandemia pela OMS em março de 2020| Foto: Pixabay
O Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos considera que a pandemia de Covid-19 "muito provavelmente" surgiu de um incidente em um laboratório na China.
A informação foi divulgada neste domingo pelo jornal americano Wall Street Journal (WSJ) e é baseada em um documento confidencial de inteligência que foi entregue recentemente à Casa Branca e a membros do Congresso.
De acordo com o WSJ, embora o Departamento de Energia tenha feito suas conclusões com "pouca confiança", o documento marca uma mudança de posicionamento da agência, que anteriormente estava indecisa sobre a origem do novo coronavírus. As novas informações que levaram o departamento a mudar sua conclusão não foram expostas.
O Departamento de Energia não é o primeiro órgão do governo americano a dar credibilidade à teoria de que o vírus da Covid-19 vazou de um laboratório em Wuhan, na China. Em 2021, um relatório do FBI já indicava "convicção moderada" sobre esta visão.
Outras agências do governo americano, porém, ainda julgam que a pandemia foi provavelmente o resultado de uma transmissão natural entre um animal silvestre e um humano.
Comentando a reportagem do WSJ, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse, porém, que não há "respostas definitivas" sobre a origem do vírus causador da pandemia de Covid-19. “Se obtivermos mais informações, iremos compartilhá-las com o Congresso e com o povo americano. Mas, agora, não há uma resposta definitiva que surgiu da inteligência sobre esta questão”, disse Sullivan em entrevista à CNN.
O conselheiro da Casa Branca afirmou ainda que há "diferentes pontos de vista" sobre a questão das origens da Covid-19 e destacou que alguns deles “simplesmente não têm informações suficientes para se ter certeza”.
Governos ampliam definição de “terrorismo” para perseguir opositores políticos
Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
De todas as sandices de uma imprensa que já deixou de fazer jornalismo há muito tempo,uma das mais vergonhosas foi a adoção do termo “terrorista” para descrever as mais de mil pessoas detidas em Brasília, no dia 8 de janeiro.
E, de todos os poucos assuntos sobre os quais eu posso falar com suficiente autoridade, terrorismo é exatamente um deles.
Sou a única mulher do mundo a ter entrevistado com exclusividade Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, grupo oficialmente designado como terrorista desde 1997 por vários governos,particularmente o dos Estados Unidos.
Eu entrevistei também o outro lado desse desamor mútuo: Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, por sua vez acusado de “terrorismo de Estado” por vários grupos armados.
Eu também entrevistei para a mesma revista israelense a primeira mulher a sequestrar um avião de carreira, Leila Khaled, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina.
Cito esses trabalhos para dizer, com toda convicção e conhecimento, que o que aconteceu em Brasília não foi terrorismo, e dizer o contrário é de uma ignorância extrema — ou desonestidade vexaminosa.
O ator, diplomata e escritor Peter Ustinov é autor de uma frase que sintetiza o paradoxo da definição de terrorismo:“Terrorismo é a guerra dos pobres; e a guerra é o terrorismo dos ricos”. Essa questão não é menor, e eu já tive o desprazer de uma briga pública com a Folha por causa dessa e de outras definições, quando um editor do jornal se achou no direito de quebrar nosso acordo e alterar minhas palavras (o Observatório da Imprensa cobriu esta questão na época.)Mas uma definição de terrorismo que nunca vi na vida — nem como piada — é aquela descrita pela destruição de prédios públicos com hora marcada, cometida por uma turba de vândalos.
Para que não reste dúvida: quem destrói patrimônio, público ou privado deve pagar por isso. Depredação é crime, e sempre me manifestei contra ela: desde a derrubada de “estátuas terroristas” (feitas por agitadores se fazendo passar por manifestantes), quanto à depredação de lojas por arruaceiros de aluguel, que em vários lugares dos EUA destruíram o trabalho suado de microempresários negros ao se manifestar contra a “opressão branca,” como mostra essa reportagem da NPR. O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação.
Aqui, neste vídeo,é possível ver uma manifestante filmando o que parece ser um agitador, ou infiltrado, tentando causar um incêndio contra a vontade de quem estava à sua volta. Aqui, aqui, aquie aqui, vídeos sem edição, feitos no calor do momento, deixam claro que a maioria das pessoas presentes não tinha intenção nenhuma de causar estrago ao patrimônio público. Alguns dos vídeos chegam a mostrar infiltrados sendo perseguidos e capturados pelos manifestantes.
É possível ouvir alguns reclamando que, se o agitador for entregue à polícia, sua identidade jamais será revelada. Aqui, neste outro vídeo,feito por uma câmera de segurança interna, um homem vestindo uma camiseta com o rosto de Bolsonaro destrói um relógio antigo, inexplicavelmente posando para a câmera e assim garantindo que sua camiseta seja devidamente filmada.
Esse vídeo é especialmente interessante porque o vândalo está usando uma calça caída abaixo da bunda, expondo todo o seu traseiro, algo que nem nos devaneios mais delirantes eu imaginaria ver num protesto de pessoas de direita.
Essa exposição descomedida, frequentemente vista como uma imitação de rappers ou criminosos, é uma moda inspirada nas prisões norte-americanas.
Alguns acreditam que isso começou como uma espécie de sinalização de “disponibilidade,” uma comunicação não verbal feita por prisioneiros que se ofereciam para ser sodomizados. A teoria mais aceita, no entanto, parece ser que os uniformes na prisão às vezes são largos demais, e as calças caem porque cintos aumentam a chance de suicídio, e portanto não são distribuídos junto com o uniforme de presidiário.
Não foi infiltrado. O homem que quebrou o relógio do século 17 dado pela Corte Francesa ao Dom Joao VI usava uma camiseta do Bolsonaro. Imagem obtida pelo Fantástico pic.twitter.com/t5hkniBNvh
[a estupidez desse 'murakawa' excede até a capacidade ignorante do mais estúpido dos esquerdistas; sou flamenguista, odeio o Corinthians e os corintianos, mas pela ótica idiotizada do 'murakawa' caso vista uma camisa daquele tipo viro corintiano.]
Parece existir uma certa confusão sobre qual lei enquadraria os crimes cometidos contra o patrimônio público no dia 8 de janeiro. Em casos anteriores similares, ou até mais dramáticos e violentos, ninguém foi preso por terrorismo, e os crimes foram tratados pela imprensa como vandalismo, arruaça, baderna. [CONFIRA casos protagonizados pela esquerda, que não geraram punições nem mesmo multas - AQUI, MAIS UM.]
O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação
A definição de“terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição.
Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”.
Crianças, a mídia em geral e pessoas menos inteligentes e mais facilmente impressionáveis são alvos fáceis para esse tipo de propaganda. Existe ainda uma outra vantagem: o combate ao terrorismo justifica muita coisa, principalmente coisas injustificáveis.
No livro A Fábrica do Terror, o jornalista investigativo Trevor Aaronson conta como oFBI — a força responsável pelo combate ao terrorismo em solo norte-americano — “criou e financiou mais planos terroristas nos EUA do que qualquer outro grupo”.
Aaronson analisou todos os 508 casos federais de terrorismo nos EUA desde os ataques de 11 de setembro até 2011. Desses casos, 250 envolviam pessoas acusadas apenas de mentir ou violar regras de imigração.
Outros 150 acusados foram pegos em arapucas policiais que, segundo o autor, foram “totalmente criadas pelo FBI ou um agente infiltrado que encontrou alvos potenciais em homens sem antecedentes criminais, frequentemente com problemas mentais ou em situação econômica desesperadora, e forneceu a eles todo o necessário para cometer o crime: os parceiros, o pagamento em dinheiro, o equipamento, e às vezes até a ideia. De fato, apenas seis das 508 pessoas processadas tinham conexão com o terrorismo ou possuíam armas adquiridas por conta própria, sem a ajuda do FBI”.
O detalhe mais chocante e embaraçoso é o seguinte: nenhuma dessas seis pessoas genuinamente culpadas foi pega pelo FBI antes do ataque.
O terrorismo, em sua definição mais costumeira e acadêmica, requer uma coisa crucial: que o medo se espalhe.
Para isso, é necessário que o alvo não seja conhecido de antemão.
O que aconteceu em Brasília foi o oposto: uma manifestação anunciada, com data e local marcados, e sem uma única vítima.
O terrorismo prefere alvos imprevisíveis, com datas inesperadas, porque assim qualquer um pode ser vítima, e portanto todos ficam potencialmente aterrorizados, presos pelo medo.
Em 2005, enquanto eu participava de uma conversa entre alunos e o professor Tarif Khalidi, na Universidade Americana de Beirute, onde fazia meu mestrado em ciências políticas, o vidro da janela da sala se estilhaçou. Naquele momento, a menos de 2 quilômetros da universidade, mais de 1 tonelada de explosivos matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri e outras 22 pessoas.
Aquilo foi assustador, e certamente amedrontou muita gente por muito tempo.
Mas nem aquele ataque é um ato de terrorismo, na sua acepção mais exata, e sim um assassinato político. Sim, várias pessoas morreram, mas o alvo era um: Rafic Hariri.
A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”
Outros carros-bombas explodiram nos anos seguintes, mas esses tampouco se enquadram na definição mais estrita de ataque terrorista, porque seus alvos eram específicos. Esses crimes são conhecidos em inglês como “targeted assassinations” ou “assassinatos direcionados.”
Por certo eles espalharam o terror, e eu mesma tive medo de que algum carro explodisse enquanto eu estivesse passando por algum alvo.
Essa incerteza sobre o próximo ataque, e a quase certeza de vítimas ocasionais, talvez possa enquadrar esses crimes na classificação de terrorismo.
Mas o objetivo principal desses ataques não era espalhar o terror, ou obrigar o governo a ceder a alguma demanda política — o objetivo era essencialmente matar inimigos de um certo grupo político ou inimigos de algum governo estrangeiro.
O terrorismo se vale principalmente da incerteza, e da noção de que ninguém está protegido dele. Por isso explosões em restaurantes, igrejas, prédios comerciais são ataques tipicamente terroristas: porque ninguém e todo mundo são alvo.
A guerra de julho de 2006 entre Israel e Líbano, que eu cobri para o SBT e a Radio France Internationale, também não foi terrorismo, porque até guerra tem regras.
O truque do terrorismo é convencer a todos que ele não segue regra nenhuma, e assim deixar todas as possibilidades abertas, e o medo devidamente espalhado em todas as dimensões.
O terrorismo aterroriza o cidadão pela imprevisibilidade, e a certeza de que não importa o que você faz, por onde anda, com quem está: ele sempre vai poder te alcançar — tipo um juiz que não cumpre mais a lei, e não tem nenhum limite legal, e assim passa a ser uma ameaça à liberdade de todos, porque todos — e qualquer um — podem ser seus alvos.
Todos os passos do presidente russo são observados de perto por centenas de guarda-costas que o acompanham 24 horas por dia.Sua comida é preparada às escondidas e tudo o que ele bebe deve ser previamente checado por seus assessores mais próximos.
Ex-oficial
da KGB, o serviço de segurança da União Soviética, Putin conhece muito
bem as ameaças que existem ao seu redor, especialmente em tempos de
guerra. O mandatário lidera a invasão russa à Ucrânia, e isso representa alguns riscos adicionais para sua segurança.
Márcio França, ex-governador de São Paulo que tenta voltar ao cargo, é a vítima mais recente da espetacularização do combate à corrupção
Márcio França, que governou São Paulo em 2018 e é candidato ao cargo, foi a última vítima do lavajatismo, a variante espetaculosa e instrumental das iniciativas que combatem a corrupção na administração pública.
A Polícia Civil de São Paulo, autorizada pela Justiça, cumpriu mandados de busca e apreensão em 34 endereços de pelo menos seis cidades do estado. Alguns deles estavam “ligados” a França. O que significa “ligado”, não se sabe. A investigação, que corre em segredo de Justiça, seguiu a regra básica do lavajatismo, com vazamentos dosados e temperados com uma cifra: os acusados estavam metidos em operações que lesaram a Viúva em cerca de R$ 500 milhões, numa estimativa de dezembro, feita pela Corregedoria-Geral da Administração. (Isso tudo nos dias em que lembrou-se o primeiro aniversário da invasão do Capitólio, em Washington. De lá para cá, o Federal Bureau of Investigation prendeu centenas de pessoas sem espetáculo algum.)
A blitz foi um prolongamento da Operação Raio-X, iniciada em 2020. Ela investiga roubalheiras de Organizações Sociais metidas na rede de saúde, com suas conexões políticas. Serviço bem feito, ela operou sem espetáculos, cumpriu 327 mandados de busca, prendeu 64 pessoas, levou o Ministério Público a denunciar mais de 70 e permitiu a condenação de pelo menos 15 pessoas, uma delas a 104 anos de prisão. Tudo isso sem espetáculo, monitorando os investigados que destruíam documentos.
Até os esparadrapos dos hospitais sabem como funcionam, em vários estados, algumas dessas organizações sociais, às vezes com nomes de santos. No Rio, o ex-governador Wilson Witzel levantou o tema, mas teve pouca atenção. O lavajatismo poluiu a Operação Raio-X valendo-se de uma velha receita. Pega-se uma roubalheira documentada, cria-se o enredo da busca e apreensão, divulga-se uma cifra, e nesse guisado entra o nome de um político. No caso, entrou na roda Márcio França. Como governador, dias antes de deixar o cargo, ele aliviou o acusado que mais tarde veio a receber a condenação centenária. Para a polícia, surgiram “indícios veementes de um forte vínculo entre os dois”. Em dezembro, a polícia apresentou à Justiça um documento reservado de 212 páginas pedindo os mandados de busca. França é o principal personagem em mais de 50 dessas páginas. Cabe à Justiça decidir o valor dessas acusações. Fora daí, é lavajatismo.
Desde abril do ano passado, o Ministério Público paulista investiga, sem teatro, um irmão do governador. Ele tem empresas na rede de prestação de serviços de saúde e foi grampeado em diálogos impróprios, “estarrecedores”, na palavra da polícia. Esse foi o jogo jogado de uma operação bem-sucedida.
O lavajatismo é a doença senil do combate à corrupção e contaminou as atividades da República de Curitiba. Ela conseguiu 174 condenações, detonou o maior esquema de corrupção já descoberto na República. Foi manchada pela instrumentalização política e pela espetacularização de suas atividades. Graças às investigações da Operação Raio-X, na primeira quinzena de dezembro a Justiça de Penápolis (SP) condenou 12 pessoas, entre elas o ex-secretário de Saúde do município a 21 anos de cadeia.
Serviço bem feito não precisa de coreografia. Num ano de eleições, será forte a tentação para instrumentalizar ações policiais. Elas acabam viciando a boa causa.
França com o cajado Em 2018, quando governava São Paulo, o doutor Márcio França ensinou:“As pessoas têm que entender que a farda deles (PMs) é sagrada, é a extensão da bandeira do estado de São Paulo.
Se você ofender a farda, ofender a integralidade do policial, você está correndo risco de vida.
É assim que tem que ser”.
Passado o tempo, encrencado com a Polícia Civil, França talvez tenha
Johnson sabia tudo Lyndon Johnson, presidente dos Estados Unidos de 1963 a 1969, foi um dos políticos mais espertos de seu tempo. Aqui vai uma de suas histórias preferidas: Numa pequena cidade do Texas, o candidato a prefeito procura um amigo, diretor do jornal e, às vésperas da eleição, pede-lhe que publique a notícia de que seu rival foi visto mantendo relações sexuais com um animal. Ele vai desmentir, diz o dono do jornal. É exatamente isso que eu quero, responde o candidato.
O médico avisou O médico Antônio Luiz Macedo recomendou ao paciente Jair Bolsonaro que caminhe mais e mastigue melhor. A ver.
Em setembro de 1982, o cardiologista americano que acompanhava a saúde do presidente João Figueiredo escreveu-lhe: “O senhor pode estar cavando sua sepultura com o talher”.
Figueiredo não tomou jeito, e dez meses depois estava no centro cirúrgico de Cleveland, onde puseram-lhe uma ponte de safena e uma mamária. Ele só foi para a sepultura em 1999, aos 81 anos.
(...)
[um alerta: alguns jornais que integram a mídia militante começam a divulgar matérias sobre suposta emenda buscando revogar a reeleição.
Trata-se apenas de um, 'balão de ensaio' dos inimigos do Brasil que, desesperados pelo FATO de Bolsonaro só não vencer a reeleição em 2022, se for proibido de concorrer = acabar com a reeleição = buscam sondar as chances que possuem de acabar com o instituto da reeleição.
Considerando que Bolsonaro só perde a eleição de 2022 nas pesquisas dos 'datas' qualquer coisa, sugerimos a tais pessoas que voltem a investir no impeachment do capitão = vão perder de qualquer maneira, assim é melhor e menos complicado investir na derrota que já está na quadra final.]
A farra das legendas irrelevantes também é financiada pelos pagadores de impostos
Quatro vezes prefeito de Taquaritinga, meu pai estreou em campanhas
eleitorais no fim de 1947 e só deixou de lutar por votos no crepúsculo
de 1986, quando a morte o impediu de completar o último mandato. Fiquei
fora da primeira campanha por um impedimento incontornável: ainda não
tinha nascido. Não perdi nenhuma das batalhas seguintes, aplaudindo no
meio da plateia ou arengando no palanque. Ouvi muito foguetório, muito
palavrório, muita marchinha laudatória, muita salva de palmas, muito
grito de “apoiado!”(além de muito insulto ao candidato adversário).
Também vi todo tipo de santinho, faixa, cartaz, retrato ou reprodução de
cédulas preenchidas (além do indispensável bêbado de comício e do
igualmente essencial moleque pendurado a 2 metros do microfone,
garantindo com poderosas aspirações que a coriza permanecesse entre o
nariz e a boca). Mas nunca vi nem ouvi uma única e escassa referência ao
partido que abrigava aquela gente aglomerada na carroceria do caminhão.
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Divulgação
Meu pai foi filiado ao PTB, ao PTN, ao MDB e ao PMDB. O resultado da eleição teria sido o mesmo caso fosse candidato pelo BNDES ou pelo FBI. Brasileiro não vota em partido, sobretudo em eleições municipais. Escolhe uma pessoa, seja qual for a sigla que habite. Foi assim antes do bipartidarismo inventado pelo regime militar. Continuou a ser assim nos tempos em que grupos distintos tiveram de espremer-se em sublegendas da Arena e do MDB. E assim será até que apareçam partidos de verdade, como os que existem nas democracias maduras. Nessas paragens, os que efetivamente importam são dois ou três. Nos Estados Unidos, por exemplo, o eleitorado se dá por satisfeito com o permanente duelo entre o Partido Democrata e o Partido Republicano — o que não exclui a existência de legendas liliputianas nem proíbe o lançamento de candidaturas avulsas. Democratas e republicanos abrigam correntes que disputam nas eleições primárias o direito de indicar o candidato à Presidência. Consumada a escolha, os grupos desavindos se unem no esforço para derrotar o inimigo principal na corrida rumo à Casa Branca.
Tanto o PT quanto o PSDB fracassaram por excesso de corporativismo e falta de vergonha
O Brasil é um deserto de partidos reais infestado por 33 siglas. Duas delas quase conseguiram tornar-se adultas: o PT e o PSDB. Tanto o Partido dos Trabalhadores quanto o Partido da Social Democracia Brasileira fracassaram por excesso de corporativismo, falta de vergonha e escassez de condutores de multidões. Depois que os militantes engoliram sem engasgos a roubalheira do Mensalão e a ladroagem do Petrolão, o PT virou uma seita cujos devotos enxergam seu único deus num corrupto condenado duas vezes em segunda instância. Como o chefe é maior que a legenda por ele cavalgada, já não existe o petismo. O que há é o lulismo, da mesma forma que houve o janismo, o ademarismo ou o getulismo. Esses ismos acabam quando morre quem os gerou.
O PSDB assemelhou-se a um partido de verdade nos trabalhos de parto e durante a primeira infância. A escolha do tucano como símbolo inspirou-se no elefante dos republicanos ianques e no burro dos democratas. Fundado em junho de 1988 por dissidentes de um MDB submerso no pântano da corrupção, a sigla resultante da diáspora de políticos honestos deixou o partido de origem com cara de Quércia — e transformou-se numa espécie de opção pela honradez. Fortalecido pelos dois mandatos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB parecia a caminho da maioridade até dezembro de 2005, quando cometeu o primeiro de dois grandes equívocos que o tornariam igual a todos os outros. Confrontados com a descoberta do mensalão mineiro, os caciques do PSDB não tiveram suficiente coragem para afastar da presidência nacional do partido o ex-governador Eduardo Azeredo.
Dez anos depois, o desastre foi reprisado pela absolvição de Aécio Neves, no mesmo dia da divulgação da conversa telefônica com Joesley Batista que escancarou Mr. Hyde escondido sob o jaleco do Dr. Jekyll. Graças à desastrosa reincidência, o PSDB hoje é o partido que poderia ter sido e não foi. Jamais será, constatou-se neste 21 de novembro. Pode governar o país uma tribo incapaz de promover uma eleição doméstica com menos de 50 mil votantes? Não pode, responderia se soubesse falar qualquer tucano da linhagem que vive na mata e só abre o bico para alimentar-se. A variante loquaz e engravatada que é vista em cidades ainda acha que sim — e vai tentar concluir neste domingo a escolha do candidato ao terceiro lugar na eleição de 2022.
A votação foi interrompida ainda em seu início pelo colapso do aplicativoconcebido por sumidades de uma universidade gaúcha. Nenhum dirigente fez a gentileza de esclarecer o que houve, ninguém tampouco procurou justificar o preço do fiasco: a modernidade consumiu R$ 1,5 milhão. Os grão-tucanos limitaram-se a encomendar um segundo aplicativo a outro especialista — e vida que segue. É compreensível que os partidos brasileiros torrem dinheiro sem remorso nem medo da polícia. Todas as contas são espetadas nos bolsos dos pagadores de impostos, forçados por lei a bancar também a farra das siglas inúteis.
Nas democracias modernas, partidos políticos e duelos eleitorais são financiados por eventos organizados pelos comitês e contribuições feitas às claras, sem truques nem camuflagens, por indivíduos ou empresas. O governo não desperdiça um único centavo. No País do Carnaval, duas brasileirices — o Fundo Partidário e o Fundo Eleitoral — usam dinheiro dos pagadores de impostos para bancar as atividades e a sobrevivência de 33 sopas de letras.Entre janeiro e outubro, por exemplo, o Fundo Partidário distribuiu R$ 783 milhões entre 23 partidos. É compreensível que os tucanos, presenteados com quase R$ 49 milhões, não percam o sono com preços de aplicativos. A lista é liderada pelo PSL (R$ 93,5 milhões). Segundo colocado (com perto de R$ 80 milhões), o PT nem vistoriou a pequena fortuna que patrocinou o giro europeu de Lula, sua mulher e quatro companheiros. Sobra dinheiro. E em 2022 a verba anual do Fundo Partidário será engordada pelos bilhões doados a cada dois anos pelo Fundo Eleitoral.
Em 2020, uma chuva de mais de R$ 2 bilhões irrigou todas as siglas. A fila dos beneficiários foi puxada pelo PT (R$ 201 milhões) e molhou até o G-6 formado por meia dúzia de inutilidades, cada uma com direito a R$ 1,2 milhão. Nesse buquê de vogais e consoantes figuram o Partido da Causa Operária (PCO) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), cujos simpatizantes, somados, caberiam numa van.Talvez até sobrasse lugar para os eleitores da Democracia Cristã (DC), controlada por José Maria Eymael — aquele mesmo da exasperante musiquinha ouvida no horário eleitoral nas cinco temporadas em que foi candidato à Presidência. Eymael já não sonha com o inquilinato no Palácio do Planalto.Agora prefere ficar em casa durante a campanha, decerto pensando na melhor maneira de gastar os R$ 4 milhões que o Fundo Eleitoral lhe reservou. Administrar partidos, reais ou inexistentes, virou um negócio e tanto.
Esses burocratas não eleitos querem não só proteger seus
privilégios, mas governar os demais, mesmo que ignorando suas próprias
escolhas democráticas
Na primeira fala de
Sergio Moro como político, na ocasião de sua filiação ao Podemos, o
ex-juiz defendeu metas bem ambiciosas sem entrar em detalhes sobre como
executá-las.A premissa que parece nortear o projeto de governo de Moro é
a de um Estado quase onipotente, que deve cuidar de tudo e todos,
dependendo apenas de alguém honesto para tornar tal sonho realidade.
Como magistrado desde sempre, Moro não escaparia da visão predominante
naquilo que se convencionou chamar de Estado administrativo.
Foto: Montagem Revista Oeste/STF Divulgação
Pouco depois, o ministro Dias Toffoli deu uma declaração bem estranha em evento em Portugal, afirmando que o Brasil já tem um regime de semipresidencialismo na prática, com o STF no papel de Poder Moderador, e ainda citou o exemplo da pandemia para ilustrar seu ponto. O Brasil não realizou nenhum plebiscito para mudar de regime, e, pelo que consta em nossa Constituição, somos um país presidencialista, com atribuições claras a cada Poder para criar um mecanismo de freios e contrapesos, impedindo o abuso de algum deles.
O que os dois casos parecem ter como denominador comumé uma mentalidade vigente principalmente na elite tecnocrática que trai certo desprezo pela opinião popular. Nos discursos, todos defendem a democracia, a soberania nacional, a pluralidade. Mas, na prática, muitos servidores do Estado alimentam uma crença arrogante de que são ungidos e precisam guiar as massas mais ignorantes, “empurrar a história” rumo ao “progresso”.
Isso não vem de hoje.Bismarck tinha fé semelhante nos burocratas da Prússia, e os democratas americanos tentam há décadas criar uma casta de especialistas que deveria concentrar mais poder. Woodrow Wilson e os “progressistas” basearam-se nos exemplos dos intelectuais tecnocráticos da Revolução Francesa, como Henri de Saint-Simon, ao defender que o governo poderia ser confiado a uma classe profissional de funcionários não eleitos, mas “especialistas”, os precursores dos modernos “tecnocratas”.
Sob essa ótica, o povo seria muito ignorante e emocional para ter autonomia.
O crescimento do poder burocrático tem sido assustador, e se serve dessa mentalidade elitista.
Em 2019, cerca de 450 agências federais americanas contavam com 2,7 milhões de burocratas. O Federal Register agora numera mais de 175 mil páginas de vários códigos, abrangendo 235 volumes. Seu tamanho aumentava anualmente — até 2017 e os esforços de última hora de Donald Trump na desregulamentação radical e algum enfraquecimento da burocracia.
O grande denominador comum dessa gente é o desprezo em relação às escolhas populares
Esse sentimento elitista ficou ainda mais escancarado durante o governo Trump, pois a elite “progressista” se recusou a aceitar o resultado das urnas, e desde o começo fez de tudo para derrubá-lo. Trump prometeu “drenar o pântano” em Washington, declarou guerra ao “deep state”, e este reagiu de maneira um tanto golpista. Inúmeras declarações de representantes dessa tecnocracia mostram como esses servidores de Estado embarcaram numa cruzada política, imbuídos da crença de que estavam lutando para impedir a destruição da própria democracia e uma suposta ameaça fascista. Para preservar as instituições, esses tecnocratas esgarçaram as próprias instituições republicanas.
O caso de maior destaque talvez seja o de James Comey. O ex-diretor do FBI involuntariamente simboliza o tema de maneira irônica em seu livro de memórias, A Higher Loyalty. Comey inadvertidamente publicou a noção hipócrita do “deep state” de que violar leis e protocolos a serviço de suas supostas agendas éticas mais elevadas — neste caso, a oposição ao polêmico presidente Trump — era mais do que justificado. E, de fato, Comey deixou bem claro que não tinha lealdade às funções de seu cargo, mas, sim, ao seu messianismo de eliminar Trump da política. Com essa postura, arrastou a imagem do FBI para a lama.
Ao contrário da crença popular, o termo “deep state” nunca implicou uma cabala secreta. Muito menos agora transmite qualquer noção de filiação oficial. Em vez disso, é uma aliança natural e frouxa daqueles que se consideram guardiões permanentes do poder, da moralidade e da influência dos Estados Unidos. O WashingtonPost publicou um editorial em 2020 cujo título já estampava essa crença, alegando que era chegada a hora de as elites terem mais voz na escolha do presidente. O grande denominador comum dessa gente é a desconfiança ou mesmo o desprezo em relação às escolhas populares.
Robert Nisbet observou há muito tempo a irônica simbiose entre democracia e burocracia:“Por meio da democracia, a burocracia tem se expandido constantemente, resultado do número crescente de funções sociais e econômicas assumidas pelo Estado Democrático. Mas, quando a burocracia atinge um certo grau de massa e poder, ela se torna quase automaticamente resistente a qualquer vontade, incluindo a vontade eleita do povo, que não seja de sua própria autoria”.
Esses burocratas não eleitos querem não só proteger seus privilégios, mas governar os demais, mesmo que ignorando suas próprias escolhas democráticas. Ideologia de gênero, mudança climática, mulheres nas unidades de combate da linha de frente e casamento gay, entre 2008 e 2020, foram transformados de tópicos de discussão e debate legítimos em ortodoxias rígidas e politicamente corretas — muitas vezes mais por reguladores do que legisladores. O poder de legislar vem sendo usurpado do povo e delegado aos tecnocratas “iluminados”.
As metáforas são abundantes para o relacionamento entre democracia e burocracia, seja o parasita que eventualmente corrói seu hospedeiro, o monstro Frankenstein que não pode ser controlado por seu criador humano ou o computador de ficção científica que se torna rebelde e devora seu inventor. A necessidade de separar o poder entre legisladores, executivos e juízes repousava em uma visão pessimista da natureza humana: os funcionários sempre procurariam consolidar o poder e o fariam sob o pretexto de servir ao bem público ou a causas nobres.
O establishment americano usou muito a expressão“adultos na sala” para justificar a obstrução ao governo do presidente eleito, pois julgava Trump incapaz e perigoso para os “interesses nacionais”. A ameaça burocrática à cidadania clássica, segundo o historiador Victor Davis Hanson, é a ascensão de uma aristocracia virtual não eleita ou oligarquia fraudulenta que exerce o poder de uma maneira que não reflete um governo consensual. Com Trump, esse risco saltou aos olhos da maioria.
Seus opositores se autoproclamavam “a resistência”, como se fossem os guardiões da democraciafingindo que não fora a própria democracia quem colocara o magnata no poder. Os oponentes do presidente não se autodenominavam a tradicional “oposição leal” ou mesmo se viam como meros “oponentes”. Em vez disso, eles escolheram deliberadamente um termo da França ocupada na Segunda Guerra Mundial. Os combatentes do La Résistance formaram alianças “clandestinas” em toda a sociedade francesa, especialmente para organizar ataques militares às forças de ocupação nazistas e seus colaboradores de Vichy. Se a meta é tão nobre como expulsar nazistas, então vale tudo!
O establishment tem um papel importante na condução das coisas de Estado, sem dúvida. O staff carrega conhecimento importante para dar continuidade aos trabalhos durante as trocas políticas nos comandos. Mas de uma ideia razoável chegamos a um estágio preocupante, em que esse staff quer mandar em tudo,independentemente de quem o povo escolha como comandante. Isso é antidemocrático e extremamente perigoso. Hoje, é impossível ser um verdadeiro defensor da democracia e não condenar esse abuso de poder de uma tecnocracia cada vez mais autoritária.
Uma
avaliação atualizada sobre as origens da Covid-19, composta pelo
Conselho Nacional de Inteligência americano, em nome de 17 agências de
espionagem da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos, foi
liberada para o público no sábado (30/10). O documento de 18 páginas,
produzido a pedido do presidente Biden, considera se seria mais
plausível que o novo coronavírus (SARS-CoV-2 ou SARS2) escapou de um
laboratório em Wuhan ou se ele saltou naturalmente de outra espécie
animal para humanos. O relatório leva em conta o que se sabia até agosto
deste ano. As agências concordam
entre si que o vírus não é uma arma biológica, que o primeiro surto foi em novembro
de 2019 em Wuhan, e que a China não tinha conhecimento do vírus anterior ao
surto.
Investigação sobre as origens do coronavírus estão cada vez mais políticas e menos científicas - Foto: Pixabay
A maioria delas avaliam que o SARS-CoV-2 provavelmente não foi
modificado geneticamente, porém, essa avaliação vem com “baixa convicção” — o dissenso
nessa questão, formado por duas agências, é que elas pensam que não há como
saber se houve manipulação genética ou não. O próprio Instituto de Virologia de
Wuhan, que manipula geneticamente os coronavírus há anos com verbas americanas,
produziu trabalho citado pelo relatório que afirma que é possível fazer
engenharia genética em vírus desse tipo sem deixar marcas óbvias.
Quatro agências(menos de um quarto da Comunidade), além do Conselho, acreditam com baixa convicção que o vírus saltou de um animal silvestre para o primeiro infectado humano. Apenas
uma agência acredita que o vírus veio de um acidente laboratorial,
porém, ela dá a essa conclusão uma convicção moderada. O relatório não
especifica o nome da agência,mas o New York Times informa que esta agência é o FBI.
O
resto das agências membros do Comunidade de Inteligência não chegaram a
consensos internos e pedem mais informações para tirar conclusões a
respeito da origem da Covid-19, além de cooperação da China, que não
parece provável no momento. Pela via diplomática, a China tem insistido
que só cooperará em questões como as mudanças climáticas caso os EUA
abandonem a hipótese da origem laboratorial do vírus.
O relatório das
agências informa que o parente mais próximo conhecido do SARS2 ainda é o vírus
RaTG13, coletado de um morcego em 2013 pelo Instituto de Virologia de Wuhan e
tratado de forma suspeita, como publicou a Gazeta do Povohá um ano. O artigo de maio de Nicholas Wade, que favorece a origem laboratorial, continua
relevante e a maior parte dos pontos que levanta continuam sem respostas.
Existe interesse em descobrir a verdade? Tirando a nova convicção moderada do FBI a favor de uma hipótese que era tratada como “teoria da conspiração” no começo de 2020, o relatório das agências americanas traz pouca novidade. Uma questão importante é se essas agências querem, realmente, descobrir a verdade, especialmente se ela for um acidente laboratorial com um vírus em que pesquisadores chineses faziam experimento de ganho de função(introdução de elementos que possam favorecer seu poder de infectar humanos) nos coronavírus usando verbas americanas.
Em junho, a revistaVanity Fair,
depois de meses de investigação e obtenção de memorandos internos,
revelou que o fato de o governo dos Estados Unidos ter financiado
pesquisa perigosa desse tipocriou um conflito de interesses em permitir
investigação do possível vazamento laboratorial. Um oficial de
inteligência disse que funcionários de duas das agências “advertiram” a
seus líderes para não investigar a origem da COVID-19 porque isso
poderia “abrir a caixa de Pandora”.
Anthony Fauci, que
coordenou o enfrentamento à pandemia tanto sob Trump quanto sob Biden, chefia a
NIAID, parte dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que deu verbas para os chineses
do Instituto de Virologia de Wuhan. O intermediário dessas verbas é uma antiga
ONG ambientalista transformada em agência de pesquisa de patógenos por um
cientista especialmente astuto em política,Peter Daszak.
Em maio, em sabatina
do Congresso americano, Fauci disse que seu órgão governamental “nunca
financiou e não financia agora pesquisa de ganho de função no Instituto de
Virologia de Wuhan”. Mais um abalo na narrativa de
funcionários públicos como Fauci e parte dos agentes de inteligência, no
entanto, ocorreu em setembro, quando o Intercept
publicou documentos que mostram que Fauci faltou com a verdade ao falar
ao Congresso, pois verbas americanas via EcoHealth Alliance financiaram
esse tipo de pesquisa no instituto chinês.
No momento, a
Organização Mundial da Saúde está juntando mais uma equipe para investigar as
origens da pandemia,depois do fiasco da investigação lançada há quase um ano. Parte
do motivo do fiasco é que Daszak era parte do grupo, apesar do óbvio conflito
de interesses. Agora, a OMS promete que os membros “devem ser livres de
quaisquer conflitos de interesse reais, potenciais ou aparentes”. Porém, seis
de dezessete membros internacionais do painel investigativo anterior continuam
no novo painel, incluindo a dra. Marion Koopmans, que alegou em dezembro passado que a origem laboratorial era
uma “hipótese refutada”.
Pelo andar da carruagem, é
improvável que a hipótese da origem laboratorial do coronavírus, tratada
primeiro como conspiratória pela imprensa anti-Trump, depois como caixa
de Pandora a ser mantida hermética por agentes de inteligência, depois
como ficha de barganha diplomática por Xi Jinping, tenha em 2022 um real
lugar ao sol.
Pontes não é burro O ministro Marcos Pontes, da Tecnologia, levou na esportiva o fato de seu colega Paulo Guedes tê-lo chamado de “burro”. Ex-aluno do Instituto Tecnológico da Aeronáutica e coronel da reserva da FAB, é provável que burro ele não seja. [temos que concordar que Pontes não é burro. Afinal, conseguiu ser astronauta, sendo que até hoje não se sabe as razões do feito e o único resultado é que a FAB nada ganhou, menos ainda o Brasil.]
Em abril do ano passado o doutor anunciou a descoberta de dois remédios com 94% de eficácia contra o coronavírus: — No máximo na metade de maio, um momento crítico, nós teremos aqui uma solução de um tratamento.
Pontes não é burro, acha que os outros são.
Esteves errou a conta O
banqueiro André Esteves lida com números. Noves fora outras
impropriedades cometidas em sua fala aos clientes do BTG, ele disse que
“no dia 31 de março de 1964 não teve nenhum tiro, ninguém foi preso, as
crianças foram para escola, o mercado funcionou.”
O dia 31 de
março, quando o general Olímpio Mourão Filho se rebelou em Juiz de Fora,
foi relativamente normal, com umas poucas prisões. Como disse o
marechal Cordeiro de Farias, “o Exército dormiu janguista”. Cordeiro, um
revoltoso desde 1924, foi um patriarca das conspirações do século
passado e sabia o que aconteceu naquelas horas. No dia seguinte,
acrescentou o marechal, o Exército “acordou revolucionário”. Foram
presas centenas de pessoas, entre as quais o governador Miguel Arraes,
de Pernambuco, mandado para Fernando de Noronha.Estádios e navios foram
usados como cadeias. [as prisões foram necessárias e oportunas; tomando como exemplo o preso citado na matéria, governava um estado que sediava as 'ligas camponesas', lideradas por Francisco Julião.]
Mais: no dia 1º de abril morreram sete pessoas.
Para
os padrões, foi um golpe incruento mas, como lembrou a Central
Intelligence Agency ao presidente Lyndon Johnson na manhã de 7 de abril:
“Cresce o medo, não só no Congresso, mas mesmo entre aliados da
revolta, que a revolução tenha gerado um monstro.”
O aviso do xerife de 2022 Moraes sabe como funcionam as milícias e quem as financia e como rola o dinheiro
Um ano antes do pleito de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral escreveu uma boa página de sua história.[Livrou a chapa de Jair Bolsonaro da cassação*] e avisou aos interessados que se repetirem o golpe das notícias falsas e das milícias eletrônicas, pagarão pelos seus delitos. Nas palavras do ministro Alexandre de Moraes, que presidirá a Corte em 2020: “Irão para a cadeia”.
A decisão unânime do TSE acompanhou o voto de 51 páginas do corregedor Luiz Felipe Salomão. No ambiente envenenado da política nacional, Salomão apresentou uma peça redonda e cirúrgica na demonstração das malfeitorias cometidas e equilibrada na conclusão de que [*faltaram provas e as impressões digitais necessárias para justificar a cassação de uma chapa três anos depois de sua posse.]O magistrado mostrou a letalidade do vírus e abriu o caminho para a advertência de Moraes.
Passados três anos do festival de patranhas de 20018, Alexandre de Moraes chegará à presidência do TSE em agosto, com a estrela de xerife no peito. Salomão fez sua carreira na magistratura; Moraes, no Ministério Público, com uma passagem pela Secretaria de Segurança de São Paulo. Além disso, na condução do inquérito das notícias falsas conhece as obras e pompas das milícias eletrônicas e mostrou-se rápido no gatilho ao mandar delinquentes para a cadeia. Zé Trovão, o caminhoneiro foragido, decidiu entregar-se à Polícia Federal. Na estrela de xerife de Moraes brilha o destempero com que Jair Bolsonaro investiu contra ele, chamando-o de “canalha”.
Moraes sabe como funcionam as milícias e quem as financia e como rola o dinheiro. Salomão, por seu turno, já firmou a jurisprudência que congela os recursos que as alimentam. As conexões internacionais dessas milícias, um fato que há três anos estavam no campo da ficção cibernética, hoje estão mapeadas. Se há um ano elas tinham o beneplácito do governo americano, hoje têm o FBI no seu encalço,
Com Moraes na presidência do TSE é possível prever que entre o início dos disparos propagadores de mentiras e a chegada dos responsáveis à carceragem passarão apenas dias ou, no máximo, poucas semanas. Basta ler o voto de Salomão e acompanhar as decisões de Moraes para se perceber que os reis das patranhas de 20018 são hoje sócios de colônias de nudismo. [os brasileiros que são realmente democratas e que não atacam a democracia sob o pretexto de preservá-la, consideram:
- em 2022, Bolsonaro terá mais de 90.000.000 de votos.
Para tanto, esperam e confiam que eventuais prisões sejam realizadas com estrita observância do texto da legislação vigente e não fundamentas em interpretações da mesma legislação.
Que as prisões não impeçam os eleitores de exercerem o constitucional DIREITO DE VOTAR, inerente a todos os cidadãos brasileiros.]