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sábado, 15 de julho de 2023

Comício de Barroso ‘contra bolsonarismo’ é confissão de conduta ilegal - O Estado de S. Paulol

J. R. Guzzo

Desde quando é função de um ministro do STF ‘lutar’ para derrotar uma corrente política?

O ministro Luís Roberto Barroso, que será o próximo presidente do Supremo Tribunal Federal, não faz nexo no que diz em público. Lembra, a cada manifesto que faz à nação, um desses oradores que sobem num caixote na Praça da Sé e ficam falando que o mundo vai acabar na próxima terça-feira
O orador da Praça da Sé, é verdade, não dá prejuízo a ninguém – enquanto Barroso e os colegas, a cada vez que abrem a boca, pioram tudo o que já há de pior no Brasil.  
Mas, pensando um pouco, por que ele teria de dizer coisa com coisa? 
O Alto Comissariado que hoje governa o país não mantém nenhuma relação coerente entre as decisões que toma e aquilo que as leis em vigor mandam fazer. 
Há quatro anos a Constituição Federal foi substituída por um inquérito policial perpétuo, que eliminou os mandamentos mais elementares de uma democracia. 
O STF, com base apenas na força armada da Polícia Federal, colocou a si próprio como um “Poder” da República. É óbvio, aí, que está valendo tudo.
No seu último surto, num comício na UNE, Barroso disse que “lutou contra o bolsonarismo”, para “permitir a democracia e a livre manifestação de todas as pessoas”.  
E desde quando é função de um ministro do STF “lutar” contra uma corrente política – que, por sinal, teve quase 50% dos votos na última eleição para presidente? É uma aberração; é também uma confissão de conduta ilegal. Nada do que disse tem alguma coisa a ver com a lógica comum. “Só ditadura cassa mandatos”, disse ele. 
A Junta STF-TSE cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol. “Só ditadura cria censura”, afirmou em seguida. 
O STF impõe, há anos, censura permanente na internet proíbe que parlamentares se manifestem nas redes sociais, impediu que órgãos de imprensa publicassem informações desfavoráveis a Lula na campanha eleitoral e indiciou em inquérito um grupo de cidadãos que conversava no WhatsApp
“Só ditadura tem presos políticos”, disse ainda. Há, neste momento, mais de 250 presos políticos nos cárceres do STF em Brasília; já houve quase 2.000, sem contar o deputado Daniel Silveira, preso durante nove meses, solto e preso de novo, em violação frontal ao que diz a Constituição. E por aí foi ele, numa desordem mental contínua e sem maiores sinais de vida inteligente. Disse, depois, que não quis “ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente”, e até mesmo que autoriza os brasileiros a terem “uma visão conservadora” do mundo. Mas aí a casa já tinha caído.

Barroso, com o seu pronunciamento, conseguiu um feito inédito: até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, achou que assim também já era demais. É onde o Brasil veio parar.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Desarmamento, a tirania judiciária contra Bolsonaro, Reinaldo Azevedo e outras notas



A diferença entre conservadores e esquerdistas, muitas vezes, não está em suas concepções sobre a sociedade, nem sobre seus planos sobre o futuros das nações, mas em algo bastante trivial. Enquanto toda a análise que as esquerdas fazem se baseia em ideologia, os conservadores são apenas práticos.

A questão sobre o desarmamento demonstra isso, claramente. O que os conservadores propõem, em geral, não é um culto às armas, mas apenas a chance das vítimas se defenderem. Não há uma questão ideológica envolvida, mas uma simples análise da realidade. Isso porque, enquanto os esquerdistas defendem o desarmamento pela razão de entenderem, em um plano conceitual, que o Estado deve ter o monopólio da segurança, ainda que isso não seja mais prático, nem mais eficiente, os conservadores, independente de gostarem de armas ou mesmo de possui-las, simplesmente entendem que, por causa dos fatos como se apresentam, o melhor para a proteção das pessoas é que elas possam ter seus próprios meios de defesa.

Sinceramente, em um plano ideal, nem condeno quem não goste de armas. Armas são feitas para matar e ninguém é obrigado a apreciar algo que possua essa natureza. No entanto, isso não permite agir de maneira conflitante com a realidade. Aos que desejam um mundo sem armas, para promover tal intento precisam antes dar garantias que seu objetivo é alcançável. Se não podem fazer isso, é melhor que se calem. O problema é que os desarmamentistas, como sua gana em tirar as armas das mãos do cidadão comum, não têm a mínima competência para fazê-lo em relação aos criminosos. Querem desarmar a população, mas não conseguem tirar o revólver do trombadinha da Praça da Sé, quanto mais dos soldados do tráfico, dos criminosos profissionais e dos terroristas. Na prática, ao fazer de tudo para que ninguém tenha armas, permitem que o monopólio delas pertença aos bandidos.

De fato, estatistas que são,  o que eles querem é que apenas os agentes do Estado possam carregar armas. Com isso, fazem com que as pessoas comuns fiquem literalmente à mercê dos criminosos. Isso porque um bandido não avisa quando age e as chances de pará-lo por meio de uma ação policial é mínima. A polícia, em geral, age quando chamada e, normalmente, quando chega já é muito tarde para impedir uma tragédia. Os policiais são heróis, pois arriscam-se diariamente para manter a sociedade em segurança. O problema é que impedir todos os crimes é impossível e os cidadãos ficam desprotegidos enquanto eles não chegam.

Negar que uma pessoa possa se defender quando atacada é negar um direito básico do ser humano. Por isso, o direito de possuir armas não é, como os esquerdistas dão a entender, um privilégio de pessoas que cultuam a violência, mas um direito humano essencial. Se o objetivo é a proteção de vidas, por qualquer lado que se enxergue o problema, o direito ao armamento não pode ser negado. Tirar as armas das pessoas não é protegê-las, mas deixá-las à mercê de quem as possui. E aqueles que as usam para cometer seus crimes não encontram nenhum problema em adquiri-las, nem respeitam as leis que as proíbem.

Quando os desarmamentistas tiverem a mínima capacidade de extinguir as armas, fazendo com que nenhum criminoso as possua, terão alguma autoridade para iniciar o debate sobre a conveniência de tê-las . Enquanto isso não acontece, não têm direito de exigir nada.

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A aceitação de denúncia contra Jair Bolsonaro, pelo Supremo Tribunal Federal, é o ápice da tirania judiciária, que apenas é possível ser alcançada quando a linguagem e o imaginário de um povo já foram esmigalhados ao máximo.  Na decisão dos ministros há um contorcionismo verbal e imaginativo tal, que nem é preciso ser muito culto para percebê-lo. Mas ele é possível apenas porque a correção linguística foi abandonada e a permissividade com o uso da língua permitiu que, de qualquer frase proferida, seja extraído o significado que se bem entende.

Este é o fruto do desconstrucionismo, que, de perversão de críticos literários e filósofos modernos, chegou ao meio jurídico e está servindo como o instrumento perfeito para a criação de uma ditadura de toga. E quando chegamos a esse ponto, não há mais a quem recorrer. Não neste mundo.  Quando a Maria do Rosário chamou o Bolsonaro de estuprador, ela estava usando a mesma tática das feministas de hoje: a de lançar a culpa sobre quem não tem para proteger quem tem. Falar de uma cultura do estupro é apenas uma maneira, pouco inteligente, por sinal, de desviar a atenção dos verdadeiros culpados: os próprios estupradores e aqueles que, direta ou indiretamente, os justificam.

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O ódio que Reinaldo Azevedo nutre em relação a Jair Bolsonaro seria facilmente identificável como algo muito além da discordância política. É tão manifesta sua raiva que se poderia dizer que já chega ao nível da histeria. Só não diria que é isto porque a histeria cria na pessoa um medo sem causa. Porém, no caso do articulista, há uma causa evidente, que é a ameaça que Bolsonaro representa às pretensões eleitorais tucanas. Portanto, o que Azevedo tem escrito é apenas canalhice mesmo.

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Um candidato à presidência independente, que antes das eleições alcança 9% das intenções de votos, causa grande tremor nos grandes partidos. Este foi Fernando Collor, cerca de menos de um ano antes das eleições de 89. Por que vocês acham que estão todos em polvorosa com Jair Bolsonaro, que já alcança, segundo algumas pesquisas, 14% do eleitorado, faltando mais de dois anos para o pleito?
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Vivemos em uma sociedade plástica. Não são apenas as roupas que usamos que são sintéticas, nem só os alimentos que comemos artificiais. Tudo hoje parece de mentira. 

Nossos heróis não lutam mais guerras, mas estão dentro de campos com regras controladas, existentes apenas para nossa diversão; nossas leis criam ficções, que nada têm a ver com a realidade; nossa linguagem é falsa, pois ignora a experiência; as relações agora não possuem mais o olhar; até o sexo tem se dado sem a presença do outro; escrevemos em máquinas que imitam papéis e lemos livros que fingem virar páginas.

Com tanta ilusão, é impossível que essa realidade não cause nenhum efeito mais sério na percepção das pessoas, na forma como elas pensam e no jeito delas se relacionarem com a existência.

Saberemos quais são tais efeitos. Logo.

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Um mesmo perigo na busca de conhecimento e santidade: no meio do caminho o perseguidor achar que já os alcançou. Este é um momento crítico.

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“Fabio, você se acha do dono da verdade”. Não, sou escravo dela. Quem se acha dono é você que tenta moldá-la ao seu jeito.