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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

'Quero saber onde houve genocídio', diz Aziz sobre relatório da CPI

Presidente da comissão, senador diz não ter conhecimento completo sobre o relatório

[é presidente Aziz, se cuide já que tudo indica que o relator Calheiros quer lhe tirar da jogada. Fica estranho ele escrever no relatório coisas que o senhor nem sabe se ocorreu.]

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta segunda-feira (18/10) que busca ser convencido no relatório final da comissão, a ser votado na terça-feira (26) da semana que vem. Aziz considera que o texto, que pode indiciar o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) por conta da atuação durante a pandemia de coronavírus, deve ser bem acordado entre os parlamentares antes de ir para votação.

À Globonews, Aziz disse, por exemplo, que não considera que houve genocídio no país. O senador considera que outros crimes foram cometidos e que busca ser convencido de onde houve este extermínio deliberado.  "Há divergências, a gente conversa entre nós, não tenha dúvida. Quero ser convencido pelo genocídio, e não quero passar a mão por cima de A ou de B, e há várias tipificações. Quero saber onde houve o genocidio, qual foi. Sei que houve crimes cometidos, aglomeração, receptar medicamento não comprovado cientificamente, propagar fake news, isso é consenso, mas não é consenso o genocídio, por isso vamos ter um debate", afirmou, em entrevista à Globonews .

A data de votação do relatório final da CPI, que apura omissões do governo federal durante a pandemia de COVID-19, já mudou algumas vezes. Desta vez, a busca por um acordo para o dia da votação trava a apreciação do texto. "No meu estado não houve genocidio de índios, não posso aqui porque quero fazer algo contra alguém. Temos que ter muito cuidado com o que vai aprovar, para que não caia no descrédito. Temos que chegar com relatório unificado", disse.

Aziz afirmou ainda que não teve acesso ao relatório e que ataques pessoais a ele, Renan Calheiros (MDB-AL), relator, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, não serão levados ao relatório. "O adiamento não foi pelo relatório, ninguém teve acesso. Ontem, tinha mais de 60 mensagens, todas pedindo cópia do relatório, mas eu não tenho, como vou dar cópia? Ficou um negócio entre nós que tínhamos os direitos, até porque o relatório é do Renan, e quem aprova é a comissão. Ele se esmerou, debruçou, mas é importante a gente não errar na tinta, não cometermos excessos. Já cometeram contra mim e contra mim. Nós não podemos também fazer de conta que não aconteceu nada, a política é conversa, convencimento, não joga pra platéia. Tanto eu quanto Renan e Randolfe fomos atacados, mas não vou levar esses ataques ao relatório", disse Aziz.

Correio Braziliense - Estado de Minas