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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Parabéns, Ronald Reagan! - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo = VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Ronald Wilson Reagan foi um ator e político norte-americano, o 40.º presidente dos Estados Unidos. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1911, em Tampico, Illinois. 
Deixou como legado coisas incríveis, como a recuperação da economia americana e a derrocada do império soviético e da Alemanha comunista.

Tratado como um cowboy beligerante, um ator idiota e um sem noção, Reagan foi capaz de resgatar o orgulho patriótico dos americanos, sempre com sua visão otimista e seu alto astral. Até mesmo para denunciar os absurdos comunistas e destacar as diferenças do regime soviético para o americano, Reagan lançava mão de piadas divertidas e tornava o embate bem mais leve.

Ronald Reagan tinha muitas falhas, sem dúvida, e errou em alguns pontos durante seu governo. Mas o resultado líquido é altamente positivo, especialmente no que concerne à recuperação tanto da economia como da moral do povo. 
Não custa lembrar que ele assumiu a presidência após os catastróficos anos de Jimmy Carter, numa era de estagflação por conta dos excessivos gastos do governo, prejudicada ainda mais pela crise do petróleo.

De família pobre e com pai alcoólatra, Reagan teve uma infância difícil. Mas ainda assim aprendeu valores básicos, como a crença nos direitos individuais, a desconfiança da autoridade estabelecida, a capacidade de manter uma postura positiva mesmo diante de más notícias e uma autoconfiança derivada da noção de que o conhecimento mais importante está em distinguir o certo e o errado. Ele não usou sua infância difícil como justificativa para posar de vítima, e sim para aprender lições e superar os obstáculos na vida.

Um traço importante de sua personalidade que veio a ser muito útil depois era não se importar muito com quem fica com os créditos de uma boa ação, e sim com a ação em si. A potencialidade humana tende ao infinito quando não nos importamos com os créditos de nossos atos corretos, quando estamos mais focados em fazer o certo do que receber aplausos da platéia. Reagan era assim, e tinha uma frase com essa mensagem em seu escritório durante seu mandato.

Um dos grandes méritos de Reagan, que havia sido ator, era a simplicidade de sua linguagem, a forma direta e objetiva com a qual expressava suas idéias. Não por acaso os “intelectuais” detestavam Reagan, considerado um idiota por boa parte da elite americana. Em 1981, por exemplo, falando para estudantes, ele foi categórico ao afirmar que o ocidente iria dispensar o comunismo como um capítulo bizarro da história humana, cujas últimas páginas estariam naquele momento sendo escritas. Isso foi dito numa época em que muitos desses “intelectuais” ainda defendiam o regime comunista.

Reagan era um sujeito objetivo e sincero, e tachou de “império maligno” a União Soviética, o que mais tarde ficou evidente ser o caso. Ele era capaz de separar com clareza o certo do errado, algo que muitos relativistas ainda hoje condenam. Sua convicção moral o afastou muitas vezes do pragmatismo presente no mundo da política. Ele não costumava contemporizar muito com o lado podre, ainda que se visse forçado a escolher o ruim para evitar o péssimo de vez em quando. Ele pode ser considerado uma espécie de visionário, focando no futuro enquanto todos pensavam no imediato.

Apesar de divorciado, Reagan sempre enfatizou muito a importância dos valores familiares. Para Dinesh D'Souza, ele conquistou a afeição do povo americano por parecer um sujeito comum, e o povo se identificava com ele. Por oito anos consecutivos, a pesquisa da Gallup mostrou Reagan como o homem mais admirado no país, e quando ele deixou o cargo de presidente, sua taxa de aprovação estava em 70%, a mais alta de qualquer presidente americano moderno. Sua característica de grande comunicador, somada ao sucesso econômico, explicam boa parte dessa popularidade também.

Sua política econômica ficou conhecida como “Reaganomics”, e consistia basicamente em redução de impostos, desregulamentação e maiores gastos com defesa.  
Quando assumiu o poder, a inflação estava em dois dígitos, próxima dos 12% ao ano. 
A firme atuação de Paul Volcker no Federal Reserve, apoiada por Reagan, foi fundamental para conter a espiral inflacionária. 
Houve uma fase necessária de ajuste, como a ressaca inevitável de um bêbado, mas logo depois o país entrou num período de sete anos de crescimento ininterrupto. A retomada do crescimento econômico gerou quase 20 milhões de novos postos de emprego, e Reagan dizia que não há melhor programa social que o emprego.

O propósito de um programa de governo deveria ser justamente eliminar a necessidade de sua própria existência, o oposto do que ocorre no assistencialismo do welfare state. O objetivo de seu governo era criar um ambiente estimulante para a energia criativa dos empreendedores. Uma de suas primeiras medidas foi acabar com o controle de preços da gasolina, vigente por uma década. Isso contribuiu muito para o fim da crise de energia.

Ele condenava o protecionismo, considerando a abertura comercial uma grande força americana, enquanto muitos temiam a “invasão” dos produtos importados. O grande erro econômico de Reagan foi não ter cortado os gastos públicos. Na verdade, a dívida pública triplicou durante seu mandato. Este foi, sem dúvida, seu grande pecado como presidente, ainda que seja muito mais fácil criticar do que fazer, principalmente levando-se em conta o contexto da Guerra Fria.

Quando seu plano estratégico de defesa na guerra foi anunciado, seus críticos logo o apelidaram de “Guerra nas Estrelas”, por causa do famoso filme de mesmo nome. 
No entanto, o tempo mostrou que o plano fazia sentido, e os soviéticos ficaram pressionados por não terem a menor condição de acompanhar a escalada de investimentos militares. 
Isso fez com que Thatcher concluísse que Reagan venceu a guerra fria sem disparar um único tiro. 
Quem credita Gorbachev em vez de Reagan pelo colapso comunista o faz ou por má-fé ou por ignorância. 
O líder soviético, apoiado pelo Politburo, objetivava, na verdade, salvar o regime falido.  
Foi Reagan que, com seu programa militar, colocou de vez um ponto final na guerra fria, levando à queda do muro de Berlim em 1989, assim como à democratização de várias ditaduras, principalmente na América Latina. Reagan deu o empurrão final no regime que vinha desmoronando por suas próprias falhas intrínsecas.

O grande tema abordado frequentemente por Reagan era a intromissão e incompetência do governo, além de sua completa inabilidade para resolver os problemas das pessoas. Para ele, o approach do governo na economia poderia ser resumido assim: “Se algo se move, taxe-o; se ele continua se movendo, regule-o; e se ele parar de se mexer, subsidie-o”. Um governo central grande era visto por ele como um grande obstáculo para a liberdade, e um instrumento ruim para garantir a justiça.

A lição que ele extraía da era moderna é que colocar poder demais nas mãos do Estado coercitivo era muito perigoso. Ele se opunha ao coletivismo comum de seu tempo. Não é possível controlar a economia sem controlar as pessoas, e Reagan entendia isso. Os elevados impostos e a burocracia incompetente foram seus grandes inimigos internos, enquanto o comunismo era seu alvo externo.

Reagan fazia analogias simples, mas que passavam bem sua mensagem. 
 Certa vez ele comparou o governo a um bebê, com um canal de alimentação com apetite enorme de um lado e nenhum senso de responsabilidade do outro.  
Em sua gestão, tentando melhorar a eficiência do governo, tentou colocar as melhores pessoas no comando e delegar autoridade. 
Sua equipe era formada por pessoas que muitas vezes nem mesmo compartilhavam de suas visões gerais, e para Reagan, era importante que o funcionário tivesse que ser persuadido a ir para o governo, em vez de ser alguém em busca de um cargo público. 
Era um homem de ação, e por tudo isso somado, foi sem dúvida um grande líder.

Não obstante seus defeitos como pessoa e seus erros enquanto presidente, Ronald Reagan merece respeito e admiração por todos aqueles que defendem a liberdade individual. Recordar de suas principais mensagens e aprender as lições básicas que ele tentou passar é a melhor homenagem que pode ser feita a Reagan nessa data.

Rodrigo Constantino,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Tempo de escolha - Revista Oeste

Retrato do Ronald Reagan, ex-presidente norte-americano | Foto: Wikimedia Commons
Retrato do Ronald Reagan, ex-presidente norte-americano | Foto: Wikimedia Commons

Para aqueles que me acompanham há algum tempo, o assunto de minha coluna nesta semana pode até não ser novidade. Mas não há como ser diferente, já que, em 6 de fevereiro de 1911, nascia em Tampico, no Estado de Illinois, aquele que se tornaria o 40º presidente dos Estados Unidos e um dos maiores líderes que o mundo já viu: Ronald Reagan. Nome respeitado durante sua administração na Casa Branca, consegue ser nos dias atuais uma voz ainda mais indispensável.

Obviamente, mesmo um grande presidente como Ronald Reagan cometeu erros. Ele mudou de posição algumas vezes e chegou até a confundir sua base conservadora. No entanto, no big picture, como dizem os norte-americanos, a Presidência de Ronald Reagan foi um grande sucesso. Ele reconstruiu um caótico Exército dos EUA e ajudou a acabar com a Guerra Fria sem disparar um míssil sequer. Os cortes de impostos radicais em 1981 estimularam o crescimento econômico e redefiniram a relação entre os norte-americanos e o governo, além de nomear juízes federais conservadores, que tentaram reverter a tendência de meio século de expansão do controle governamental e do ativismo judicial nos Estados Unidos.

O carisma natural de Reagan era uma de suas grandes qualidades e isso fazia com que até os críticos pensassem duas vezes antes de emitir opiniões raivosas sem boa fundamentação. Mas ele não era apenas um bobo sorridente, como alguns acadêmicos alinhados com o Partido Democrata gostam de retratá-lo. Em vez disso, seus diários particulares e documentos revelam um homem profundamente bem informado, que lia vorazmente e possuía um intelecto diferenciado, além de ser um escritor talentoso e impecável. Seria impossível trazer a grande fotografia de todo o mapa de sua vida e seu legado em apenas um artigo. Não à toa, encontro-me mergulhada no esboço de meu primeiro livro, que deverá ser publicado ainda neste ano, sobre a história deste ícone da liberdade e da justiça.

Os antigos amigos, daqui de Oeste e de minhas redes sociais, conhecem em detalhes a história da primeira vez que ouvi o nome “Reagan”. Para os que chegam agora, um rápido resumo: nos anos 1980, depois de se dedicar durante décadas em salas de aula como professor de Matemática, meu pai passou a comandar, como diretor-geral e pedagógico, uma das instituições educadoras mais antigas e respeitadas do sul de Minas Gerais, o Instituto Gammon, em Lavras, onde nasci e fui criada.

Certo dia, eu devia ter uns 12 ou 13 anos, meu pai comentou em casa que ele antevia, até por sua experiência como professor, que aquele ano seria tumultuado, com a ameaça real de uma grande greve de professores em toda a cidade e região. Lembro como se fosse ontem, o telefone tocando em casa sem parar. Professores, sindicatos, pais, políticos, administradores de escolas. Todas as conversas, de alguma forma, convergiam para a mesa do meu pai. Apesar da aparente inevitável greve geral, ele sempre encerrava as ligações com calma e serenidade. Mas houve um dia, logo após mais uma enxurrada de telefonemas, que meu pai estava inquieto. Parecia que não havia mais como contornar os ânimos e que as repercussões de uma greve sem precedentes não poderiam ser evitadas.

Depois do que parecia mais uma conversa improdutiva ao telefone, ele finalmente sentou-se à mesa de almoço onde eu estava com a minha mãe e, mostrando clara frustação, disse para si mesmo: “O que Reagan faria?”. Fiquei com aquele nome na cabeça. Quem era esse homem por quem o meu pai, meu ídolo, tinha enorme admiração e que sempre mencionava em tempos de animosidade, insegurança e incertezas? Bem, a greve foi evitada depois de dias e dias de costuras entre as partes envolvidas; e eu cresci ouvindo histórias sobre esse tal de Reagan, o que fez despertar em mim uma curiosidade diferente sobre o ator que virou presidente.

Os anos se passaram e, mesmo antes de me mudar para os Estados Unidos, mergulhei em livros sobre a vida, as políticas e o legado do “Grande Comunicador”. Há um vasto caminho de abordagens sobre vários temas que fundamentam sua história. Aqui mesmo, em Oeste, tenho alguns artigos sobre Reagan, Reagan e Thatcher, Reagan e João Paulo II. O material sobre eles é vasto, e é difícil acreditar que muitos jovens nem sequer conhecem o legado desse trio para a humanidade e o que fizeram contra as forças do “império do mal” — nome propriamente dado ao comunismo pelo presidente norte-americano.

Hoje, no entanto, para celebrarmos o aniversário desse ícone e alimentarmos nossas esperanças de dias melhores, convido-os a uma reflexão sobre um discurso de Reagan de 1964, quando ele nem havia emergido para a vida política. Na verdade, foi exatamente depois desse discurso, “A Time for Choosing” (Tempo de Escolha), feito para a campanha presidencial do republicano Barry Goldwater, que muitos perceberam que Reagan possuía o caráter que define os líderes.

Não há dúvida de que “A Time for Choosing” pertence ao topo dos discursos históricos norte-americanos e está entre as oratórias políticas mais significativas já proferidas por alguém que não era político nem candidato a nada. O discurso anunciou o início da carreira longe dos palcos de um homem que se tornaria governador por dois mandatos — no Estado mais rico da nação, a Califórnia — e presidente de sucesso por outros dois. O discurso, que continua sendo uma expressão extraordinariamente poderosa e convincente de uma visão de mundo atemporal, nos deu frases citadas até hoje por conservadores espalhados pelo mundo, incluindo a de que “um novo programa do governo é a coisa mais próxima da vida eterna que veremos nesta terra”, além de ser uma declaração definitiva sobre o conservadorismo moderno. Os argumentos centrais de Reagan no discurso abordam os efeitos deletérios dos impostos, gastos deficitários e dívidas que definiram a agenda republicana por duas gerações e estabeleceram raízes sólidas do conservadorismo norte-americano. Mas ele vai muito além disso.

Reagan cultiva no discurso algo que os norte-americanos possuem desde o nascimento da nação: o desejo de um Estado mínimo

Como Reagan observa em seu discurso, as falhas do governo inevitavelmente tornam as ocasiões propícias para mais ativismo governamental. Nas palavras do ex-presidente: “Buscamos resolver os problemas do desemprego por meio do planejamento do governo, e, quanto mais os planos falham, mais os planejadores planejam da mesma maneira”. Hoje, os incentivos que não são bem geridos pelo governo, tanto no Brasil quanto nos EUA, aumentam os custos nas áreas de saúde, educação, segurança e habitação. No entanto, a esquerda continua argumentando que a resposta é mais regulamentação ou uma tomada completa do governo.

Reagan também bate na obsessão da esquerda com a desigualdade pintada até hoje em uma realidade paralela pela turba socialista: “Há tantas pessoas que não podem ver um homem gordo ao lado de um magro sem chegar à conclusão de que o gordo ficou assim levando vantagem sobre o magro”. Ele também cultiva no discurso algo que os norte-americanos possuem desde o nascimento da nação, e que nós brasileiros precisamos urgentemente adquirir; o desejo de um Estado mínimo e da responsabilidade de sermos donos do nosso próprio destino: “Ou acreditamos em nossa capacidade de autogoverno, ou abandonamos a Revolução Americana e confessamos que uma pequena elite intelectual em uma capital distante pode planejar nossas vidas melhor do que nós mesmos”.

“A Time for Choosing” é um discurso profundamente ideológico, mas Reagan não enquadra nossa escolha fundamentalmente entre o conservadorismo e o liberalismo (como o termo usado nos EUA, a esquerda norte-americana), mas entre o passado e o futuro, e entre declínio e progresso. Em um momento memorável, ele afirma: “Dizem que cada vez mais temos de escolher entre esquerda ou direita, mas gostaria de sugerir que não existe esquerda ou direita. Há apenas para cima ou para baixo — até o antigo sonho de um homem, o máximo em liberdade individual consistente com a lei e a ordem. E, independentemente de sua sinceridade, de seus motivos humanitários, aqueles que trocam nossa liberdade por segurança embarcaram nesse caminho descendente”.

As palavras de Reagan sobre a Guerra Fria no discurso são marcantes e deixam claro que ele tinha exatamente as mesmas crenças estabelecidas nos mesmos termos por décadas: “Estamos em guerra com o inimigo mais perigoso que já enfrentou a humanidade em sua longa escalada do pântano às estrelas (o comunismo), e foi dito que, se perdermos essa guerra, e ao fazê-lo perderemos nosso caminho de liberdade, a história registrará com o maior espanto que aqueles que mais tinham a perder fizeram menos para evitar que isso acontecesse”. Ele também defende com veemência a frase “paz através da força” (peace through strength), que, embora seja remetida à Guerra Fria, continua relevante não apenas à abordagem à segurança nacional americana, mas à segurança de todos nós contra os tiranos da pandemia dos últimos dois anos. Um recado de ontem para hoje.

Muitos defendem que “A Time for Choosing” é essencialmente um discurso libertário, no sentido original da palavra, não no deturpado significado dos tempos atuais. Mas, mesmo assim, Reagan entrega uma aura conservadora a temas que ressoam além da liberdade individual e do interesse próprio. Seu patriotismo profundo e permanente é inconfundível. Em uma expressão comovente do excepcionalismo norte-americano, ele declara: “Se perdermos a liberdade aqui, não há para onde fugir. Esta é a última posição na terra. E essa ideia de que o governo está em dívida com o povo, que não há outra fonte de poder a não ser o povo soberano, ainda é a ideia mais nova e única em toda a longa história da relação do homem com o homem”.

A lição fundamental de “A Time for Choosing” não é que precisamos de outro Reagan no sentido de alguém replicar exatamente suas políticas e discursos, não que isso seja uma má ideia, mas que, assim como Reagan, tenhamos uma visão de mundo que absorva a profundidade dessas palavras e que nos faça buscar objetivos exaltados por ele de defender nossa nação e nossa liberdade.

Muitas das frases de discursos de Ronald Reagan como presidente são vastamente conhecidas. Poucos, no entanto, mergulham nesse discurso profético daquele que um dia diria a um líder soviético para derrubar o Muro de Berlim. Não posso me despedir deste artigo sem deixar para a sua apreciação, caro leitor, o final inspirador desse discurso que pode ser aplicado exatamente no momento desta leitura. Não se surpreenda se voltar para ler novamente esses trechos, eu já perdi a conta de quantas vezes eles foram abraçados pelos meus olhos nos últimos anos.

“Aqueles que trocam nossa liberdade pela sopa do estado do bem-estar social nos disseram que têm uma solução utópica de paz sem vitória. Eles chamam sua política de ‘acomodação’. E dizem que, se evitarmos qualquer confronto direto com o inimigo, ele esquecerá seus maus caminhos e aprenderá a nos amar. Todos os que se opõem a eles são indiciados como provocadores. Dizem que oferecemos respostas simples para problemas complexos. Bem, talvez haja uma resposta simples — não uma resposta fácil, mas simples: você e eu temos que ter coragem de dizer aos nossos oficiais eleitos que queremos que nossa política nacional seja baseada no que sabemos em nossos corações que é moralmente correto. (…) Alexander Hamilton disse: ‘Uma nação que pode preferir a desgraça ao perigo está preparada para um dono e merece um’. Agora vamos ser honestos. Não há discussão sobre a escolha entre paz e guerra, mas há apenas uma maneira garantida de você ter paz — e você pode tê-la no próximo segundo —, rendição.”

“Você e eu sabemos e não acreditamos que a vida é tão querida e a paz tão doce a ponto de ser comprada ao preço de correntes e escravidão. Se nada na vida vale a pena morrer, quando isso começou — apenas diante desse inimigo? Ou Moisés deveria ter dito aos filhos de Israel que vivessem em escravidão sob os faraós? Deveria Cristo ter recusado a cruz? Os patriotas da Concord Bridge deveriam ter largado suas armas e se recusado a disparar o tiro ouvido em todo o mundo? (Início da Revolução Americana). Os mártires da história não foram tolos, e nossos honrados mortos que deram a vida para impedir o avanço dos nazistas não morreram em vão. Onde, então, está o caminho para a paz? Bem, é uma resposta simples, afinal.”

“Você e eu temos a coragem de dizer aos nossos inimigos: ‘Há um preço que não pagaremos’. ‘Há um ponto além do qual eles não devem avançar.’ E este — este é o significado da frase de ‘paz através da força’. Winston Churchill disse: ‘O destino do homem não é medido por cálculos materiais. Quando grandes forças estão em movimento no mundo, aprendemos que somos espíritos — não animais. Há algo acontecendo no tempo e no espaço, e além do tempo e do espaço, que, gostemos ou não, significa dever'”.

“Você e eu temos um encontro com o destino. Preservaremos para nossos filhos isso, a última melhor esperança do homem na Terra, ou os condenaremos a dar o último passo em mil anos de escuridão.”

Na visão de Reagan em “A Time for Choosing”, somos mais do que uma mera coleção de números econômicos ou mesmo o que é visível para nós neste mundo, como muitos governantes querem que enxerguemos.

É tempo de escolha. Estamos cansados, exaustos. Fato. Mas que caminho vamos seguir? Da rendição imediata por um pouco de paz? A liberdade nunca foi tão frágil e nunca esteve tão perto de escapar de nossas mãos como neste momento. Temos a capacidade, a dignidade e o direito de tomar nossas próprias decisões e determinar nosso destino. É tempo de escolha.

Leia também “É chegada a hora de despertar”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste