VOZES - Gazeta do Povo
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
1 - "Não devemos julgar os programas sociais por quantas pessoas estão neles, mas quantas estão saindo."
2 - "O melhor programa social é o emprego."
3 - "As melhores mentes não estão no governo. Se alguma estivesse, a iniciativa privada iria roubá-la."
4 – “ Quando o governo se expande a liberdade se contrai.”
5 - "A visão do governo sobre economia pode ser resumida em frases curtas: se a coisa se move, taxe-a; se continuar em movimento, regule-a; se ela parar de se mover, subsidie-a."
6 - "Como você define um comunista? Bem, é alguém que lê Marx e Lênin. E como você define um anticomunista? É alguém que entende Marx e Lênin."
7 – “Estamos caminhando para o socialismo, um sistema que, como se diz, só funciona no céu, onde não precisam dele, e no inferno, onde ele já existe."
8 – “Recessão é quando um vizinho perde o emprego. Depressão é quando você perde o seu."
9 - "O contribuinte é um cara que trabalha para o governo sem ter que prestar concurso.".
10 - "O governo é um bebê: um canal alimentar com um grande apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra."
11 - Quando uma empresa gasta mais do que arrecada ela vai à falência; quando o governo faz o mesmo, ele te manda a conta”.
Então, mãos à obra. Farei a minha parte aqui na companhia de vocês. É claro que seria impossível em poucos textos mostrar todas as nuances da covarde história do comunismo no mundo. Mas também não economizarei palavras e parágrafos neste artigo — e no que será publicado na próxima semana. Aqui em Oeste, jamais deixaremos que adoradores do regime mais bárbaro da humanidade apaguem o que fizeram. Honraremos o legado de líderes como Ronald Reagan, João Paulo II e Margaret Thatcher, que lutaram bravamente contra o “império do mal”, como o presidente norte-americano certa vez definiu a ideologia.
O comunismo se espalhou durante o século 20 e foi uma parte fundamental da Guerra Fria. Mas, exatamente, o que é comunismo? Embora o significado exato possa variar de acordo com o contexto, o comunismo é uma ideologia política e econômica que geralmente busca a criação de uma sociedade “sem classes”, por meio da intervenção do Estado e do controle sobre a economia e a sociedade. Os políticos comunistas procuram assim eliminar as hierarquias tradicionais e criar uma sociedade “livre da desigualdade de classes” e da “exploração dos trabalhadores”.
(...)
Sob o comunismo de guerra, Lenin rapidamente nacionalizou toda a manufatura e a indústria em toda a Rússia soviética, até confiscando grãos excedentes de camponeses para alimentar seu Exército Vermelho
Clique Aqui, para matéria completa - Liberada Revista Oeste
Leia também “Uma festa sem máscaras e sem vergonha”
Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste
Tratado como um cowboy beligerante, um ator idiota e um sem noção, Reagan foi capaz de resgatar o orgulho patriótico dos americanos, sempre com sua visão otimista e seu alto astral. Até mesmo para denunciar os absurdos comunistas e destacar as diferenças do regime soviético para o americano, Reagan lançava mão de piadas divertidas e tornava o embate bem mais leve.
De família pobre e com pai alcoólatra, Reagan teve uma infância difícil. Mas ainda assim aprendeu valores básicos, como a crença nos direitos individuais, a desconfiança da autoridade estabelecida, a capacidade de manter uma postura positiva mesmo diante de más notícias e uma autoconfiança derivada da noção de que o conhecimento mais importante está em distinguir o certo e o errado. Ele não usou sua infância difícil como justificativa para posar de vítima, e sim para aprender lições e superar os obstáculos na vida.
Um traço importante de sua personalidade que veio a ser muito útil depois era não se importar muito com quem fica com os créditos de uma boa ação, e sim com a ação em si. A potencialidade humana tende ao infinito quando não nos importamos com os créditos de nossos atos corretos, quando estamos mais focados em fazer o certo do que receber aplausos da platéia. Reagan era assim, e tinha uma frase com essa mensagem em seu escritório durante seu mandato.
Um dos grandes méritos de Reagan, que havia sido ator, era a simplicidade de sua linguagem, a forma direta e objetiva com a qual expressava suas idéias. Não por acaso os “intelectuais” detestavam Reagan, considerado um idiota por boa parte da elite americana. Em 1981, por exemplo, falando para estudantes, ele foi categórico ao afirmar que o ocidente iria dispensar o comunismo como um capítulo bizarro da história humana, cujas últimas páginas estariam naquele momento sendo escritas. Isso foi dito numa época em que muitos desses “intelectuais” ainda defendiam o regime comunista.
Reagan era um sujeito objetivo e sincero, e tachou de “império maligno” a União Soviética, o que mais tarde ficou evidente ser o caso. Ele era capaz de separar com clareza o certo do errado, algo que muitos relativistas ainda hoje condenam. Sua convicção moral o afastou muitas vezes do pragmatismo presente no mundo da política. Ele não costumava contemporizar muito com o lado podre, ainda que se visse forçado a escolher o ruim para evitar o péssimo de vez em quando. Ele pode ser considerado uma espécie de visionário, focando no futuro enquanto todos pensavam no imediato.
Apesar de divorciado, Reagan sempre enfatizou muito a importância dos valores familiares. Para Dinesh D'Souza, ele conquistou a afeição do povo americano por parecer um sujeito comum, e o povo se identificava com ele. Por oito anos consecutivos, a pesquisa da Gallup mostrou Reagan como o homem mais admirado no país, e quando ele deixou o cargo de presidente, sua taxa de aprovação estava em 70%, a mais alta de qualquer presidente americano moderno. Sua característica de grande comunicador, somada ao sucesso econômico, explicam boa parte dessa popularidade também.
O propósito de um programa de governo deveria ser justamente eliminar a necessidade de sua própria existência, o oposto do que ocorre no assistencialismo do welfare state. O objetivo de seu governo era criar um ambiente estimulante para a energia criativa dos empreendedores. Uma de suas primeiras medidas foi acabar com o controle de preços da gasolina, vigente por uma década. Isso contribuiu muito para o fim da crise de energia.
Ele condenava o protecionismo, considerando a abertura comercial uma grande força americana, enquanto muitos temiam a “invasão” dos produtos importados. O grande erro econômico de Reagan foi não ter cortado os gastos públicos. Na verdade, a dívida pública triplicou durante seu mandato. Este foi, sem dúvida, seu grande pecado como presidente, ainda que seja muito mais fácil criticar do que fazer, principalmente levando-se em conta o contexto da Guerra Fria.
O grande tema abordado frequentemente por Reagan era a intromissão e incompetência do governo, além de sua completa inabilidade para resolver os problemas das pessoas. Para ele, o approach do governo na economia poderia ser resumido assim: “Se algo se move, taxe-o; se ele continua se movendo, regule-o; e se ele parar de se mexer, subsidie-o”. Um governo central grande era visto por ele como um grande obstáculo para a liberdade, e um instrumento ruim para garantir a justiça.
A lição que ele extraía da era moderna é que colocar poder demais nas mãos do Estado coercitivo era muito perigoso. Ele se opunha ao coletivismo comum de seu tempo. Não é possível controlar a economia sem controlar as pessoas, e Reagan entendia isso. Os elevados impostos e a burocracia incompetente foram seus grandes inimigos internos, enquanto o comunismo era seu alvo externo.
Não obstante seus defeitos como pessoa e seus erros enquanto presidente, Ronald Reagan merece respeito e admiração por todos aqueles que defendem a liberdade individual. Recordar de suas principais mensagens e aprender as lições básicas que ele tentou passar é a melhor homenagem que pode ser feita a Reagan nessa data.
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Em editorial de opinião publicado no WSJ este domingo, Emily Finley resgate Tocqueville para falar da nova "democracia" das elites, que pariu um imenso poder tutelar dos "especialistas" e que despreza a participação popular.
Democracia virou uma palavra vazia para justificar basicamente tudo, mas não conta mais com o povo. Seu nome é utilizado para conceder um mandato "sagrado" para que essas elites façam simplesmente o que der na telha. Vivemos a tirania das elites.
Quando vemos que Celso de Mello também declara apoio a Lula, isso fica mais claro ainda. Para a surpresa de zero pessoas, o “juiz de merda", segundo relato de Saulo Ramos, declara apoio ao chefe da quadrilha organizada, que ele descreveu exatamente nesses termos. Essa gente nem esconde que debanda para o lado de uma quadrilha criminosa.
Enquanto isso, Alexandre de Moraes faz um gesto bizarro durante o voto contrário de uma juíza, algo que carece de urgente explicação - mas ninguém da velha imprensa acha adequado cobrá-la. Imagina só se o “empresário bolsonarista” que foi alvo de inquérito arbitrário tivesse, em vez de mandado um simples "joinha" no grupo fechado de WhatsApp, feito um gesto em público de degola de algum desafeto…
Já Gilmar Mendes, aquele que chorou de emoção diante do advogado de Lula que deve ser seu indicado ao STF caso o ladrão volte à cena do crime, suspendeu cobrança de R$ 15 milhões em impostos contra Lula e o Instituto Lula. O multimilionário candidato dos banqueiros vai se safar de mais uma, pois tem companheiros supremos.
Os "donos do poder" estão todos unidos contra um só homem, que nada tem além do povo ao seu lado. Já essa elite podre e corrupta tem a mídia, os sindicatos, os artistas, os banqueiros, os empreiteiros, os invasores de propriedade, as ditaduras socialistas do mundo todo etc; ela só não tem mesmo o povo!
O ministro Paulo Guedes esteve nesta terça no programa Flow, com enorme audiência, pois o brasileiro despertou e está interessado no futuro do país. Guedes deu uma aula! O número de desocupados no Brasil agora é de 9,7 milhões, 8,9% da população, menor taxa desde julho de 2015. E o emprego, nas palavras de Ronald Reagan, é o melhor programa social.
O que essa elite podre tem feito é uma verdadeira degola de nossa democracia.
Confira e deduza o que o gesto sugere - vídeo de 58 segundosMas tudo em nome do povo e da democracia, claro, pois a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, como sabia La Rochefoucauld...
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Mikhail Gorbachev morreu na última terça-feira, aos 91 anos, em um
hospital de Moscou. Como o último líder da União Soviética, Gorbachev
ficou conhecido por aumentar a diplomacia com líderes ocidentais,
principalmente com o 40º presidente norte-americano, Ronald Reagan, e
por inaugurar uma série de reformas políticas que precederam a total
dissolução da União Soviética, em 1991.
Um dos eventos mais notáveis que levaram ao colapso da União Soviética foi a destruição do Muro de Berlim, em novembro de 1989, que dividia o enclave democrático da Alemanha Ocidental e da Alemanha Oriental desde 1961. Berlim Oriental era controlada pelos soviéticos.
Com a morte de Gorbachev, nesta semana ressurgiu nas redes sociais e TVs o famoso discurso de Reagan “Tear down this wall”, proferido na Berlim Ocidental perto do Portão de Brandemburgo, em 12 de junho de 1987. Pouco mais de dois anos no mandato de Gorbachev como secretário-geral do Partido Comunista Soviético, Reagan elogiou as tentativas de reformas do líder soviético como “compreendendo a importância da liberdade”, mas antes instou-o a derrubar o muro que mantinha a liberdade fora da vida de muitos alemães. Reagan era um capitalista ávido e defensor da liberdade. Um presidente determinado a anular a corrida armamentista nuclear dos Estados Unidos com o “império do mal” da União Soviética, expressão que o presidente usou em um discurso em 1983. Gorbachev era um jovem comunista comprometido com o regime e que havia subido na hierarquia política para liderar a URSS, mas pressionado publicamente por reformas.
No discurso “Tear down this wall”, facilmente encontrado no YouTube e incrivelmente inspirador, Reagan diz: “Acreditamos que liberdade e segurança andam juntas, que o avanço da liberdade humana só pode fortalecer a causa da paz mundial. Há um sinal que os soviéticos podem dar que seria inconfundível, que faria avançar dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário-geral Gorbachev, se você busca a paz, se você busca prosperidade para a União Soviética e a Europa Oriental, se você busca a liberalização: venha aqui para este portão”. E, então, Reagan profere as históricas palavras: “Sr. Gorbachev, abra este portão! Sr. Gorbachev, derrube este muro!”.
Um trecho do discurso — que inclui a lendária frase “Sr. Gorbachev, derrube este muro!” — foi quase cortado depois que os conselheiros do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional acharam que a passagem poderia ser provocativa demais, relata Robinson. Um assessor direto da Casa Branca chegou a afirmar que o trecho não era nada “presidenciável”. Mas depois que o Muro de Berlim caiu — em 9 de novembro de 1989 — as palavras de Reagan, proferidas menos de dois anos antes, definiram um ponto de virada nas relações EUA–União Soviética. O que antes era considerado audacioso se tornou auspicioso.
Peter Robinson, que hoje faz parte do Hoover Institution, um think tank conservador de políticas públicas liberais e uma instituição de pesquisa dentro da Universidade de Stanford, diz que “o discurso se tornou retroativamente profético” e que, “depois que o muro caiu, parecia ter resumido e até previsto a fase final da Guerra Fria”. Quando o muro caiu, Robinson já havia deixado a Casa Branca e era estudante de pós-graduação na Stanford Graduate School of Business, mas recorda: “Lembro-me de dirigir da escola de negócios até a casa que estava alugando com três outros amigos e estava com o rádio do carro ligado. Voltei para casa, liguei a TV e ela ficou ligada por horas! Estava maravilhado. Na verdade, nunca esperei que o muro fosse cair tão rápido”.
Já escrevi alguns artigos aqui em Oeste sobre passagens históricas de vários discursos daquele que, para mim, foi um dos maiores presidentes norte-americanos e uma das figuras políticas mais importantes para a humanidade. Hoje, no entanto, gostaria de trazer alguns fatos por trás do discurso que se tornou um símbolo eterno pela liberdade, até para que sirva de inspiração para todos nós, vivendo tempos assustadoramente sombrios em 2022.
(...)A inspiração não vinha e, bastante desanimado, já que a falta de vida e a de esperança eram sentimentos avassaladores ali olhando para uma “preta e branca” Alemanha Oriental, Robinson esperava que seu próximo encontro com um diplomata norte-americano de alto escalão lhe fornecesse o material necessário para o discurso. Mas isso também foi inútil, disse Robinson: “Ele estava cheio de ideias sobre o que Reagan NÃO deveria dizer, incluindo — sob nenhuma circunstância — qualquer alarde ou menção sobre o Muro de Berlim. “Eles já se acostumaram”, disse o diplomata.
(...)
O otimismo é uma força, não uma fraqueza. Enquanto algumas pessoas retratam o otimismo como ingênuo ou fora de contato com a realidade, Ronald Reagan entendeu seu poder
Robinson escreveu as observações sobre essa experiência no discurso de Reagan, mas sabia que enfrentaria resistência dentro da própria Casa Branca. Ele e dois de seus redatores-chefes queriam primeiro a opinião de Reagan para finalizá-lo e, com um pouco de discrição, levaram um rascunho para o presidente no final de uma semana especialmente ocupada antes que qualquer outra pessoa pudesse vê-lo. Na segunda-feira, quando a equipe se reuniu com Reagan, um dos editores perguntou se ele tinha alguma opinião sobre o discurso e apenas comentou que era um bom rascunho. Robinson então interveio e disse ao presidente que as pessoas em Berlim Oriental poderiam ouvi-lo falar; que, dependendo das condições climáticas, ele poderia ser ouvido até em Moscou pelo rádio. Robinson perguntou se havia algo que Reagan queria transmitir às pessoas que ouviriam do outro lado, e o presidente disse: “Bem, há aquela passagem sobre derrubar o muro. É isso o que eu quero dizer a eles. Esse muro tem que cair”.
Embora Robinson reconheça que ele é creditado por escrever o discurso, ele defende que o discurso é de Reagan. Ele relata que tudo o que ele fez foi tentar refletir as políticas e as posições de Reagan e de que apenas Reagan poderia ter dito aquelas palavras, porque era o que ele realmente acreditava: “Ronald Reagan podia imaginar um mundo diferente. Ele podia imaginar um mundo pós-soviético. Ele podia ver um mundo sem o Muro de Berlim. Se você o colocar em posição de fazer um discurso em frente ao Muro de Berlim, ele sentirá um certo senso de dever de dizer a verdade como ele a vê. O discurso pertence a Ronald Reagan”. A bordo do Air Force One, a caminho da Alemanha, alguns assessores ainda tentaram fazer com que Reagan desistisse do trecho que pleiteava a derrubada do muro. Reagan, lembra Robinson, foi enfático e disse que era preciso coragem de dizer o que precisava ser dito.
E, vejam vocês, queridos amigos… 35 anos depois, ainda podemos usar essa premissa como máxima inspiração.
Enquanto alguns creditam ao discurso de Reagan a derrubada do Muro de Berlim, o desmantelamento do muro — e do que ele significava —, o evento pode ser atribuído mais diretamente a uma série de situações que foram desencadeadas inadvertidamente pelas reformas de Gorbachev através da Perestroika e da Glasnost: medidas econômicas e políticas que tinham como objetivos modernizar o mercado econômico soviético e possibilitar a abertura política. Uma onda de revoluções políticas anticomunistas nos países do Leste Europeu seguiu as reformas, enquanto o muro caiu após protestos maciços dentro da Alemanha Oriental. O discurso de Reagan alcançou uma notoriedade generalizada somente depois que o muro caiu, já que inicialmente foi recebido com críticas, especialmente na União Soviética, onde a agência de notícias estatal TASS o chamou de “um discurso abertamente provocativo e belicista.”
(...)Fred Ryan, presidente da Fundação Presidencial Ronald Reagan, disse em um comunicado nesta semana que a fundação estava de luto pela perda de um homem que já foi um adversário político de Ronald Reagan, mas que acabou se tornando um amigo: “O presidente Reagan era um anticomunista dedicado que nunca teve medo de dizer o que precisava ser dito ou fazer o que precisava ser feito para trazer liberdade às pessoas que viviam sob regimes repressivos. Contra todas as probabilidades, ‘Ron e Mikhail’, como eles eventualmente passaram a se chamar, encontraram uma maneira de tornar o planeta mais seguro juntos”, continuou ele. “Como o presidente Reagan escreveu em seu diário pessoal sobre a correspondência inicial dos dois, isso mostrou o que se tornaria a base não apenas de um melhor relacionamento entre nossos países, mas de uma amizade entre dois homens. Nossos pensamentos e orações vão para a família Gorbachev e o povo da Rússia durante este período difícil.”
Leia também “Acredite na velha imprensa, se puder”
“Assim como um agricultor não gera os frutos,
mas cuida do solo para que seja fértil e produtivo,
um Presidente não cria empregos,
mas trabalha para tornar o ambiente fértil
e favorável para a iniciativa privada, que é quem realmente gera.
É exatamente isso que estamos fazendo.”
Jair M. Bolsonaro, no Twitter, em 28/7/2022
Identifiquei no tuíte do presidente algo como um endosso à minha trajetória de economista e, mais especificamente, de professor da nossa ciência “cinzenta”. Sim, vem sendo décadas de liças e escaramuças incruentas — quase sempre solitário — para ajudar jovens brasileiros a se desvencilharem das amarras ideológicas que lhes são impostas. E a compreenderem o que devem esperar — e, principalmente, o que não devem esperar — do Estado e dos governantes.
Asseguro que se trata de luta bastante difícil, travada contra vários inimigos: o primeiro é a própria mentalidade dos brasileiros, que detestam políticos, mas acreditam no Estado provedor. O segundo é a crença de que os governantes sabem o que é melhor para nós e que, portanto, portam um salvo-conduto intelectual e moral para decidirem em nosso lugar. E, o terceiro, os economistas avessos ao livre mercado, que, dentro das universidades e na velha imprensa, se recusam a reconhecer os próprios erros e se esforçam garbosamente para persistir neles, desprezando os fatos.
O que faz as economias andarem para a frente — ou, em linguagem figurada, o que faz a águia voar — é a ação humana descentralizada, por parte de uma infinidade de pessoas que, na maioria dos casos, nem se conhecem. Quando o Estado trava esse processo com suas regras, medidas, planos e burocracia, a águia fica acorrentada e, portanto, não pode voar livremente. No máximo, vai tentar imitar uma galinha: dá um cacarejo fraco, sobe meio metro e cai exausta no terreiro, como atesta a história das nossas últimas décadas.
Preparar o solo e semearÉ que existe uma distância enorme entre a economia que está nos livros — e na cabeça de muitos comentaristas — e a que se desenrola no mundo real, constituída pelas ações realizadas por bilhões de indivíduos no planeta. Ao agirem, os agentes econômicos acreditam sempre que suas escolhas sejam as melhores possíveis, dado o conhecimento de que dispõem naquele determinado momento. A economia real nada mais é, portanto, do que um conjunto imenso e orgânico de ações individuais que, não poucas vezes, por estarem entrelaçadas, demandarão cursos futuros de outras ações. Alguns destes podem ser mensurados no momento da escolha, outros não. Quando alguém resolve comprar um carro, está aceitando implicitamente incorrer em gastos futuros previsíveis com combustível, revisões e impostos, mas também com eventuais despesas desconhecidas no momento, como multas ou reparos. E todas essas ações impactarão, mesmo que imperceptivelmente, as estruturas de produção de cada um desses bens e serviços, afetando vendedores, fornecedores e suas rendas e empregos.
Acontece que passamos a vida inteira agindo, ou seja, fazendo escolhas, desde o berço. Por exemplo, decidimos certo dia brincar com uma bola e não com um carrinho. As nossas escolhas refletem preferências, que costumam variar com o tempo e, portanto, assim como não faz sentido para um adulto escolher entre brincar com uma bola ou com um carrinho, nada garante que qualquer opção feita em um momento específico do tempo seja considerada também a melhor em outro momento. Outra característica da ação humana é que o nosso conhecimento — aquele necessário para tomarmos qualquer decisão —, além de não ser perfeito, muda no decorrer do tempo, o que implica a existência permanente de incertezas, que afetam as nossas ações.
A economia do mundo real, então, é formada pelo conjunto de bilhões de escolhas realizadas ininterruptamente ao longo das vidas de todos os habitantes do planeta e sempre sujeitas às incertezas provocadas pelas imperfeições inevitáveis do nosso conhecimento. E não há por que acreditar que os governantes sejam oniscientes, providos de todo o conhecimento necessário para a tomada de decisões que afetam a vida da população. A economia é como um universo em permanente processo de evolução.
O atual presidente teve o bom senso de cercar-se de economistas que sabem distinguir o joio do trigo
Por que o Brasil, hoje, em termos de política econômica, é um bom exemplo para o mundo? A explicação é simples: depois de muitas décadas de governos de centro-esquerda e de esquerda, com suas políticas de intervenção econômica e com presidentes sem a humildade necessária para reconhecer o seu papel de simples agricultores ou jardineiros, o atual presidente teve o bom senso de cercar-se de economistas que sabem distinguir o joio do trigo. Assim, formou uma equipe econômica que, além de certamente ser a mais bem qualificada tecnicamente, é a mais liberal de toda a nossa história.
Em quarto lugar, existe um compromisso firme com as reformas estruturantes, incluindo a da previdência, as privatizações e as reformas tributária e administrativa. Avançou-se e, se o ritmo dessas reformas ficou aquém do desejado, a conta deve ser debitada ao Congresso.
Por fim, o governo vem implementando um feixe volumoso de providências, cujo efeito sobre o crescimento de longo prazo da economia é sempre subestimado, mas que vem contribuindo para o desempenho acima das expectativas da economia: trata-se das minirreformas microeconômicas, como os vários marcos legais, a lei de liberdade econômica, a desburocratização e a mudança no perfil do crédito e dos investimentos, de públicos para privados.
Muito ainda há para ser feito, mas é óbvio que já se pode afirmar que a águia nasceu, é saudável, já está começando a voar e vai voar longe. Como disse o próprio presidente — também pela primeira vez na história —, seu governo tem o compromisso de tirar o peso do Estado das costas dos cidadãos. Entrementes, no restante do mundo, as galinhas não têm mais forças nem para sair dos seus poleiros estatais.
Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor. Instagram: @ubiratanjorgeiorio. Twitter: @biraiorio
Leia também “Insanidade versus liberdade”
Revista Oeste
Revista Oeste
“Se você for um juiz bom e fiel, você deve se resignar ao fato de que nem sempre vai gostar das conclusões a que você chega. Se você gosta delas o tempo todo, provavelmente está fazendo algo errado”, constatou Scalia. O juiz não está lá para impor a sua visão de mundo, mas, sim, para se ater ao que diz a lei.
Scalia foi o primeiro “justice” de origem italiana, e era um conservador originalista, ou seja, levava muito a sério a intenção dos “pais fundadores” ao legarem a Constituição como espinha dorsal da lei no país que criaram, em vez de considerar o documento um “organismo vivo” a ser moldado pelo modismo, ou pela “voz das ruas”. “As palavras têm significado. E o seu significado não muda”, dizia.
O juiz não está lá para impor a sua visão de mundo, mas, sim, para se ater ao que diz a lei
Católico, amante de ópera, dono de refinado bom humor e com uma postura de cavalheiro, Scalia foi casado por meio século com Maureen, com quem teve nove filhos. Scalia morreu aos 79 anos de idade, em 2016, num rancho no Texas, onde estava com outros membros de um grupo de caça. Um de seus filhos, Christopher, reuniu inúmeros discursos do pai, com a ajuda de um assessor, no livro Scalia Speaks, que engloba reflexões não só sobre o Direito legal, mas sobre a fé e uma vida bem vivida.
O prefácio foi escrito por Ruth Ginsburg, que também foi juíza da Suprema Corte e de inclinação “progressista”. As divergências ideológicas não impediram a amizade e o respeito mútuo entre ambos, algo que já serve como primeira lição para os tempos atuais, em que qualquer desacordo político já é pretexto para romper relacionamentos. Boas pessoas podem chegar a conclusões diferentes, e as instituições podem se beneficiar de tal pluralidade.
Além disso, o próprio Scalia gostava de desafiar crenças estabelecidas. Não por ser do contra, mas por entender que era fundamental inspirar nos outros a dúvida, o desejo de questionar suas premissas e de buscar a verdade. O processo de procurar a resposta, de pesquisar, é aquele que estimula a mente. Novas analogias ocorrem, novas avenidas se abrem, e os insights surgem por meio desse processo.
De origem italiana, Scalia também foi um grande patriota, e identificava os principais valores que representavam a América. Tinha humildade para reconhecer que os melhores de hoje, os mais bem-sucedidos, subiram em ombros de gigantes do passado. Ele entendia como é difícil criar uma grande sociedade, enquanto é muito fácil, por meio de intrigas bobas internas ou do fracasso de confrontar ameaças externas, perdê-la. A América merece ser preservada.
E quais seriam esses valores que fazem dela uma grande nação, e que os italianos teriam colaborado para alimentar? Em primeiro lugar, a capacidade de trabalhar duro; em segundo lugar, o amor pela família; em terceiro lugar, o amor pela igreja, ou a fé religiosa; e, por fim, como resultado dos demais, um amor pelos prazeres físicos simples da existência humana, como boa comida, música e, claro, vinho.
Scalia gostava de desafiar crenças estabelecidas. Não por ser do contra, mas por entender que era fundamental inspirar nos outros a dúvida
Com isso em mente, Scalia se sentia orgulhoso da herança cultural italiana, e mesmo assim se sentia 100% norte-americano. Imigrantes jamais deveriam ser ingratos com a América. Se trouxeram contribuições, também receberam muita coisa em troca. A começar pela tolerância para com essas diferenças, algo um tanto único nos Estados Unidos, um “caldeirão” cultural. E o que faz alguém norte-americano não é o sangue, o local de nascimento ou o nome, mas, sim, a crença nos princípios da liberdade e da igualdade de todos perante as leis.
Um dos pontos mais fortes da nação, para Scalia, é justamente o fato de pessoas com credos distintos, etnias diferentes, origens diversas, unirem-se em prol de ideais comuns e aprenderem não só a tolerar, mas a respeitar o outro. Mas nada disso pode ser tomado como garantido. Scalia lembrava que o progresso moral não segue o material, e que a Alemanha que produziu o nazismo foi a mesma que se destacava nas ciências, na filosofia, na música ou na educação pública. O fato de que o Holocausto ocorreu nesta nação deve servir sempre como alerta aos que confundem avanço científico ou material com valores morais ou espirituais.
Por mais que a América seja fruto do legado da Europa, Scalia também gostava de destacar as diferenças entre ambos, apontando valores que os norte-americanos tinham e estavam ausentes no continente europeu. A Constituição escrita pelos fundadores tinha como meta justamente impedir muitos dos equívocos que enxergaram no Velho Continente. A começar por um ceticismo bem maior em relação ao governo, buscando criar mecanismos de pesos e contrapesos para mitigar o potencial estrago causado pelo Estado.
Os meios para perseguir os fins é que variam bastante, e o diabo está sempre nos detalhes. Os norte-americanos demonstraram ao longo do tempo um apreço maior pela defesa das liberdades individuais, pela liberdade de expressão e religiosa, garantida na Primeira Emenda, pelo direito de ter armas, garantido na Segunda Emenda e que visava à proteção do povo contra o risco de tirania do governo.
O aspecto religioso também difere; enquanto a Europa se torna cada vez mais secular, os norte-americanos seguem conscientes daquilo que seus “pais fundadores” sabiam: que um povo livre precisa de um arcabouço moral, e que este depende da religião. John Adams, Benjamin Rush e George Washington enfatizaram inúmeras vezes a importância desse pilar para a sobrevivência da República.
Por fim, a importância vital do “rule of law”, um Estado de Direito em que todos devem responder às mesmas regras. Scalia citava em seus discursos um trecho de O Homem que Não Vendeu a Sua Alma, filme de Robert Bolt sobre Thomas More, em que o santo justifica o benefício legal até para o diabo. A passagem é memorável, pois More faz uma defesa incrível do império das leis dos homens, lembrando que não é Deus para julgar acima delas, e que atalhos ilegais para punir quem se sabe ser uma pessoa ruim colocam em risco o próprio arcabouço que protege os inocentes:
“Oh? E quando a última lei caísse, e o Diabo se virasse para você — onde você se esconderia, Roper, as leis estando todas abaixo? Este país está enraizado com leis de costa a costa — as leis do homem, não as de Deus — e, se você as derrubar — e você é o homem certo para isso —, você realmente acha que poderia ficar de pé contra os ventos que soprariam então? Sim, eu daria ao Diabo o benefício da lei, para minha própria segurança”.
Isso sim era um juiz de verdade! Scalia era um pilar do conservadorismo na Suprema Corte dos Estados Unidos. Ele nunca teve a pretensão de saber mais do que as leis, e jamais misturou sua importante função de aplicá-las com aquela dos legisladores, que as criam. Tal humildade demonstrava enorme força, ao contrário da arrogância autoritária de alguns ministros supremos brasileiros, que expõe somente sua fraqueza moral.
Leia também “A seita da urna eletrônica”