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segunda-feira, 1 de maio de 2017

A tragédia do Rio

Numa semana em que quatro jovens foram mortos no Alemão, na longa agonia que já chamam de guerra, o ex-governador Sérgio Cabral foi a Curitiba para dizer que fez todas aquelas compras com “sobras de campanha” e vender uma versão fantasiosa sobre a sua relação com a Petrobras e o governo Lula. Ele acha que ao confessar o crime considerado menor, caixa 2, vai atenuar suas penas.

Segundo o que contou na vara do juiz Sérgio Moro, ele tinha atritos constantes com a Petrobras por discordar dos valores pagos em royalties e participação especial. A acusação que ele foi responder é a de ter recebido “vantagens indevidas” no Comperj, conforme disseram a Andrade Gutierrez e Paulo Roberto Costa. Como Cabral se recusou a responder às perguntas do juiz e do MP, foi interrogado pelo seu próprio advogado, com questões do tipo: “qual era a relação da Petrobras com o governo do Rio?” Cabral disse que era uma relação de “lutas e litígios” e posou de estadista ao falar da política de Lula para o Petróleo, em 2009:  — Enxergamos ali um prejuízo incalculável com a nova legislação, primeiro para o Brasil. Para o Rio, as consequências seriam dramáticas.

Cabral quis dizer que combatera a política do governo Lula que redividiu os royalties do petróleo com estados não produtores e mudou o marco regulatório. Na verdade, ele jogou todas as suas fichas na amizade estreita com o presidente. “É mais fácil o sargento Garcia prender Zorro do que o presidente não vetar essa barbaridade contra estados produtores. Eu conheço o presidente. Ele é o presidente mais solidário que o Rio já teve”, disse Cabral em março de 2010. A lei foi aprovada, e depois sancionada sem vetos pela presidente Dilma.

Mesmo que ele tivesse tido a atitude correta como governante nesse caso específico — e não foi assim — Cabral não está sendo julgado por ter defendido mal os interesses do Rio, mas sim pelo apego aos interesses pessoais e inconfessáveis. Quando Cabral falou das empresas que atraiu para o Rio, ele se empolgou e disse que seu governo conseguiu “o menor nível de desemprego do Brasil”. Foi interrompido pelo juiz Sérgio Moro, que o advertiu: “Mas, assim, senhor Sérgio, não é para propaganda, é para responder aos termos da acusação.”

O incrível nesse depoimento é a falta completa de sentido. Ele foi a Curitiba para dizer que tinha uma relação tensa com a Petrobras, que foi um grande governador e que anteviu o fracasso da política de petróleo. A verdade é que ele teve uma relação submissa com o governo federal, vivia exaltando o então presidente Lula, fez uma atração de empresas para o Rio às custas de uma absurda distribuição de incentivos fiscais, que por muitos anos vai pesar nos cofres do tesouro estadual, e iniciou o desmonte do estado.

A tragédia do Rio é que algumas políticas iniciadas sob sua gestão poderiam ter dado certo e funcionaram durante anos. A política de segurança sob o comando de José Mariano Beltrame levou o Rio a vislumbrar a realização do seu sonho de pacificar as áreas em conflito. [sonho que se revelou um pesadelo; tanto que as famosas UPP - Unidade de Polícia Pacificadora - tiveram o nome modificado para Unidade de Perigo ao Policial, a modificação foi imposta pelos fatos. 
Só pessoas sem noção conseguiam defender um programa policial baseado no principio de que antes de ocupar uma favela deveria avisar aos traficantes para saírem do local - permanecendo,  estavam sujeitos a prisão e apreensão das drogas.]  
O salto do 26º lugar do Ideb para o quarto lugar foi conquistado pela mobilização das melhores forças da educação do estado sob o comando de Wilson Risolia. Poderia ter sido o caminho da recuperação do Rio e foi o começo da pior debacle. Na semana em que ele foi elogiar-se e contar lorotas na 13ª Vara Federal, o Rio viu o comércio da Tijuca ser fechado por traficantes e quatro jovens mortos, sem qualquer ligação com o crime, apenas eram do Complexo do Alemão.

Sérgio Moro perguntou a ele como explicava aquele “perfil de pagamentos”, com quantias fracionadas, abaixo de R$ 10 mil, ao mesmo fornecedor de roupas de luxo para ele e sua mulher. Ele respondeu quando a pergunta foi refeita pelo advogado e disse que “tinha o hábito de pagar parceladamente”. Eram sucessivas parcelas nos mesmos dias e em espécie. Ele então lançou o que pensa ser a sua tábua de salvação: o dinheiro foi de “sobras de campanha”, disse. Depois, com ar de arrependido: “reconheço esse erro, fato real na vida nacional.”

Se tiver sorte, Sérgio Cabral voltará para dizer o oposto do que disse na última quinta-feira. Mas pode nem ter essa chance. E sua versão dos fatos é descabida e despropositada.

Fonte: Blog da Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

quarta-feira, 1 de março de 2017

UPP = Unidade de Perigo ao Policial - Morte de PM faz jus ao apelido da UPP de Beltrame

Revejam, por favor, o trecho entre 8min44seg e 10min18seg (que já está no ponto ao clicar no ‘play’) do meu comentário no nosso programa Sem Edição de 15 de fevereiro, na TVeja, sobre o legado do ex-secretário que vinha sendo cotado por Michel Temer para ocupar um cargo no governo federal, José Mariano Beltrame, na Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Agora veja na manchete do Extra de 22 de fevereiro, uma semana depois, a síntese exata da realidade que denunciei no programa, como já vinha fazendo há anos neste blog:

  

Eis um trecho da matéria, com grifos meus:
“Menos de um ano depois de entrar para a Polícia Militar, o soldado Michel de Lima Galvão denunciou a falta de condições de trabalho nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). 

Uma gravação do policial de 2015 mostra o claro descontentamento do agente com a falta de munição e a desvantagem numérica e operacional no confronto com traficantes. Para ele, o projeto das UPPs estava falido. O soldado foi morto na noite de terça-feira, durante um ataque do tráfico no Jacarezinho, na Zona Norte da Cidade.

‘Essa guerra não é nossa. Governo falido, projeto falido. Estão colocando a gente dentro do morro para morrer. A favela não é nossa casa. Ser policial não é ser guerrilheiro, não é confrontar em desvantagem numérica, em desvantagem logística, em desvantagem operacional’, apela o soldado Galvão aos companheiros de tropa.”

Como queríamos demonstrar, é triste.
A “Unidade de Perigo ao Policial” continua fazendo jus ao apelido revelado neste blog em 2014.
Só falta Temer deixar Beltrame espalhá-la pelo país.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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