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domingo, 4 de março de 2018

Futuro do PIB

Dentro de um ano, o país estará diante de um número melhor do que o 1% que colheu esta semana. O PIB de 2018 deve ficar, segundo as previsões dos economistas, em torno de 3%. Mesmo com o extremo nevoeiro do cenário político, o país deve dar mais alguns passos na recuperação do produto perdido. O consumo vai subir e até o investimento será positivo.

O crescimento de 2017 foi baixo e concentrado na agricultura, e o único fato a comemorar foi o fim da recessão de 2014-2016. Os indicadores foram positivos, mas magros, e não se sentiu a mesma temperatura em toda a economia. Em 2018, o PIB deve ser mais forte e espalhado pelos demais setores. A agricultura, por ter crescido muito no ano passado e batido recorde de produção, deve encolher 3%. Porém, as projeções estão ficando melhores do que as iniciais. Mesmo sendo menor do que a do ano passado, a colheita de grãos deve ter o segundo maior nível da história: 226 milhões de toneladas. Isso terá outros efeitos benéficos na economia, apesar de estatisticamente o setor entrar na conta com um sinal negativo.

Um dos pontos positivos será manter a recuperação do consumo. As famílias vão consumir mais pela soma de vários fatores positivos: a inflação está baixa, está havendo aumento discreto da renda mesmo com o quadro do desemprego. Os dissídios estão conseguindo reajuste acima da inflação. Haverá nova queda do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas. E, como já foi dito aqui, isso significa um aumento de R$ 100 bilhões liberados para o consumo ou poupança, segundo projeção do BNP Paribas.

Uma coisa são os índices agregados, outra é o que os empresários sentem na ponta da produção. Pegue-se por exemplo embalagem para margarina. O Brasil consome 220 milhões de embalagens de margarina por mês. Um número espantoso, mas é esse mesmo. Segundo a empresa Fibrasa, um dos produtores dessas embalagens, com duas fábricas, no Espírito Santo e em Pernambuco, o consumo está parado e até teve uma pequena queda na demanda em fevereiro. A saída desta recessão será assim, com idas e vindas.

Prova disso é a indústria. Ela dará um susto na semana que vem. Na terça-feira, será divulgada uma queda na produção industrial de janeiro e há projeções de tombo de 3%. Na língua própria dos economistas, ela vai “devolver a surpresa positiva de dezembro”. Mas ela está saindo do buraco, como mostra a redução da capacidade ociosa. A indústria caiu 13 trimestres consecutivos e terminou 2017 em zero, mas teve números positivos a partir de meados do ano passado. A previsão é de que suba 4,6% no ano, segundo o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. Serviços, também pela previsão do Itaú, ficará em 3%.

Os investimentos devem voltar para o azul, depois de quatro anos consecutivos de recuo. A expectativa é de alta de 5%. Só que estará longe de recuperar-se da perda de mais de 25%. Os empresários não farão grandes investimentos porque não confiam que esteja se iniciando um período de crescimento sustentado, mas pelo menos estão substituindo máquinas e equipamentos que ficaram antigos e sofreram o desgaste de uso.
Certas consultorias e bancos preveem um crescimento do PIB até maior do que 3%. A MB Associados, por exemplo, acredita que a alta será de 3,5%. O Itaú estima uma taxa mais forte em 2019, de 3,7%, mas no seu cenário conta com a eleição de um governo que aprove a reforma da Previdência no primeiro ano de mandato.

Esse é o grande problema das estimativas para o crescimento. O impulso que vai ganhar corpo em 2018 pode se transformar em voo de galinha se o problema fiscal não for resolvido. Os economistas explicam que a recuperação, neste momento, é “cíclica”, ou seja, está apenas repondo o que foi perdido pela crise. Por isso, não é sustentável sem que o governo enfrente o problema do rombo em suas contas. O raciocínio de economistas como Fernando de Holanda Barbosa Filho, da FGV, que entrevistei esta semana na Globonews, é que até aqui o estímulo monetário empurrou a economia para fora da recessão, mas a política fiscal precisa fazer parte do esforço de crescimento e, para isso, o ajuste das contas é fundamental. Ele arrumará a casa para um novo período de crescimento.

Miriam Leitão, jornalista - O Globo 
 

sexta-feira, 2 de março de 2018

País abre 77,8 mil vagas formais em janeiro, melhor resultado desde 2012


Depois de três anos seguidos com as demissões superando as contratações em janeiro, o País começou 2018 com geração de vagas formais de trabalho. Segundo dados obtidos pelo Estadão/Broadcast, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, que será anunciado hoje pelo Ministério do Trabalho, deve mostrar a criação de 77,8 mil novas vagas, o melhor resultado para o período desde 2012.
 
Com esse resultado, o saldo do Caged em 12 meses ficou positivo após três anos de fechamento líquido de postos com carteira de trabalho. São 83,5 mil vagas geradas entre fevereiro de 2017 e janeiro deste ano.  Durante a recessão, entre 2015 e 2016, o País eliminou mais de 3,5 milhões de vagas formais. No ano passado, o mercado de trabalho melhorou, mas não escapou de um resultado negativo de 20,8 mil postos fechados.

Para este ano, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que espera uma geração de vagas formais superior a 2 milhões. A melhora do emprego tem ganhado destaque no discurso do governo, depois do engavetamento da reforma da Previdência.
Setores. A indústria de transformação e os serviços lideraram as contratações no mês de janeiro. Juntos, esses dois setores abriram 96 mil novos postos de trabalho com carteira assinada no primeiro mês do ano.

A agricultura, que costuma ter admissões nesse período de safra, registrou contratação líquida de 15,6 mil. Boa parte das vagas foi gerada no cultivo de soja.  A construção civil, um dos setores mais devastados pela crise, também começou 2018 com contratações, principalmente no segmento de construção de edifícios. O saldo da atividade ficou positivo em quase 15 mil postos.  O resultado final acabou sendo afetado pelas demissões no comércio que, nesse período, costuma fazer ajustes, após as vendas de fim de ano. A atividade fechou pouco mais de 48 mil postos com carteira.  Do ponto de vista regional, o Estado de São Paulo liderou as contratações, com mais de 20 mil novas vagas. Já o Rio de Janeiro, que vive uma crise na segurança pública e tem a área sob intervenção federal, foi o que mais fechou postos de trabalho com carteira: quase 10 mil.
Reforma
As novas modalidades de contratação criadas pela reforma trabalhista também registraram saldo positivo no primeiro mês do ano. Os dados do Caged devem mostrar quase 2,5 mil novas vagas de trabalho intermitente, contrato que permite às empresas chamar os trabalhadores quando e se necessário, pagando apenas pelas horas cumpridas. Esse é o saldo entre admissões e desligamentos.

As contratações seguem concentradas nas atividades de comércio, serviços e construção civil. Desde novembro, quando os efeitos da reforma trabalhista entraram em vigor, esses setores têm liderado o uso das novas modalidades para contratar trabalhadores. Muitos são serventes de obras ou embaladores. Há também garçons, pedreiros e vendedores do comércio.

IstoÉ


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

IBGE: País tem 1,8 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhando

O Brasil tinha 1,8 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos trabalhando em 2016, dentro de uma população de 40,1 milhões nessa faixa etária. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O nível de ocupação – que mede a proporção de ocupados em relação ao total de crianças nessa faixa etária – foi de 4,6%, majoritariamente concentrado no grupo de 14 a 17 anos de idade. Mesmo que nessa idade mais avançada seja admitido, pela lei, algum tipo de trabalho, seja como aprendiz seja como contratado em funções não perigosas, a maioria estava irregular, sem carteira assinada, o que também configura trabalho infantil.

Entre as crianças de 5 a 9 anos de idade, aproximadamente 30 mil trabalhavam, enquanto no grupo de 10 a 13 eram cerca de 160 mil na condição de pequenos trabalhadores. “Todo trabalho de 5 a 13 anos é trabalho infantil a ser erradicado”, ressaltou Flávia Vinhaes Santos, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A atividade que mais absorvia crianças de 5 a 13 anos País afora era a agricultura, com quase metade dos trabalhadores dessa faixa etária (47,6%), seguida pelo comércio (21,4%), serviços domésticos (6,3%) e segmentos como indústria, construção, transporte, armazenagem e serviços. “Independentemente de ser cultural ou não, é trabalho infantil e tem que buscar ser erradicado”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O número de horas efetivamente trabalhadas na semana de referência obedeceu a um movimento crescente, segundo os grupos de idade, sendo registradas jornadas semanais de oito horas, em média, para os menores (de 5 a 9 anos), e de 28,4 horas, em média, para os maiores (de 16 ou 17 anos).

A região com a maior proporção de trabalho infantil a ser erradicado, de 5 a 13 anos de idade, foi o Norte, com um nível de ocupação da ordem de 1,5% (aproximadamente 47 mil crianças), seguida pelo Nordeste, com 1,0% (aproximadamente 79 mil crianças). O trabalho de 14 a 17 anos foi proporcionalmente maior no Sul, representando 16,6% da população desse grupo de idade na região.

Isto É
 

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O negativo e o positivo

A agricultura salvou o PIB do primeiro trimestre e o setor pecuário está sob investigação. Esse é apenas um exemplo da complexidade dos tempos atuais, em que além de sair de uma crise econômica de grandes proporções, o país tem que enfrentar o efeito de decisões erradas e desvios de conduta. Isso leva a um cenário cheio de pontos positivos e negativos.

Depois de um ano de queda por razões climáticas, a produção de grãos deu um salto, recuperando-se da quebra de safra e batendo recorde de produção e produtividade. O agronegócio brilhou neste começo de ano, permitindo os primeiros dados positivos depois de um mar de indicadores negativos na atividade econômica. Mas um setor do agronegócio, a produção de carne, está sob investigação em várias frentes ao mesmo tempo.

A “Operação Carne Fraca” foi muito mais do que se tentou estigmatizar, com a paródia do papelão. O que houve de fato é que a Polícia Federal pegou pequenos e grandes frigoríficos com problemas sanitários localizados e muitos indícios de corrupção. Entre os grandes estão JBS e BRFoods. Na sexta-feira, a “Operação Bullish" foi contra as bases dos empréstimos, compra de debêntures e conversão em ações do grupo JBS no BNDES. O próprio banco instaurou comissão para apurar os fatos. Ainda ontem, a “Operação Lucas” estava atrás de corrupção no Ministério da Agricultura, na relação entre fiscais e o frigorífico Minerva. E há novas investigações em curso.

O setor de carne sofre o efeito da promiscuidade na sua relação com o governo, que sempre existiu e se agravou nos últimos anos. Os casos de fiscais pagos pelos fiscalizados não são raros no setor. E foi isso que se viu numa das partes da denúncia da “Operação Carne Fraca” e aparece agora na “Lucas”. O crescimento do setor se baseou em grande parte na dependência excessiva dos aportes de bancos estatais e alguns foram muito lesivos aos cofres públicos. É natural que o TCU e o Ministério Público investiguem.
Cada ponto dessa crise tem uma razão específica. No caso da carne é a soma de anos de erros na política de usar a alavanca governamental para crescer e conquistar o mercado externo. O curioso é que o auge do intervencionismo estatal no setor não coincide com o melhor desempenho das exportações brasileiras. O Brasil é competitivo na atividade, não era necessária uma política estatal para que isso acontecesse.

Em todos os outros setores da economia, o país tem se alternado entre notícias negativas e positivas. Ontem o Ministério do Trabalho divulgou a criação líquida de 60 mil empregos formais em abril, mas o país continua sem saber quando vai reduzir de forma significativa o nível recorde de desempregados. A cena é complicada nessa saída da recessão. A própria retomada não está garantida porque o grau de incerteza é enorme na política. Na economia também há dilemas que não se sabe como resolver, como o das empresas, de diversas áreas, que ficaram muito endividadas na crise e estão sem fôlego para voltar a contratar e investir. Todas as grandes construtoras do país foram tragadas pelas investigações da Lava-Jato, tiveram suas diretorias dizimadas após as revelações sobre os crimes que cometeram. Nem todas vão sobreviver. Na área fiscal, a dúvida permanece. O buraco é enorme. A dívida pública continua aumentando e a volta ao equilíbrio primário vai demorar anos para acontecer.

Nos últimos dias saíram algumas notícias boas como o lucro da Petrobras, o primeiro desde 2015, a captação de bônus no exterior a volumes maiores do que o esperado. Isso ajuda a mudar um pouco o perfil da dívida da companhia, que foi atingida em cheio pela corrupção e má gestão nos dois últimos governos. Mas a estatal continua a petrolífera mais endividada do mundo. O Banco Central divulgou um número positivo de atividade neste primeiro trimestre, porém a maioria dos analistas prevê um segundo trimestre mais fraco do que o primeiro e uma recuperação muito lenta. Este é o tempo de um indicador em alta num dia, e outro em queda no dia seguinte. Essa gangorra é ruim, mas é melhor do que nos últimos dois anos, em que havia uma queda num dia e no outro também. O país está saindo assim claudicante dessa crise, sem ter certeza se ela chegou realmente ao fim.


Fonte: Míriam Leitão - O Globo