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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Desemprego recua para 12,1% no trimestre encerrado em agosto



Desocupação ainda atinge 12,7 milhões de brasileiros 


A população desocupada —pessoas que não tinham trabalho, mas estavam procurando— somou 12,7 milhões, uma queda de 4% na comparação com o trimestre anterior e de 3,1% sobre 2017.  O contingente de pessoas desalentadas —aqueles que desistiram de procurar emprego— era de 4,8 milhões, número estável na comparação com o trimestre anterior, mas um salto de 13,2% em relação ao ano passado.  "De maneira geral, segue a recuperação do mercado de trabalho, porém um pouco mais lenta que o inicialmente imaginado e sem pressões à vista sobre a inflação", avaliou a consultoria Rosenberg & Associados em nota.
 

A população ocupada chegou a 92,1 milhões e cresceu 1,3% em relação ao trimestre anterior e 1,1% sobre o ano passado. O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, de 33 milhões, ficou estável na comparação com o trimestre anterior. Sobre os três meses encerrados em agosto de 2017, no entanto, houve variação negativa de 1,3% (-444 mil pessoas).

O emprego sem carteira também ficou estável em 11,2 milhões em relação ao trimestre anterior, mas subiu 4% (mais 435 mil pessoas) sobre os três meses equivalentes de 2017.  A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,3 milhões) cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior e 1,9% ante 2017. O contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas foi estimado em 6,7 milhões de junho a agosto, uma alta de 5,3% na comparação trimestral e de 8,9% na anual.

O rendimento médio real entre junho e agosto foi de R$ 2.225, praticamente o mesmo do trimestre anterior (R$ 2.216) e de igual período de 2017 (R$ 2.196).  O Brasil registrou em agosto criação líquida de 110.431 mil vagas formais de emprego, segundo dados do Ministério do Trabalho, no melhor desempenho para o mês em cinco anos. No entanto, o cenário é de lentidão do mercado de trabalho em sua recuperação e incertezas diante de uma atividade econômica que não consegue engrenar em um ritmo intenso.



Folha de S. Paulo

 

sexta-feira, 2 de março de 2018

País abre 77,8 mil vagas formais em janeiro, melhor resultado desde 2012


Depois de três anos seguidos com as demissões superando as contratações em janeiro, o País começou 2018 com geração de vagas formais de trabalho. Segundo dados obtidos pelo Estadão/Broadcast, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, que será anunciado hoje pelo Ministério do Trabalho, deve mostrar a criação de 77,8 mil novas vagas, o melhor resultado para o período desde 2012.
 
Com esse resultado, o saldo do Caged em 12 meses ficou positivo após três anos de fechamento líquido de postos com carteira de trabalho. São 83,5 mil vagas geradas entre fevereiro de 2017 e janeiro deste ano.  Durante a recessão, entre 2015 e 2016, o País eliminou mais de 3,5 milhões de vagas formais. No ano passado, o mercado de trabalho melhorou, mas não escapou de um resultado negativo de 20,8 mil postos fechados.

Para este ano, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que espera uma geração de vagas formais superior a 2 milhões. A melhora do emprego tem ganhado destaque no discurso do governo, depois do engavetamento da reforma da Previdência.
Setores. A indústria de transformação e os serviços lideraram as contratações no mês de janeiro. Juntos, esses dois setores abriram 96 mil novos postos de trabalho com carteira assinada no primeiro mês do ano.

A agricultura, que costuma ter admissões nesse período de safra, registrou contratação líquida de 15,6 mil. Boa parte das vagas foi gerada no cultivo de soja.  A construção civil, um dos setores mais devastados pela crise, também começou 2018 com contratações, principalmente no segmento de construção de edifícios. O saldo da atividade ficou positivo em quase 15 mil postos.  O resultado final acabou sendo afetado pelas demissões no comércio que, nesse período, costuma fazer ajustes, após as vendas de fim de ano. A atividade fechou pouco mais de 48 mil postos com carteira.  Do ponto de vista regional, o Estado de São Paulo liderou as contratações, com mais de 20 mil novas vagas. Já o Rio de Janeiro, que vive uma crise na segurança pública e tem a área sob intervenção federal, foi o que mais fechou postos de trabalho com carteira: quase 10 mil.
Reforma
As novas modalidades de contratação criadas pela reforma trabalhista também registraram saldo positivo no primeiro mês do ano. Os dados do Caged devem mostrar quase 2,5 mil novas vagas de trabalho intermitente, contrato que permite às empresas chamar os trabalhadores quando e se necessário, pagando apenas pelas horas cumpridas. Esse é o saldo entre admissões e desligamentos.

As contratações seguem concentradas nas atividades de comércio, serviços e construção civil. Desde novembro, quando os efeitos da reforma trabalhista entraram em vigor, esses setores têm liderado o uso das novas modalidades para contratar trabalhadores. Muitos são serventes de obras ou embaladores. Há também garçons, pedreiros e vendedores do comércio.

IstoÉ


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Desemprego sobe para 6,9%, a maior taxa para junho em cinco anos

Em um ano, foram fechados 240 mil postos de trabalho formais no País, aponta IBGE; trabalho por conta própria e funcionário público ou militar foram as únicas modalidades que cresceram ante 2014

A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil subiu para 6,9% em junho, ante 6,7% em maio, segundo dados sem ajuste sazonal divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior taxa para um mês de junho desde 2010.
O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, ficou em R$ 2.149 - o que significa alta de 0,8% em relação a maio e recuo de 2,9% ante junho do ano passado. Já a massa de renda real habitual dos ocupados somou R$ 49,5 bilhões, estável em relação a maio. Na comparação com junho de 2014, no entanto, o montante diminuiu 4,3%.

O IBGE mostra que um número ainda maior de pessoas está buscando emprego. Só a população desocupada cresceu 44,9% em relação a junho do ano passado, uma diferença de 522 mil pessoas a mais na fila por uma vaga. A procura por trabalho cresceu em parte devido aos "reforços" trazidos por um contingente de 298 mil pessoas que foram demitidas em um ano. Com isso, a população ocupada diminuiu 1,3% na comparação com junho do ano passado.


O mês de junho foi marcado por uma intensificação das demissões nas seis principais regiões metropolitanas do País, enquanto a procura por trabalho cresce com uma força cada vez maior. Por trás disso pode estar a disseminação das dispensas por atividades como comércio e outros serviços, explicou Adriana Berrini, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, o avanço de 44,9% na população desocupada em junho ante igual mês do ano passado foi o maior da série da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em 2003 para esse confronto. Já a queda de 1,3% na população ocupada, nesta mesma base, também foi a mais intensa da série. "A dispensa que ocorreu agora em junho é mais acentuada. Antes, você tinha um processo de dispensas que estava mais na indústria e na construção. Agora, começa a haver processos de demissões em setores que não estavam dispensando tanto, como o comércio", explicou Adriana. 

Em junho, o comércio demitiu 95 mil pessoas em relação a igual mês do ano passado, enquanto os outros serviços dispensaram 114 mil trabalhadores. Foram os maiores cortes em termos absolutos no período. Na construção, houve redução de 88 mil postos, enquanto a indústria demitiu 88 mil. "Em 2015, o crescimento da desocupação tem sido sistemático", reforçou a técnica.
Nesse horizonte, a população economicamente ativa (que trabalha ou busca emprego) cresceu 0,9%, o que significa um contingente de 224 mil pessoas a mais nesta condição. Por outro lado, também aumentou o número de inativos em 194 mil, o que representa avanço de 1,0% em relação a junho do ano passado.

Na comparação mensal, o quadro é semelhante. Enquanto 27 mil pessoas perderam o emprego em junho ante maio (o que provocou queda de 0,1% na população ocupada no período), 53 mil pessoas engrossaram a fila do desemprego. Com isso, a população desocupada avançou 3,3% no mês passado em relação a maio.

A população economicamente ativa, por sua vez, avançou 0,1% no confronto mensal, o que significa 27 mil pessoas a mais atuando ativamente no mercado de trabalho, enquanto o contingente de inativos ficou 0,2% maior em relação a maio (um adicional de 38 mil pessoas).

Vagas formais
A pesquisa também aponta que o número de empregados com carteira assinada no setor privado diminuiu 2,0% em junho em relação a igual mês de 2014. Isso significa que foram fechados 240 mil postos de trabalho formais no período. Isso não significa que o número de empregados sem carteira no setor privado aumentou, pelo contrário. Esse contingente encolheu 0,8% em junho ante igual mês do ano passado, o que representa um corte de 16 mil vagas.

Houve ainda redução de 53 mil no número de empregadores no período, um corte de 5,3% em relação a junho do ano passado. As únicas modalidades de emprego que cresceram na comparação interanual foram conta própria (+9 mil) e militar ou funcionário público (+106 mil).

Na comparação mensal, o emprego com carteira assinada recuou 0,3% ante maio, um corte de 39 mil postos. Já o emprego sem carteira cedeu 0,2% no período (-3 mil pessoas). O número de trabalhadores por conta própria também diminuiu 0,4% em junho ante o mês anterior (-17 mil pessoas).

Por outro lado, aumentou em 18 mil o número de empregadores em junho ante maio (avanço de 1,9% no período), enquanto o contingente de militares ou funcionários públicos cresceu em 32 mil, o que significa alta de 1,7%.


Fonte: AE