A teoria desastrosa de Lula não é novidade. Ela foi exportada para o restante do mundo a partir dos EUA há mais de meio século
Mais uma vez só para ficar claro.
“Se tem gente passando fome, é porque tem gente comendo demais”
– Luiz Inácio Lula da Silva pic.twitter.com/11VkOgO7T9
— MSP-Movimento Sem Picanha (@mspbra) February 28, 2023
Lula: "Se tem gente com fome, tem gente comendo demais."
Se comer é crime, o Tonin é traficante. pic.twitter.com/ZwcVasWZ0b
— Valuation Freestyle #InflaçãoNÃO (@valuationfstyle) March 1, 2023
E o brasileiro faz piada de tudo kkkkk pic.twitter.com/iLVdCP7uxN
— Milton Neves (@Miltonneves) March 1, 2023
Se por um lado o humor ajuda o brasileiro a superar momentos de desesperança política, não há como ignorar a gravidade da fala vinda do chefe do Executivo e todas as consequências econômicas que ela sugere para a política social, a agricultura e a economia.
Lula não é o inventor da tese segundo a qual se alguns comem mais, outros precisam passar fome. A teoria desastrosa foi exportada para o restante do mundo a partir dos Estados Unidos há mais de meio século. Em 1968, o livro The Population Bomb foi lançado, por dois respeitados professores de Stanford, e previa uma catástrofe global pelo crescimento populacional desenfreado e a fome generalizada.
Desnecessário dizer que tais previsões se mostraram totalmente infundadas, apenas servindo como combustível para um movimento mundial de violação de direitos humanos no México, na Bolívia, no Peru, na Indonésia, em Bangladesh e na Índia, onde mais de 6 milhões de homens foram esterilizados num único ano.
Hoje, a população global é o dobro da que existia na época dessas previsões catastróficas, e a porcentagem dos que vivem em situação de miséria caiu de 25% para 10%, na média global. E não são os países ricos que estão liderando essa “cura da fome” mundial, mas, sim, os países em desenvolvimento, onde 20% da população passou a ter o que comer desde 1970.
Com esses números, já é possível saber que a tese do ambientalista radical Paul Ehrlich estava errada, afinal a população continuou crescendo e a taxa de famintos reduziu drasticamente. Mas e quanto à tese de Lula, de que se alguém passa fome é porque alguém está comendo demais?
Processos agrícolas modernos, com aumento da produtividade das sementes, controle de pragas e uso inteligente do solo, permitiram à humanidade se alimentar muito mais do que jamais havia feito antes
Se Lula estiver correto, na série histórica em que a malnutrição do mundo desenvolvido reduziu, os mais ricos teriam deixado de comer para que os pobres tivessem acesso a alimentos. O problema é que isto também não aconteceu.
Observando os dados, é possível verificar que, apesar das discrepâncias regionais, o mundo todo passou a consumir uma quantidade cada vez maior de calorias por dia ao longo do tempo. O que explica essa situação não é nem a tese ambientalista de Ehrlich, nem a tese socialista enferrujada de Lula. Mas, sim, a tese da globalização e do livre-comércio.
Em meio século, enquanto a área agricultável global cresceu somente 10% e a população mundial dobrou, a produção de alimentos triplicou.
É o avanço do capital privado, em contraponto à política divisiva do nós-contra-eles, que resolve os problemas da humanidade, como a fome e a destruição em massa. O discurso enferrujado de Lula, que ignora o desenvolvimento privado e aposta num discurso sem amparo em dados, deve ser combatido com fatos.
Discurso de esquerda anos 80, impressionante como pararam no tempo. pic.twitter.com/rHGJjWr8Zt
— Jouberth Souza 🇧🇷 (@Jouberth19) February 28, 2023
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Gabriel Cesar de Andrade é graduado em Direito (UFSC), com foco em economia (Mises Institute)
Gabriel Cesar de Andrade, colunista - Revista Oeste