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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Mesmo que denunciado, Cunha tem o DEVER LEGAL e MORAL de encaminhar os pedidos de impeachment contra Dilma; ele não pode levar em consideração que algum aloprado o acuse de retaliação

Mesmo com denúncia, Cunha diz que permanecerá no cargo


Presidente da Câmara afirmou estar ‘absolutamente tranquilo’ e negou retaliação ao governo

Apesar da expectativa de que o Ministério Público apresente ainda nesta quarta-feira denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o peemedebista reafirmou que não irá se afastar do cargo, independentemente da decisão do órgão. Eu não faria afastamento de nenhuma natureza, vou continuar no exercício para o qual fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno em relação a isso — disse.

Questionado sobre a movimentação do PSOL de pedir assinaturas para pressionar pelo seu afastamento da presidência da Câmara, Cunha minimizou: Todo mundo tem o direito de fazer o que quiser, pode fazer o que quiser. É o direito democrático de cada um — afirmou.


Sobre especulações de que, depois de denunciado, Cunha irá se voltar com ainda mais força contra o governo, inclusive dando andamento a um dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o deputado refutou a ideia e disse que não haverá “retaliação”. — Não misturo meu papel de presidente da Casa com as eventuais situações que possam envolver a minha pessoa. Exercerei meu papel de presidente da forma que institucionalmente tenho que exercer. Não faço papel de retaliação, nem tomo atitudes por causa de atitudes dos outros — pontuou.



Em julho, após ser apontado pelo delator Júlio Camargo como responsável pela cobrança de propina para viabilizar contratos com a Petrobras, Cunha alegou ser alvo de perseguição e anunciou o rompimento com o governo Dilma. Na ocasião, ele disse estar convicto da participação de “um bando de aloprados do Planalto” na ação “persecutória” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para conseguir elementos que permitam a denúncia contra ele no processo da Lava-Jato.

Nesta quarta-feira, Cunha negou que vá fazer qualquer pronunciamento sobre a eventual denúncia. — Não pretendo e não farei jamais discurso em plenário em relação a qualquer assunto.

Fonte: O Globo