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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Suspeitas de fraudes em contratos da área da saúde atingem dezoito estados

Enquanto brasileiros morrem nos hospitais, empresários e políticos são suspeitos de se aproveitar para lucrar em cima da pior crise de saúde da história

Escândalos de corrupção na área da saúde não são, infelizmente, nenhuma novidade no Brasil. Em 2006, alguns leitores devem lembrar, o país já era vítima da Máfia dos Sanguessugas (2006), que desviava verba da compra de ambulâncias para “ajudar” senadores e deputados de partidos como PMDB, PL e PT. Agora, em meio à pandemia de Covid-19, que já infectou 1,7 milhão de pessoas e deixou cerca de 70 000  mortos, a descoberta de esquemas para a compra fraudulenta de equipamentos ganha ares de calamidade pública.  

Desde abril, operações das polícias Civil e Federal, do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União têm acontecido com uma frequência espantosa — em média, mais de três por semana —, jogando  luz sobre negócios públicos suspeitos envolvendo respiradores, aparelhos de proteção, máscaras e estruturas de hospitais de campanha, que movimentam uma cifra de 1,5 bilhão de reais e se espalham por  pelo menos dezoito estados. Além de dezenas de prefeitos, oito governadores entraram na mira dos investigadores.  Três deles, aliás —Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, Wilson Lima (PSC), do Amazonas, e Helder Barbalho (MDB), do Pará —, viraram alvos de inquéritos autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e enfrentam o risco de impeachment. 

O ataque em bando das aves de rapina da saúde não é obra do acaso, mas da tradicional mistura de má-fé com oportunidade. Seja na prefeitura de Aroeiras (PB) — onde ocorreu a primeira operação da PF no ... no contexto da Covid-19 — ou no governo do Rio, os esquemas seguem o mesmo modus operandi: aproveitando-se da dispensa de licitação para compras emergenciais e da procura desenfreada por insumos de  saúde, lobistas entram em cena para intermediar a venda de produtos com até 300% de superfaturamento. Muitas vezes usam empresas em nome de laranjas, criadas para outras finalidades e sem estrutura para cumprir o exigido. Mesmo assim, conseguem contratos milionários com o poder público. 

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Além dos lamentáveis problemas que provocaram no enfrentamento de uma pandemia, os esquemas de fraude na saúde deixaram alguns governadores em maus lençóis. Uma dupla de Wilsons passa, por sinal, por por sinal, por maus bocados. Witzel, no Rio, e Lima, no Amazonas, tornaram-se alvo de processos de impeachment na esteira das operações. No caso do político fluminense, até a primeira-dama, Helena Witzel, sofreu uma busca e apreensão em seu escritório de advocacia após ser acusada de receber 15 000 reais mensais de uma firma ligada ao empresário Mario Peixoto, preso sob a acusação de comandar um esquema de corrupção na Secretaria da Saúde desde o governo de Sérgio Cabral. Já o amazonense está tendo de explicar por que comprou 28 respiradores de uma adega de vinhos, que havia adquirido os aparelhos por 2,4 milhões de reais e, no mesmo dia, revendido ao estado por 2,976 milhões. A PF chegou a pedir a prisão do governador, mas o STJ rejeitou.

Publicado em VEJA edição nº 2695  de 15 de julho de 2020

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Partido do Crime - Em guerra contra rivais, PCC afrouxa regras de "batismo" para ter cada vez mais membros


 Os presídios e as bocas de fumo em todo o país sediam uma audaciosa campanha de filiação

Também conhecido como o "Partido do Crime", o PCC (Primeiro Comando da Capital) começou nos últimos meses a afrouxar de vez suas regras de "batismo" para alcançar 40 mil novos membros até o final de dezembro. O objetivo é criar um "exército" capaz de encarar as facções adversárias, como a carioca CV (Comando Vermelho) e a amazonense FDN (Família do Norte)  O "batismo desenfreado" foi confirmado ao UOL por três integrantes da PF (Polícia Federal) e dois do MP (Ministério Público) de São Paulo. "A informação que surgiu é que cada membro deveria batizar uma outra pessoa", afirma o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas do país quando o assunto é PCC e integrante do Núcleo de Presidente Prudente do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado). "Eles estão pegando qualquer um”.


Levantamentos de órgãos de segurança pública estimavam que a facção possuía por volta de 20 mil membros no início do ano e que, se a estratégia "cada um batiza outro" desse certo, a campanha resultaria no dobro de filiados. Pelas antigas regras, para entrar no PCC um pretendente precisava ser convidado por um membro da facção e ter o aval de outros dois integrantes. Quem convidava tornava-se "padrinho" e responsável pelos atos do "afilhado", inclusive sujeito a "pagar" pelos erros cometidos pelo novo membro. "Eles já começaram a dispensar a necessidade dos padrinhos", afirmou um delegado da PF que investiga a facção paulista. 


"Na região Norte e no Rio de Janeiro, eles dispensaram o aval de um membro mais velho. Em outros lugares, estão usando uma estratégia diferente. Eles fizeram batizados coletivos de membros de facções locais que são aliadas do PCC. Isso aconteceu, por exemplo, em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte." O motivo da campanha "Surgiram informações de que essa facção está interessada em aumentar o seu número de filiados principalmente por estar em disputa com outros grupos criminosos em diversos Estados", diz Flávio Werneck, vice-presidente da Fenapef (Federação Nacional de Policiais Federais). 


No segundo semestre do ano passado, salves (comunicados) e diálogos a respeito da necessidade de aumentar filiados foram interceptados em investigações sobre o PCC no período anterior a conflitos no sistema penitenciário que resultaram em massacres (como o de Manaus e o de Alcaçuz). Desde o final do ano passado, o PCC entrou em guerra com o Comando Vermelho e suas facções aliadas, principalmente a FDN, a terceira maior do país, pela disputa do dos presídios e das rotas de tráfico no Brasil todo. No fim de novembro, 157 presos integrantes do PCC e do Comando Vermelho foram trocados pelas secretarias de administração prisional dos Estados do Rio de pelas secretarias de administração prisional dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo para evitar mortes em presídios, informou a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) paulista.


Em alguns Estados, a estratégia do PCC de aumentar filiados tem sido bem mais sucedida do que em outros. O Ceará é um caso exemplar: por volta de março de 2015, o PCC possuía menos que 250 filiados no Estado. Atualmente, o número PCC tem priorizado os Estados que estão em fronteiras, ou que possuem portos, onde a prioridade é o tráfico internacional para centros de consumo da África, Europa e Ásia".


(...)


"Recrutar sem critério pode gerar risco" Mas a estratégia de filiação a qualquer custo tem seus riscos. "Há de se considerar que como é um batismo de 'menor qualidade' esses caras são mais instáveis, inclusive mais afeitos a a cometerem besteiras e serem excluídos ou afastados, ou mesmo rumarem para outras facções", diz o integrante da PF.






Em guerra contra rivais, PCC afrouxa regras de "batismo" para ter cada vez mais membros ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/12/15/pcc-afrouxa-regras-de-batismo-para-chegar-a-40-mil-filiados.htm?cmpid=copiaecola