DefesaNet
Principal parceiro comercial do Brasil, país asiático vive momento de desaceleração econômica e mantém relação pragmática e foco nos negócios, que hoje se concentram na compra de commodities
Leonencio Nossa
À margem da História
Estadão – Estado de São Paulo
02 Setembro 2023
Ver Nota DefesaNet ao pé da página
Pequim não formou homens para guerra na selva. Nem a ditadura tinha agentes para isso. O Araguaia foi um conflito assimétrico, de um lado civis e do outro as Forças Armadas. Eram cerca de cem guerrilheiros, entre militantes das cidades e camponeses. O Exército montou a primeira operação em abril de 1972, mas saiu de lá sem liquidar o movimento. Voltou em setembro. Sem sucesso. A cúpula militar e o Palácio do Planalto organizaram uma operação de inteligência de mapeamento da área antes de uma terceira campanha.
Após recolher dados de agentes disfarçados, o Exército iniciou em
1973 a ofensiva final com homens preparados em Manaus. No Natal daquele
ano, o chefe político da guerrilha, o ex-deputado federal Maurício Grabois, quase sem enxergar, foi morto por paraquedistas.
A
biografia dele, feita dentro do partido, registra um equívoco em sua
primeira edição ao dizer que a infantaria o teria matado. O livro ainda
registra que o comunista nascido em Campinas era de Salvador. A obra
erra no nascimento e na morte do personagem. Leitor de Albert Camus,
Grabois preferia o Estadão às publicações comunistas para se informar. Merecia um perfil decente, tipo tijolaço.
A guerrilha brasileira mais bem estruturada, hoje é preterida pelos
intelectuais de esquerda em detrimento dos grupos urbanos da luta
armada. O grupo apostou num movimento de foco, que começava justamente
onde a ditadura iniciava o “Brasil Grande”. A região no sudeste paraense
foi demarcada como área de segurança nacional.
Lá estavam o
canteiro das obras da Transamazônica, as pesquisas da Vale sobre a
potencialidade de minério de ferro e o projeto de Tucuruí.
(...)
Na década seguinte, Fernando Henrique Cardoso daria início à tradição de pedir apoio da China à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU em troca de defesa de alguma posição polêmica de Pequim – o governo chinês informou que ele defendeu, em uma visita em 1995, a política de direitos humanos do país, marcada pelo massacre da Praça da Paz Celestial e pela repressão a dissidentes. O tucano fez malabarismo para dizer que não foi bem assim.
Ter assento permanente no Conselho de Segurança significa poder de barganha em outras áreas. A questão é que os cinco membros do órgão devem ser unânimes à ampliação do grupo, e não houve registros de que a China tentou convencer os norte-americanos, em especial, a aumentar o número de cadeiras.
Pequim pôs crianças com bandeirinhas e soldados em traje de gala para recepcionar Luiz Inácio Lula da Silva (em 2004, 2008 e 2009), Dilma Rousseff (2011), Michel Temer (2016 e 2017) e Jair Bolsonaro (2019). Justiça seja feita, Bolsonaro foi o único visitante que não fez discurso de chefe de superpotência. Mas excedeu no viralatismo por interesse pessoal.
Distante de questões diplomáticas e do papel de candidato à presidência de um país parceiro comercial da China, copiou Donald Trump no uso de bobagens contra a China para ganhar seguidores nas redes. Ainda na campanha, esteve em Taiwan para irritação de Pequim. Até a ditadura militar havia deixado de reconhecer a autonomia da ilha reivindicada pelos comunistas chineses.
(...)
Nota DefesaNet
Para mais detalhes sobre as
Campanhas da Guerrilha do Araguaia, e detalhes sobre as três campanhas.
Acesse o excepcional artigo do General Álvaro Pinheiro, publicado
originalmente por DefesaNet, em 2005 e republicado em 2012.
Nota Blog Prontidão Total: informamos que estamos apresentando transcrição parcial da matéria e ao tempo que agradecemos à DefesaNet, registramos que nos proibimos de apresentar qualquer comentário, inclusive por ser a matéria uma narrativa (que não corroboramos) apresentada pelo jornal O Estado de S. Paulo.