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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dilma: "Do silêncio ao discurso oco"



A presidente Dilma não assumiu a culpa pela paralisia econômica. Muito menos admitiu erros nos gastos correntes do Tesouro que estão a exigir agora um “reequilíbrio fiscal”. Deixou de lado a maquiagem forçada que promoveu nas contas públicas para esconder rombos. E até os cortes aplicados na educação e em benefícios sociais como o seguro-desemprego, pensões, abono salarial e auxílio-doença foram calculadamente esquecidos. Nem mesmo falou dos recentes apagões depois de ter dito em campanha que o Brasil era “uma potência energética”, que teria energia “cada vez melhor e mais barata”. Dilma passou ao largo de questões delicadas como os novos índices de aumento da pobreza e do desemprego. Dos três reajustes consecutivos na taxa de juros anunciados desde a sua reeleição, nenhum comentário. 

E o escândalo da Petrobras então, que sangrou a estatal nos últimos 12 anos de gestão petista? Foi simplesmente transformado em prova de eficiência nas apurações. Algo que, de mais a mais, não pode ser visto como mérito do Executivo. No primeiro e aguardado discurso da mandatária no ano, nada de novo além das tergiversações de sempre. Se existiram problemas que levaram o País a um “pibinho”, e às portas da recessão, foram alheios à sua vontade.

Ao lado do surpreendente séquito de 39 ministros, o maior de toda a história republicana, montado para acomodar acordos políticos (a despeito do sobregasto desnecessário que gera na máquina, incompatível com o atual momento de dificuldades), a Dilma do segundo mandato contradizia a do primeiro. Em atos e fatos. Muitos estão enxergando só agora o estelionato eleitoral que ela promoveu e do qual foi a maior beneficiária. 

Dilma versão 2015 convocou seus ministros não para tratar de uma batalha santa contra a inflação, ou por incremento nas exportações, pela retomada do desenvolvimento. Seu foco era o “combate aos boatos”. Para ela, o importante no momento é a “batalha da comunicação”, dando sinais de que ainda não desceu do palanque para cuidar do que realmente interessa. A missão espinhosa continua a cargo de seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tem tomado acertadas decisões e conta, ao menos por enquanto, com o aval da chefe. 

Deputados do PT tentam diminuir isolamento do partido na Câmara
No "divã" depois da derrota do PT neste domingo, 01, na eleição para Mesa Diretora da Câmara, deputados da corrente majoritária do partido se reuniram na manhã desta segunda-feira, 02, para "digerir" o resultado e traçar uma estratégia de reação para tentar pelo menos diminuir o isolamento da sigla na Casa.

Com o diagnóstico de que a bancada e o governo adotaram uma estratégia "completamente equivocada" na campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP), vencido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda no primeiro turno, os petistas decidiram que precisam levar um recado claro ao Palácio do Planalto: o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais, e o líder do governo na Câmara Henrique Fontana, ambos do PT gaúcho, não têm mais condições de permanecer em seus postos. Além do mais, eles vão levantar a tese de que um peemedebista precisa integrar o núcleo duro da articulação política do governo.

Fonte: AE e IstoÉ Editorial

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Brasil, campeão de apagões no mês de dezembro

Apagões dobraram no país em dezembro, segundo levantamento do governo

Volume total de carga foi de 26.443 Megawatts, contra 24.909 MW registrados em 2013

Os apagões no sistema elétrico brasileiro avançaram 6,2% no ano passado, chegando a um volume total de carga de 26.443 Megawatts (MW), contra 24.909 MW registrados em 2013. Em número de interrupções no fornecimento, o avanço foi de quase 10%, subindo de 71 para 78. O levantamento do Ministério de Minas e Energia leva em conta apenas cortes de carga acima de 100 MW e que durem mais do que dez minutos. Os dados se tornaram públicos na tarde desta quinta-feira, quando o Ministério divulgou a edição de dezembro do boletim mensal de monitoramento do setor elétrico. Em dezembro, a carga interrompida no sistema elétrico brasileiro foi de 2.438 MW, praticamente dobrando o índice de novembro, de 1.252 MW.
Linhas de transmissão de energia elétrica - Dado Galdieri

O volume de energia que não foi entregue em dezembro só não superou o índice de janeiro do ano passado, de 3.488 MW. Em dezembro de 2013, a carga que foi interrompida foi de apenas 1.135 MW, menos da metade do registrado no mês passado. Ainda de acordo com o boletim, até o mês de novembro, as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, já haviam superado a meta horas sem luz em todo ano de 2014, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Pelo dado nacional, para todo ano passado, havia como limite a interrupção média de 14,47 horas sem luz. Até novembro, o índice já estava em 15,84 horas. Já o número de interrupções no fornecimento, porém, permanece bastante abaixo do limite, com uma média anual de 26,91 blecautes e um teto de 35,49. 

O documento divulgado pelo MME registrou que “durante o mês de dezembro observou-se um amplo predomínio de anomalias negativas de chuva sobre a maior parte do Brasil, com algumas exceções”. Com o uso mais intenso das usinas termelétricas, porém, foi possível elevar o volume de energia armazenada (equivalente à água nos reservatórios das hidrelétricas) em todo o país, exceto na região Sul.