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domingo, 2 de abril de 2023

Precisamos confrontar a misoginia woke - Revista Oeste

Tom Slater, da Spiked

O ataque a Posie Parker é apenas a violência mais recente cometida por ativistas trans contra mulheres 

 Kellie-Jay Keen, forçada a fugir da Nova Zelândia, depois de ser atacada por uma multidão de ódio pró-trans | Foto: Reprodução Redes Sociais

PKellie-Jay Keen, forçada a fugir da Nova Zelândia, depois de ser atacada por uma multidão de ódio pró-trans | Foto: Reprodução Redes Sociais 
 
Homens impedindo mulheres de falarem em público. Homens gritando que mulheres que ousam discordar deles devem se calar e se matar. Homens dando socos no rosto de mulheres. 
Existe uma palavra para tudo isso: misoginia. Misoginia violenta e desenfreada. E, no entanto, esse comportamento vil foi permitido mais uma vez, recentemente, por quem acredita ser a infantaria de um novo movimento de direitos civis, por aqueles que maculam o manto do antifascismo ao reivindicá-lo para si, pelas pessoas que, de alguma forma, ainda conseguem chamar a si mesmas de “progressistas”.  
Keen foi atacada com suco de tomate e cercada por uma 
multidão furiosa de ativistas trans | Foto: Reprodução Redes sociais
Estou falando, claro, dos diversos ativistas trans que ameaçaram e atacaram mulheres nos últimos dias por falarem o que pensam. Acima de tudo, estou falando do confronto em Auckland, Nova Zelândia, que ocorreu no sábado, onde ativistas trans entraram em conflito com uma manifestação de mulheres críticas da teoria de gênero organizada por Kellie-Jay Keen, militante britânica dos direitos das mulheres. 
 O evento, que Keen (também conhecida como Posie Parker) reproduziu pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos, foi chamado de “Let Women Speak”, algo como “Deixem as Mulheres Falarem”, em tradução livre.  
Todo evento é igual. Keen aparece, fala com a multidão e então convida mulheres para subirem ao microfone e dizerem o que quiserem dizer. Naturalmente, isso sempre enfurece os misóginos — não existe outra palavra para esses babacas, além de talvez “babacas” —, que rotineiramente se reúnem para abafar esses eventos com megafones, chocalhos, gritos de guerra e que, em Auckland, acabaram com o evento fazendo uso de força física.  

Sobretudo porque a polícia está se recusando a fazer seu trabalho, qualquer um que acredite em liberdade de expressão e nos direitos das mulheres precisa se posicionar, em solidariedade a essas mulheres corajosas

Os vídeos que circulam na internet são de revirar o estômago. Keen foi atacada com suco de tomate. Cercada por uma multidão furiosa de ativistas trans, ela precisou ser escoltada até um espaço seguro por agentes femininas com coletes de alta visibilidade. Desde então, Keen foi forçada a deixar a Nova Zelândia e voltar ao Reino Unido. 
Outro vídeo, supostamente do mesmo evento, mostra uma mulher grisalha levando um soco no rosto do que parece ser um punho masculino. 
Um terceiro vídeo mostra homens animadamente atravessando barreiras de segurança. Na direção de quem eles estavam correndo? 
Para quem estavam levantando seus punhos e disparando insultos? 
Um grupo grande de mulheres mais velhas, que estavam ali para pacificamente expressar suas preocupações sobre a ideologia de gênero, de acordo com relatos de testemunhas oculares. Em meio à confusão, a polícia de Auckland não foi encontrada. 

Ainda que o fiasco da Nova Zelândia justificadamente tenha chegado às manchetes, esse não foi o único evento perturbador da guerra das questões de gênero do último fim de semana.  
Ontem, no Hyde Park, em Londres, houve uma pequena reprise de Auckland. No evento mensal “Let Women Speak”, no Speakers’ Corner, um pequeno grupo de mulheres críticas da teoria de gênero foi cercado por um grupo muito maior de ativistas pelos direitos trans.
 A polícia não conseguiu manter os dois lados separados. 
Se considerarmos os vídeos do encontro, um punhado dos policiais cercou as mulheres por um instante, formando uma fina barreira uniformizada entre as feministas e os opositores ao protesto, até deixá-las por conta própria — celebrando um trabalho que mal tinha começado a ser feito. Durante todo esse tempo, o grupo do “lado certo da história” podia ser ouvido gritando “nazista bom é nazista morto, então vão se matar”. 
 
Felizmente, a coisa não se tornou violenta. Mas isso não é exatamente um triunfo, é? Essas mulheres estavam apenas exigindo o direito de falar em público sobre a erosão de sua liberdade de expressão e seus direitos baseados no sexo por conta de uma ideologia de gênero extremista. E nem mesmo isso lhes foi concedido. Os manifestantes abafaram o ato. Não foi um contradiscurso — foi o veto dos confrontadores em ação. E até mesmo isso parece uma forma um tanto sutil de descrever as táticas dessa multidão. Confrontadores costumam ser engraçados. 
Não há nada engraçado em chamar mulheres que têm idade suficiente para ser sua mãe de fascistas e dizer para elas se matarem.
 Além do mais, a coisa facilmente poderia ter extrapolado. 
Assim como aconteceu quase no mesmo local, em 2017, quanto Maria MacLachlan, 60 anos, que esperava para participar de um evento crítico à teoria de gênero, foi agredida por Tara Wolf, um homem de 26 anos, que foi até lá explicitamente para “f*der as TERFs” — um xingamento que significa “feminista radical transexcludente”. (Durante o julgamento de Wolf, MacLachlan foi repreendida pelo juiz, por não se referir ao seu agressor como “ela”.) 
 
Esses conflitos estão se tornando mais comuns. Sábado, em Londres, o evento inaugural do projeto crítico da teoria de gênero Lesbian Project foi recebido por contramanifestantes. Os dois lados foram mantidos afastados desta vez. Mas um homem que decidiu filmar o protesto dos ativistas pelos direitos trans teve o celular arrancado de sua mão e foi chamado de fascista. No vídeo do incidente, feito por ele mesmo, pode-se ver a polícia acusando-o de antagonizar a multidão. 
E há uma série de explorações do caso feitas pelos homens que as feministas críticas da teoria de gênero chamam de “Black Pampers” — “antifascistas” usando balaclavas que, pelo jeito, se dedicam a ameaçar mulheres que discordam deles e disparar insultos sexuais violentos contra elas, como mandar as chamadas TERFs chuparem seu pênis. Talvez porque ninguém mais aceite tocá-los. Suas ações foram filmadas em Manchester, Brighton e Bristol — onde eles recentemente forçaram um grupo de mulheres a se proteger dentro de um pub.  

Chega. Precisamos dar a esse comportamento seu devido nome: misoginia violenta. Também precisamos chamar os vários cretinos que estão mirando nessas mulheres — do canal de televisão neozelandês Newshub, que fez uso de táticas absurdas para chamar Keen de “extrema direita” antes do ato em Auckland, ao senador australiano Nick McKim, que chamou Keen e suas apoiadoras de “babacas”, numa rima de gírias australianas, passando por nossos próprios membros da cultura woke, como Owen Jones e Billy Bragg, que continuam dizendo que mulheres críticas da teoria de gênero, e não os homens vestindo preto que ameaçam agredi-las, são o lado alinhado com o fascismo dessa batalha. Por fim, sobretudo porque a polícia está se recusando a fazer seu trabalho, qualquer um que acredite em liberdade de expressão e nos direitos das mulheres precisa se posicionar, em solidariedade a essas mulheres corajosas — fisicamente, em público, no evento crítico da teoria de gênero mais perto de você.  

Elas precisam de apoio — e os reacionários que estão posando de progressistas precisam ser enfrentados. Nos vemos no Speakers’ Corner. 


Tom Slater é editor da Spiked.
Ele está no Twitter: @Tom_Slater_

Leia também “Santa Jacinda já vai tarde”

Tom Slater - Revista Oeste

 

quarta-feira, 7 de março de 2018

Máscara e nome escondido: como militares que moram em favelas protegem identidade no Rio



Para não sofrer represálias do crime organizado, militares das Forças Armadas que moram em favelas do Rio de Janeiro estão usando máscaras e cobrindo suas etiquetas de identificação com coletes à prova de balas quando participam de ações da intervenção federal. Alguns desses militares ouvidos pelo UOL disseram que podem sofrer represálias ou colocar suas famílias em risco se forem identificados por criminosos ao participar de operações. 



                    Militares com coletes à prova de balas sobre a identificação na Vila Kennedy
 
Militares com coletes à prova de balas sobre a identificação na Vila Kennedy... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/03/07/mascara-e-nome-coberto-como-militares-que-moram-em-favelas-protegem-identidade-no-rio.htm?cmpid=copiaecola


Nas favelas onde eles moram, ninguém sabe que são militares. "Não é uma questão de ter medo. O que eu não quero é expor os meus familiares, que moram na mesma comunidade", disse à reportagem um soldado do Exército sob anonimato. "No planejamento de uma operação, eles [comandantes] já tiram quem mora no bairro", disse o militar.

O UOL acompanhou duas operações das Forças Armadas, nas favelas Vila Kennedy, na zona oeste carioca, e Jardim Catarina, em São Gonçalo, região metropolitana. A reportagem observou que parte dos militares andava com os rostos e identificações cobertos, geralmente os soldados que aparentavam ser mais jovens. Sargentos e oficiais mais velhos em geral atuavam sem se preocupar com identificação. Outro soldado afirmou que cobrir o rosto e o nome dá mais segurança. "Já aconteceu com um amigo meu de ser escalado no próprio bairro. Nesses casos, o jeito é botar a balaclava", disse.

Balaclava é o nome do gorro justo que cobre todo o rosto do militar deixando visíveis apenas os olhos e parte do nariz. Popularmente conhecida como touca ninja, ela foi criada no século 19 e era usada por soldados sob o capacete para proteção contra o frio. Tropas que operam em regiões de deserto a usam para evitar a poeira. Mas nada disso se aplica ao Rio de Janeiro.  "Não tem outra utilidade, é só para esconder o rosto mesmo. A gente inclusive fica suando muito por causa disso", disse outro militar. Outra medida adotada pelos militares é vestir o colete à prova de balas sobre a jaqueta - gandola, no jargão militar--, onde fica grudada uma etiqueta com seu nome. Dessa forma, a identificação não fica visível. Os comandantes militares não têm repreendido esse tipo de conduta por entender que se trata da do militar que mora em favela. 
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Um oficial disse ao UOL, sem se identificar, que isso não seria irregular. Ele afirmou que qualquer cidadão que quiser saber a identidade de um militar em uma operação deve se dirigir ao comandante do grupo desse militar (eles nunca andam sozinhos e sempre têm um encarregado presente, por menor que seja o grupo) e fazer a pergunta. O encarregado tem obrigação de dar a informação ou fazer o soldado mostrar sua identificação. 

Em 2017, militares usaram balaclavas de caveira em operação na Rocinha... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/03/07/mascara-e-nome-coberto-como-militares-que-moram-em-favelas-protegem-identidade-no-rio.htm?cmpid=copiaecola


                    Em 2017, militares usaram balaclavas de caveira em operação na Rocinha
 


Caveiras
Em setembro, militares das Forças Armadas usaram balaclavas com imagens de caveiras durante operações na favela da Rocinha. Reprovada, a conduta foi considerada perturbadora por moradores. [lidar com moradores de favelas é complicado; os traficantes fazem deles o que querem, já os militares quando fazem qualquer coisa diferente são logo criticados.] Após fotos serem divulgadas na imprensa, eles foram repreendidos pelos superiores e uma investigação foi aberta. As balaclavas de caveira foram consideradas irregulares.