Sentença proferida pela 7ª Vara Criminal de Brasília representa mais
uma importante medida para conter o avanço da maior facção criminosa em
atuação no país dentro dos presídios do Distrito Federal e do Entorno. A
Justiça condenou, nesta segunda-feira (30/04), 18 integrantes do grupo
que teve a prisão preventiva decretada na Operação Avalanche a
penas de até 16 anos e meio de prisão, em regime fechado. Os criminosos
são identificados por apelidos como Neguinho Satanás, Malévola,
Pancadão, Anjo Negro, Gladiador, Chuck, entre outros.
Na tentativa de dominar o sistema penitenciário do DF e de municípios
vizinhos, como ocorre em outras unidades da federação, os criminosos se
referiam à região como “Área 61”. Assim, a facção se organizava para
dar assistência às famílias dos criminosos presos e, em troca,
compartilhar os lucros provenientes dos crimes praticados no Distrito
Federal. Para passarem a integrar a facção, os criminosos eram
submetidos a um “batismo” em que se comprometiam a respeitar as regras
da organização.
A investigação da antiga Delegacia de Combate ao Crime Organizado
(Deco) apontou a existência de uma divisão de tarefas entre os
criminosos, com atuação dentro e fora das penitenciárias, para a prática
de crimes como tráfico de drogas, latrocínio e homicídio. De dentro das
cadeias, integrantes da facção se comunicavam por telefone e por
anotações em que registravam os nomes dos comparsas, matrícula no
sistema penitenciário e outros detalhes sobre a participação na
organização formada como um sindicato do crime. Os crimes ocorreram
entre 22 de janeiro e 9 de outubro de 2015.
Na sentença, os juízes Elisabeth Cristina Amarante Brancio
Minare, Leila Cury e Newton Mendes de Aragão Filho apontaram a divisão
de tarefas dos criminosos que eram liderados no DF por Edson de Souza
Campos, conhecido como Neguinho do Recanto. Ele coordenava as atividades
e apontava as diretrizes do grupo. Foi condenado a 16 anos e seis meses
de prisão em regime fechado. Wanderson Santos Silva, o Pardal, e Bruno
Borges Rocha, o “BR”, eram os responsáveis pelo controle os bandidos
fora dos presídios, principalmente em crimes de tráfico de drogas. Eles
receberam uma pena de 12 anos e quatro meses de prisão e 16 anos e um
mês. respectivamente.
Wilton de Oliveira Silva, chamado pelos comparsas de Neguinho
Satanás, exercia o controle e a coordenação dos membros da facção que
estão presos. Ele também era encarregado de resolver conflitos entre os
integrantes da organização. Recebeu uma pena de 16 anos e um mês de
detenção. Outros 14 integrantes do grupo também foram condenados, entre os
quais a advogada da facção criminosa, Indiara Almeida Moreira. Apontada
como uma “leva e traz” de recados da organização criminosa, ela recebeu
uma pena de três anos, seis meses e 15 dias de reclusão, em regime
aberto.
Operações como a Avalanche têm sido realizadas com frequência por
policiais civis do DF como forma de desarticular a formação desses
grupos. Foi o que ocorreu há duas semanas com a Operação Prólogo,
em duas etapas, sendo a primeira em presídios do DF e a segunda, em
cadeias públicas de Águas Lindas e do Novo Gama, realizadas pela equipe
da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a
Administração Pública e à Ordem Tributária (CECOR).
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 2 de maio de 2018
Criminosos que tentavam infiltrar facção nos presídios do DF são condenados a penas de 16 anos de prisão
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Temer precisa rezar para que inspeção militar não falhe
Bandidagem parece tirar militares para dançar
Em reunião com um grupo de nove governadores, Michel Temer Temer oscilou entre o realismo e o otimismo ao comentar, nesta quarta-feira (18), o papel dos militares na crise das prisões. Soou realista ao admitir que as inspeções das Forças Armadas, sozinhas, não resolverão a encrenca. Soou otimista ao dizer que os militares ateariam medo nas facções criminosas. “É fator de atemorização para aqueles que estão nos presídios. E fora também.”
Horas depois, o Sindicato do Crime, facção majoritária no Rio Grande do Norte, promoveu nova rebelião dentro de um presídio (assista vídeo), dessa vez na cidade de Caicó. E ordenou às suas falanges que tocassem o terror do lado de fora das penitenciárias —em Caicó e também na capital, Natal. Tudo isso no dia em que o governador Robinson Faria requisitou formalmente a Temer as inspeções fardadas nas prisões.
Foi como se a bandidagem potiguar, numa coreografia ilógica, que desafia até a estabilidade dos negócios da facção, tirasse o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para dançar. Foi como se o Sindicato do Crime, aliado local do Comando Vermelho carioca e inimigo de uma franquia nordestina do PCC paulista, estivesse encantado com as aparições na Globo, no noticiário vizinho da novela.
Produziu-se pelo menos mais uma morte dentro da cadeia. Incendiou-se a cozinha da prisão de Caicó. Queimaram-se carros do governo e ônibus em Caicó e na capital. Depois de molhar a camisa o dia inteiro, a população trabalhadora de Natal ficou sem transporte público à noite. As empresas recolheram os veículos. Em Brasília, no encontro com os governadores, Temer dissera que é preciso liquidar o quanto antes com “esse drama infernal” que produz massacres em série nas prisões. Referindo-se ao extermínio de pelo menos 138 presos, muitos deles decapitados e amputados, Temer comentou: “Quando as imagens chegam à TV e, mais drasticamente, por WhatsApp e internet, são cenas pavorosas, muitas vezes inimagináveis, muitas vezes difíceis de olhar. Recebi muitos depoimentos dessa natureza. Precisamos minimizar, acabar com isso, liquidar com esse assunto.” Hã, hã…
Construída com método durante décadas de descaso, a tragédia dos presídios não será resolvida do dia para a noite. Se o Estado começasse a fazer tudo certo hoje, talvez começasse a enxergar algum resultado em 30 anos. Por ora, Temer precisa rezar para que as inspeções dos militares não descambem para o fiasco. Ou para a tragédia. [a segunda opção atropela a primeira pelo simples motivo que nossas Forças Armadas não recuarão; BRASIL Acima de tudo! DEUS Acima de todos!]
Depois dessa aposta, só mesmo chamando o Batman. Ou o Super-Homem. [sem sombra de dúvidas entre as inspeções descambarem para o fiasco ou tragédia, a Sociedade sairá ganhando com a segunda opção - o confronto Forças Armadas x bandidos, eliminará de vez c BRASIL Acima de tudo! DEUS Acima de todos! om a superlotação dos presídios e não será por fuga dos bandidos.
Mantemos nosso entendimento de que Temer na presidência da República - apesar de suas falhas, indecisões, recuos (agora mesmo pensa em cancelar a liberação das contas inativas do FGTS, justamente as com saldo mais alto) - é bem melhor para o Brasil que a escarrada ex-presidente.
O que estraga o governo Temer é suas indecisões, suas atitudes que demonstram que ele se preocupam mais com o que vão pensar do que com os resultados - Itamar era vacilante, mas, em várias decisões de importância teve a firmeza necessária e terminou seu Governo com o Brasil no lucro.
O lamentável é ter um Temer para resolver os problemas das penitenciárias quando o ideal seria um presidente com a fibra de um Ernesto Geisel, Emilio Médici, Costa e Silva ou Castello Branco.]
Fonte: Blog do Josias
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Facção do Rio Grande do Norte ordena que ataques cheguem às ruas
ÉPOCA teve acesso ao conteúdo do “salve” que determinou a queima de ônibus, delegacias e órgãos públicos em Natal. A cidade teve três ocorrências de incêndio a veículos na tarde de hoje (18)
Três veículos foram queimados na tarde desta quarta-feira (18) em Natal, capital do Rio Grande do Norte, palco da mais recente matança em presídios brasileiros: um ônibus na Praia do Meio, outro no bairro Vale Dourado e um carro oficial do governo em Mãe Luiza. A Secretaria de Segurança Pública informa que os ataques têm relação com as transferências de presos no estado, iniciadas nesta quarta-feira.
Ônibus foi queimado na tarde desta quarta-feira (18) na Praia do Meio, em Natal, no Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação)
Criminosos do Sindicato do Crime (SDC), facção rival à paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), difundiram nesta tarde um “salve”, como são chamadas as ordens distribuídas para a quadrilha, determinando ataques a delegacias, ônibus e órgãos públicos.
Confira a íntegra do salve [texto reproduzido do original. Os erros foram mantidos]:
SINDICATO DO CRIME DO RN
COMUNICADO
ESTAMOS AQUI EM MEIO A ESSE COMUNICADO PARA DEIXAR BEM CLARO QUE SOMOS A FRENTE DE TODO O SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DO RN, NÃO ESTAMOS AQUI PRA MEDIR FORÇAS COM O GOVERNO DO ESTADO, MAS TBM NOIS NÃO IREMOS ACEITAR PERDE PRA OS VERMES DO PCCU NEM UM PRÉDIO NOSSO.
SE QUEREM LEVAR OS PCCU PRA ALGUM LUGAR, QUE LEVEM ELES PRA CARAUBAS PAU DOS FERROS OU PRA SÃO PAULO QUE O LUGAR DELES DE ORIGEM, DEIXAMOS BEM CLARO QUE SE CASO VINHEREM A MEXER COM ALGUM DE NOSSOS PRÉDIOS IREMOS REAGIR A ALTURA, POIS SOMOS MAS FORTES AINDA NA RUA, TEMOS INTEGRANTES DISPOSTOS A CONCLUIR TODOS OS NOSSOS SALVES, IREMOS ATACAR TODOS OS TIPOS DE ÓRGÃOS PÚBLICOS IREMOS CAUSAR UM CAUS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
DE INÍCIO VAMOS TOCAR FOGO EM ÔNIBUS DELEGACIAS CARROS DO GOVERNO TODOS OS ÓRGÃOS PÚBLICOS COM EXCEÇÃO DE ESCOLAS E HOSPITAIS TOMAR ARMAS DE VIGIAS MATAR POLÍCIA AGENTES PENITENCIÁRIOS ATÉ VCS AUTORIDADES COMPETENTES NOS OUVIR.
IREMOS TBM MOSTRA QUE PREDOMINAMOS TODO O SISTEMA CARCERÁRIO VAMOS QUEBRAR TODAS AS UNIDADES QUE PODEMOS PRA ASSIM VCS VER QUE ESTÃO DANDO FORÇA A QUEM NÃO TEM POIS NÃO ACEITAREMOS PERDE NADA QUE É NOSSO ESTAMOS PRA RESOLVER DA MANEIRA QUE VCS AUTORIDADES VENHA NOS OUVIR NÃO INICIAMOS A GUERRA MAS TBM NÃO FUGIREMOS DELA.
ANTENCIOSAMENTE FINAL E CONSELHO DO SDCRN.
[caso a ameaça do 'salve' comece a ser executada, aí sim, caberá a ação imediata das Forças Armadas que certamente agirão em situação de 'guerra', com o uso da força necessária para debelar a ameaça.
O simples inicio das ações apontadas no 'salve' já impõe a utilização das Forças Armadas, em condição de GUERRA, já que estarão cumprindo sua MISSÃO CONSTITUCIONAL.
Independentemente do inicio da execução do 'salve' é DEVER das autoridades policiais do RN identificar os responsáveis pelo documento e providenciar o devido enquadramento criminal do autor ou autores, haja vista o teor de GRANDE AMEAÇA do conteúdo do documento no que se refere as ameaças contra autoridades e população.]
Fonte: Revista Época
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quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Entenda a onda de violência no Rio Grande do Norte
O estado já foi alvo de mais de 80 ataques em 27 cidades. Facção é suspeita de comandar as ações criminosas
Desde a última sexta-feira (29), o estado do Rio Grande do Norte vive uma onda de violência e ataques de vandalismo. Ônibus e veículos foram incendiados na capital Natal e em cidades do interior. Prédios públicos e privados foram depredados. O Ministério Público do Rio Grande do Norte aponta a facção Sindicato do Crime, que seria uma dissidente da maior organização criminosa do Brasil, como a possível mandante dos atentados.
Devido às ações, o sistema de transporte público de Natal foi altamente comprometido. No domingo (31), houve paralisação total do sistema. Os veículos circularam com frota reduzida a partir de segunda-feira (1º). Escolas e comércios chegaram a fechar as portas. Até o momento, nenhuma morte foi registrada.O presidente em exercício, Michel Temer, autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para combater a onda de ataques no estado. O governo do Rio Grande do Norte confirmou o reforço de 1.000 homens do Exército e cerca de 200 fuzileiros. No começo da tarde de segunda-feira, em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), Ronaldo Lundgren, classificou os ataques criminosos como “atos de terrorismo”.
Ações criminosas
Os ataques tiveram como primeiro alvo um ônibus da empresa Guanabara que transitava pela Zona Oeste de Natal, próximo ao cemitério público da cidade, por volta das 15h30 da sexta-feira (29). Segundo passageiros, dois homens pararam o veículo, renderam o motorista e pediram a todos que deixassem o ônibus. Em seguida, atearam fogo no veículo e fugiram a pé.
Meia hora depois, por volta das 16 horas do mesmo dia, outro ônibus da mesma empresa foi atacado. Ainda no terminal, cerca de dez homens abordaram o motorista, cercaram o veículo, quebraram os vidros e atearam fogo com gasolina. Os criminosos trancaram o motorista e outros funcionários em uma sala no terminal. Ao todo, cinco ônibus foram incendiados em Natal na sexta-feira.
De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, desde o início da onda de violência a polícia já registrou mais de 80 ataques em 27 cidades do estado até esta terça-feira (2). Além dos ataques, 17 presos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira, na Zona Leste de Natal, na madrugada de segunda-feira. Apenas um foi recapturado até o momento.
Possível causa
Segundo investigações, a instalação de bloqueadores de sinal de celular em penitenciárias do estado pode ser o motivo da série de ataques. Os bloqueadores, que foram instalados na quinta-feira (28), devem impedir que os detentos façam ou recebam ligações de dentro do presídio.
No mesmo dia, a Secretaria de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte enviou um memorando a todos os diretores de penitenciárias e cadeias públicas. Pedia a atenção dos agentes penitenciários para possíveis rebeliões e motins. O alerta foi emitido depois da circulação de áudios nas redes sociais, supostamente gravados por criminosos em resposta à instalação do sistema de segurança contra celulares. Em um dos áudios, um criminoso ligava para uma pessoa para alertá-la de que haveria represália à instalação dos bloqueadores e que os criminosos responderiam ao estado com uma “guerra no Rio Grande do Norte”.
Prisões
Até esta terça-feira, 72 suspeitos de participação nos ataques foram presos ou apreendidos. No domingo, João Maria dos Santos de Oliveira, de 32 anos, foi preso em um condomínio em Parnamirim, Grande Natal. Ele é apontado como o chefe da facção que coordena os ataques. Na casa, a polícia ainda apreendeu R$ 300 mil em espécie, aparelhos celulares e tablets. João Mago, como é conhecido, estava foragido desde dezembro do ano passado, quando saiu da Penitenciária Estadual de Parnamirim.
Além de João Mago, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte anunciou a prisão de Daniel Silva de Carvalho, apontado como o “número 2” na linha hierárquica da organização criminosa. O criminoso era preso no regime semiaberto e usava uma tornozeleira eletrônica no momento da prisão.
Fonte: Revista Época
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terça-feira, 2 de agosto de 2016
Conheça o ‘Sindicato do Crime’, facção que espalha terror no RN
Bandidos
que comandam o crime no estado têm até um “estatuto”
que proíbe uso de crack, veta estupradores e homossexuais
Resultado da incapacidade dos governos de controlar
o sistema prisional país afora, a onda de terror
disseminada no Rio Grande do Norte por facções organizadas nas penitenciárias
era um risco conhecido das autoridades potiguares há pelo um ano. Uma
investigação do Ministério Público do Rio Grande do Norte concluída no ano
passado revelou que uma nova e poderosa
facção criminosa, o Sindicato do Crime, surgia nos presídios do estado.
Nascida de uma dissidência do Primeiro Comando da
Capital (PCC), a facção logo dominou o submundo das prisões, lucrando com o
monopólio da venda de drogas dentro e fora dos presídios, com o comércio
informal no cárcere e com o pagamento de “mensalidades” por parte dos integrantes da
“família” – como eles se identificam – que estavam fora das prisões, livres para cometer crimes,
conseguir dinheiro, armas e drogas.
Os ataques começaram depois que
as autoridades instalaram bloqueadores de celular na Penitenciária de
Parnamirim, na
região metropolitana de Natal, uma medida que comprometeu a comunicação dos
criminosos. Desde sexta-feira (29), já foram registrados oitenta atentados no
estado. Delegacias de polícia, prédios públicos, carros e ônibus foram
incendiados em diversos pontos da capital e do interior. Mais de 70 suspeitos
já foram presos.
Durante quase um ano de trabalho
monitorando os criminosos, os investigadores do Ministério Público potiguar conseguiram desenhar, a partir de interceptações telefônicas e de conversas de
WhatsApp dos presos, toda a anatomia da facção Sindicato do Crime (confira
a seguir). No ano passado, as investigações do MPRN levaram a prisão de
dezenas de criminosos. A Justiça
determinou o bloqueio de 79 contas bancárias usadas pela facção, mas a ação
não foi suficiente para frear o avanço dos criminosos.
O material em poder das
autoridades revelou níveis alarmantes de organização e de domínio do aparato
estatal por parte dos criminosos nos presídios. “Os integrantes do ‘Sindicato do Crime’, ou ‘SDC’, compreenderam a sistemática de funcionamento da organização
(PCC) e romperam com a mesma por discordarem do grande rigor das regras do estatuto
do grupo, da forma de tratamento com inadimplentes com a contribuição mensal e
do valor desta, além da insatisfação com a obrigação de prestar contas a
detentos de outros estados”, registra o MPRN em um dos relatórios da
investigação.
A facção tem até um estatuto, uma espécie de “código de ética do crime”, que os integrantes devem seguir dentro e fora das prisões.
quem desrespeita o código ou “vira
as costas” para a facção é julgado pelo tribunal do
crime. VEJA teve acesso ao
calhamaço de mais de cem páginas que materializa a investigação do Ministério
Público. O estatuto do Sindicato do Crime, fundado em março de 2013, tem
dezessete “mandamentos” a serem
seguidos pelos integrantes da facção. Os soldados do Sindicato do Crime também
se denominam “família RN”. Está
lá no estatuto, por exemplo, no artigo 3º, que os bandidos irão declarar “guerra contra grupos de extermínio e em
casos extremos”.
A instalação de bloqueadores de
celular, que interrompe o principal meio de comunicação e organização da
facção, por exemplo, seria um desses “casos
extremos”. O
estatuto também deixa claro que a “ética
do crime” pregada pela facção deve ser seguida pelos bandidos dentro e fora
da prisão: “Todos os integrantes da
família RN têm a obrigação de seguir a ética do crime acima de tudo”. É
proibido “conflito interno” na
facção, para que não haja divisões, e também é proibido usar o nome do
Sindicato do Crime para resolver “problemas
pessoais”.
Há ainda a preocupação com a própria saúde
dos bandidos da facção. Eles são proibidos de usarem drogas pesadas, que
comprometem sua atuação. “Todos os
integrantes da família RN tem compromisso de não usar crack nem Rivotril, nem
no sistema nem na rua. Caso venha a usar, vai ser avaliado pela final”, diz
o artigo 6º. “Final” é o tribunal da facção responsável por avaliar as
transgressões dos integrantes da “família”.
Os
principais pontos do estatuto do Sindicato do Crime são os seguintes:
— Humildade, paz e liberdade.
— Guerra contra grupos de extermínio
e em casos extremos.
— Todos os integrantes da família
RN têm a obrigação de seguir a ética do crime acima de tudo…
— Todos os integrantes têm
obrigações a dar. A contribuição do caixa mensal do RN, rifas e dinheiro, salvo
aqueles que se encontram no sistema e que estejam sem condições. Dinheiro esse
que será usado em prol da própria família RN, na aquisição de drogas, armas,
advogados, etc…
— Todos os integrantes da família
RN que se encontram em liberdade e estruturados, que se esquecerem e virarem as
costas para a família, principalmente com quem está no sistema, serão avaliados
pela final (o tribunal da facção)…
— Todos os integrantes da família
RN devem dar bom exemplo a ser seguido. Por isso, a família RN não aceita
estuprador, homossexual, cagueta, extorsão, entre outros atos (de afronta) a
ética do crime.
— A família RN não admite
mentiras, traição, inveja, calúnia, egoísmo, interesses pessoais, mas sim: a
verdade, respeito, lealdade, transparência. Porque o objetivo da família é a
melhor para todos, sempre na ética do crime.
— Todos os integrantes tem
como obrigação, inclusive com os companheiros de fora da família, respeito,
lealdade, humildade, hombridade fidelidade transparência e sendo a família em
primeiro lugar (sic).
Fonte: Revista VEJA
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