Vozes - J.R. Guzzo
O caso Maurício Souza
A
perseguição desencadeada contra o atleta Maurício Luiz de Souza,
jogador da seleção brasileira de vôlei, é um escândalo destes tempos em
que o totalitarismo, a intolerância e o rancor são impostos à sociedade
com violência cada vez maior pelos movimentos “politicamente corretos”.
Foi um linchamento, puro e simples, da reputação e da carreira esportiva
de um cidadão brasileiro que não fez absolutamente nada de errado, e
nem outra coisa além de exercer o direito constitucional à expressão do
seu próprio pensamento.
Maurício entrou, apenas pelo fato de
manifestar uma opinião, na zona de tiro do “movimento gay” — foi
executado, sem apelação ou direito de defesa, com o seu desligamento do
Minas Tênis Clube por pressão dos patrocinadores Fiat e Gerdau. Ou seja:
atleta desse clube não tem o direito de pensar como um cidadão livre —
ou, então, tem de esconder aquilo que pensa.
O jogador não
cometeu, nem em atos e nem em intenção, nenhum delito de “homofobia”, a
acusação genérica que lhe foi feita e apresentada como motivo para a sua
punição. O que ele fez? Apenas comentou, em suas redes sociais, que
desaprova a entrada de um homem de 50 anos, pai de filhas e com o dobro
do tamanho das outras jogadoras, numa equipe universitária de basquete
nos Estados Unidos. Em sua opinião, não está certo admitir, em times
femininos, homens que se descrevem como “transgêneros” após passarem por
cirurgias — só isso.
O jogador da seleção brasileira também disse que
não gostou do novo Superman gay — nem da “linguagem neutra” que a Rede
Globo quer adotar numa de suas próximas novelas. Mas e daí? Por acaso
alguém é obrigado a aprovar a última versão do super-herói, ou uma
novela de televisão onde os personagens vão falar “ile”, “aquile” e
“novéle”?
Estão construindo no Brasil, com o apoio de empresas
como Fiat e Gerdau, e de clubes esportivos como o Minas, uma máquina de
repressão à liberdade. Ser ”homofóbico”, segundo essa maneira de ver o
mundo, não é mais praticar atos de violência, de discriminação ou de
desrespeito aos homossexuais, conforme estabelecem as leis — é,
simplesmente, desagradar a quem controla alguma das facções do
“movimento gay”. Onde está o ódio, aí — nas palavras de Maurício ou na
sua punição?
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES