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terça-feira, 5 de março de 2019

Cabo do Exército que vendia fuzis para o tráfico é mantido preso em PE

O cabo foi preso no dia 17 de janeiro por ter praticado o crime de posse irregular de arma de fogo

foto: Divulgação/Polícia Civil

Os ministros do Superior Tribunal Militar negaram habeas corpus e mantiveram preso, por unanimidade, um cabo do Exército do 7.º Grupo de Artilharia de Campanha (7º GAC), sediado em Olinda (PE). O militar foi preso em flagrante pela Polícia Civil do estado, acusado de desviar e vender armamento e material de guerra para traficantes da região metropolitana de Recife. As informações estão no site da Corte militar (HC 700057-42.2019.7.00.0000). A sessão de julgamento foi transmitida ao vivo pela Internet. O cabo foi preso no dia 17 de janeiro por ter, supostamente, praticado o crime de posse irregular de arma de fogo.

Durante as investigações, o cabo confessou ter desviado armamento do quartel para 'obter um ganho extra'. Em ação conjunta com a Polícia Civil, foram apreendidos na residência do militar armamentos e munições, supostamente de propriedade do Exército, quando foi preso. No mesmo dia, a primeira instância da Justiça Militar da União, em Recife, decretou a prisão preventiva do acusado e o manteve encarcerado no 7.º GAC.  Na semana passada, a defesa entrou com pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal Militar, no intuito de revogar a prisão preventiva decretada monocraticamente pela juíza federal da Justiça Militar.
Ao analisar o pedido, o ministro do STM Odilson Sampaio Benzi negou provimento e manteve a prisão do acusado por tempo indeterminado.

No seu voto, o relator lembrou que o próprio acusado confessou durante o Inquérito Policial Militar que, 'após o nascimento da sua filha começou a necessitar de dinheiro e decidiu desviar e vender armamentos para obter renda extra'.  Ele também contou como adulterou documentos oriundos da 2.ª Bateria de Obuses e como retirou do quartel três fuzis e munições de diversos calibres, entre eles .50 e 7,62.  O militar disse, inclusive, que vendeu os três armamentos "para um traficante conhecido pelo valor de R$ 7.500,00".  Para o ministro, a falta de dinheiro não justifica nem autoriza o militar ou qualquer outra pessoa a cometer crimes. "Ainda mais no caso em tela, tratando-se de graduado das Forças Armadas, exercendo um cargo de extrema importância como é a função de armeiro."

O relator fundamentou sua decisão informando que, ao contrário do que foi alegado, 'há sim grande probabilidade de que o acusado seja tentado ou forçado por traficantes ou pelas facções criminosas a continuar delinquindo no transcorrer da persecução criminal, nem que seja impedindo a produção de provas ou atrapalhando a instrução processual, principalmente após ele ter confessado toda a senda criminosa às autoridades'.  Com relação à periculosidade, o relator entendeu que por se tratar de crime cometido por um militar graduado, no interior do quartel durante o serviço, à frente de uma função sensível, como é o caso do armeiro, 'o perigo maior está imbricado no próprio modus operandi perpetrado pelo paciente (cabo), bem como nas consequências desses atos ilícitos tanto para a caserna, quanto para a sociedade civil'.  "Além do mais, quero acreditar que o instituto da periculosidade não é sinônimo de reincidência, de maneira que, mesmo primário, o agente pode vir a se tornar perigoso, a depender, por certo, de como ingressou no mundo do crime e dos atos por ele praticados", afirmou o ministro Odilson Sampaio Benzi.

"No que tange à garantia de aplicação da lei penal militar, cabe lembrar que o paciente confessou o crime, citou o nome de mais de um traficante com quem negociou armas e munições e que dos três fuzis subtraídos da caserna, ele devolveu apenas um deles. E mais, não se pode esquecer que o graduado demonstrou estar com muito medo de o crime organizado atentar contra a sua vida e contra a vida de seus familiares, o que, por si só, a meu juízo, já são motivos suficientes para levantar a possibilidade de eventual fuga, fato que confirma a necessidade de, por enquanto, mantê-lo preso, até para preservar sua integridade física", concluiu o relator.  


 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Militar se deita no asfalto por meia hora para socorrer jovem atropelada

Militar orientou a jovem atingida por uma motocicleta a se deitar e segurou sua cabeça e seu pescoço para que ela não lesionasse a coluna

 
Um cabo do Exército deitou-se no asfalto e segurou o pescoço e cabeça de uma jovem vítima de atropelamento por quase meia hora para evitar que ela tivesse alguma lesão na coluna cervical. A ação aconteceu na noite da terça-feira (4/7) na EPNB. Romário Rogério Rodrigues de Carvalho conta que voltava para casa, no Riacho Fundo, quando notou o acidente. A vítima, Gabriela, 17 anos, tinha sido atingida por uma motocicleta e estava com o rosto sangrando.
 
Treinamento 
Ele não teve dúvidas em ajudar a jovem. "Como militar, tive treinamento no quartel. Eles pregam muito isso, de ajudar no atendimento em caso de acidente", conta Carvalho. 
 
O cabo relata que aguardou por quase 30 minutos a chegada do socorro. Nesse tempo, instruiu a vítima a deitar no chão, pois acreditava que ela poderia desmaiar. Além disso, verificou a condição das pernas e braços de Gabriela e estabilizou sua cervical, para evitar danos à coluna. "Também conversei para mantê-la acordada", conta. O condutor da moto que atropelou a jovem também esperou no local a chegada do resgate. A vítima foi levada pelos Bombeiros para o Hospital de Base.

 Fonte: Correio Braziliense


domingo, 30 de novembro de 2014

A matança de policiais tem que parar - bandido bom é bandido morto

NA DÚVIDA QUE MORRA O BANDIDO

Após seis mortes, Beltrame convoca reunião para discutir ataques a policiais

Em uma semana, cinco PMs e um cabo da Força de Pacificação do Exército no Complexo da Maré foram assassinados. Secretário diz que Rio precisa de 'ações institucionais articuladas' para combater violência 
Beltrame convoca reunião para discutir onda de ataques a policiais
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse, na manhã deste domingo, que reunirá, nesta segunda-feira, os comandos das polícias Militar e Civil para traçar estratégias de ação contra a recente onda de violência contra agentes públicos de segurança do estado. Em uma semana, cinco policiais militares e um cabo da Força de Pacificação do Exército foram mortos em vários episódios de violência no Rio e Grande Rio. Beltrame esteve pela manhã num evento no Maracanãzinho e disse que, a princípio, os últimos ataques a policiais, ocorridos na noite de sábado, foram “tentativas de assalto”. — O que a gente tem a principio foram tentativas de assalto, mas isso não interessa para nós. São policiais, servidores do Estado e nós vamos atrás do autores. Teremos uma reunião das polícias Militar e Civil, onde pretendemos articular algumas ações — disse Beltrame.

Num discurso enfático, o secretário disse que o trabalho pela segurança no Rio depende da atuação conjunta de todas as esferas de governo e dos poderes Legislativo e Judiciário.
Gostaria também de dizer, neste momento, que precisamos de ações institucionais articuladas. Precisamos do Legislativo, do Judiciário, do sistema prisional, de um trabalho forte em fronteira, de segurança primária e de ações fortes em relação a menores — afirmou.

Em entrevista à Globonews, o relações públicas da Polícia Militar, coronel Luís Costa, disse que não há relação entre as mortes dos policiais ocorrida no sábado. Ele também descartou a possibilidade de facções criminosas terem ordenado esses ataques.

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que acompanha o trabalho das Delegacias de Homicídios da Capital e da Baixada Fluminense “de investigar e identificar os responsáveis pelas recentes mortes de policiais militares”. No comunicado diz ainda que “de acordo com a Subsecretaria de Inteligência da Seseg, não há informações de que existam ordens oriundas de presídios para ataques a PMs ou de que os casos ocorridos nos últimos dias possuam relação entre si”.