Jandira
Feghali, Aliel Machado, Alessandro Molon, Ivan Valente... Era um verdadeiro
Parque dos Dinossauros
A indignidade das viúvas do PT na sessão que cassou o mandato de
Eduardo Cunha era mesmo algo fabuloso, estupefaciente. Em momentos assim,
parece-me claro que a deputada Jandira Feghali (PCdoB), candidata à Prefeitura
do Rio, é daquelas que não têm concorrência. Não que o neoclorofilado da Rede Aliel
Machado (PR),
ex-camarada de Jandira no “comunismo do
Brasil”, não lhe tenha tentado tomar
o posto da impostura, se me permitem o gracejo. Alessandro Molon (RJ), outro que também andou se engaçando com os
troncos da floresta de Marina, vindo do PT, brilhou nessa plêiade de vigarices intelectuais.
A que me refiro? Os três decidiram praticamente ignorar a razão por que Cunha estava
sendo cassado.
E olhem que nem tomaram o cuidado de dar tanto relevo às informações oriundas
do Ministério Público. Não estavam em julgamento, claro!, mas é evidente que as
falcatruas de que o peemedebista é acusado estão presentes, não é? Que
nada! Não deram a menor bola para isso. Esses foram os destaques, sim, mas, em uníssono, os esquerdistas, acreditem, decidiram atacar a dita “agenda conservadora” de Cunha, acusando-o de ter sido,
assim, uma espécie de instrumento da reação. E Jandira vociferava: “Os progressistas ainda vão voltar ao
poder”. E martelava a tese do golpe contra Dilma. A seu modo, faz sentido. Ali estava uma “comunista do Brasil”, aquele partido cujas ONGs se metem, de
vez em quando, em relações bastante
suspeitas com dinheiro público.
No fim das contas, aquela
turma estava pouco se lixando se Eduardo Cunha tinha ou não dinheiro no
exterior; se havia ou não se locupletado com maracutaias na Petrobras. Ora,
por que esquerdistas dariam bola
para questões dessa natureza? Isso,
convenham, eles também fazem. Não! Os arautos do governo deposto, inclusive
os dois representantes do partido de Marina Silva, estavam lá para falar em
nome de uma tal agenda progressista.
E assim fizeram muitos dos
vermelhinhos. Senti
falta de Jean Wyllys (PSOL-RJ) — não apareceu para cuspir em ninguém? Que coisa! Os comunas não estão nem aí se há
roubalheira ou não desde, como é mesmo, que possam falar em nome da libertação
do povo e das sinecuras que esse discurso rende. E, claro, como sempre, ninguém gritava mais
do que Ivan Valente (PSOL-SP), um deputado notório por pensar quando berra
e berrar quando pensa. Na cabeça desses mistificadores, a cassação de Cunha
representava, como é mesmo?, a derrota do que eles chamam “projeto conservador”.
Os mistificadores só não se
deram conta de que, entre os 450 votos que cassaram Cunha, estavam a quase totalidade dos 367 que votaram em favor do impeachment
de Dilma. Cunha
só obteve uma rejeição ainda maior porque, por óbvio, a esquerda votou a favor de Dilma e contra ele. Quem cassou Cunha foram
aqueles que os comunas consideram “reacionários”.
Eles, sozinhos,
não tinham votos para isso. Como não tiveram para salvar Dilma.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo