[ACUSAÇÕES precisam de FATOS para sustentá-las;
INVESTIGAÇÕES precisam transformar indícios, ou atipicidades, em FATOS para fundamentar futuras denúncias com FATOS,
já que denúncias só PROSPERAM com FATOS.
Síntese: CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS, SEM FATOS NÃO EXISTE CRIME.
Saiba mais sobre a indústria de acusações sem provas, clicando aqui.]
Quem viu a reação do PT diante das denúncias de corrupção acha que está num pesadelo, pois a música é a mesma
A corrida do senador eleito Flávio Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal
teve dois objetivos. O primeiro foi travar a investigação do Ministério
Público do Rio de Janeiro em torno dos “rolos” de seu ex-assessor
Fabrício Queiroz. Daqui a poucos dias, o ministro Marco Aurélio Mello liquidará essa
questão, destravando-a. O segundo, essencial, é a tentativa de anular as
provas conseguidas pelos procuradores. Que provas? Isso não se sabe,
pois o caso corre em segredo de Justiça e até bem pouco tempo Flávio
Bolsonaro repetia que não está sendo investigado. [alguém já parou para pensar que Queiroz já depois, Flávio também, Jair Bolsonaro e sua esposa, só que ninguém sabe de nada, devido estar em segrego de Justiça?
Alguém já cogitou que o vazador do Coaf já foi identificado, esclarecer os vazamentos criminosos até agora havidos, mas, está tudo em segredo de Justiça? ]
A nulidade das provas é o sonho de todo réu. [existe algum réu nesse processo? existe processo?] Na última catedral da
impunidade, a Operação Castelo de Areia virou pó conseguindo-se anular
as provas de que o Sol das serralheiro nascia na caixa das
empreiteiras. Depois dela vieram a Lava Jato, Sergio Moro e deu no que
deu. Desde que os “rolos” de Queiroz se tornaram públicos, todos os seus
movimentos ofenderam a boa-fé do público. Não atendeu a duas convocações
do Ministério Público, passou por uma cirurgia e deixou-se filmar
dançando. Já o senador eleito Bolsonaro considerou “plausíveis” as
explicações que recebeu do ex-assessor. Que explicações?
Quem acompanhou a reação do comissariado petista diante das denúncias de
corrupção nos governos petistas acredita que está num pesadelo. A
melodia dos poderosos é a mesma. Onyx Lorenzoni diz que a oposição busca
um terceiro turno. Em 2011, Dilma Rousseff disse a mesma coisa quando surgiu o rolo do
patrimônio de Antonio Palocci, chefe de sua Casa Civil. A letra do samba
é muito diferente, porque os “rolos” de Queiroz são cascalho quando
comparados com as propinas bilionárias que rolaram durante o consulado
dos comissários.
O pesadelo estraga o sono de milhões de pessoas que votaram contra a
roubalheira, o blá-blá-blá e a resistência dos petistas a uma
autocrítica. Todas as explicações dadas até agora partem da premissa de que a plateia
é boba. Por exemplo: Fabrício Queiroz deixou de ser assessor de Flávio
Bolsonaro no dia 16 de outubro, logo depois do primeiro turno da
eleição, para cuidar do seu processo de aposentadoria. Por coincidência, sua filha, personal trainer no Rio e assessora de Jair
Bolsonaro em Brasília, [o assessor de um parlamentar não está obrigado a exercer suas funções em Brasília;
as normas vigentes autorizam que tal assessoria seja prestada onde o parlamentar necessitar e sempre sobre a fiscalização do mesmo.] foi exonerada no mesmo dia. (A essa altura a
Polícia Federal já sabia que o Coaf estranhara a movimentação financeira
de Queiroz.)
Travas, silêncios, segredo de Justiça, corrida à “porcaria” do foro
privilegiado e pedidos de nulidade das provas só servem para alimentar
murmúrios maliciosos. Os promotores não têm pressa, só têm perguntas.
(...)
IMPOSTECAS
Para os doutores Paulo Guedes e Marcos Cintra (secretário da Receita) pensarem no tamanho da encrenca em que se meteram:
Um cidadão comprou num site americano roupas no valor de US$ 40. A
mercadoria chegou ao Brasil e ele soube que foi devolvida porque a nota
fiscal não descrevia o conteúdo e, por isso, era impossível calcular o
valor do tributo a ser cobrado.
Tudo bem, mas:
1) O cidadão poderia ser chamado para abrir o pacote e mostrar o conteúdo.
2) O imposteca poderia ter aplicado um tributo punitivo. Se o contribuinte não quisesse pagar, o pacote seria devolvido.
ANISTIA
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou, por unanimidade, o
projeto que concede anistia administrativa aos PMs que se envolveram na
greve branca de 2017.
Com a anistia esfumaçaram-se 2.622 processos, 90 dos quais caminhavam
para a demissão e 23 haviam resultado em expulsões. Ficou tudo em paz e
quem foi punido retornará ao serviço, com direito aos salários perdidos.
(Foi rejeitada uma emenda que concedia indenização de R$ 100 mil para
as vítimas de homicídios dolosos ocorridos durante o período da greve.)
A paralisação da PM jogou o estado num caos, mas a anistia era pedra
cantada e foi bandeira de campanha do atual governador, Renato
Casagrande.