Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família de Cerveró em troca de silêncio
Senador e banqueiro teriam oferecido R$ 4 milhões ao advogado de ex-executivo
[Lula tua vez está chegando. É só questão de tempo.
E você não vai ter direito à prisão especial, vai para cela de analfabeto mesmo, depois teus filhos, toda tua família.
E não adianta tentar usar a dupla cidadania - achando ser esperto, você conseguiu cidadania italiana, mas, a Itália extradita criminosos.]
O Senador Delcídio Amaral (PT-MS) na Comissão de Assunto Econômicos do Senado - Aílton de Freitas / Agência O Globo / Arquivo 23/04/2013
Documento do Ministério Público Federal revela que o senador Delcídio
Amaral (PT-MS), em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG
Pactual, ofereceu pagamento de R$ 4 milhões ao advogado Edson Ribeiro,
contratado pelo ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró,
para que o investigado não firmasse acordo de delação premiada na
Lava-Jato. A alternativa seria Cerveró assinar o acordo, mas não
mencionar nem Delcídio, nem Esteves nos depoimentos. A dupla também
teria pago R$ 50 mil a Bernardo Cerveró, filho do ex-executivo da
estatal, em troca do silêncio do depoente. O restante da família
receberia a mesma quantia mensal como recompensa. O
líder do governo no Senado e o banqueiro foram presos nesta
quarta-feira, já o advogado ainda não foi detido apesar de ter tido sua
prisão decretada.
Bernardo Cerveró procurou a força-tarefa da
Operação Lava-Jato em Curitiba para relatar a existência de pressões ao
pai, que negociava a assinatura de um acordo de delação premiada. Fontes
com acesso às investigações relatam que ele mencionou a ofensiva contra
o pai por parte de uma autoridade com foro privilegiado, sem menção
direta ao líder do governo no Senado.
A revelação sobre a oferta de R$ 4 milhões e de uma mesada de R$ 50
mil foi feita pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF). Por unanimidade, a Segunda Turma do STF,
composta de cinco ministros, confirmou na manhã desta quarta-feira a
decisão tomada ontem pelo ministro. O colegiado considerou gravíssima a
acusação do Ministério Público Federal de que o parlamentar tentava
obstruir as investigações sobre o esquema de desvios de dinheiro da
Petrobras.
Zavascki queria que o colegiado referendasse sua decisão de prender
Delcídio. Pela Constituição Federal, um parlamentar só pode ser preso
antes de condenado em caso de flagrante. Para o ministro, a tentativa do
senador de obstruir as investigações da Lava-Jato revela o flagrante.
FUGA PELO PARAGUAI
Ainda segundo o Ministério
Público Federal, Delcídio participou de reunião em que foi planejada a
fuga de Cerveró para a Espanha, porque o investigado tem cidadania
espanhola. O senador chegou a sugerir uma rota pelo Paraguai e também o
tipo de avião que o transportaria até o país europeu.
Outro motivo que levou o ministro a mandar prender o senador foi o
fato de que, em reunião com o advogado de Cerveró, Delcídio teria
prometido a libertação do réu no STF. Ele disse que tinha conversado com
Zavascki e com o ministro Dias Toffoli sobre a concessão de habeas
corpus. E prometeu que pediria ao vice-presidente Michel Temer e ao
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que falassem com o
ministro Gilmar Mendes sobre o tema. Para Zavascki, é impressionante “a
desfaçatez com que se discute a intercessão política na mais alta corte
brasileira”. — A intervenção de Delcídio Amaral perante o STF, ainda que não tenha
persuadido ministros, revela conduta de altíssima gravidade — disse o
relator da Lava-Jato.
Para o ministro, é importante manter o senador preso, para que as investigações não sejam prejudicadas. — A conduta revela que Delcídio Amaral não medirá esforços para embaraças as investigações da Lava-Jato — declarou. Depois da fala de Zavascki, os outros quatro integrantes da Segunda
Turma votarão se mantêm a decisão do relator, ou se libertam o senador.
INVESTIGAÇÃO DO MPF
Diante da existência de
uma autoridade com foro privilegiado, a força-tarefa do Ministério
Público Federal (MPF) em Curitiba encaminhou o caso à Procuradoria Geral
da República (PGR).
Soube-se, então, da existência de uma
gravação feita pelo filho de Cerveró com a ofensiva de Delcídio para que
o ex-diretor não o citasse na delação premiada. Em delação, o lobista Fernando Baiano, que operava o esquema para o
PMDB, acusou Delcídio de receber propina do negócio da aquisição da
refinaria de Pasadena, no Texas. A compra deu um prejuízo de US$ 792
milhões à Petrobras, conforme o Tribunal de Contas da União (TCU).
Na 20ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada no último dia 16, a
Polícia Federal (PF) prendeu um ex-gerente da Petrobras e um operador
financeiro suspeitos de participar no esquema de fraude na compra de
Pasadena. O negócio é investigado pelo MPF e pela PF em Curitiba.
Fonte: O Globo