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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Carga pesada - os aposentados não podem pagar pela irresponsabilidade da Dilma e incomPTncia do Banco Central

A INDEXAÇÃO é consequência da inflação alta, não é causa

O Banco Central prometeu derrubar a inflação de 9% para 4,8%, ou seja, quatro pontos percentuais em apenas um ano, e para isso os juros vão continuar subindo. 

O maior perigo agora é a reindexação na economia. Esse risco aumentou muito com a aprovação na Câmara dos Deputados da proposta de corrigir todas as aposentadorias pelo aumento do salário mínimo.  Os deputados que votaram certamente jamais fizeram uma conta do que isso significa. A proposta ainda tem que passar pelo Senado, mas é uma demonstração de um legislativo irresponsável. Todos querem defender os aposentados, mas basta olhar os dados para saber que houve uma política deliberada de recuperação forte do salário mínimo. E mais: houve uma escolha há 21 anos de o país lutar contra a inflação indexada que nos levou à hiperinflação.

O Banco Central cometeu erros no passado que permitiram que a inflação chegasse ao nível de 9%. Mas o grande perigo agora é a dinâmica política que se estabeleceu entre um governo fraco, que não tem a capacidade de conduzir a agenda do país; e um Congresso populista que a cada dia aprova uma medida sem ver as condições em que a economia está, que escolhas fez, que riscos corre.

Na apresentação do Relatório de Inflação, ontem, o Banco Central deu a entender que todo o esforço é para conter os efeitos do tarifaço de energia ao ano de 2015. Todo mundo entendeu que isso significa continuar subindo os juros para impedir que a alta contamine o ano que vem. Com isso, ele quer exatamente evitar a propagação da inflação, lutando contra o perigo da indexação.

O grande erro do Banco Central foi ter deixado a inflação chegar ao nível a que chegou. Por ter sido leniente no primeiro mandato da presidente Dilma, agora a dose tem que ser maior, ainda que a economia esteja em recessão. O recado de ontem foi que a Selic continuará subindo pelo menos na próxima reunião, apesar de a projeção do PIB ter caído para -1,1%. Os juros altos vão tornar mais difícil a recuperação do ano que vem.

O Banco Central no ano passado seguiu o calendário eleitoral, negou que houvesse problemas com a inflação, e interrompeu o ciclo de alta dos juros meses antes das eleições. A Selic voltou a subir três dias após o segundo turno que reelegeu a presidente Dilma. Impossível negar que o aspecto político pesou mais que a justificativa técnica. Em economia, esse é um erro que sempre tem consequências, porque afeta a reputação da autoridade monetária. Agora, o BC tem que ser ainda mais duro para convencer os agentes econômicos de que está mesmo comprometido com o centro da meta, ponto ao qual jamais chegou no primeiro mandato.

Muitos equívocos foram cometidos nos últimos anos para que o país estivesse agora com uma projeção oficial de 9% de inflação, tão próxima da linha que nos levaria ao cenário da volta aos dois dígitos. A mensagem que o governo passou nos quatro anos do primeiro mandato foi a de que qualquer número até 6,5% era estar na meta. Além disso, houve repressão e manipulação de preços de energia e de combustíveis, que tiveram que ser corrigidos este ano. O governo aumentou os gastos públicos e descumpriu a meta fiscal. Tudo isso levou a taxa a ficar bem acima do teto da meta.

O BC tem dito que os preços administrados são o grande culpado da alta deste ano. Em 12 meses até maio, eles subiram 14,1%, puxados principalmente pela alta da energia elétrica. Contudo, na própria apresentação do diretor do BC Luiz Awazu Pereira, um dos gráficos mostra que os preços livres subiram 6,8% no mesmo período, ficando, portanto, acima do teto. A inflação de serviços está em 8,2%. Houve um tarifaço de energia, mas os outros preços também estão muito acima do que deveriam. O problema está disseminado.

O risco é o país ficar preso em um círculo vicioso: subir muito os juros para conter a inflação, e assim agravar a queda do nível de atividade, o que reduz a arrecadação, impedindo a recuperação fiscal do governo. A inflação é o inimigo principal e deve ser combatida, mas é muito difícil resolver uma fatura deste tamanho em pouco tempo. O BC terá que perseverar. De nada adiantará a taxa de juros subir se o Congresso aprovar aumentos de gastos sequenciais como tem feito com as despesas da Previdência.

Fonte: Coluna da Miriam Leitão

 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Um lampejo de inteligência e o eleitor petista tivesse deletado Dilma em 2014, o Brasil hoje estaria me outra situação. Tarde para evitar, mas, ainda em tempo para corrigir

Círculo vicioso

Desde o segundo mandato de Lula, o governo tem se permitido deixar a política econômica ao sabor das suas urgências eleitorais

Aos poucos, o país vai se dando conta de quão difícil será a reversão do círculo vicioso que o vem afastando cada vez mais da rota promissora que parecia ter encontrado, em meados da década passada. Não custa rememorar a sequência de eventos relevantes. A intenção de abandonar essa rota promissora já vinha sendo esboçada na segunda metade do primeiro governo Lula. Ganhou força no segundo mandato, quando o agravamento da crise econômica mundial serviu de pretexto para que Lula desfraldasse a bandeira da “nova matriz macroeconômica”, para eleger a qualquer custo sua sucessora.
Os ruinosos desdobramentos dessa guinada só se fizeram sentir com mais intensidade no fim do primeiro mandato da presidente Dilma. Mas não a tempo de impedir sua reeleição. Hoje, no entanto, já não há como dissimular as reais proporções do desastre causado pela “nova matriz”. 

Duplamente desgastado pelos custos políticos desse desastre e do rápido avanço das investigações da Operação Lava-Jato, o Planalto sentiu-se inseguro com a extensão do apoio com que poderia contar no Congresso. E se permitiu montar um ministério com composição partidária peculiar, que supostamente lhe asseguraria base parlamentar mais confiável, menos dependente do PMDB. Manobra que logo redundou em retumbante fracasso. Não impediu que o PMDB elegesse os presidentes da Câmara e do Senado e acirrou ainda mais a desconfiança do partido com relação ao Planalto.

Nesse clima já envenenado, a inclusão de Eduardo Cunha e Renan Calheiros na lista de parlamentares envolvidos nas investigações da Lava-Jato foi o que bastou para desencadear hostilidade aberta da dupla ao Planalto. E, desde então, o governo se vê perigosamente exposto às demonstrações de força da cúpula do PMDB no Congresso.  É nesse ambiente tão adverso que a presidente Dilma vem sendo obrigada a dar o dito por não dito, para viabilizar nova guinada na política econômica, agora em sentido contrário. Mas, tendo queimado boa parte do seu modesto capital político e perdido a ascendência sobre a base governista, a presidente vem enfrentando grande dificuldade para extrair do Congresso as medidas de ajuste fiscal requeridas.

Para que possam ser aprovadas, tais medidas vêm sendo extensa e sistematicamente desfiguradas. E, na contramão do esforço fiscal que se faz necessário, o governo vem tendo de lidar com a “pauta bomba” do Congresso. Não bastasse a irresponsável decisão recente sobre o fator previdenciário, o Congresso parece agora empenhado em patrocinar o avanço de uma “agenda federativa”, com ampla e generosa distribuição de benesses fiscais aos estados e municípios. [eventuais malefícios do fim do 'fator previdenciário'  não surgirão a curto prazo, tanto que é grave equívoco atribuir à eliminação daquele 'confisco' os males de agora, sempre crescentes, e que está destruindo o governo Dilma e sua política econômica incomPTente, estúpida e inaplicável.
Os males imediato, os de agora, só entrarão em processo de saneamento com a Dilma desocupando a cadeira presidencial que agora ocupa a custa da mentira, das faltas promessas -= conhecido estelionato eleitoral.
A simples saída da Dilma  - por renúncia, por impeachment, por intervenção militar constitucional, pelo recurso Getúlio, já propiciará na semana seguinte as primeiras melhoras na situação econômica atual.
Dilma, dê ao Brasil esta chance e quando mais cedo melhor - hoje é uma ótima data.
Renúncia tem efeito imediato.]
 
Tais fatos realçam o que há de mais preocupante no círculo vicioso que aqui se analisa. Desde o segundo mandato do presidente Lula, o governo tem se permitido, sem nenhum limite, deixar a política econômica ao sabor das suas urgências eleitorais. Foi o que se viu em 2010 e, com cores ainda mais fortes, em 2014. Alarmado agora com a extensão do desastre, Lula, afinal, percebeu que, sem um legado para mostrar, não terá como ser candidato em 2018. E teme que Dilma não consiga conter os danos a tempo.

Não se trata de temor infundado. Fragilizada pelo desempenho calamitoso da “nova matriz”, a presidente já nem mesmo consegue convencer seu próprio partido a dar respaldo convincente à penosa correção de rumo que se faz necessária. E, tendo perdido controle sobre a base governista, se vê alarmantemente vulnerável aos excessos populistas do Congresso, exacerbados, agora, pela agenda de confrontação dos presidentes da Câmara e do Senado.

Nesse embate inglório com o Congresso, cada revés do Planalto aumenta o desalento com a possibilidade de avanço do longo esforço de ajuste fiscal que se faz necessário. E intensifica o temor de que, na esteira da sua fragilização política, a presidente se mostre cada vez mais impotente diante dos desmandos fiscais que vêm sendo urdidos no Congresso.
Tendo plantado vento, Dilma agora se assusta com as proporções da tempestade.


Por: Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio - O Globo