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quarta-feira, 8 de julho de 2020

COMO SE NÃO TIVESSE HAVIDO ELEIÇÃO EM 2018 - Percival Puggina

Quando ganharam nitidez os movimentos para derrubar o presidente Bolsonaro mediante iniciativas conjugadas no Congresso e no Supremo, vieram-me à lembrança episódios de nossa história política nos quais o presidente da República, a exemplo de Bolsonaro, não conseguiu compor maioria parlamentar. Tais casos terminaram sempre em encrenca: Getúlio, Jango, Collor, Dilma, Temer. Os quatro primeiros não concluíram o mandato. O último, não conseguiu governar. Para aí pretendem conduzir Bolsonaro com o intuito de lhe passar a tesoura no calendário. Observe que o governo vai bem nas áreas técnicas, mas onde a pauta é política e ideológica seus passos são travados, ou no Congresso, ou no STF, para que fique tudo como se não tivesse havido eleição em 2018.

A busca, na vida do presidente, de algum crime no qual ele não seja a vítima está a exigir um esforço extraordinário dos grandes meios de comunicação. O jornalismo investigativo, que passou décadas com cão-guia e bengalinha de cego, de repente soltou seus melhores farejadores em busca da notícia de um milhão de dólares. Quando Sérgio Moro fez sua melancólica saída de cena, houve leitores (muito poucos, diga-se a bem da verdade) que se surpreenderam por não me verem fazendo live com Zé Dirceu, ou entrando na Paulista com aqueles black blocs tão espalhafatosamente "comprometidos" com a democracia. Na ocasião escrevi um artigo examinando a infindável e invasiva devassa, na qual são pesquisadas até mesmo recônditas intenções imputáveis ao presidente (com quem, aliás, não tenho qualquer relação pessoal). Afirmei que, conhecendo como conheço as forças que se erguem contra ele, e o motivo pelo qual o fazem, será necessário apresentar à mesa bem mais do que um par de dois. Em outras palavras, não me venham com blefe.

Sim, o presidente se aproximou e conversa com o Centrão. E isso é muito ruim. Mas é produto natural de um modelo político que obriga o eleito para funções de governo a buscar maioria parlamentar com um revólver encostado na cabeça. Queriam o quê, os nobres cavalheiros? Que o presidente não lidasse com o Centrão – bem que ele tentou –, tivesse suas propostas reiteradamente desaprovadas, se mantivesse sob risco de um impeachment, se deixasse orientar pela visão de mundo dos ministros do STF e da mídia que o ataca? Ou, então, que se aproximasse da tropa de choque do PT, PSOL, PCdoB, Rede, PDT e outros que tais para aí buscar apoios? Fala sério!

Diferentemente do que querem fazer crer as forças agindo contra a Presidência, elas não se mobilizam por qualquer valor ou princípio moral significativo. Não! Perderam a eleição para uma pauta conservadora e liberal, antagônica à geleia ideológica, psicológica, sociológica, filosófica, e o que mais você queira incluir no catálogo de nossos males de então. Perderam a eleição para um discurso de cadeia para bandido, proteção da família e da inocência das crianças, da ordem, do amor à pátria, do combate à corrupção, mas obtiveram folgadas maiorias para legislar no sentido inverso, cuidando dos próprios dedos e anéis.

Querem ouvir discurso de ódio? Ouçam os ministros do STF quando se referem à agenda conservadora..
Enchem a boca com a palavra democracia, mas se recusam a ouvir a cidadania! 
O que lhes garante o poder não é a democracia, mas a Constituição. É o Estado de Direito, esse mesmo, nosso, ambíguo, disforme, que permite ao STF a atual composição dominantemente petista, purgada das canetas de Lula, Dilma e Temer. Democracia? Quem se importa com democracia se interessa pelo que o povo escreveu nas urnas.

A reação da sociedade que diverge e se incomoda com esse cenário é natural, autoexplicativa. 
Moderar-lhe a palavra é tarefa impossível e pretensão absurda. 
Daí à censura é um passo de dedo. 
Por isso, enquanto o STF prende e intimida jornalistas e o Senado aprova sua lei de censura, a democracia vai para o brejo levada pelas instituições criadas para protegê-la. [em suma: os 'donos do poder' a pretexto de defender a democracia, cassam direitos dos que ousam criticá-los - direitos conferidos pela  própria democracia.]

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A verdade oculta de Lula - 2018 recomendamos: Lula para presidente e Dilma para vice

Lula e Dilma na presidência e vice em 2018, a salvação para o Brasil

A verdade oculta de Lula

Lula convocou quinze advogados para retirar este vídeo da rede.

 

terça-feira, 30 de maio de 2017

Temer: ‘Vou entregar a casa em ordem no fim de 2018’

Durante evento em São Paulo, presidente tentou mostrar a investidores união em torno das reformas e reforçou que não há 'plano B"

Em mais um esforço para minimizar a maior crise já enfrentada por seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB) tentou nesta terça-feira convencer uma plateia de investidores nacionais e estrangeiros de que ele é a única opção viável para colocar o país nos trilhos.

O presidente reforçou que não pretende deixar o Planalto e quenão há plano B“. No fim, concluiu o discurso dizendo que traz uma mensagem de otimismo e de “confiança na segurança jurídica do país”. “Nós chegaremos ao fim de 2018 com a casa em ordem. Quem apanhar essa locomotiva em 2019 encontrará o país nos trilhos. Essa trajetória não será interrompida. Nela seguiremos e não podemos e não devemos abandoná-la. Faço isso em nome dos 14 milhões de desempregados do Brasil”, disse Temer, referindo-se à necessidade de aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, que tramitam no Congresso.

Tentando mostrar que o governo está unido e empenhado em viabilizar as reformas, Temer organizou uma verdadeira força-tarefa para comparecer ao Fórum de Investimentos 2017, que acontece nesta terça e quarta-feira no hotel Hyatt, em São Paulo. Além de Temer, foram ao evento os presidentes do Senado e da Câmara, Eunício de Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (PMDB-RJ); os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria da Presidência), Dyogo Oliveira (Planejamento), Henrique Meirelles (Fazenda), Ricardo Barros (Saúde), Mendonça Filho (Educação) e Raul Jungmann (Defesa); e o governador e prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin e João Doria.

O intuito é passar tranquilidade ao mercado financeiro, que reagiu mal após a divulgação do conteúdo da delação premiada da JBS, no último dia 17 de maio. Desde então, a moeda e a bolsa brasileira vêm desvalorizando enquanto Brasília discute a permanência ou não do presidente no cargo.

Congresso
Em seus discursos, os presidentes da Câmara e do Senado afirmaram que as alterações nas leis trabalhista e da aposentadoria devem passar no legislativo com celeridade. Rodrigo Maia garantiu que a reforma da previdência será votada até o fim do primeiro semestre deste ano. E Eunício de Oliveira anunciou que, se houver pedido de urgência, já colocará em votação no plenário a reforma trabalhista.

Durante sua explanação, Temer voltou a fazer um aceno ao Congresso, de cujo apoio depende a sua manutenção na presidência. Ressaltou que o Legislativo não é um “apêndice, mas integrante do governo nacional” e que as agendas dos dois poderes estão alinhadas.

Fonte: Revista VEJA 

 

 

sábado, 24 de dezembro de 2016

PT deve lançar Lula como candidato à Presidência em 2017 = pergunta: presidiário pode ser candidato?

Presidiário pode ser candidato?

Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano para se antecipar a possíveis condenações na Justiça 

O PT pretende lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República ainda no primeiro semestre de 2017, entre fevereiro e abril. A estratégia tem dois objetivos: o primeiro é aproveitar politicamente a baixa popularidade do governo Michel Temer, e o segundo é reforçar a defesa jurídica de Lula, réu em cinco processos penais (quatro deles provenientes da Operação Lava Jato e seus desdobramentos).   A informação foi confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e também do Instituto Lula.

O PT defende formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano, em fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na Justiça que possam barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão em 2017.


A pré-candidatura de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido. Segundo os defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o ex-presidente poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba.

Conforme esse raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas pesquisas de opinião reforça a estratégia.  “A necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação entre os projetos”, disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho. [recado ao tal de Marco Aurélio: o protagonismo de Lula vai aumentar a partir da sua primeira condenação - o que ocorrerá até abril 2017.
Como corruPTo, bandido, ladrão, incomPeTente ele já tem protagonismo, que só vai aumentar a partir da primeira sentença condenatória, do estrupício Lula.] Outro grupo defende que a candidatura seja lançada durante o 6º Congresso Nacional do PT, marcado para abril, mas que pode ser adiado para maio.

As Informações são do jornal O Estado de S. Paulo



segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

DESASTRE: direita burra faz Lula recuperar prestígio eleitoral

Na margem de erro, Lula aparece à frente de todos os oponentes no 2º turno, exceção a Marina: 38% a 34% contra Aécio e Alckmin e 37% a 35% contra Serra

A direita burra considerava que a exacerbação do clima policial, com o Congresso brasileiro debaixo de vara, acabaria levando água para seu moinho. Bem, não levou. Como previ, os únicos que tinham a ganhar com isso eram os esquerdistas.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, para a surpresa de ninguém com miolos, traz ninguém menos do que Lula na liderança de todos os cenários de primeiro turno. Sim, Lula, ele mesmo, aquele que já é réu três vezes e que foi denunciado uma quarta vez. No segundo turno, quem se dá bem em todos os cenários é Marina Silva, da Rede. [convenhamos que a direita pode até ser burra, mas estupidez total é da maior parte do eleitorado brasileiro, que mesmo levando ferro, devido ter eleito e reeleito coisas como Lula e Dilma, insiste em permanecer no erro.

O Brasil não, mas, grande parte dos brasileiros que ainda votam em seres tipo Lula, Dilma e Marina, merecem mesmo é se f ...

Os corruptos prejudicam o Brasil, mas pessoas do tipo das citadas conseguem causar maior prejuízo - já que além de corruptos são incompetentes, verdadeiros asnos;
pequena ressalva quanto a Marina Silva, que ainda não existe elementos que provem ser corrupta - apesar de também ainda não ter tido grandes oportunidades para tanto - mas, é indiscutivelmente INCOMPETENTE.

Por sorte, as eleições são para 2018 e até lá Lula estará encarcerado. 

Vamos ficar firmes como BOLSONARO que será o futuro presidente do Brasil.]


Posso colocar de outra maneira: quem lidera no primeiro turno é uma das estrelas da Lava Jato que é contra a reforma da Previdência e a PEC do Teto e quem vence no segundo turno é uma liderança que contra a PEC do Teto e a reforma da Previdência. Fica bom assim?

Se a eleição fosse hoje, Lula obteria 25% no cenário em que o candidato tucano fosse Aécio Neves, com 11%em março, o petista tinha 17%, e o tucano, 19%. 
Marina fica com 15%. O ex-presidente chega a 26% com Alckmin na disputa, que obtém 8%. A líder da Rede marca 17%. Se o nome do PSDB é José Serra, com 9%, o chefão do PT mantém os 25%.  

Jair Bolsonaro (PSC-RJ) conquista, nessas hipóteses, respectivamente, 9%, 8% e 9%.

Calma que vem mais coisa
Marina Silva, cujo partido assumiu claramente uma inflexão à esquerda, continuaria a vencer todos os possíveis oponentes no segundo turno: 43% a 34% contra Lula; 47% a 25% contra Aécio; 48% a 25% contra Alckmin; 47% a 27% contra Serra. Não lhes pareceu bom, leitores amigos? Então vamos piorar um pouco.

Ainda que na margem de erro, Lula aparece à frente de todos os oponentes no segundo turno, exceção feita a Marina: 38% a 34% contra Aécio e Alckmin e 37% a 35% contra Serra.

Atenção para o movimento: na comparação com março, Aécio cai de 51% para 34%, e Lula sobe de 32% para 38%; Alckmin vai no período de 45% para 34%, e o petista ascende de 34% para 38%. Serra passa de 49% para 35%, e o ex-presidente oscila de 35% para 37%.

Lula encurta a distância também contra Marina no segundo turno: ela cai de 52% em março para 43% agora, e ele oscila de 31% para 34%: a diferença caiu de 21 pontos para 9. Se os números estiverem certos, eles evidenciam uma recuperação do prestígio político e eleitoral de Lula, embora ele siga sendo um dos presidenciáveis mais rejeitados, com 44%, empatado com Michel Temer, com 45%. Dizem rejeitar Aécio 30% dos entrevistados; 

Serra aparece com 20%, empatado tecnicamente com Bolsonaro (18%) e Alckmin (17%). Marina fica com apenas 15%.

Na sexta, fiz uma brincadeira no programa “Os Pingos nos Is”. OLula” que imito lançou um apelo à direita burra, sugerindo que o negócio é mesmo botar fogo no país e esculhambar o Congresso. Afinal, esse era o melhor caminho para a recuperação de Lula. 

Segue o vídeo para quem não viu.

Encerro. Não existe vácuo na política. Se a ideia é reduzir o país a uma grande delegacia de polícia, todos se igualam. No ambiente de terra arrasada, quem tem mais estrutura e experiência acaba obtendo vantagem ou recuperando o terreno. Agora resta à direita burra torcer para que Lula esteja preso até 2018.

Quem sabe a polícia possa conter o perigo que ela própria está criando com a sua… burrice!

Leia também:  "O diabo no comando. E o que ameaça a democracia brasileira”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

"Se governo Temer for bem, haverá nova guinada à direita em 2018"

Eleições mostraram crescimento dos partidos mais à direita no cenário político. Para Jan Woischnik, diretor da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, tendência continuará se governo Temer recuperar a economia.As eleições municipais de 2016 mostraram um crescimento de partidos mais à direita do cenário político brasileiro, muito em parte por conta do escândalo de corrupção envolvendo o PT e a recessão econômica. 

Para Jan Woischnik, diretor da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, a tendência poderá continuar de maneira ainda mais forte caso o governo do presidente Michel Temer consiga fazer um bom trabalho, principalmente no campo da economia. "Uma guinada à direita poderá ser vista também em 2018 se a atual coalizão formada por PMDB, PSDB e outros partidos conseguir se sair bem, sobretudo em termos de recuperação econômica", diz Woischnik. "Se o governo Temer tiver sucesso nesses desafios, acho que o eleitorado vai valorizar isso nas urnas em 2018." 

DW: Qual é o significado das eleições municipais para o pleito presidencial de 2018?
Jan Woischnik: É importante destacar que falta muito para as eleições de 2018 e, assim, muitos fatos podem acontecer, e a situação pode mudar de forma significativa. Porém, temos que observar que o PSDB teve um êxito muito grande com seu candidato João Doria em São Paulo, que é a maior cidade do país. Outro ponto importante é a perda, pelo PT, de prefeituras em relação à última eleição municipal e, assim, o aumento das dificuldades para as pretensões do ex-presidente Lula como eventual candidato à Presidência em 2018. 

Nas eleições municipais, diversos candidatos que não tinham o perfil clássico de políticos estabelecidos foram eleitos ou vão disputar o segundo turno fortalecidos. Por quê? Eu vejo que essa tendência poderá aumentar nas próximas eleições. A razão para isso é, seguramente, a frustração dos cidadãos com os políticos tradicionais, sobretudo no contexto da Operação Lava Jato. Essa desconfiança leva a uma percepção negativa da totalidade do processo eleitoral e agrava o desencanto da população com a política no país. 

Como você avalia as mudanças no financiamento de campanhas, com a proibição do dinheiro de empresas para candidatos e partidos?
Eu acredito que essa medida foi um primeiro passo importante da reforma política pela qual o país precisa passar. Porém, outros passos nessa questão devem ser dados para que se vença a corrupção. Mas é difícil para mim, como observador estrangeiro, estimar se o pouco tempo que resta ao governo Michel Temer será suficiente para fazer uma grande reforma. Ele terá apenas dois anos, no máximo, e isso não é muito tempo, vide a dimensão dessas reformas. 

De certa forma, houve uma guinada à direita nestas últimas eleições. Esse movimento poderá ser visto também nas eleições de 2018?
Uma guinada à direita poderá ser vista também em 2018 se a atual coalizão formada por PMDB, PSDB e outros partidos conseguir se sair bem, sobretudo em termos de recuperação econômica, estabilidade da moeda, controle da inflação, retomada do emprego e renda, entre outros. Se o governo Michel Temer tiver sucesso nesses desafios, acho que o eleitorado vai valorizar isso nas urnas em 2018. 

O PT foi o grande perdedor nas urnas. Em sua opinião, houve um combate ao PT ou à corrupção?
Em minha opinião, os dois aspectos foram claramente vinculados. Há 13 anos, o ex-presidente Lula chegou à Presidência com a promessa de acabar com a tradição de corrupção na política. Mas, com a Operação Lava Jato e a participação de diversos membros do PT nos escândalos, o eleitorado ficou muito decepcionado, já que, ao contrário da promessa feita, a própria legenda seguiu na mesma trajetória. 

Fonte:  Deutsche Welle

sábado, 30 de julho de 2016

Processo contra Lula enfraquece Dilma e deve impactar eleições

Processo contra Lula enfraquece Dilma e deve impactar eleições municipais

Justiça Federal acata pedido do MP e abre ação penal contra o ex-presidente sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Defesa diz que petista "jamais" tentou interferir na Lava-Jato

A decisão da Justiça Federal no Distrito Federal de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva réu por obstrução de Justiça torna ainda mais difícil a posição do PT e da presidente afastada, Dilma Rousseff, no processo de impeachment no Senado. A comissão especial votará, na próxima semana, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), e o próprio PT admite que a derrota é certa. Com o principal fiador de Dilma acuado novamente — na quinta-feira, a Polícia Federal divulgou laudo mostrando que o ex-presidente discutiu pessoalmente as obras no sítio em Atibaia (SP) —, as chances de vitória da petista na votação marcada para o fim de agosto tendem a zero.

Não que, desde a primeira votação no Senado desde 12 de maio, ela tivesse tido alguma esperança. “A decisão de tornar Lula réu não impacta em nada na votação do impeachment. As pessoas já estão com suas convicções formadas”, declarou ao Correio o líder do governo na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O próprio Lula já havia abandonado a tarefa de buscar votos favoráveis a Dilma, após a exposição fracassada durante a votação na Câmara. Depois que os senadores aprovaram a abertura do processo, ele chegou a marcar um jantar na residência do senador Roberto Requião (PMDB-PR). Tratou exclusivamente do plebiscito para novas eleições. Mas só reuniu seis parlamentares.

Defensor de Dilma, ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo negou, em entrevista à TV Estadão, que Dilma Rousseff tenha “jogado a toalha” no processo de impeachment. Cardozo disse que Dilma não está lutando porque gosta do poder, e sim por seu “amor pela democracia”. Segundo ele, a presidente é inocente e precisa lutar por justiça. O ex-ministro também voltou a defender a tese de que não há pressuposto jurídico para a acusação contra a petista.
 
 A pressão da Justiça sobre Lula também abala a imagem do ex-presidente como cabo eleitoral. No último domingo, ele compareceu à convenção que homologou a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Semana que vem ele estará em Fortaleza para apoiar Luizianne Linscuriosamente, há 12 anos, quando Lula era presidente da República, o PT nacional abandonou Luizianne (que acabou sendo eleita) para ficar ao lado de Inácio Arruda (PCdoB) — e pretende percorrer o Nordeste para apoiar os candidatos do partido e das legendas aliadas.

Para alguns petistas, as últimas denúncias envolvendo Lula são requentadas. “Isso aconteceu porque ele resolveu lutar pelos próprios direitos na ONU (Organização das Nações Unidas). O Lula tem a casca grossa, a tendência é que surjam novas histórias, à medida que a votação final do impeachment e as eleições municipais se aproximem”, reclamou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA). “O que estão fazendo com a democracia é algo muito sério”, completou o senador paraense.

Lula, no entanto, terá muita dificuldade para alavancar a cambaleante candidatura de Fernando Haddad à reeleição em São Paulo. Ele também terá dificuldades em conseguir vitórias políticas nos demais estados do Sul e Sudeste, regiões que aprovam maciçamente o impeachment de Dilma e que concentra as principais lideranças políticas e sociais contra o PT. Por isso, a opção por fazer um amplo giro pelo Nordeste. Na entrevista à TV Estadão, José Eduardo Cardozo disse que o impeachment coloca a democracia do Brasil em xeque. “Independentemente de quem tem preferência pela presidência do governo Dilma ou do (presidente em exercício) Temer, nenhum país cresce onde as instituições permitem que um governo seja colocado para fora sem nenhuma razão para isso”, avaliou.

Esse discurso do golpe, aliado à acusação de destruição dos programas sociais, permeou os discursos de Lula na ampla viagem que fez pelo sertão, agreste, zona da mata e litoral pernambucano. É uma tentativa de manter viva as chances nas eleições de 2018. “Estão querendo arrumar uma condenação em segundo grau para que Lula perca os direitos políticos. Com todos os ataques, ele ainda aparece na frente das pesquisas”, lembrou Paulo Teixeira.

Mas a decisão de ontem abala uma parte do discurso lulista. Ele sempre disse que teve a vida revirada, mas que jamais tinha virado réu. Essa argumentação cai por terra.Claro que dificulta as negociações políticas e as articulações a partir de agora”, lamentou um cacique petista. 
 
Cômico, mas aconteceu: 
[É notório o pavor que Lula tem do juiz Sérgio Moro, tanto que até pedir a interferência da ONU(pedido inútil, que não será atendido e,  se fosse nada mudaria) Lula pediu. Falou em Sérgio Moro e o ex-presidente borra as calças.
O pior é que ele tem pavor de qualquer juiz, o Moro é mais citado mas sua defesa quando o processo foi distribuído em Brasília e foi enviado para o juiz Ricardo Leite, titular da Décima Vara Criminal Federal,  a defesa pediu nova distribuição e caiu mais uma vez nas mãos do Juiz da 10ª Vara Federal e agora sem alternativa.
Aliás, teve uma:  para não borrar as calças em público, Lula conseguiu alcançar um banheiro. 
O pior é que Lula responde outros processos como denunciado - a um passo de virar réu - e a cada processo o risco de borras as calças só aumenta.
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

domingo, 13 de março de 2016

Queda de Dilma, Aécio, parlamentarismo, 2018, Queda de Dilma só depende do consenso pós Dilma - Em manifestação de BH, Aécio defende 'qualquer saída' contra Dilma

Queda da presidente só depende de consenso sobre o pós-Dilma

Com a exceção de petistas agarrados ao poder, as forças políticas e econômicas que têm responsabilidade procuram a solução com maior apoio e que seja menos traumática para o bem do Brasil

As manifestações deste dia 13 de março pedindo "Fora Dilma" serviram para ratificar o que qualquer cidadão depreende ao andar na rua, conversar com amigos, com o taxista, o porteiro, a caixa do supermercado, a manicure e até com gente do próprio governo: milhões de brasileiros estão insatisfeitos com a gestão da presidente Dilma Rousseff e com todo o seu entorno afundado em corrupção, ingerência e métodos espúrios para se manter no poder a qualquer custo. Que este governo já era, isso é consenso. A discussão agora passa por encontrar o melhor formato e reunir o maior número de apoios para definir o pós-Dilma.

E presenciar as avenidas Atlântica, no Rio, e Paulista, em São Paulo, lotadas ajudam e muito a acelerar este processo. Mas até agora, governo, base aliada -aguerrida ou rebelde- e oposição não conseguiram definir a melhor saída para que se tenha clara a garantia de que haverá um período de transição que garanta governabilidade para o substituto da presidente.

Com a exceção de petistas agarrados ao poder, as forças políticas e econômicas que têm responsabilidade procuram a solução com maior apoio e que seja menos traumática para o bem do Brasil. [a solução primeira é retirar Dilma; feito isso a segunda surgirá.
Precisamos nos convencer que o perigo imediato é a serpente - Dilma - eliminada a serpente a solução será encontrada mais facilmente.]

Durante abril, deve começar a ser definida como se dará a retirada da caneta da mão da presidente Dilma. Antes, se falava em cassação da chapa PT-PMDB e em impeachment. Agora, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) começa a liderar uma discussão de mudança do sistema político brasileiro, para trocar o presidencialismo para o semi-parlamentarismo. O peemedebista e sobrevivente de longas batalhas escandalosas andou se movimentando muito nos últimos dias, dialogou com o ex-presidente Lula, com a oposição e com o vice- presidente, Michel Temer.  Não deve ser à toa que está agitando esta bandeira.

 Ex-candidato à Presidência apontou o regime parlamentarista como alternativa para 2018

Aécio o problema é amanhã, tem que ser resolvido no máximo em 3 meses, vamos deixar 2018 para depois. Esse negócio de querer discutir 2018 esquecendo o agora, esquecendo Dilma, cheira a enrolação. 

De volta às ruas, depois de ter ficado de fora de alguns protestos em 2015, o senador Aécio Neves (PSDB) disse, neste domingo, em ato na capital mineira, que vale “qualquer saída” para retirar Dilma Rousseff da Presidência. O senador enumerou como caminhos o impeachment, a cassação da chapa da petista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou a renúncia da presidente. Para rebater o discurso da própria presidente, de que a oposição tenta um “golpe”, o tucano ressaltou que são alternativas “dentro” da Constituição.

Ao lado do também senador Antonio Anastasia (PSDB) e no estado que governou por dois mandatos, Aécio aproveitou a irritação com o petismo para reforçar o discurso pela interrupção do atual governo e se colocar como protagonista de uma possível mudança. “As pessoas saíram às ruas para dizer que o Brasil merece algo melhor e vamos buscar a saída para esse impasse. Hoje, qualquer saída, sem a atual presidente da República, dentro da Constituição, é melhor do que estendermos esse calvário para o povo brasileiro”, afirmou.

Apesar de a população brasileira, em dois plebiscitos, em 1963 e 1993, ter rejeitado o parlamentarismo, o senador mineiro, que também é presidente nacional do PSDB, defendeu o regime como uma alternativa futura, a partir de 2018.  - Não há como se implementar, em um momento de crise, um regime que amanhã pode se fragilizar pela própria crise. O parlamentarismo sempre foi para nós o caminho para o Brasil. Vamos discuti-lo com mais profundidade, nos próximos dois anos, para que se tenha uma emenda aprovada no Congresso e que depois seja objeto de um referendo por parte da população brasileira - disse.

Até o início da tarde, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), estimava que cerca de 30 mil pessoas estavam presentes no ato, que ocorreu na Praça da Liberdade.  - Hoje, estamos assistindo aqui na Praça da Liberdade a festa da cidadania. São as praças e ruas do Brasil inteiro, dizendo basta ao desgoverno, basta de tanto descompromisso com a verdade. E isso é a beleza da democracia. As famílias vieram para as ruas, dizendo que o Brasil merece coisa melhor - ressaltou Aécio.

O senador Antonio Anastasia aproveitou o ato para chamar o PMDB para o impeachment da presidente Dilma. No sábado, o partido decidiu suspender, por 30 dias, qualquer indicação da legenda para o governo Dilma. Na avaliação de Anastasia, o apoio do PMDB fundamental no processo de impeachment.  - O PMDB tem participação decisiva e acredito que vai desembarcar do governo - avaliou.

Os organizadores do ato na capital mineira levaram dois trios-elétricos para a Praça da Liberdade. Várias lideranças discursaram nos trios, protestando contra a presidente Dilma, o PT e a corrupção. A aposentada Conceição Mesquita, de 57, votou em Aécio na última eleição presidencial. Segundo ela, o país não pode conviver com a atual situação.
- O Collor (ex-presidente Fernando Collor) roubou um carro e foi preso. Já o Lula roubou o país e está solto - disse.

Já o bancário Gilberto Gurgel, de 64 anos, disse que o PT não cumpriu suas promessas de campanha. - Prometeram acabar com a corrupção e não conseguiram. A coisa aumentou - afirmou.
Fonte: Isto É - O Globo

domingo, 6 de março de 2016

Largada antecipada para 2018?

Encontro entre Dilma e Lula reforça ideia de largada antecipada para 2018

Enquanto o PT convoca manifestações, a oposição acredita que a legenda superdimensiona o apoio das ruas ao petista

Em mais um dia de atos políticos com cheiro de sucessão presidencial de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem a visita da presidente Dilma Rousseff e do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP). A agenda foi um prato cheio para ele intensificar o tom político de sua defesa após ser o alvo direto da 24ª fase da Operação Lava-Jato. Enquanto aliados chegaram a “lançar” Lula candidato a mais quatro anos no Palácio do Planalto, a oposição acredita que o ex-presidente está superdimensionando o apoio recebido nas ruas em detrimento dos ataques. [o criminoso Lula estará preso em 2018, portanto, só poderá ser candidato a síndico de alguma galeria da Papuda e não será surpresa se Dilma for candidata a chefe das faxineiras da mesma galeria.
Os atos altamente suspeitos cometidos por Dilma, no CA da Petrobras e quando ministra da Casa Civil, não prescreveram e nem foram anistiados. Tanto que ela responderá por eles logo que seja apeada da presidência da República.]

A visita durou apenas uma hora e teve caráter de solidariedade. Não foi uma reunião de avaliação política. Os dois combinaram, porém, novo encontro em Brasília, amanhã, para discutir a situação política, a crise econômica e a Operação Lava-Jato. Durante o encontro, Lula e familiares relataram como a PF revirou o apartamento do casal, olhando até debaixo do colchão do ex-presidente. [alguém precisa explicar para Dona Marisa que quando o Lula estiver encarcerado, ela e outros que for visitar o reeducando, terão que passar por revista pessoal, inclusive íntima, o que exigirá que o visitante faça vários agachamentos -  fique de cócoras - e sem roupas.
É nessa revista que se costuma encontrar celulares, drogas e outras coisas ilegais.] Depois, acompanhados pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, ambos foram à varanda saudar a militância que se aglomerava em frente ao prédio, em um sinal de transição política.

Desde que foi conduzido coercitivamente para depor no aeroporto de Congonhas, na sexta-feira, Lula inflamou a militância, usando metáforas de que “tentaram matar a jararaca, mas bateram no rabo e não na cabeça e a jararaca está viva”. Foi o suficiente para tirar dos holofotes o governo Dilma, acuado pela ameaça de impeachment e pela crise econômica, e abrir espaço no palanque para Lula. Antes do encontro com Dilma, o ex-presidente repetiu o roteiro em que se sente à vontade: passeou no meio da multidão, recebendo abraços e mensagens de apoio. A petista também fez o mesmo após o encontro no apartamento, mas ficou menos tempo ao ar livre.

Largada antecipada
Ontem, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, postou um vídeo na página do PT em uma rede social explicitando a precocidade da sucessão eleitoral. “Nós vamos entrar também num processo eleitoral. E tivemos ontem a boa notícia de que o presidente Lula, se for necessário, estará em 2018. Brasil urgente, Lula presidente”, disse Falcão. Segundo ele, Lula iniciará uma série de viagens pelo país a partir de abril.

Mas o ex-presidente também pretende fazer um contraponto à oposição, que marcou manifestações favoráveis ao impeachment para 13 de março. Lula estará em Brasília amanhã para se encontrar com a presidente Dilma. Por isso, cada vez mais, Lula convocará a militância para a defesa do legado petista. Para que o partido chegue com fôlego até 2018, será preciso manter Dilma no poder. Mas a presidente terá que abraçar as bandeiras do partido, o que torna mais difícil a implementação de projetos contrários à legenda, como a reforma da Previdência e a limitação no salário do funcionalismo.

O próprio Falcão, no vídeo em que convoca a militância para permanecer em vigília e mobilizada, deu o tom do discurso a ser entoado nas próximas manifestações, repetindo o que já vinha sendo entoado nos encontros anteriores. “Serão mobilizações em defesa da democracia, contra o impeachment e por mudanças na política econômica”, defendeu ele.

Para o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), as manifestações populares dos dois últimos dias mostraram que Lula é vítima desse processo. E o petista sabe, como poucos, vitimizar-se quando pressionado. “As pessoas perceberam que a cúpula da Lava-Jato não está disposta a combater a corrupção. Eles estão promovendo uma caçada a Lula e uma tentativa de destruição do PT”, reclamou Viana.

Fonte: Correio Braziliense

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Por 2016, PMDB quer distância de Dilma



Congresso do partido, na próxima semana, demarcará diferenças em relação ao governo
Apesar de ter sido contemplado com sete ministérios na reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff em outubro, o PMDB deflagrou nos últimos dias um movimento de descolamento da atual gestão. O partido, que tem como presidente nacional o vice-presidente Michel Temer, quer se diferenciar da petista na área econômica.

Na estratégia definida pela cúpula peemedebista, o congresso do partido, no próximo dia 17, será o primeiro grande gesto público dessa movimentação, que tem o objetivo de manter a presidente sob pressão. O PMDB não quer entrar nas eleições municipais do ano que vem com o carimbo de aliado preferencial do PT e sócio da crise econômica e política.

Em caráter reservado, um integrante da cúpula peemedebista que integra o governo definiu dessa forma o objetivo do encontro: “Apresentaremos um programa para disputarmos as eleições de 2016 e 2018. Mas também precisamos ter um programa para o caso de termos que assumir o poder”.
Para evitar retaliações do Palácio do Planalto, representantes da ala governista do PMDB evitam tratar do assunto abertamente e dizem apenas que o congresso não terá a prerrogativa de tomar qualquer decisão sobre a manutenção ou rompimento oficial do partido com a presidente Dilma Rousseff. Essa definição, porém, acontecerá em março, na convenção nacional do partido.

Sem filtro

Os “aliados” do governo esvaziaram as prerrogativas do encontro, mas permitiram que o evento do próximo dia 17 fosse formatado para constranger o governo. Segundo um dirigente do partido que está envolvido na organização do encontro, o microfone estará aberto e todos os presentes poderão votar nas moções que serão apresentadas ao documento-base.

Sem o filtro da escolha dos participantes por meio da eleição de delegados na base, a ala dissidente está livre para mobilizar suas claques. A organização do congresso e a redação do seu texto-base, intitulado “Uma ponte para o futuro”, ficaram a cargo de um ex-ministro peemedebista que hoje é crítico à política econômica do governo: Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães. “Queremos não só unificar o partido, mas reunificar o País. O compromisso do PMDB não é com A, B ou C (partido ou governo) é com o Brasil. Para reunificar, só com um programa de intervenção na vida econômica e social”, diz ele.

Ainda segundo Moreira Franco, a crise econômica está se tornando “incontrolável” e a situação é “explosiva”. “Temos que ter a dimensão da gravidade.”  O senador Valdir Raupp (RR), vice-presidente do PMDB, diz que alguns pontos divergentes do documento, classificado por ele como “duro” contra o governo, precisam ser reajustados, e que os dissidentes “ainda” não são maioria.

Por outro lado, ele sinaliza claramente o desejo de evitar os efeitos colaterais de ser aliado preferencial de Dilma. “Um partido que sempre defendeu as causas populares não pode enveredar para a direita.” Ainda segundo o senador, o PMDB também está em busca de retomar suas “origens”. “Está na hora de voltar às origens das grandes lutas. Um partido com a idade do PMDB, 50 anos, precisa começar a discutir uma candidatura própria à Presidência em 2018. Esse sentimento é unânime”, afirma Raupp.

O senador Romero Jucá (RR) diz que o encontro vai definir um “roteiro” para o Congresso decisivo do partido em 2016. “Após o encontro de novembro, o documento será debatido nos Estados e municípios até o congresso, que pode ser antecipado para antes de março.” Ainda segundo Jucá, o documento será uma posição “clara” sobre economia e questões sociais. O congresso do PMDB também discutirá mudanças no estatuto do partido e as estratégias para as eleições 2016.

Fonte: Revista IstoÉ

terça-feira, 16 de junho de 2015

Infiel à origem



O ex-presidente Luiz Inácio da Silva falou ao PT, no 5.º Congresso, como se os fatos e os atos pudessem ser apagados por gestos de vontade ou por simples obra da conveniência. Na sexta-feira, em Salvador, Lula citou a campanha eleitoral de 1989 para lembrar aquele tempo em que “a gente vendia camiseta e adesivo de carro”. O intuito da recordação era o de incentivar os militantes a passear no passado, quando o PT, segundo ele, era vivido “com mais intensidade que hoje”.

O convite de retorno às origens inclui a ideia de levar os petistas a batalharem por doações individuais de dinheiro, a fim de “resolver parte dos problemas” do partido e – pelo que se depreende das intenções contidas na Carta de Salvador, principal documento do congresso – providenciar uma inflexão à esquerda.  O que seria isso? Uma readaptação da política de alianças, deixando agora de lado partidos do centro à direita com os quais o PT se aliou para governar. Muito bem. Mas não foi a direção do Partido dos Trabalhadores que em 2002 resolveu adernar ao centro-direita justamente com a meta de parar de perder eleições? 

Mais: uma vez no poder, aliou-se ao que de mais conservador existia sob argumento de que não havia outra maneira de governar. Nada contra, uma escolha ditada pelas circunstâncias. É de se conferir, no entanto, o que acha disso a militância que na época não foi consultada a respeito.  Outro problema: se o PT optou por um caminho para ganhar, como espera vencer voltando à trilha que o levou à derrota por três eleições? 

Pode-se argumentar que os tempos são outros. Perfeito. Mas a mudança foi para todos. Lula também mudou. E a percepção que se tem dele também. Hoje já não conta com a aura do mito intocável. É um político investigado por suspeita de praticar tráfico de influência em favor da construtora Norberto Odebrecht.  Contra ele existem outras questões, a respeito das quais deve explicações não esclarecidas. Por exemplo, as doações daquela empreiteira ao Instituto Lula (a título de quê?) e uma reunião com Paulo Roberto Costa – corrupto confessoem 2006 no Palácio do Planalto para falar sobre Petrobrás. Assim constava na agenda oficial. 

Com esse passivoao qual se pode acrescentar o apartamento triplex do Guarujá construído com dinheiro da cooperativa dos bancários, as viagens mundo afora financiadas por empreiteiras, hospedagens em hotéis de luxo pagas sabe-se lá por quem – fica bastante mais complicada a manutenção da simbologia do operário com identificação plena na camada do Brasil proletário. Essas e outras perguntas até então não haviam sido feitas a Lula em campanhas presidenciais. Mas, em 2018, certamente serão postas e precisarão ser respondidas por ele se porventura vier a se candidatar.
Nessa hipótese, será uma reconciliação de construção difícil. Lula era o operário que havia sido aceito no paraíso. Uma vez lá, abusou, foi malvisto e por isso ensaia uma volta aos seus. Estes, por sua vez, agora têm o direito de desconfiar dessa nova carta de intenções. 

Fonte: Dora Kramer – O Estado de São Paulo