Equipe do novo governo parece não se entender quanto à urgência de reformar a Previdência
Ideias que levam um candidato a conquistar a Presidência da República
não são necessariamente as que o levam a governar. Conquistar o apoio da
população pressupõe ganhar a opinião pública por meios retóricos, que
não são os que podem ajudar a resolver os problemas mais urgentes do
País. Um candidato deve, muitas vezes, escolher entre dizer a verdade
sobre a situação econômica ou ocultá-la, esperando, entrementes, ganhar
os corações. Acontece que a conquista dos corações pode ou não coincidir com escolhas
racionais, baseadas em argumentos para transformar o País. É muito mais
fácil eleitoralmente prometer empregos, como se fosse possível criá-los
por passe de mágica, do que produzir riquezas, pressupondo contas
públicas saneadas e assumindo a responsabilidade fiscal. Pouco foi dito,
afora generalidades, sobre a necessidade de uma reforma da Previdência
como condição para que o Brasil volte a crescer de forma sustentável.
O discurso do candidato Jair Bolsonaro foi, sobretudo, baseado na luta
contra a corrupção, o resgate de valores conservadores e o combate ao
petismo. Suas tiradas foram muito pertinentes e ele soube fazer
excelente uso das redes sociais. No que toca a esses pontos, pode-se
dizer que a formação de sua equipe é coerente com o que foi proposto
eleitoralmente. Todavia as ideias de combate à corrupção e os valores morais e
religiosos não são de nenhuma valia para a condução da economia de um
país, salvo a honestidade no tratamento dos negócios públicos. Nada nos
dizem sobre a necessidade, inelutável, de uma reforma da Previdência
para o saneamento das contas públicas e a redução da dívida pública. Se
nada for feito rapidamente, é o destino do Brasil e do próprio governo
que estará em jogo. Aqui, a retórica e a demagogia terão alcance muito
limitado. A verdade aparecerá logo ali, dentro de um ano ou, no máximo,
dois.
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