Bolsonaro muda de ideia e, após criticar bloqueio de estradas, defende grevistas contra multas do Governo
Deputado assume novo posicionamento sobre greve dos caminhoneiros
O
deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência, mudou
de posicionamento e defendeu, no último domingo, os caminhoneiros
que estão em greve há quase uma semana pedindo a redução do preço do diesel. Na
última quinta-feira, o presidenciável havia afirmado que era contrário ao
bloqueio de estradas, tática adotada pelo movimento grevista em todo o país. [a principal ação dos 'grevistas' é bloquear estradas - conduta inaceitável - assim, é impossível apoiar a chamada 'greve', que tudo indica é 'locaute'.]
Em
mensagem publicada no Twitter, Bolsonaro questionou a aplicação de punições aos
caminhoneiros. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) multou motoristas por pararem
os caminhões no acostamento, e a Polícia Federal, segundo o ministro Carlos
Marun (Secretaria de Governo) pediu a prisão de empresários do setor de
transportes que estariam estimulando a greve. — Qualquer
multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros por (Michel) Temer/(Raul)
Jungmann será revogada por um futuro presidente honesto/patriota — escreveu
Bolsonaro no Twitter.
MUDANÇA
DE DISCURSO
Na noite
de domingo, a mensagem já tinha sido curtida quase 22 mil vezes e republicada
por mais de cinco mil usuários da rede social. Uma imagem que trazia a mesma
mensagem, o nome e a foto do presidenciável também foi distribuída pelo
deputado ontem via WhatsApp.
Na semana
passada, nos primeiros dias de greve, a postura havia sido diferente. Ao ser
perguntado sobre o que achava do movimento, Bolsonaro criticou as interrupções
no tráfego nas estradas. — Os
caminhoneiros sofrem com preço alto dos combustíveis, roubo de cargas, a
indústria das multas, as condições das estradas... Eu concordo com quem para o
caminhão em casa. Agora, fechar rodovia é extrapolar. Com isso, não dá para
negociar — disse o pré-candidato do PSL, que, na ocasião se absteve de opinar
sobre qual solução daria para a crise envolvendo o alto preço dos combustíveis.
— Quem tem de dar a solução é o governo, não sou eu.
Em outro
campo da política, Bolsonaro também mudou o discurso recentemente. O deputado
amenizou as resistências em negociar alianças com nomes envolvidos em casos de
corrupção, como mostrou O GLOBO na semana passada. Ele reconheceu que não se
opõe a conversar com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão,
para atrair o PR para a sua chapa. — Se
precisar falar com ele (Costa Neto), eu falo. Quero o (senador) Magno (Malta)
como vice. Não vou condenar o PR inteiro? — relativizou.
O
deputado questionou ainda se apenas ele sofreria essa cobrança, tentando
dividir o desgaste com alianças polêmicas feitas pelos adversários. — E os
partidos que querem negociar com o Temer? E os que podem caminhar com o PT? Só
eu que vou ser cobrado por isso? Após a
publicação da reportagem, ele foi ao Twitter e acusou a imprensa de “mentir” ao
dizer que ele “acenava para corruptos e condenados”.
O Globo